por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 6 de fevereiro de 2011

"A Cor Azul e o Blues "



"Blue" em inglês , além de significar a cor azul , também significa o adjetivo "triste". - E o que tem a ver o "blue - triste" com o "blues" ritmo musical próprio dos negros americanos ?


A ORIGEM DO BLUES
"O blues? Ora, o blues faz parte de mim… Quando cantamos o blues, abrimos o coração, expressamos nossos sentimentos através da música. Talvez a gente esteja magoada e simplesmente não possa reagir. Aí a gente canta ou simplesmente cantarola com a boca fechada."
Alberta Hunter

No campo da música, as cidades de Chicago e New York são reconhecidas por terem difundido o modelo musical que se tornou a raiz de outros gêneros, hoje, fundamentais para a cultura musical da América. Mas é importante destacar que o Blues não nasceu em Chicago ou New York, e sim no Mississippi, estado localizado na região Sudeste dos Estados Unidos e caracterizado pelo grande número de fazendas que, no período da escravidão, manteve milhares de escravos ao seu poder.

O surgimento do Blues é muito discutido por estudiosos da música e de áreas afins desse conhecimento. Alguns afirmam que o Blues teve sua raiz nas músicas religiosas. Muggiati assegura que o Blues surgiu especialmente da realidade prática das work-songs – que eram praticadas nos campos de trabalho do Sul do Mississippi e nos centros urbanos, através dos escravos vendedores de produtos – e que sua única ligação com a música religiosa, são os acordes básicos derivados da harmonia européia. Corrobora com essa visão a afirmação de Vilela ao ressalvar que “a maior influência européia talvez seja a da religião: “o grande despertar”, movimento protestante sectário, democrático, frenético e igualitário.

Surgido no início do século XIX, forneceu a estrutura harmônica com a qual se construiu o Blues”. O que explica essa ligação são a proibição da prática religiosa africana aplicada na escravidão e a evangelização forçada dos mesmos, ocorrida no início do século XIX. Assim, os africanos tiveram que se adequar a cultura européia para conseguir, de certa forma, praticar sua cultura.

O blues como atitude específica de grupo está envolto em mistérios, seja na origem do termo ou no próprio surgimento do gênero musical. Para tanto, Muggiati apresenta um breve e importante resumo do trabalho de grandes pesquisadores, a fim de esclarecer o sentido:

A expressão to look blue, no sentido de estar morrendo de medo, ansiedade, tristeza ou depressão, já era corrente em 1550. Na época pós-elizabetiana, ou, mais precisamente, como registraram os lexicógrafos a partir de 1616, era costume empregar o termo blue devils para designar espíritos maléficos. Em 1787, os blue devils passaram a simbolizar um estado de depressão emocional, enquanto a palavra no plural, blues, aparecia em 1822 relacionada às alucinações provocadas pelo delirium tremens [...] Nos anos 1830 ou 1840, dizer que a pessoa tinha os blues significava que estava aborrecida; em 1860, já significava infelicidade. (MUGGIATI, 1995, p. 15).

Como o próprio nome sugere, Blues é um gênero musical dramático que em seu inicial sentido expressa medo, ansiedade, tristeza, depressão, aborrecimento e descontentamento. Não há documentação que comprove uma data exclusiva para o seu surgimento, entretanto, sua origem está associada ao fim da escravidão, pois, uma vez que os africanos encontravam-se em condições escravagistas, jamais haveria liberdade para expor ressentimentos perante o grupo dominante.
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REFERÊNCIAS
Coleção: Mestres do BLUES. Barcelona, Espanha: Altaya, 1995.
COSTA, Emília Viotti da. Da Senzala à Colônia. São Paulo, SP: Difusão Européia do Livro, 1966.
FEINSTEIN, Eliane. Bessie Smith: Imperatriz do Blues. Rio de Janeiro, RJ: José Olympio, 1989.
MUGGIATI, Roberto. Blues – da lama à fama. São Paulo, SP: Editora 35, 1995.
MUGGIATI, Roberto. O Que é Jazz. São Paulo – SP: Editora brasiliense, 1983.
SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
VIELA, Ney. Jazz uma arte indomável. Leituras da História. São Paulo, SP, n.15, p. 54-63, 2008.
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http://www.teiacultural.com.br/v4/?p=2285


W.C.Handy é considerado "o pai do blues" e B.B. King o "Rei ..."e se consagrou em razão de ter colocado a guitarra solo como elemento central, criando um estilo de forma pura e melódica com características únicas.

Elvis Presley teve sua origem enraizada no blues.

Outros grandes intérpretes desse gêgero foram: Sara Vaughn, Bessie Smith e Louis Armstrong.

www.brasilescola.com.br

2 comentários:

socorro moreira disse...

Dei uma mexida no layout e as cores modificaram-se.
Qualquer hora a gente consegue o melhor.

Achei interessante a matéria. Estamos num momento blue, em todas as nuances .
Eu gosto de Blues.

Abraços , querida !

Corujinha Baiana disse...

Ontem,fiquei preocupada, não conseguia postar... dava tudo errado...
Agora entendi, mas acho que o fundo azul era mais bonito, mas é só uma opinião.( pelamordedeus,não se aborreça !)rsrsrsrs
Beijos amiga