Pela vereda andava solitário. Borboletas flutuando entre um lado e outro, canários cantando nos galhos acima como se a vida fosse o que é mesmo. Muitos moles de eventos e fenômenos, tanta existência quais a quantidade e a variedade de partículas.
Normalmente andando na vereda isso é parte. Não se aparta de nós. Não existe um sentido e tampouco destila um sentimento. É parte como um modo de anunciar que existem, mas na verdade nem parte é, tudo o mais não é mais, é inclusivo, inerente a nós mesmo. Não se pode chamar de parte.
Quando um poeta descobre a parte da vida como ela é, e a divulga em seu canto de trovas, já perdeu um naco importante de si mesmo. Pensando nisso como escreveu Roberto Carlos: eu tenho o amor maior do mundo. Como é grande o meu amor por você e neste exato instante, ele já não o tinha mais, era um canto apenas para encher o coração dos outros. Era água de moringa. Conteúdo que se vai com o copo, mas mata a sede.
O amor é inseparável de você mesmo, mesmo sempre sendo pelo outro, mas o outro já não é mais o outro e nem você, tampouco uma amálgama dos dois, é o amor e se dê satisfeito por que a palavra é isso mesmo na essência. Eu não sinto amor, não qualifico o amor, não eu não trovejo o amor, apenas sou ele.
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