por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 27 de março de 2011

CANTIGA DE FEIRA - por Ulisses Germano


CANTIGA DE FEIRA
(Para o amigo Didi Moraes)
(Letra e Música: Ulisses Germano)

I
Quando a chuva cai do céu
Eu escuto a batucada
Dos pingos que caem ao léu
No ritmo da levada
Surge então a melodia
Transformada em sinfonia
Regida na madrugada

II
O andamento é apressado
O trovão é o tambor
E as teclas do telhado
Pinta o som de toda cor
Aumentando a pancada
Como é bom a chuvarada
Gerando frio e tremor


III
Aprendi que o relâmpago
Chega antes do trovão
E que o pára-raio é imã
Pega a faísca co'a mão
Nos livrando do infortuito
Do grande curto-circuito
Que despenca do clarão

IV
Conheci Cego Aderaldo
E também Cego Oliveira
Patativa é nosso saldo
Sendo assim, queira ou queira
Tenho Hermeto como abrig
Dominguinho é meu amigo
Já toquei com ele na feira

 V
Deixo aqui o meu recado
E também minha bacia
Bote nela algum trocado
Não aceito água fria
Eu não peço, estou cantando
E assim vou trabalhando
Sem nenhuma mordomia

Crato, 270311

Um comentário:

Aloísio disse...

Ulisses,

Parabéms!!!
Grande poesia, e bela homenagem a estes ícones da música brasileira.

Abraços
Aloísio