por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 27 de março de 2011

O SAPOTI DO PADRE LAURO - por Ulisses Germano

e
Beco do Pe. Lauro - Crato-CE.            




Num terreno de uma casa
no Beco do Padre Lauro,
tinha um pé de sapoti muito antigo e
repleto de histórias que só o sapotizeiro
havia presenciado e sabia contar.
Um dia a casa onde o sapotiziero morava
foi vendida e o pé de sapoti 
e de sombra foi condenado a morte.
E pra justificar o corte do sapoteiro
disseram que suas raizes estavam podres

e que não passava de um "pé de pau".
Sim, 'pé de pau' não tem vida!
Ainda tentei conseguir algumas sementes
 daquela árvore que alimentou
várias gerações na juventude.
Quase que o pé de sapoti
ia se transformar em cordel!
O que sei é que quem mais sentiu
a morte do pé de sapoti
foi um senhor, cadeirante,
que aproveitava 
a sombra do sapoteiro
para suportar o calor
do beco asfaltado.
Ele morreu logo após
a morte de sua sombra.

 Ulisses Germano
Crato,CE

 

Um comentário:

Stela disse...

Pois é, o beco de pe. Lauro perdeu o encanto, o mistério, a simplicidade e a cumplicidade.
Que graça tem esse beco asfaltado? sem fruteiras, sem calçamento de pedras, sem sapotis, sem iluminação precária à noite?
E essas fachadas de casas ou escritórios? Tudo tão sem graça...
Tá, eu sei o tempo passou,tudo se modifica, eu sei, mas que o beco ficou mais feio, ah, disso não abro mão.
Dentro de mim tem um retrato mais significativo de um beco, de sapotis, de um caminho para a Sé, para o Dom Bosco, muito mais pitoresco.
E isso enche minha manhã de alegria.