por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Chico Anísio - Por Norma Hauer


ELE TAMBÉM É COMPOSITOR
Ele nasceu em Maranguape, no dia 12 de abril de 1931, recebendo o nome de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, mas ficou conhecido com o nome que o revelou para a arte: CHICO ANÍSIO.
É humorista, ator, escritor, compositor e pintor brasileiro, notório por seus inúmeros programas humorísticos na Rede Globo, onde possui contrato até 2012.
Ao lado de Chacrinha, Chico é considerado um dos maiores nomes de todos os tempos da televisão brasileira.
Sua família veio para o Rio de Janeiro quando ele tinha seis anos de idade. Iniciou no rádio, na Rádio Guanabara, onde exerceu várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc.
Participou do programa Papel carbono de Renato Murce. Trabalhou, na década de 1950, nas rádios "Mayrink Veiga", "Clube de Pernambuco e Clube do Brasil.
Nas chanchadas da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.
Na televisão, sua estréia foi na TV Rio no programa “ Noite de Gala”
. Em 1959, estreou o programa Só Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, ou simplesmente Castro Barbosa, mais tarde denominado de Chico Total.
Uma de suas primeiras composições foi o “Hino ao Músico”, gravado por Chocolate, que imediatamente obteve grande sucesso.
Em 1965 no ano do 4° centenário do Rio de janeiro,uma música sua, em parceria com João Roberto Kelly fez grande sucesso na voz de Dalva de Oliveira:”O Rancho da Praça 1 1”.
Desde 1968, `tem contrato com a Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num "cast" que contava com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni.
Após a saída de Boni da Globo nos anos 90, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.

É irmão da também atriz Lupe Gigliotti, com quem já contracenou em vários trabalhos na televisão; do cineasta Zelito Viana; e do industrial, compositor e ex-produtor de rádio Elano de Paula. Também é tio do ator Marcos Palmeira
Alguns de seus filhos também são artistas.
Citar tudo que Chico Anísio fez na TV é estender demais este assunto, assim, cito apenas Chico City, seu primeiro trabalho na Rede Globo; Chico Anysio Show; “Escolinha do Professor Raymundo”; Chico e Amigos e Zorra Tiotal.
Chico também participou de várias novelas, sendo seu mais recente trabalho na novela “Caminho das Índias”.
Para terminar quero colocar aqui a letra daquela que é para mim sua mais bonita composição:” Rio Antigo”, gravação de Alcione

RIO ANTIGO
Quero um bate-papo na esquina
Eu quero o Rio antigo
Com crianças na calçada
Brincando sem perigo
Sem metrô e sem frescão
O ontem no amanhã
Eu que pego o bonde 12 de Ipanema
Pra ver o Oscarito e o Grande Otelo no cinema
Domingo no Rian
Me deixa eu querer mais, mais paz

Quero um pregão de garrafeiro
Zizinho no gramado
Eu quero um samba sincopado
taioba, bagageiro
E o desafinado que o Jobim sacou

Quero o programa de calouros
Com Ary Barroso
O Lamartine me ensinando
Um lá, lá, lá, lá, lá, gostoso
Quero o Café Nice
De onde o samba vem

Quero a Cinelândia estreando "E o Vento Levou"
Um velho samba do Ataulfo
Que ninguém jamais gravou
PRK 30 que valia 100
Como nos velhos tempos

Quero o carnaval com serpentinas
Eu quero a Copa Roca de Brasil e Argentina
Os Anjos do Inferno, 4 Ases e Um Coringa
Eu quero, eu quero porque é bom
É que pego no meu rádio uma novela
Depois eu vou à Lapa, faço um lanche no Capela
Mais tarde eu e ela, nos lados do Hotel Leblon

Quero um som de fossa da Dolores
Uma valsa do Orestes,zum-zum-zum dos Cafajestes
Um bife lá no Lamas

Cidade sem Aterro, como Deus criou
Quero o chá dançante lá no clube
Com Waldir Calmon
Trio de Ouro com a Dalva
Estrela Dalva do Brasil

Quero o Sérgio Porto
E o seu bom humor
Eu quero ver o show do Walter Pinto
Com mulheres mil
O Rio aceso em lampiões
E violões que quem não viu
Não pode entender
O que é paz e amor

Chico esteve recentemente muito doente, ficando vários dias na UTI, ligado a inúmeros aparelhos para sobreviver, mas está de volta a sua residência e, brevemente, a seu trabalho.
Completa hoje 80 anos.

Norma

A nossa identidade antropológica - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Os historiadores não são isentos de sua própria história. Nem o matemático ou o físico. E a própria história além de eventos vividos é também a narrativa (explicativa) das gerações que antecederam tais eventos. Por tal, como exemplo, o cearense acha que é um unidade narrativa, com seus mitos fundadores (mesmo que literário em Iracema) e toda a “odisséia” até os dias atuais. Todos acham assim?

Os Estados Nacionais, que se formaram de fragmentos díspares e contraditórios num passado não tão remoto assim têm a sua narrativa feita por mitos fundadores e pensam sua formação como uma unidade étnica e de origem comum. Isso já foi derrubado há muito tempo, mesmo um país que exagerou no tema como a Alemanha ariana, se descobre tão fluido em sua origem quase que igual a estes das Américas com etnias de todos os continentes.

Estamos o tempo todo tentando descobrir uma “identidade” como povo e a cada vez caímos no denominador comum da humanidade. Isso não foi sempre assim, uma religião poderia criar um senso de identidade, um território também, ou uma atividade produtiva ou cultural, mas tudo foi se transformando numa unidade planetária, ainda inconclusa, mas cada vez mais evidente nas comunicações e nas percepções de produtos e até mesmo do meio físico como o clima.

Esta questão da dissolução do antigo modo de enxergar fratias, procurar a ordem monárquica, o eixo divino, a linearidade da formação dos povos pode bem ser vista na análise do povo Judeu. Façamos um esforço de analisá-lo na perspectiva sionista que é a visão que melhor identifica a sua linearidade bíblica e que se manteve intacta por mais de dois mil anos. Qual a visão histórica dos judeus sob o ponto de vista do sionismo?

Segundo esta visão o povo judeu existe desde a entrega da Torá no monte Sinai e hoje são os descendentes diretos e exclusivos. Saíram do Egito com Moisés para a Terra Prometida, edificaram o reino de Davi e Salomão, que originou a Judéia e Israel. O judeu manteve-se o mesmo apesar dos dois exílios que experimentaram: depois da destruição do Primeiro Templo, no século VI a.C., e após o fim do Segundo Templo, em 70 d.C. Esta última diáspora durou 2 mil anos e eles se dispersaram pelo Iêmen, Marrocos, Espanha, Alemanha, Polônia e ao mais remoto da Rússia. No entanto eles preservaram os laços de sangue e mantiveram sua unicidade.

Enquanto isso a Palestina era a mesma Terra Prometida à espera do seu povo original. Ela pertencia aos judeus, e “não àquela minoria desprovida de história que chegou lá por acaso”. “Por isso, as guerras realizadas a partir de 1948 pelo povo errante para recuperar a posse de sua terra foram justas. A oposição da população local é que era criminosa”. (1)

Acontece que esta narrativa do povo judeu é um mito religioso, de uma religião que foi poderosa em muitos continentes antes mesmo do cristianismo ou do islamismo. Religiões que tinha a linearidade étnica como formulação divina, mas não como prática biológica, antropológica e até mesmo social. Como todas as religiões modernas tenderam para o denominador comum da humanidade, em muitos continentes, em muitos povos e muitas realidades sociais diferentes.

Os judeus modernos pertencem a origens sanguíneas diferentes, mesmo com práticas de consanguinidade em casamentos, seria impossível se manter a etnicidade semita em tão largo espaço do planeta e em tanto tempo. Os judeus da Europa central são europeus centrais, os ibéricos vieram com berberes e outros povos e assim por diante. Quando tentamos localizar as nossas origens familiares estamos falando de antepassados numa escala geométrica.

A verdade é que a humanidade que nos une cada vez mais será a nossa identidade, que continuará fluindo para outras formas de cultuar a identidade. Não sejamos infelizes por isso, mas ao contrário, muito mais ciente qual seja o nosso mundo.

(1) – trecho retirado do artigo “Como surgiu o povo Judeu” de Shlomo Sand, historiador da Universidade de Telavive.

De Nicodemos para Everardo Norões


Que café gostoso
que poema saboroso
sorvi as palavras
no calor da xícara
meu tetrabisavô
se arrepiou de saudade

salamaleikam! poeta!


terça-feira, 12 de abril de 2011

POEMAS DE ISOPOR: COISA COM COISA - por Ulisses Germano



UMA COISA É UMA COISA
OUTRA COISA é OUTRA coisa
PODE NÃO SER lá GRANDE COISA
NÃO DIZER COISA COM COISA
MAS QUANTO MAIS EU COiSIfico A COISA
MAIS EU fico COISIFICADO NA COISA EM SI
QUE COISA!

Ulisses Gemano
Crato, 12-4-11= 27 = 9



a palavra em teu verso
tem caligrafia própria:
ligação inevitável
entre a Timo e o cerebelo

belo!! belo!! belo!!

Simplesmente ótimo !!! Não sei quem escreveu, mas quem assina é o TREMA ...
É uma tremenda aula de criatividade e bom humor, por sinal, com acentuada inteligência. A consequência não poderia ser outra: uma agradável leitura...



Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disseram que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica s e passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema.


ANIVERSÁRIO DO MESTRE DIMARANGE JOSÉ MORAES - O DIDI MORAES



Amigo José Moraes
Que hoje aniversaria
Sabe que o tempo é voraz
E vive da própria cria
Quem toca um instrumento
Faz do presente um evento
Parceiro da hamonia!

Ulisses Germano
 


Escritura amorosa - socorro moreira


-3 x 4 do coração
-3/4 do coração
-Restou ¼ vazio
Descompletado
da presença antiga.

-1/4 triste
Que aprendeu a ser sozinho.

-Ele me pedira um 3 x 4
-Achei mínimo,
(entreguei-lhe 4 quartos)
Para revezar na eternidade
Sonhos incomuns.







O mais triste na meia idade
É perder a faculdade do encanto

Dizem que o coração não envelhece
Digo que ele se cansa

Escolhas imediatas
Preferem a solidão
Perdemos a curiosidade
de viver um novo amor

Os encantos antigos
No tempo cristalizado
Começam a ficar derretidos ...
-Escorrem no vão do infinito.


Simone de Beauvoir




Simone de Beauvoir (9 de janeiro de 1908 - 14 de abril de 1986), filósofa, ensaísta e escritora francesa.




A morte parece menos terrível quando se está cansado.
Simone de Beauvoir

O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade.
Simone de Beauvoir

Eu passava muito bem sem Deus e, se utilizava o seu nome, era para designar um vazio que tinha, a meus olhos, o clarão da plenitude.
Simone de Beauvoir


Por vezes a palavra representa um modo mais acertado de se calar do que o silêncio.
Simone de Beauvoir


O escritor original, enquanto não está morto, é sempre escandaloso.
Simone de Beauvoir


Não se pode escrever nada com indiferença.
Simone de Beauvoir

O homem sério é perigoso, pode transformar-se em tirano.
Simone de Beauvoir


Todas as vitórias ocultam uma abdicação.
Simone de Beauvoir

Viver é envelhecer, nada mais.
Simone de Beauvoir

O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.
Simone de Beauvoir

Em todas as lágrimas há uma esperança.
Simone de Beauvoir

AMANHÃ




PATATIVA DO ASSARÉ
ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA
ASSARÉ-CE = 1909-2002


Amanhã, ilusão doce e fagueira,
Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.

Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.

Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.

Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.

A cultura dos atentados - Emerson Monteiro

Qualquer órgão da mídia que pretenda sobreviver à velocidade dos trens velozes desta fase contemporânea há que divulgar, com ênfase, os desmandos e práticas perversas dos grupos terroristas espalhados pelo mundo, noutras praças, noutras regiões. Sensacionalismo corre solto e alimenta faixa extensa de telespectadores e leitores. Alguém que observe notará, todo dia, nos cantos perdidos de jornais presos nas bancas, as notícias iguais, agora pequenas, de onze, quinze, vinte, vinte e dois civis assassinados sem julgamento, com explosão de bombas em países de que nem ouvira falar até então. Além de toda previsão, talvez nas mesmas proporções em que a raça cresce, tristes grupos exercitam a tara de eliminar vidas, qual disseminando o terror para reduzir a fome, na visão doentia dos autores, falsos moralistas e dementes vingativos de todo gênero.
Disso conclusão pode tirar, na mania de racionalizar a que pessoas se acostumaram em frente das telas acesas. Quer participar dos destemperos e das indigestões cotidianas. Participar de qualquer modo. Participar, nem que pronunciando palavras de efeito retardado, tipo: - Horrível isto; ah, meu Deus, quanta barbárie; monstro à solta; vamos rezar; fazer um minuto de silêncio às vítimas; etc.
Espécie de passividade crônica invade a consciência e prende as atenções, num bloco frágil de dores e traumas, distância e impotência. Detrás disso, lá estão os velhos códigos da continuidade. Tanger adiante o rebanho, produzir para viver, ouvir e esquecer.
Os efeitos do comportamento nos quadrantes da grande humanidade geraram, pois, espécie de monstro coletivo nunca previsto nos manuais políticos. O poderoso mercado econômico, contudo, sobreviverá e retrabalha, grosso modo, seus materiais recolhidos nas fezes da besta sagrada que domina os esquadrões da morte e funcionam às escondidas, nas horas caladas dos aparelhos administrativos. O menor existiria em função do maior, o que virou a lei de prosseguimento da história, sem mais questionamentos. O indivíduo anônimo e o grande Estado que busquem conciliar seus interesses nos poucos lugares ao sol de prolongar a vida na face do Planeta através das conferências ecológicas.
Nessas trágicas e dolorosas explosões do inesperado, nos endereços lotéricos das ocasiões, seguem os elementos da discórdia e da concórdia, agarrados entre si, no romance do sadomasoquismo, vistas motivações das forças maiores. Por isso, nada de a quem reclamar pela sorte desses tempos cinzentos. Baixar a cabeça e supor que o vexame das notícias amargas diz respeito aos outros somente, noutros filmes afastados, montados em painéis estranhos, à margem das rodovias marcianas, longe das tintas fortes dos monitores a invadir as casas de porta com o sangue limpo do cordeiro pascal.

" Zé Nilton estou feliz
Ao ler seus versos rimados
É tão gostoso saber
Que o Maestro é lembrado
Agradeço o seu carinho
Vou guardar o seu recado."

( Aurelia Benicio )




SIDERAL - por Stela Siebra

ASCENDENTE LIBRA:
Oriente-se pela balança!
Busque o equilíbrio.

Orientar-se pela Balança de Libra significa acionar a tônica do equilíbrio, que se traduz em sempre pesar e medir cada ação e decisão. É natural para você que tem Ascendente Libra agir sempre com ponderação e equilíbrio. Lembre que a opinião e a vontade dos outros vão ser sempre levadas em consideração. Portanto, diversas alternativas serão analisadas e julgadas, antes de você tomar suas decisões.

Os relacionamentos são muito importantes na sua vida. Quando está sozinho, você se sente desorientado. É essencial para você o agrupamento, as associações, as parcerias, em suma, estar "casado". É igualmente natural o senso de justiça. É bom, portanto, se perguntar nos momentos de desorientação: "estou agindo de forma justa nessa situação ou com essa pessoa?"
Você sempre vai achar que está agindo adequada e corretamente. Porém, analise a questão de maneira mais apurada. Pense mais. É certo que você sempre procura agir com imparcialidade. Todavia, no desejo de legitimar o que considera justo e direito, e na busca do equilíbrio, você pode algumas vezes ser crítico demais ou indefinido demais.

Recorra, então, à sinalização do signo oposto ao seu Ascendente, que é Áries - definido como de ação enérgica, rápida e auto-afirmativa. Você precisa desses princípios para complementar-se.

Uma outra orientação é mudar de estratégia ou, ainda, verificar se não é o momento de encontrar o verdadeiro equilíbrio. Preocupe-se primeiro com a sua harmonia interna. Busque-a, contate-a e deixe que ela flua em direção às outras pessoas e aos ambientes. Assim, a partir da sua harmonia, você poderá conviver melhor com as tensões e hostilidades do mundo externo.

Por fim, acenda a estrela do seu Ascendente Libra buscando reger-se pelo seu idealismo estético, já que você aprecia tanto o que é belo, agradável e harmonioso.



No mapa astrológico o Ascendente é considerado o impulso de orientação, porque é o signo que está subindo no horizonte oriental no momento do nascimento. Por isso é ele quem inicia o percurso do Mapa astrológico pelas 12 Casas. É a ponta da Casa I, a casa da nossa identidade, aquela que mostra nossa fachada, nosso temperamento e comportamento. Daí a importância do Ascendente, porque o princípio desse signo é quem vai dar o horizonte de nossa vida, simbolizando nossa forma de expressão imediata e espontânea. O Ascendente é como nos mostramos como somos vistos, como inauguramos a vida.

Navegar-Por Rosemary Borges Xavier

A internet é uma teia alimentar
Tudo nela tem
Tudo ela dar
Cabe a nós saber aproveitar
Sem depredar
Vamos gente compartilhar
Pois ela veio para ficar

Um filme, uma música...


Bolo Chiffon




Ingredientes

135 g de farinha de trigo
4 g de fermento químico
35 g de amido de milho
110 g de gemas
80 g de açúcar
100 g de óleo de canola
100 g de suco de limão
40 g de água
raspas finas de 1 limão
330 g de claras
2 g de sal
1 g de cremor tártaro
120 g de açúcar

Preaqueça o forno a 180ºC e separe uma forma de bolo Chiffon de 24 cm bem limpa. Peneire a farinha de trigo, o fermento, o amido e reserve. Bata na batedeira as gemas com os 80 g de açúcar, até ficar branco e leve. Acrescente o óleo, aos poucos, até homogeneizar bem (esse processo é similar ao de fazer maionese). Adicione então o suco de limão, a água, as raspas de limão e misture. A seguir, coloque os ingredientes secos peneirados (de uma vez só) e bata por 1 minuto, parando aos 30 segundos para raspar as laterais. Em outra tigela da batedeira, bata as claras com o sal e o cremor tártaro até que comecem a montar e, só então, acrescente o restante do açúcar, aos poucos. Quando os picos estiverem ligeiramente firmes, pare de bater e comece a incorporar as claras à mistura de gemas. Deposite a massa na forma e puxe um pouco da mistura para as paredes. Leve ao forno preaquecido por cerca de 50 minutos. Retire do forno, encaixe a peça na forma e vire de cabeça para baixo. (passo-a-passo para desenformar o bolo)
A Forma
A forma especial desenhada para o Angel Cake e para o Bolo Chiffon é algo bem diferente do que estamos acostumados a utilizar. Porém, tem várias funções especiais, sem as quais não é possível desenvolver essas receitas. Não podemos untar as formas. Elas devem estar muito limpas e isentas de qualquer traço de gordura porque ambas receitas se utilizam das paredes da forma para se estabilizarem no forno. A massa adere à parede da forma criando uma espécie de degrau para a massa, que vem logo atrás.

O segundo motivo importante para usarmos essa forma é devido ao resfriamento do bolo. Se vocês observarem a foto, verão que a forma tem três pezinhos na sua borda e um suporte alto. Eles estão lá, porque o bolo é "sempre" resfriado de cabeça para baixo. Se ficar na posição normal, o seu próprio peso vai fazer com que o volume final diminua consideravelmente. Desta forma, os bolos são virados ao saírem do forno e permanecem assim por pelo menos uma hora. Se a forma estivesse untada, o bolo se desprenderia e cairia. O fundo é solto para podermos desenformar com facilidade.

Mais Dicas:
- Usar ovos em temperatura ambiente para que se consiga o maior volume possível na batedeira.
- Ovos gelados resultarão em uma massa com menos volume, consequentemente mais baixa e pesada. No caso de claras, a tigela da batedeira deve estar isenta de qualquer vestígio de gemas e/ou gordura, pois os lipídios prejudicam o desenvolvimento da albumina, diminuindo consideravelmente o volume final na neve
- Bater as claras com um pouquinho de açúcar apenas e bater ate dar ponto de neve firme, que não caia na batedeira.
- Bater a farinha para desenvolver o glúten  e dar a estrutura do bolo.
- O amido, diferentemente da farinha, não contém glúten; por isso dá estrutura à massa, sem contudo deixá-la muito dura
- Espalhar a massa na forma e subir pelas paredes da forma e pelo buraco central com uma espátula para que a massa cresça bem.
- 1g de gelatina equivale a 4g de agua
- Os melhores cremes de leite tem 35% de gordura. Eles montam melhor e ficam mais firmes.
- O óleo de canola é ideal para bolos que são muito delicados. Qualquer outro deixaria um sabor residual desagradável.

Marshmallow 

• Ingredientes
• 1 xicara chá de água
• 10 colheres sopa de frutose
• 3 claras
• 5 gotas de essencia de baunilha
1. Ferva a água e a frutose até engrossar e formar uma calda amarelada
2. Bata as claras em neve e adicione lentamente a calda quente, batendo sempre
3. Junte a essência de baunilha e misture até encorporar.

Recheio(Baba de Moça)


* Ingredientes
* - meia xícara (chá) de açúcar
* - 1 colher (sopa) de manteiga
* - 6 gemas
* - 1 lata de Leite Moça
* - 1 vez a mesma medida de leite de coco
* - 1 pedaço de casca de limão



* Modo de Preparo

1. Misture o açúcar com 3 colheres (sopa) de água e leve ao fogo baixo, sem mexer,até formar uma calda em ponto de pasta
2. Junte a manteiga e retire do fogo
3. Passe as gemas por uma peneira e junte-as à calda
4. Acrescente o Leite Moça, o leite de coco e a casca de limão
5. Mexa bem e leve
6. novamente ao fogo baixo, sem parar de mexer, com uma colher de pau até obter consistência cremosa


* Morei em Bela Vista(MS). Tínhamos uma boleira , acionada em todas as festas e comemorações. Maísa fazia a receita do bolo chiffon, cobria com marsmallow, e decorava com nozes e cerejas. Recheava com baba de moça. Nunca  experimentei nada igual.  Vale a pena ter uma balança por perto. 

Receitas pesquisadas na Internet, e experimentadas.

Olhares e beijos- por socorro moreira

Foto de Daniela Moreira


Lembro alguns olhares
(uns que arrancavam a alma
e atiçavam beijos)
Lembro- me ,
desde o primeiro !

Escondidos de todos ...
(temiam testemunhas)
- Os maiores beijos !

Sinto falta do beijo
não trocado
nunca repetido
nem afiançado

Pele tatuada
de dentes e cheiros
Pele esgarçada
do calor de beijos.

Eram leves,
insistentes,
e quase
enchuvarados ...
Eram elos do amor
na veia do a(feto)

CAFÉ- Por Everardo Norões




Desencarno arábias
de uma xícara morna
de café.
E um fio negro
me assedia a boca.

(Através da janela
o galho de pitanga
ostenta seu adorno
encarnado).

Viajo
pelo negror do pó:
Dar-El-Salam,
Bombaim,
Áden
(sem Nizan, sem Rimbaud):
as colinas ocres,
a poeira dos dias.

De onde vem o grão
dessa saudade?

Desentranho arábias
dessa xícara fria.
Enquanto aguardo o dia
que não chega.

Desacordo e sorvo
a sombra morna
do que sou
na borra
do café.

Entre as raízes e o olho do pé de macaúba - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Foi uma tarde destas dos tempos sem medição quando nos encaramos. Pedro Belém e este que vos narra. Entre nossos olhares corria um vão maior que muitos séculos. Na aparência nossas idades não tinham mais de 50 anos de diferença, mas nossas almas se distanciavam de modo descomunal: entre as raízes e o olho de um pé de macaúba. Pode não parecer muito, mas tente vencer esta distância subindo pelo tronco da fera espinhosa.

Pedro Belém não tinha imagens para recordar-lhe o que a mente resguardara. Nem fotos ou desenhos. Os mortos do seu tempo passado apenas estavam vivos na sua memória. E ele tinha somente os significados e significantes do seu discurso para dizer-nos como eram e o que eram para ele.

Não havia uma música de fundo a determinar-lhe a saudade e nem uma nota lânguida que acendesse alguma centelha de um momento qualquer de sua vida acontecida. A música era recordada como festa, como evento, seja nos terreiros ou embaixo das latadas nas danças de volteio.

Por certo que nos olhos de Pedro Belém ressurgiam as imagens das paisagens que se reconheciam como algo de então, mas para isso havia uma distância para as pernas já ocupadas pelo trabalho diário. Quando coincidia, Pedro parava com seu olhar amoroso, cuidadoso daqueles momentos ali vividos e a paisagem, ou pé de bogari, ou a ribeira do rio se tornavam o momento eterno daquele homem da distância secular.

O gosto de Pedro bem lhe dizia do conforto do sabor conhecido. Daquela papa de Carimã das noites de inverno, quando se encostava no ombro da mãe para se aquecer em tudo que a proteção tem de calor para embainhar o corte do frio. Nunca mais, na sua solidão de solteirão, bebera uma gemada quente justamente quando a fraqueza do resfriado mais aberta deixava as portas das terminações a partir de onde mais nada havia.

Pedro Belém contava com bem pouco das lembranças dos sentidos para ditar-lhes os acontecidos que lhe dão espírito de povo. Só e quando a natureza espontâneamente ou por uma coincidência de suas obrigações lhes punha à mostra destes eventos sensitivos que tão bem ligam o presente e o passado. Em compensação, Pedro só contava com ele mesmo para dizer quem era, quem foi e pretendia ser.

Muito diferente do que é lá no olho da macaúba. Com seus momentos marcantes, um filme para lembrar aquele instante, um perfume artificial para despertar amores e lembranças sensoriais, uma música para despertar as lembranças de alguém, uma imagem em movimento para capturar uma síntese de pensamento. Pedro Belém e eu nos encaramos com um vão de séculos, não dos séculos um a um, cada cem anos que passou, mas uma espécie de aberração secular, que em pouco menos da metade deu um salto como se virasse a página inteira para outra era.

E os espinhos não me deixam descer até as raízes da macaúba.

Por José do Vale Pinheiro Feitosa

Nota de Ulisses Germano




A história da xilogravura do nordeste brasileiro passa por Walderedo Gonçalves. A memória curta e tacanha não consegue alcançar a grandeza da beleza de sua forma íntima de xilogravar. Repito para os desavisados: "A história da xilogravura Nordestina passa inevitavelmente por Walderedo Gonçalves". Não aceita? Pergunte para o Stênio de Diniz, ou mesmo para os xilogravuristas como Carlos Henrique ou Maecio! Eles são sabedores da escola formadora da xilo em nossa região: -Dê-me uma caixa de fósforo e alguns palitos, e eu abrirei as portas e os cofres do paraíso!


Ulisses Germano


DE REPENTE UMA LUZ

Transfiguração - Portinari - Igreja Matriz São Bom Jesus da Cana Verde - Batatais, SP



DE REPENTE UMA LUZ

Estou só no centro da cidade.
De repente uma luz me cega.
É dia nas casas dos homens.


COTA

Estendo a minha mão
à porta da casa dos homens.
Também quero minha cota
de pão e solidão.


ÀS VEZES NÃO ME BASTA A MORTE

Às vezes não me basta a morte.
Não me basta saber um pedaço de terra
definitivamente meu.

Às vezes não me basta o azul.
Estou de tal modo vivo
que o meu corpo não me contém.

Às vezes não me bastam os olhos.
Não me bastam os pulmões.
Não me basta um poema.

As palavras explodem no meu peito.
A terra explode nos meus olhos.
Sou apenas uma forma luminosa.


AMÉM

Sou filho da dor
e caminho orgulhoso
de meus irmãos.



segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quem gosta de seresta ? - Por Socorro Moreira


Fico procurando um cantinho para ouvir música ao vivo, na região do Cariri.
A gente acaba desistindo... Foram-se os nossos seresteiros !
Mas , um grupo ainda resiste, num espaço criado pela necessidade de tocar e cantar, um repertório de todos os tempos.Aquele que já não toca, nem nas nossas rádios.Aquele que os jovens não conhecem, e já não sabem cantar.Todo domingo eu me prometo dar uma voltinha por lá... Acabo envolvida com outros compromissos, mas isso só fortalece a minha vontade. Prometo-me !
Ulisses noticia com entusiasmo, eu escuto comovida : deve ser demais! Devo conhecer a maioria. Sou da roda com prazer e orgulho.
Queria tanto que estes valores fossem mais respeitados...!
Nasci e me criei na casa de um boêmio: meu pai!

Chorinho na garagem

Nas praças, bares ,calçadas
Era fácil encontra-los
Um regional cratense
Faz parte da nossa  história.

Música não tem idade
Se for boa a gente gosta
E na roda aprendi
Lindas canções de outrora.

Agora fiquei sabendo
Que os músicos continuam...
Revivem todas os sambas,
Tocam choro, cantam valsas

Esse Crato que se esconde
Precisa ser devolvido
- Meu coração sabe disso
-A música sempre me encanta!


Música de seresta !


Crato – CE – Oficina reúne seresteiros


Por Crato Notícias


Antônio Vicelmo

Dizem que ser cratense é, sobretudo, um estado de espírito. O Crato consegue ser culta, debochada, carrancuda, moderna e boêmia. Esta mistura de hábitos e costumes faz da “Princesa do Cariri” uma cidade diferente, com comerciantes que ainda fecham seus estabelecimentos para o almoço, seguido de uma sesta. Existe até um ditado que diz: “Só no Crato”! Em uma alusão às coisas inusitadas que acontecem nesta cidade, fundada pelo frade italiano Carlos Maria de Ferrari.

A Rua Pedro II, que muitos teimam em manter o antigo nome de “rua da Pedra Lavrada”, é um exemplo desse comportamento fora do comum dos seus moradores. Ali, todo final de semana, uma oficina mecânica se transforma num ponto de encontro de seresteiros, notívagos, trovadores do amor que se reúnem para lembrar os velhos tempos, quando a seresta era feita no meio da rua.

A luz elétrica, a violência e a necessidade de acordar cedo para o trabalho expulsaram os seresteiros da noite. Mas o romantismo não chegou ao fim. “Enquanto houver um violão e um boêmio apaixonado, a seresta sobreviverá a esta avalanche de progresso que invade as cidades do interior”, garante o violonista Eliezer Pinheiro, um dos integrantes deste grupo de remanescentes que, todo final de semana, enche a velha oficina de melodias.

Ponto de Encontro

De repetente, o barulho das máquinas é substituído pelo som plangente de violões, pandeiros e cavaquinho. A voz possante dos seresteiros ecoa na rua Pedro II, mostrando o jeito apaixonado e poético, de sentir, e viver a vida do cratense. O proprietário da oficina, Francisco Geraldo Barreto, conhecido por “Pixa”, justifica que, além da magia da música, a seresta tem também o objetivo de reunir velhos amigos.

A voz romântica de Francisco Peixoto, que marcou as gerações dos anos 60, emociona os corações apaixonados que viveram aquela época. O violão de Flaviano Callou desperta emoções e sentimentos que estavam reprimidos ou sufocados por esta enxurrada de músicas modernas que, segundo os seresteiros, não tem história. A sinfonia cratense é complementada pelo som do cavaquinho de Vicente Lobão, um deficiente visual, que faz da música uma forma de enxergar o mundo.

Outro ponto de encontro dos seresteiros é a oficina mecânica de José Francisco Mauricio, conhecido por “Prego”, localizada à Rua Cursino Belém. A velha oficina, ocupada por tornos mecânicos, se transforma no relicário de músicas antigas na voz do ex-goleiro da seleção cratense de futebol “Luiz Pé-de-pato”, um dos mais requisitados seresteiros da cidade.

Em cada canção, uma saudade, uma história de amor que marcou a vida de uma geração que cresceu ouvindo Vicente Celestino, Orlando Silva, Augusto Calheiros, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, dentre outros que enterneceram a alma lírica dos poetas que, através de retrovisor do tempo, iluminam a estrada do passado.

A música, segundo o seresteiro Gilberto Teles, não é só associação de sons e palavras, mas um rico instrumento que pode fazer a diferença, pois desperta o indivíduo para um mundo prazeroso e satisfatório para a mente e para o corpo que facilita a aprendizagem e também a socialização. Gilberto Teles, lembra que a música é uma das mais antigas e valiosas formas de expressão da humanidade e está sempre presente na vida das pessoas, em todas as idades.

Fonte: Diário do Nordeste

Feliz Aniversário, João do Crato!

Nosso abraço, grande figura !

João do Crato é de fato
Um ser mais que autenticado
Na cidade ou no mato
Ele deixa o seu recado
Espontâneo como a brisa
De um soar que improvisa
Na voz de um João amado!

Ulisses Germano

CHORINHO NA GARAGEM - visão de Ulisses Germano



Chorinho na Garagem

Aos domingos tem chorinho
Na cidade lá do Crato
O ensaio é na garagem
Samba de roda no prato
O pandeiro e o cavaquinho
Bate a porta do vizinho
Pra mostrar todo o aparato

Que de fato só tem bamba
Da velha guarda sofrida
Junta gente pra caramba
Tem voz pura e aguerrida
Waldir Azevedo e Canhoto
Formam um som mais que maroto
Deixando exposta a ferida

E a querida dos solistas
Lança olhares de soslaios
Desprezando os sambistas
Vai soltando os seus raios
E zombando da mentira
Sai rompendo nossa  lira
Rebolando os balaios

E a garagem toda em festa
Junta a porca e o parafuso
Que apertandinho atesta
O acorde puro e difuso
Do violão ponteado
Na baixaria marcado
Pela voz de um tal Caruso

Não abuso do elogio
A seresta mora lá!
Todos falam da orgia
Que já foi e ainda está
No presente que alimenta
A saudade que sustenta
Uma lembrança invulgar

Ulisses Germano
Crato, 11/04/2011



P.S. Todos os domingos na Rua Pedro II no Crato um grupo de chorões da mais alta qualidade se juntam numa garagem ampla para tocar por puro prazer. Eles são pérolas de autenticidade, músicos do mais alto quilate! Escrevi estes versos como demonstração de carinho e gratidão, dos momentos de contentamento que eles me proporcionam fazendo sumir dos domingos sombrios as vozes nauseabundas de um Faustão ou de um Baú cheio de tediosidades.  Ulicis


WALDEREDO GONÇALVES


WALDEREDO GONÇALVES ilustrou inúmeros cordéis, revistas e jornais. Durante muito tempo, foi o único xilógrafo da região (Foto Antônio Vicelmo).

Crato (Sucursal) — O Festival Folclórico do Cariri foi aberto ontem com uma notícia triste. Morreu o Mestre da Cultura Popular, Walderedo Gonçalves, 85 anos de idade. Na abertura do Festival, os coordenadores prestaram uma homenagem a Walderedo, apontado como um dos maiores nomes da xilogravura nacional, que já fez inclusive exposições internacionais. O enterro de Walderedo será realizado hoje com a presença dos grupos folclóricos que ele retratou em xilogravuras.

Menino pobre, mas de tradicional família do Crato, parente do ex-senador e ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Wilson Gonçalves, Walderedo Gonçalves foi um autodidata que se tornou conhecido em todo o Brasil e no exterior graças a sua arte e inteligência. Filho de um carpinteiro e uma artesã, Walderedo dizia que nunca teve infância. Trabalhou desde menino, ajudando o pai e a mãe. Na escola, foi discriminado e expulso porque desenhou uma mulher nua. Saiu da escola para vender jogo do bicho, uma atividade clandestina. Mesmo assim, não perdeu o gosto pelos estudos. Revoltado com a expulsão, Walderedo estudou sem ajuda de professores. Leu os clássicos da literatura portuguesa. Seu sonho era ser inventor. Mas faltaram recursos, conforme lamentava.

Trabalhou como “guarda da peste”, quando teve oportunidade de percorrer “meio mundo” nos Estados do Ceará e Piauí. Walderedo lembra que, enquanto trabalhava, lia romances e cordéis. Tinha uma coleção de cordéis que ele costumava ler para os “matutos de Interior” que, segundo afirmava, gostavam muito desse tipo de literatura. Com isso, ele conseguiu hospedagem grátis.

O casamento com 20 anos de idade o obrigou a trabalhar numa tipografia. Uma de suas especialidades era fazer xilogravura em madeira para os jornais, em substituição aos clichês de zinco. Durante muito tempo foi o único xilógrafo da região. Ilustrou inúmeros cordéis, revistas e jornais . A arte, entretanto, o levou a prisão, sob suspeita de ter colaborado, com sua habilidade, para uma ação ilícita. Em entrevista ao professor Jurandy Timóteo Walderedo disse, com mágoa, que foi seqüestrado pela Polícia Federal.

“Foi uma vida marcada por sofrimento e alegrias”, disse Walderedo, acrescentando que o seu valor artística só foi reconhecido depois de velho, quando o governo do Estado, através da Secretaria de Cultura, o indicou como Mestre da Cultura Popular. O jornalista Huberto Cabral lembra que Walderedo não aceitou um convite feito pelo ex-reitor Antônio Martins Filho para participação de uma exposição de xilogravuras na França.

Irreverente, boêmio mas, sobretudo, inteligente, ele era também um abridor de cofres de segurança. Certa vez, foi convidado para abrir um cofre de um rico comerciante de Juazeiro. Abriu o cofre em menos de um minuto. Ao cobrar uma determinada quantia, o comerciante achou que era uma exploração para um trabalho tão rápido. Walderedo não mediu conversa, fechou o cofre e voltou para o Crato, sem ensinar o segredo. O proprietário teve que arrombar o cofre.

Na entrevista a Jurandy Timóteo, Walderedo confessou que sua história de vida é de um homem comum. “Eu vivo por viver. Pra mim, tanto faz viver como morrer, tudo é a mesma coisa. Já vivi muito e já fiz de tudo”, disse resignado.

"Diário do Nordeste", 17-8-2005 - http://diariodonordeste.globo.com/

*Figura da nossa cultura, lembrada pelo escritor Everardo Norões.

Rocambole de Batata




ingredientes
Massa

* 1/2 kg de batata
* 1 xícara de leite
* 3 ovos
* 4 colheres de farinha de trigo
* 1 colher de manteiga


Recheio

* O de sua preferência: frango, palmito, carne moída, presunto e queijo, camarão ou verduras refogadas.


modo de preparo

Descaque as batatas e depois de cozinhar em água e sal, esmague e passe pela peneira. Junte a manteiga, o leite morno, a farinha aos pouquinhos e misturando bem. Depois acresecente os ovos. Bata muito bem até conseguir uma massa lisa e uniforme.

Despeje numa assadeira untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo.

Alise, polvilhe com um pouquinho de farinha de rosca e leve ao forno cerca de 15 minutos. Deixe esfriar um pouco e quando ainda quente vire a massa sobre um guardanapo polvilhado com farinha de rosca.

Espalhe o recheio e enrole com cuidado, aperte com o guardanapo e depois de alguns minutos desembrulhe. Salpique com pedacinhos de manteiga e passe outra vez pelo forno por cerca de 5 minutos.

Rocambole de chocolate




Foto: Ormuzd Alves
Preparo: Médio (de 30 a 45 minutos)
Rendimento: 12 porções
Dificuldade: Médio
Categoria: Bolo
Calorias: 337 por porção
Ingredientes


Massa:
. 4 ovos
. 120g de açúcar
. 120g de farinha de trigo
. Açúcar de confeiteiro.

Recheio:
. 500g de chocolate ao leite picado
. 1/2 lata de creme de leite sem soro
Modo de preparo

1. Separe a clara da gema. Bata as claras em neve e reserve.

2. Bata as gemas com o açúcar até forma um creme claro e espumante.

3. Junte a farinha e incorpore um terço das claras em neve misturando bem.

4. Junte o restante das claras e misture delicadamente com movimentos de baixo para cima.

5. Coloque em uma fôrma de 20 cm X 30 cm, forrada com papel manteiga. Asse no forno pré-aquecido a 180ºC por 15 minutos.

6. Desenforme ainda quente sobre um pano de prato polvilhado com açúcar de confeiteiro. Enrole como um rocambole e deixe alguns minutos antes de desenrolar.

7. Prepare o recheio: derreta o chocolate em banho-maria e misture o creme de leite. Coloque na geladeira e quando começar a endurecer, bata na batedeira até ficar cremoso.

8. Abra o rocambole, recheie com a metade do creme e enrole novamente. Cubra com o restante do creme.

MDEMULHER

O Livro : No Azul Sonhado

Coletânea em prosa e verso de diversos autores.
Convidamos todos. Infelizmente, o prazo para entrega do material, mesmo elastecido , expirou.

Concluímos primeira, segunda e terceira revisão.
Diagramação e capa, em vias de conclusão( até final de abril)
Edição
Revisão gráfica;
Impressão;
Lançamento.-17.07.2011




Relação de autores:
1.Aloísio Paulo dos Santos
2.Francisco de Assis Lima
3.Bernardo Melgaço
4.Carlos Eduardo  Esmeraldo
5.José Wilton Soares da Silva (Wilton Dedê)
6.Domingos Barroso
7.Edmar Cordeiro Lima
8.Francisco das Chagas
9.Geraldo Ananias Pinheiro
10.Geraldo Urano
11.Isabela Pinheiro
12.José Flávio Vieira
13.João Marni Figueiredo
14.João Nicodemos de Araújo Neto
15.Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes
16.Emerson Monteiro Lacerda
17.José Carlos  Mendes Brandão
18.José Nilton Mariano Saraiva
19.Lana Mara Thiers
20.Liduína Belchior Vilar
21.Luís Eduardo da Silva
22.José do Vale Pinheiro Feitosa
23.Lupeu Lacerda
24.Magali de Figueiredo Esmeraldo
25.Manoel Severo Gurgel Barbosa
26.Marcos Barreto de Melo
27.Marcos Vinícius Leonel
28.Maria Tereza Barreto Peretti (Tetê Barreto)
29.Nilo Sérgio  Duarte Monteiro
30.Pachelly Jamacaru
31.Abidoral Jamacaru
32.Roberto Jamacaru
33.Pedro Pinheiro Esmeraldo
34.Rejane Gonçalves
35.Rosa Maria  Guerrera Pimentel
36.Luiz Pereira
37.Stela Siebra Brito
38.Tiago Araripe
39.Ulisses Germano Leite Rolim
40.Vera Barbosa
41.Maria da Conceição  Rusciolelli Paiva (Corujinha Baiana)
42.Everardo Norões
43.Cristina Diogo
44.Telma de Figueiredo  Brilhante
45.Socorro Moreira


Diagramação: Luiz Pereira
Prefácio: José Flávio Vieira
Orelha: José do Vale Feitosa
Dedicatória: por Tiago Araripe ( homenageados: J. de Figueiredo Filho e Patativa do Assaré)
Foto da capa: Pachelly Jamacaru
Revisores: Stela Siebra e Luís Eduardo
Edição: catadoradeversos.blogspot.com – “No Azul Sonhado”


Tiragem: 500 exemplares


225- (cinco p/autor)
25- P/divulgação
250- será colocado à disposição dos autores (quota extra) pelo preço mínimo de 12,00.
O livro será vendido a 20,00( vendas não antecipadas)


*Alguns autores já fizeram suas reservas.Ainda dispomos de 200 livros.
E-mail: sauska_8@hotmail.com




O velho tema : SAUDADE ! - por Rosa Guerrera




"As vezes a saudade é tão grande que a gente não sente mais. A gente é saudade.”


Li essa frase não lembro onde , e lamento não saber também o autor , mas na verdade é de tamanha profundidade que tentar analisa-la me parece difícil.
Quando a gente se transforma , se reveste na própria saudade , como sermos julgados ?
Incapacitados de fugirmos ao passado ? Conhecedores realmente da verdadeira felicidade ? masoquistas ? ou eternos sentimentais deitados na esperança ?
A impressão que eu tenho é de que por mais que tentemos nos esforçar , vivemos sempre acompanhados desse sentimento. Temos saudades da nossa infância , das cantigas de roda, da escola onde aprendemos o ABC, da pureza do nosso primeiro beijo, de músicas que marcaram momentos alegres, de palavras que ficaram nos nossos ouvidos , de preococes despedidas, enfim : de todas as folhas caídas da árvore da nossa existência .
Muitas vezes sentimos até saudades de coisas que nunca fizemos !
Lembro agora uma velha marchinha de carnaval que diz : “ Saudade , palavra imensa/tristeza intensa /que me faz penar / Saudade só tu bem sabes /o bem que fazes ao meu penar .....’ E deve ser exatamente nesses momentos que a gente não consegue ver a saudade como aquela faca cujo gume estraçalha o nosso coração , mas como algo que foi participante do nosso encontro com a felicidade , e é exatamente como escreveu um dia o grande Fernando Pessoa : "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem”.
E se hoje , já não possuímos nem podemos mais apalpar o que foi vivido , que fiquem as lembranças, mas sobremodo que fique dentro de nós a certeza de que conhecemos um dia bem de pertinho a felicidade., mesmo que por momentos a gente sinta mesmo que está totalmente vestida em forma de saudade.
 por rosa guerrera

Poster - Idade- Por Socorro Moreira




Estou ficando desabitada
Meu coração é um Planeta
Sinalizado de lembranças...
Encraterado de lua
Que se esconde

Invisibilizada
Corro em mundos paralelos
Eu e o meu "alter ego" !

Chego na beira da insignificância
E provo uma verdade
Que parece quente
- A ilusão  friamente
Escapa dos meus sonhos...
Fica em tela
Num pisca-pisca constante.


Não espero o que chega.
Comemoro o vazio
Que se alastra ...
Depois , o pleno !


Enrolada em pensamentos
Busco a luz  nas entrelinhas
Encontro a trilha dos teus passos...

Em sonho  ou em qualquer plano
Um puro encontro 
Mas é displicente
O tempo que não marca !