por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Não digam que isso passa - por Lya Luft


Não digam que isso passa,
não digam que a vida continua,
e que o tempo ajuda,
que afinal tenho filhos e amigos
e um trabalho a fazer.
Não me consolem dizendo que ele morreu cedo
Mas morreu bem ( que não quereria uma morte como essa?)

Não me digam que tenho livros a escrever
e viagens a realizar.
Não digam nada.

Vejo bem que o sol continua nascendo
nesta cidade de Porto Alegre
onde vim lamber minha ferida escancarada.

Mas não me consolem:
da minha dor, sei eu.

Dúvida - por Rosa Guerrera


Você palmeira amiga
Que sombreou o deserto da minha vida...
Gota d'água que respingou
O meu rosto suado pelas andanças vazias
Você rio tranquilo
Onde depositei minhas esperanças.
Chuva fininha que lavou
As mágoas do meu coração ...
Hoje, você !
E amanhã, AINDA VOCÊ ?
Ou apenas o deserto a retratar
Num oásis sem palmeira
O meu rosto molhado
Pelo pranto da saudade ...

Homenagem a César Pinheiro - por Júlio Pinto de Sousa


Homenagem a César Pinheiro

Pelos caminhos da vida,
um certo dia encontrei um cidadão
de olhos grandes e de bom coração.

Honesto a vida inteira
Cesar Pinheiro, Cesar Pinheiro
foi no Crato que ele nasceu
era um cidadão verdadeiro.

era simples
em toda aquela região
bom filho,bom esposo, bom pai
e bom irmão.

Só vivia fazendo o bem
tinha muito amor no coração
Recebia todos com atenção
Fazendo caridade a qualquer cidadão

Cesar Pinheiro era Pai ou Irmão
não sei comparar, queria lhe fazer alusão
e agradecer,obrigado Cesar Pinheiro,
pelo que fez pro compadre Julião.

Joaquim,Jose, Antonio,Maria Edith,
Maria Amélia e Maria Benigna,belos irmãos
Compadre Cesar, são seus filhos
Que vivem na maior união.

Compadre Cesar, a sua cadeira
esta no mesmo lugar
quando vou chegando meu coração começa a soluçar.

Sustando as lagrimas
nos olhos, não posso soltar
só pra não ver
Comadre Almina chorar.

Júlio Pinto de Sousa (Julião)
22.09.2003

sábado, 4 de fevereiro de 2012




Mulher: a mais nua das carnes vivas
e aquela cujo brilho é o mais suave.


Antoine de Saint-Exupéry

Para Corujinha Baiana


Samba da Pergunta
Composição: Pingarrilho / Marcos Vasconcelos

.
Ela agora mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja

Pode ser um astronauta
Ou ainda um passarinho
Ou virou um pé de vento

Pipa de papel de seda
Ou, quem sabe
Um balãozinho

Pode estar num asteróide
Pode ser a Estrela Dalva
Que daqui se olha

Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu..

Expectativas


Buscar nas ondas do mar teu olhar
Já não vejo como posso rimar
Será que foi o mar que se desprendeu do meu rimar?
Que estranho ter a palavra e não desvendar o rimar
Pegar o lápis e desenhar o luar
A lua prateando o mar
Agora ficou fácil rimar
E no silêncio alcanço o brilho prateado do mar
O olhar invade o luar e cobre todo o mar
Diante da lua vejo o mar e refaço o rimar
Esta expectativa é grande
Rosemary Borges Xavier

Início de tudo - Por José de Arimatéa dos Santos

Janeiro já passou e as merecidas férias também já se foram. Agora já é fevereiro e para muitos é o verdadeiro início do ano. Só para reforçar o carnaval está a bater as nossas portas e dessa vez é fevereiro, como é tradição. Regiões brasileiras carnavalescas como Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Bahia a data do carnaval é somente o ápice da festa neste segundo mês do ano.
Fevereiro significa também a continuação de nossas preocupações com o pagamento de impostos para o governo. IPVA, IPTU, Seguro disso e daquilo, fora os impostos embutidos em qualquer compra nossa. E o salário só vai sendo corroído pelo monstro, nem digo leão, da máquina arrecadadora de todo governo. É uma fome siberiana do estado. Incrível como o gestor público só pensa em tomar o dinheiro nosso através de taxas e impostos. Até obrigações diárias do governo tem que ser taxadas. E somos nós que pagamos a conta. Nem vou falar em corrupção, pois se não estrago o dia, noite ou manhã de qualquer um de nós.
Fevereiro início do ano, mas só depois do carnaval. Até passar o carnaval a mídia fala que  Dilma fará a reforma ministerial e tal partido da base aliada não se conforma com o número de aliados contemplados com alguma pasta. E essa mesma ladainha se escuta nos governos estaduais e municipais. Tem também as negociações quanto as coligações partidárias referentes as eleições de prefeito e vereador. Até as convenções os caciques políticos se tratam educadamente, pois podem estar juntos no mesmo palanque. E não se vê o cuidado com as ideologias mais não. Comunista se alia a liberal. Trabalhador se coliga com empresário. O que vale é ganhar a eleição.
Isto é fevereiro. Mês de festa do povo nas ruas onde o folião se esbalda e procura esquecer ao menos por três dias as frustrações e decepções na política e seus corruptos de plantão e os conchavos que são contra nós invariavelmente. E a vida segue na nossa luta diária por mais paz e conquistas coletivas e pessoais que desembocam na alegria, mesmo que momentânea, de carnaval. É fevereiro.... Vamos, seja como for, fazer a folia!
Mas que a alegria de carnaval seja o início de atitudes conscientes com a vida. Se vai beber nem chegue perto da direção do carro. Nada de briga, pois esse período é certamente um dos mais alegres do ano. Vamos começar esse início de ano com muita responsabilidade e amor a vida. A folia une a todos e a rua é passarela da verdadeira alegria de viver onde as ricas manifestações da cultura nacional desembocam no momento em que a nota máxima contemplem o amor e a solidariedade com o irmão. Isso é carnaval. Início de tudo.

HERVÊ CORDOVIL- Norma Hauer


O dia era 3 de fevereiro; o ano era 1914. Foi nessa data que nasceu, em São Paulo, HERVÊ CORDOVIL, que viria a ser um pianista, regente e compositor que marcou sua carreira com vários sucessos.Também musicou peças para o teatro.

Estreou no rádio, como pianista, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, depois atuou na Rádio Philips.

O que importa aqui é sua carreira de compositor.

Apesar de ter composto antes com Eduardo Souto, seu primeiro sucesso tinha Bonfiglio de Oliveira como co- autor e Carlos Galhardo como intérprete: “Carolina”, gravada para o carnaval de 1934.

Nesse mesmo ano, fez uma sátira à Madame Bouvary com o samba “Madame do Barril, em co-autoria com Lamartine Babo, só podia ser. Lamartine sempre foi um “gozador”.

Durante sua vida como compositor, gravou:

Com Isaurinha Garcia ,“Pé de Manacá”; com Carmélia Alves, “Sabiá lá na Gaiola” ou “Cabeça Inchada”; com Sílvio Caldas, “Seu Gaspar”; e para o filme “Alô, Alô Carnaval” compôs o samba “Não Resta a Menor Dúvida”.

Em 1977 apresentou em São Paulo um “show” com Carmélia Alves, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, onde, com grande sucesso ,foram apresentadas músicas dos três compositores.

Hervê Cordovil encontrava-se afastado de seu meio, quando, no dia 16 de julho de 1979, faleceu aqui no Rio de Janeiro, aos 65 anos.


Norma

ALDO CABRAL - CENTENÁRIO- Norma Hauer



Foi aqui no Rio de Janeiro que veio ao mundo, no dia 3 de fevereiro de 1912, Antônio Guimarães Cabral.

E quem foi ele? Nada mais que ALDO CABRAL, jornalista, produtor de rádio, de teatro e, principalmente compositor
Fez dupla com Benedito Lacerda e compõs uma série de sambas, valsas, canções...
Conheceu seu primeiro sucesso com a valsa "Boneca", gravação de Sílvio Caldas.

Esta valsa teve uma história, contada por Carlos Galhardo: Aldo Cabral prometeu a Galhardo que ele a gravaria, mas Benedito a entregou a Sílvio Caldas.

Que fez Aldo Cabral ? Propôs a Ataúlfo Alves que ambos fariam uma valsa para Galhardo gravar.

Eu?, uma valsa? Perguntou Ataúlfo.
- E porque não?...

Assim, ambos compuseram a valsa belíssima gravada por Carlos Galhardo na Odeon: " A Você". E fizeram sucesso.

Em você tudo é encantamwento

Em você tudo é deslumbramento

Você traduz

Sonhos de luz

Anjo divino

Mais uma dádiva no céu

Do meu destino..."


Anos mais tarde, em um LP Galhardo gravou a valsa "Boneca".

A dupla Aldo Cabral e Benedito Lacerda conheceu vários sucessos, como "Amigo Leal" e sua resposta "Amigo Infiel"; "Espelho do Destino"; "Voz do Dever" (todos gravados por Orlando Silva); Chico Alves gravou da dupla "Carnaval de Minha Visa", a música para a quarta feira de cinzas:
.
"Quarta feira de cinzas amanhece,
Na cidade há um silêncio que parece,
Que o próprio mundo se descarrilou...
É a máscara que a vida jogou fora,
mostrando que a alegria foi-se embora
No som do carnaval que já passou..."


O maior sucesso de Isaurinha Garcia foi da autoria de Aldo Cabral e Cícero Nunes:
"Mensagem"
"Quando o carteiro chegou
E meu nome chamou,
Com uma carta na mão

Ante surpresa tão rude

Não sei como pude

Chegar ao portão...”

Muito mais Aldo Cabral compôs e quase tudo foi sucesso.

Como todos os compositores de sua época, Aldo Cabral afastou-se depois que surgiu a bossa nova. Era um ritmo diferente e não adiantava mais lutar.

Aldo Cabral faleceu em 5 de junho de 1994, aos 82 anos.


Norma Hauer

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Versos amorosos - por Domingos Barroso


Se não há amor
entre dois pares
de olhos

nem adianta o flerte,
a pantomima de sempre.

Perceber quando
o amor encanta
é simples:

o coração fala,
os ouvidos da alma
escutam e gracejam.

Se os cílios não tremem
nem as faces coram

seu moço,
dê o fora.

Eu não fugi,
perdi um olho
de saudade.

Sabe, seu moço
por isso sou caolho.

LUIZ PEIXOTO- por Norma Hauer



Ele nasceu no dia 2 de fevereiro de 1889 em Niterói, recebendo o nome de Luiz Carlos Peixoto de Castro. Ficou conhecido como LUIZ PEIXOTO.
Dentro da arte de seu tempo, Luiz Peixoto foi completo: caricaturista, teatrólogo, diretor de teatro, poeta, pintor escultor, letrista de nossa música popular..
Como caricaturista trabalhou nos órgãos mais importante de sua época, como “O Malho”; “Revista da Semana”, “Fon-Fon”...e mais tarde no Jornal do Brasil.
Também montou cenários no Theatro Municipal e eram suas as alegorias da Avenida Rio Branco feitas para os desfiles carnavalescos.
Era uma personalidade eclética.
Nem todos sabem, mas todos conhecemos a valsa “Lua Branca” de Chiquinha Gonzaga, Foi exatamente Luiz Peixoto quem colocou a letra permitindo a cantores e não apenas instrumentistas executarem tão famosa composição.
Quem disse que “numa casa de caboclo, um é pouco, dois é bom, três é demais?.Foi exatamente Luiz Peixoto, pela voz de Gastão Formenti., assim como descreveu uma casa na colina e a sempre lembrada “Ai, Ioiô, eu nasci p’ra sofrer ou Linda Flor... Essa música de Henrique Vogler recebeu duas letras diferentes. Uma foi de Luiz Peixoto. A primeira gravação foi na voz de Aracy Cortes.
Com o compositor Ary Barroso, Luiz Peixoto compôs “Na Batucada da Vida”,”Por Causa desta Cabocla” e a sempre recordada “Maria, o teu nome principia na palma da minha mão. e cabe bem direitinho dentro do meu coração..."..
Quando Carmen Miranda,depois de uma temporada nos Estados Unidos, aqui esteve em 1940, não foi bem recebida no rádio nem no Cassino da Urca porque diziam que voltara “americanizada”...
Foi então que com Vicente Paiva Luiz Peixoto compôs

“Disseram que eu voltei americanizada,

Com o burro do dinheiro

Que estou muito rica”...

Parece que, de fato, ela voltou “americanizada, tanto que retornou aos Estados Unidos, onde morreu em 1955.
Luiz Peixoto também fez parte do “cast” do Cassino da Urca, nos anos 30 e 40, até 1946, quando os cassinos foram fechados.
Luiz Peixoto faleceu em 14 de novembro de 1973, aos 84 anos.


Norma


Por Aloísio

"Música,

Quando a música
chega aos meus ouvidos
Trazendo alegrias ou tristezas
não duvido
Minha alma cala,
geralmente paro a fala
para escutar o  que diz a canção."

Saiu quase no clima de "Ai quem me dera" de Tom Jobim e Marino Pinto.

Grande abraço
Aloísio

C...A...R...M...A...


ACABOU 
COMO ACABAM
AS COISAS
QUE O TEMPO 
ABANDONOU?

Ulicis

Corrente - por Socorro Moreira



A cidade era bonita,  numa vida bem pacata. Eu vivia com a  família de gênio muito abrandado, e quase sempre feliz !
Papai pintava os carros, a minha mãe ensinava, e costurava uns vestidos, além de cuidar da casa. Na sua moderna "Singer", escutava a zoadinha, que a tal máquina fazia, pra costurar meus vestidos.
Ainda  quase menina, cumpria alguns recados:
"Menina, me compre já, linha corrente-laranja, na cor branca  e rosa chá"!
Mas a corrente  da rede, que  a vó me balançava, namorava o armador, ora pra lá e pra cá. Enquanto cantarolava, ela bem  devagarzinho, com seus pés  bem pequeninos, saía silenciosa, e me deixava a sonhar.
A correntinha de ouro, que  perdi no mês  de Agosto, foi presente do meu tio, quando completei 10 anos. Ela tinha uma medalhinha, só não sei qual era o santo.
Depois entrei na corrente do rio no Maranhão, cantava com o barqueiro, aquela velha canção:

" eu vi
as águas do rio correr
 e a canoa do negro passar..."

lembro a expressão feliz,
do sol, naquela manhã
achava que todo canto
era na sua intenção.

correntes nunca me atam,
não me escravizam , nem matam
não as tenho em sentimentos
nem tão pouco em pensamentos...

" acorrentados ninguém pode
amar..."
 diz o refrão de uma música
 que eu já não sei mais cantar.

mas deixo um tolo conselho
não siga, se não gostar
não acorrente alguém
pensando que vai  ganhar
um amor  pra vida inteira
 sem deixar ele voar

amor é contra-corrente
é livre e gostador
pródigo em carinhos e beijos
mas precisa respirar
no jardim da sua dor.

finalizando a palavra
vejo que falei demais
pois então complete agora
o  jeito de versejar
use a palavra " primeiro"
senão a loa não para
nem com a luz do luar.

O sono viajou. São assim quase todas as noites. Os dias ficam mais longos, e a vida aumenta as suas possibilidades: surpresas, encontros e desencontros.
Como somos crédulos, buscando tesouros, nos terrenos minados... ! Queria tanto entender a alma humana, e a minha própria alma! Busco respostas sobre isso, até nos astros!
Generalizo, a princípio, qualidades e defeitos comportamentais. Depois reflito sobre as particularidades. Mania de análise, padrão virginiano, a despeito da vontade de viver com intensidade, mesmo respeitando os meus limites.
Hoje conversávamos sobre Astrologia: eu (inegavelmente leiga, mas curiosa), e um doutor no assunto.
Escutei explicações interessantes, de forma didática , sobre os signos de elemento água : Peixes, Câncer e Escorpião. Dizia-me:
- As águas são as nossas emoções.
Quais são os estados físicos da água?
-Sólido líquido e gasoso.
-Pois bem, o estado sólido representa as águas dos escorpianos. O gelo. Eles conseguem ser extremamente frios, na administração das suas emoções.
O estado líquido refere-se às pessoas de Câncer. A dramaticidade, na expressão do emocional.
O estado gasoso está associado às pessoas de Peixes. Porisso a dispersão, a vulnerabilidade.
Comentamos sobre os outros elementos: fogo, ar e terra.
O ariano, fogo relâmpago; o leonino integralmente solar; o sagitariano o fogo alimentado por ele mesmo, por puro idealismo.
Sobre os terráqueos: Virgem, Touro e Capricórnio, também ouvi rápidas considerações .
Os taurinos são os mais terra. Vivem em função do mundo material, mas as artes os desmontam. Como referências foram citados grandes pintores, que nasceram sobre esse signo, como Leonardo da Vinci; os virginianos são práticos ; os capricornianos exigentes.
A verdade é que somos uma mistura de todos esses elementos. O percentual que existe em cada um, a concentração dos Planetas, em determinadas casas, estabelecem as grandes e pequenas diferenças.
Esse estudo instiga um aprofundamento.. Todos os signos possuem prós e contras; o lado luminoso e o lado obscuro. A compreensão da matéria representa um instrumento valioso, no processo do autoconhecimento.
"Conhece-te a ti mesmo”.
- A grande chave para os nossos próprios mistérios. O descortinar para uma vida mais próspera, e feliz. O caminho evolutivo da alma. Quanto a isso, eu tenho pressa, embora tropece, sempre que entro na energia da superficialidade. Quero pique pra fazer a manutenção de forma paulatina e sábia. É possível?
- A Ioga tem algumas respostas; a maturidade, outras; o morrer e renascer, um dia completará o seu ciclo definitivo...!
Socorro Moreira


conheci o amor
quando sentia na madrugada
a mão zelosa de mãe
trocando os lençóis mijados
as colheradas de mel
a flanela na garganta
pra acalmar minha tosse
das poeiras e das artes
que eu trazia comigo
do quintal e da calçada.

conheci o amor
quando aprendi com os mestres
as lições pra toda vida,
inclusive o catecismo...

agora tenho um o caminho
já marcado com meus meus passos
aprendo o amor com o Victor
que é puro e devotado
às vezes nos desligamos
tomamos sustos danados
ao confirmar que o amor
é presa do nosso lado.

porisso Amar é inerente
ao ser humano e divino
quem não adota esse verbo
e pratica desatinos
tem que voltar pro abc
e aprender de novo a ler
a grande lei que é divina :
amar a todas as coisas
amar ao próximo mais próximo
e também ao mais distante
amar o desconhecido
e aquele que é no sangue
o nosso elo mais forte

o pecado no amar
inexiste, está provado ...
mas é bom que se defina
que o amor que se procura
é solução do destino.
dissolve o medo,
a tensão ,
cura até desilusão
sana o corpo e alma
cura tudo feito erva
que Deus jogou lá na serra,
pra espantar nossos males.

Amar é palavra-verbo
a mais doce
a mais completa
mas pra amar de verdade
é preciso que se tenha
por nós o desejo interno
de amar com liberdade !

Agora deixo o meu mote
no amar de toda gente
escolha o merecedor
do seu amor
num repente
E diga àquela "PESSOA"
que a ama para sempre !

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tá na hora do improviso...Acordem, gente da rima!

Aloísio, Nicodemos
Germano, Ângela, Bastinha...
Tá faltando uma rodada
do produto que é a rima

Pro mode falar de "Música"
Eu arrisco meus versinhos:

 
A verdade é que sou Música
De alma e de  coração...
Pois um amigo me disse:
"é a linguagem da emoção"!


Despedindo-me por hoje
 Deixo  a minha sugestão
 Que o mote  seja forte
 Como o vento e o tufão
 Que  seja da cor do céu
  Com nuances de outra cor
Que seja verde  mulato
Os olhos  daquele amor


(socorro moreira)


Sopa e Mel na Tigela do Tempo


Dona Escolástica até tinha o direito de implicar com a sonoridade do seu nome . Ele terminava por lhe imprimir um ar de austeridade monástica . Pronunciado , mesmo carinhosamente, já soava como uma ordem do general para o samango. Aquilo era epíteto pesado demais para uma pessoa só, devia ser carregado, não por ela, mas por toda uma escola filosófica, pensava consigo mesma. A opinião de Escolástica, no entanto, não era compartilhada por seus conhecidos. Havia um consenso entre todos os amigos : mais que um nome , aquilo tinha sido quase que uma premonição do velho Patápio Brandão Peixoto, o pai dela. Escolástica, desde nova, mostrara-se de uma determinação e um vigor impressionantes. Despachada, nunca levou desaforo para casa e jamais precisou de ajuda de quem quer que fosse para resolver suas questões. Menina, já detinha o título de terror da rua e os meninos tinham mais medo dela do que da palmatória dependurada no armador da sala. Cresceu com a mesma impulsividade da infância e levou para a adolescência e a vida adulta aquela independência invejável. Fez-se professora primária e os alunos temiam mais a mestra do que os pais.
Toda intrepidez já precoce de Escolástica fez com que os homens dela se afastassem, como o capeta de água benta. Quase não teve namorados e casou coroa, já engatilhando os últimos cartuchos da macaca. O marido , Serginaldo, era barbeiro e um barriga-branca convicto. Diante da esposa, era autorizado a pronunciar apenas algumas palavras básicas : Sim , senhora ! Já vou ! Apois tá certo ! Você é quem sabe ! O casal teve apenas um filho que , para manter a tradição, envergou o pomposo nome bíblico de Absalão. A escolha do nome do filho transparecia uma outra faceta da nossa professora: beata piedosa , fazia do debulhamento de terço e mergulho em pia de água benta seus esportes prediletos. As más línguas até comentavam que o motivo de Absalão ser filho único, vinha da necessidade de fornicação para fazer menino: Escolástica não podia aceitar um escandelo desse tamanho e deve ter ficado aguardando o Anjo Gabriel anunciador da segunda gravidez -- essa sim totalmente livre das impurezas do coito.
A regra da mão e a luva quebrou-se , totalmente, já na segunda geração do velho Patápio Peixoto. Absalão, rapidamente, fugiu à regra. Desde cedo apresentava uns trejeitos estranhos e, já adolescente, assumiu, totalmente sua sexualidade. Só duas pessoas não percebiam ou fingiam não perceber a sensibilidade aguçada e as roupas e adereços extravagantes do menino : os pais. Absalão, rápido, entendeu a barra que era, viver aquilo que a vida lhe escolheu, numa cidade pequena. Cedo, resolveu ir estudar na capital. Desde pequeno demonstrava grande sensibilidade musical e ainda pivete começou a tocar violão intuitivamente, arte que deve ter herdado dos Brandões.
Na capital, fez-se músico de formação e não demorou a ser conhecido em todo o estado por suas habilidades nas cordas da guitarra. Tinha uma grande legião de amigos mulheres, amigas homens e fãs das mais variadas orientações. Pessoas que não tinham qualquer receio em viver os sabores da vida conforme eles lhe haviam sido servidos à mesa. Com o nome na mídia, Absalão fez-se o orgulho da mãe que dava notícias da visibilidade do filho por onde passava. No fundo, aquilo era uma maneira, à Escolástica, de passar na cara a vitória do rebento, frente aos reiterados comentários maldosos e úmidos de preconceito dos vizinhos e amigos.
No fim do ano, Absalão ligou para a mãe informando que estava indo passar alguns dias com ela. E mais: ia levando a banda e um grupo de amigos. Quando o filho chegou, foi aquela alegria danada: como pinto em beneficiadora de arroz. À medida que o dia foi passando, no entanto a genitora de Absalão não tardou, pouco a pouco, a transformar-se em novamente em Escolástica. Torceu o nariz para os amigos do filho que usavam roupas esquisitas, mesmo sem perceber, com aquela cegueira de mãe, que os homens eram afeminados demais e as mulheres másculas usavam coturno. À noite, na hora de dormir, em casa pequena, uma Escolástica tradicional saltou de dentro da mãe do músico e ordenou:
--- Ei, pessoal ! Tudo bem que vocês estão aqui e nós estamos felizes com a visita, mas vou logo avisando: aqui não tem regras ! Não tem modernismo , não ! Nada de safadeza! As mulheres dormem num quarto e os homens no outro !
Mal percebera Escolástica que o mundo dera muitas voltas e que a sopa, derramando-se na tigela do tempo, caíra no mel. Enquanto se agasalhavam, par com par, os homens com homens e mulheres com mulheres, uma das meninas sussurrou para um Absalão já em plena lua de mel, no outro lado:
--- Absalão, Absalão ! Mas tua mãe é muito avançadinha, menino ! Benza-te Deus !

J. Flávio Vieira

O poeta

‎'O poeta, independentemente de educação, idade, sexo e preferências, permanece no seu coração como o herdeiro espiritual da humanidade dos primórdios. Explicações científicas sobre o mundo não o impressionam muito. Ele é um animista, um fetichista, que acredita nos poderes secretos adormecidos em todas as coisas, e está convencido de poder mexer com essas forças com a ajuda de um punhado de palav...ras bem escolhidas. O poeta pode até ter recebido um ou outro título com distinção e louvor, mas no momento em que se senta para escrever um poema, seu uniforme da escola racionalista começa a pinicar sob os braços. Ele se retorce, bufando, abre primeiro um botão, depois outro, até arrancar a roupa de uma vez, expondo-se diante de todo mundo como um selvagem que leva uma argola no nariz. Isso mesmo, um selvagem. Do que mais se pode chamar uma pessoa que fala em versos com os mortos e os não-nascidos, com as árvores, os pássaros, e até mesmo com abajures e pernas de mesa?' Da polonesa Wisława Szymborska, que partiu neste primeiro de fevereiro

ADEUS A WISLAWA SZYMBORSKA


 Há tempos eu queria fazer um poema a Wislawa Szymborska.
Agora ela morreu.
... Wislawa Szymborska morreu e eu não fiz o meu poema.
Fiquei sem graça.
Com cara de tacho.


Não sei por que não escrevi.
Certamente porque não ficaria à altura dela.
Mas eu tinha o poema todo na cabeça.
Eu iria falar de um gato.
Seria um gato comum, sem nenhuma particularidade especial.
Um dia ele subiria na mesa,
Se espreguiçaria como os gatos fazem,
Dormiria numa almofada, num canto da sala,
E Wislawa Szymborska diria: Isto é a poesia.


Não era preciso nada de extraordinário.
Ninguém veria que o gato tinha um olho verde e outro azul,
Que era branco com o rabo xadrez (ou rajado).
Era apenas um gato.


Hoje penso em Wislawa Szymborska subindo uma escada.
Falta pouco para chegar ao topo.
Falta tão pouco
Que, de repente, Wislawa Szymborska está no topo da escada.
Cheguei, diz.
E agora?
A morte é como um poema: você não sabe como,
Mas sabe que precisa escrever.
Depois de escrito, não é surpresa nenhuma.
A vida continua.
Com suas pedras no meio do caminho,
Alguma borboleta – a leveza da borboleta,
Algum gato – que pisa leve, muito leve,
Gente que reclama,
Gente que segue em frente.
A poesia não é um prato de sopa.
Se fosse, seria um prato de sopa de pedras.
Adeus, Wislawa Szymborska.


1-2-2012 - J. C. M. Brandão

Ai quem me dera – Tom Jobim / Marino Pinto

Ai quem me dera ser poeta
Pra cantar em seu louvor
Belas canções, lindos poemas,
Doces frases de amor
Infelizmente, como eu
Não aprendi o A-B-C
Eu faço sambas de ouvido pra você

Depois de muitas frases lapidares, eu percebi
Que as rimas que eu preciso,
Essas rimas esqueci
E que o verbo amar não se conjuga sem você
Eu faço sambas de ouvido pra você


um repente...- por socorro moreira




Eu já vivi por aí
já andei por muita estrada
do mar até o sertão
cruzei com gente encantada
cansei de arrumar a mala
voltei pro sertão do Crato.


Sou sertaneja, e me orgulho
embora eu goste do mar
mas o mar verde da flora
vejo do lado de cá
avisto a minha chapada
e tento me acomodar.




sertão tem a sua gloria
coisas boas de provar
cheiro de mato
açude,
a chuva que cai do ar
molha mangueira e caju
pois o sertão é um mar !


Mar de luar bonito
de gente singela, calejada
que passa o dia na roça
mas de noitinha ela dorme
com a cabeça no lugar.


Me despeço nesse verso
do povo do Cariri
quem quiser nos visitar
pode chegar e roer
um caroço de pequi !


PEDRO CAETANO- por Norma Hauer




Estou aqui para relembrar um grande compositor, que nasceu no dia primeiro de fevereiro de 1911.

Trata-se de PEDRO CAETANO , nascido no interior de São Paulo, em uma fazenda na cidade de Bananal, de uma família de 12 filhos

.
Ainda criança, perdeu seus 4 irmãos(homens) sendo criado ao lado de suas 7 irmãs. Estas, chegando à adolescência pediram aos pais que saíssem do interior e

procurassem uma cidade maior.



Assim sua família veio para Niterói, aqui no Rio de Janeiro.

Tendo aprendido as primeiras letras com sua mãe (professora) já aos 12 anos largou os estudos e foi trabalhar em uma loja de calçados e, nas horas de folga, brincava de cantar e fazer músicas, descobrindo sua verdadeira vocação: compor, embora se mantivesse no comércio de calçados, até o fim de sua vida. Essa loja funcionou em um sobrado da Rua Sete de Setembro, recebendo o nome de Casa Pedro.


Descobrindo sua principal vocação, passou a freqüentar as proximidades do Largo do Marananã onde travou conhecimento com um primo de Sílvio Caldas, que lhe facilitou o ingresso no meio dos bambas da música de então. Isso em 1934.
Sílvio não fez fé em seu primeiro samba ("Juramento Falso"). Como já havia uma música com esse nome (gravada por Orlando Silva) Pedro Caetano o mudou para "Foi Uma Pedra que Rolou", cantada, mas não gravada.
De qualquer forma,estavam abertas as portas que levaram Pedro Caetano ao sucesso.Sua música o fez conhecer Claudionor Cruz,que se tornou seu parceiro em inúmeras composições.
Em 1935 um samba de nome "Tocador de Violão" foi sua primeira gravação. Não aconteceu, mas Pedro, ao lado de Claudionor, não esmoreceu e, na voz de Orlando Silva conheceu seu primeiro sucesso:a valsa "Caprichos do Destino". Estourou!
A partir daí, foram muitos seus parceiros e as músicas foram desfilando.
Compôs , dentre outras, Nova Ilusão", "Sandália de Prata", "Botões de Laranjeira", "Duas Vidas", "Eu Brinco", "Disse Me Disse", "Onde Estão Os Tamborins?", "É Com Esse Que Eu Vou" - esta foi sucesso em uma novela das oito na Rede Globo e recentemente deu nome a uma peça teatral.
Com "Disse Me Disse", gravação original de Carlos Galhardo, aconteceu algo que o deixou muito aborrecido. Visitando Madri, uma cantora portuguesa cantou esse samba como se fosse de sua autoria e, algum tempo depois, vindo ao Brasil, atuou na Rádio Tupi, voltando a cantá-la.
Pedro apresentou-se como autor e a tal cantora simplesmente sumiu.
A morte de Pedro Caetano, no dia 27 de julho de 1991, foi trágica: atravessando, à noite, a Avenida Marechal Rondon, foi atropelado, ficando seu corpo durante três dias no IML, como indigente. Estava sem documentos.
Foi reconhecido por um amigo, que providenciou seu sepultamento.
E assim, mais um grande nome de nossa música partiu para a viagem sem volta.

Norma

Maravilhoso!


Gene Kelly



Eugene "Gene" Curran Kelly (Pittsburgh, 23 de agosto de 1912 — Beverly Hills, 2 de fevereiro de 1996) foi um dançarino, ator, cantor, diretor, produtor e coreógrafo norte-americano.

Iniciou bem cedo sua carreira na Broadway, com uma aparição no espetáculo "Leave It To Me", de Cole Porter, fazendo o papel de um esquimó, ao lado de Mary Martin.

Stan Getz



Stan Getz, de seu nome Stanley Gayetsky (Filadélfia, 2 de fevereiro de 1927 — Malibu, Califórnia, 6 de junho de 1991) foi um saxofonista norte-americano de jazz. Fez parcerias com João Gilberto e Antonio Carlos Jobim, tornando-se um dos principais responsáveis em difundir o movimento musical brasileiro conhecido como bossa nova pelo mundo.

Festa de Iemanjá



No ano de 1923 houve uma diminuição no pescado da vila de pescadores do Rio Vermelho. Tentando buscar ajuda na Mãe D'Água, Iemanjá, saíram a dois de fevereiro para ofertar presentes à deusa. Ano após ano os pescadores repetiram essa cerimônia. A princípio era feita em conjunto com a Paróquia do Rio Vermelho, devido ao sincretismo entre a rainha do mar e Nossa Senhora da Conceição. Nos anos 60 houve uma reação da Igreja Católica contra o culto pagão, fazendo com que a festa perdesse, oficialmente, a devoção à santa católica. A Igreja de Santana, localizada no mesmo local da festa, sempre mantem as portas fechadas no dia 2 de fevereiro. Hoje em dia as homenagens a essa orixá começam de madrugada, com devotos do candomblé, da umbanda e do catolicismo colocam as ofertas e bilhetes com pedidos em balaios que serão atirados ao mar. Esses balaios são levados por cerca de 300 embarcações, com o saveiro levando a oferenda dos pescadores sempre a frente do cortejo. Essa festa é comemorada somente por catolicos.As pessoas comemoram do mesmo jeito,mas tem gente que nunca ouviu falar da lenda da Iemanjá.


wikipédia