por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

CORRUPÇÃO X CAIXA 02 (A VERGONHOSA COOPTAÇÃO DE SÉRGIO MORO) - José Nilton Mariano Saraiva


Para explicar a repentina metamorfose experimentada pelo ex-juiz Sérgio Moro, hoje Ministro da Justiça, nada como uma velha e surrada expressão: “na prática a teoria é outra”.

Aos fatos.
Em abril de 2017 (portanto a menos de dois anos), em palestra proferida para estudantes brasileiros na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o então todo poderoso e midiático juiz federal Sérgio Moro foi categórico e incisivo: "CAIXA 02 NAS ELEIÇÕES É TRAPAÇA, É UM CRIME CONTRA A DEMOCRACIA. Me causa espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. PARA MIM A CORRUPÇÃO PARA FINANCIAMENTO DE CAMPANHA É PIOR QUE PARA O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. Se eu peguei essa propina e coloquei em uma conta na Suíça, isso é um crime, mas esse dinheiro está lá, não está mais fazendo mal a ninguém naquele momento. Agora, se eu utilizo para ganhar uma eleição, para trapacear uma eleição, isso para mim é terrível", concluiu.
Vida que segue, em 2018, em plena campanha eleitoral para a Presidência da República, o juiz Sérgio Moro começa a ser cooptado progressivamente pela nefasta classe política quando, convidado pelo candidato Jair Bolsonaro a participar do seu governo, na perspectiva de que saia vitorioso, de pronto aceita.
A razão do convite ??? Retribuição por ter impedido o favorito do pleito (Lula da Silva) de concorrer, condenando-o e prendendo-o (mesmo sem nenhuma prova) abrindo o caminho para Bolsonaro.
Empossado Ministro da Justiça (depois de renunciar ao cargo vitalício de Juiz Federal, que não é pouca coisa), o agora ex-juiz continua a derrapar feio e a constatar que “na prática a teoria é outra”; é que o principal ministro do senhor Bolsonaro, e agora seu colega de ministério Ônix Lorenzoni, não só confirma aos jornalistas que recebeu caixa 2 (e em duas oportunidades) como apresenta ao próprio um simplório pedido de desculpas; que Sérgio Moro,  cândida e pateticamente aceita e perdoa, sob o mambembe argumento que ele (Ônix) houvera “se arrependido e lhe pedido desculpas”. Simples assim.
Eis que hoje, ao apresentar na Câmara Federal seu badalado projeto de combate sem tréguas à corrupção, Sérgio Moro finalmente “bateu de frente” com os mafiosos políticos que lá habitam (quase todos respondendo processos) e, esquecendo suas convicções e achismos, sucumbiu humilhantemente ao revelar que a criminalização do Caixa 2 não é um crime tão grave assim e, portanto, apresentará um projeto separadamente, sobre.
Como o que não falta é ladrão e corrupto no governo Bolsonaro e entorno, a dúvida é se um simples pedido de “desculpas” (individual ou coletivo ???) será suficiente para ser perdoado por Moro, ou mesmo se esse tal projeto será algum dia votado pelos mafiosos.
Resumo: ou Sérgio Moro mostra que é inflexível em suas convicções e achismos, ou se deixa cooptar de vez, se acovarda e “esquece” rapidinho e mesmo que momentaneamente a abissal diferença entre corrupção e caixa 2, por ele explicitada categoricamente aos alunos de Harvard, menos de dois anos atrás (afinal, mesmo sem que haja logrado aprovação no exame da OAB, sua vaga no tal Supremo Tribunal Federal já está garantida em razão dos “relevantes serviços prestados”: colocar a corrupta família Bolsonaro no poder). 



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