por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 17 de maio de 2011


TROVAS

I
Ela era um pé de valsa
Um ternário de cadência
Deslisando  como a balsa
Serena de paciência

II
Um castelo de areia
Não é feito pra durar
A lua que hoje clareia
Clareia pr'eu te olhar

III
Não vou mais atrás do nexo
Do complexo que há em ti
Seu olhar é o reflexo
De uma imagem que eu já vi

IV
A poesia sempre chama
Sem nenhuma explicação
O sujeito tece a trama
No drama da oração

V
De tanto ser magoado
Eu parei pra refletir
Que a sombra do passado
Nunca deixa de existir

VI
O esquecimento acontece
No descuido de um repente
A memória desvanece
Insignificantemente

VII
Não digo tudo o que sei
Mas sei de tudo o qu'eu digo
O teu beijo eu já provei
E senti todo o perigo

VIII
Sempre quis o que era meu
Eu agora dou o troco
Para cada isulto seu
Eu devolvo com um coco

Ulisses Germano


Um comentário:

Stela disse...

Muito bom, Ulisses. Como sempre.

E essa história de devolver o insulto com um coco, é demais! Só para poetas mesmo!