por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 19 de abril de 2011

POETA MANUEL BANDEIRA - 125 ANOS, HOJE 19 DE ABRIL


















Belo Belo



Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

3 comentários:

Stela disse...

Dá vontade de sair postando um monte de poemas de Bandeira.
Gosto muito do poeta!
"Estrela da vida inteira
da vida que poderia ter sido
e não foi.
Poesia
minha vida verdadeira"

Stela disse...

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor

Imagino Irene
entrando no cèu
- Licença, meu branco.

E São Pedro bonachão:

- Entre Irene,
você não precisa pedir licença.

Stela disse...

Vou-me embora pra Pasárgada
que lá sou amigo do rei
..............

Vesper caiu cheia de pudor da minha cama.....

Café com pão café com pão
Virge Maria, que foi isso maquinista?
.......
quando me prenderam no canaviá
cada pé de cana era um oficiá
................................

E Evocação do Recife?
E A Morte Absoluta?
E Alumbramento
Belo, belo
???

Saí digitando aí os versos decorados, por isso os versos podem estar ligeiramente desarrumados.
No entanto, mais vale meu amor pela poesia de Bandeira!