por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 9 de abril de 2011

Domingos que se foram ...- por Rosa Guerrera



As vezes o dia de domingo me traz saudades .Não aquele tipo de saudade que dói , que machuca , que deixa a gente meio pra baixo , como se diz na gíria. É uma saudade gostosa , de fatos alegres, quando as “tardes de domingo ( como canta o Roberto Carlos ) eram mais jovens”, pertencentes a “velhos tempos’, “belos dias” .E assim deixo rolar na minha mente o terraço da minha casa, as canções divertidas ao som do violão,os papos sobre namoricos ,os garotos bonitos, os beijinhos as escondidas , o sorriso da minha mãe, e um relógio que pouco se importava em marcar tempo ou hora.Afinal , quem não teve um tempo onde o próprio tempo nos deixava a vontade , sem exigências ou compromissos ! Será que éramos felizes e não sabíamos, ou apenas estávamos engatinhando em busca da felicidade?Hoje sinceramente não consigo analisar o porque daqueles encontros barulhentos que aconteciam todos os domingos no terraço da minha casa. Por quanto tempo existiram, também não lembro. Sei apenas que as jovens tarde foram envelhecendo a medida que fomos crescendo e o terraço foi se esvaziando pouco a pouco.Éramos talvez dez ou onze participantes daquelas tardes domingueiras que terminavam sempre depois das 8 horas da noite .E ansiosos esperávamos durante a semana o próximo domingo...E dessa maneira muitos e muitos domingos marcaram os vários calendários da minha vida .Mas como o destino dá sempre passos para a frente, aquela turminha foi seguindo cada um o seu caminho.Veio o período da faculdade, do primeiro emprego , das primeiras responsabilidades e os domingos foram tomando outro aspecto.
Quando nos encontrávamos , já não existia o som do violão , e as nossas conversas eram outras, muitas até marcadas por decepções amorosas, experiências amargas, romances inacabados , enfim : o domingo passou a ser um dia comum como todos os demais .Saí daquela casa faz mais de 30 anos , mas por incrível que pareça , todas as vezes que passo em frente a ela , olho a varanda daqueles dias alegres , e na minha mente sou quase capaz de ouvir o violão e as gargalhadas daquela turminha bagunceira e despreocupada que marcaram de tanta ternura a minha vida.E a saudade que bate no meu peito , é exatamente como falei no começo : é gostosa , é gostosa demais!

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