por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O “FUÁ” TÁ ARMADO – José Nílton Mariano Saraiva

Como previsível, os mafiosos políticos com assento no Senado Federal resolveram trazer de volta à ribalta o colega Aécio Neves, que houvera sido afastado das suas funções naquela casa pela 1ª turma do Supremo Tribunal Federal, em razão de ter solicitado e recebido de um empresário bandido uma superlativa propina (“desprezíveis” R$ 2.000.000,00).

Como se sabe, a própria Constituição Federal determina que, em razão de gozar do tal “foro privilegiado” (verdadeira excrescência jurídica brasileira), não só o vagabundo Senador mineiro, do PSDB, mas todos os políticos abrigados sob o “frondoso” guarda-chuva do Congresso Nacional devem ser julgados obrigatoriamente pelo pleno do STF.

No entanto, covardes e medrosos como o são (e mostraram isso quando do processo de impeachment da ex-Presidenta Dilma Rousseff, ao se negaram a apreciar o “mérito” da questão, adstringindo-se ao “rito”), os integrantes daquela corte tomaram a estapafúrdia decisão de transferir/delegar aos integrantes do Senado Federal o “poder jurídico” de decidir sobre o destino do colega (ou seja, reverter a decisão do próprio STF). E assim, ao colocarem a raposa dentro do galinheiro, abdicaram de um preceito constitucional que lhes era garantido, ferindo de morte a nossa Carta Maior.

Se tal atitude serve para firmar “jurisprudência” sobre (mafiosos julgarem mafiosos), não há como confirmar, mas o certo é que já existe uma movimentação da defesa de outros “políticos bandidos” no sentido de reivindicar isonomia de tratamento para os seus clientes (o tal do Eduardo Cunha já cogita de ter seu julgamento revisto, não pelo Supremo Tribunal Federal, mas, sim, pela Câmara Federal). Portanto, não duvidem que dentro em breve tal ocorra e “Sua Excelência” saia da prisão rindo da cara de todos nós.

O “fuá” tá armado. No que vai dar ninguém sabe. O que se sabe é que a cada dia o brasileiro mais descrê do Poder Judiciário, face às heterodoxas e suspeitas decisões daquele que deveria ser o “guardião” da Constituição Federal, o STF.

Onde, aliás, um dos seus membros – Gilmar Mendes - bate e assopra, faz e desfaz, casa e batiza sem que os demais integrantes se insurjam ou se contraponham. Ainda agora, por exemplo, se noticia que durante o período em que esteve afastado do Senado o mafioso mineiro Aécio Neves trocou mais de 30 mensagens eletrônicas com o dito-cujo, num tempo relativamente curto. Do que trataram, não se sabe (convém lembrar, entretanto, que meses atrás foi gravado um telefonema onde o Senador pede ao Ministro que ligue para um outro parlamentar a fim de convencê-lo a votar a seu favor numa matéria de interesse próprio, no que foi prontamente atendido, com a posterior reversão do voto do dito cujo).

Fato é que, depois de tudo o que armou e fez, o político mineiro voltou ao Senado sorridente e loquaz, jurando inocência (o que o povo brasileiro viu na TV, em horário nobre, não aconteceu, foi só uma “ilusão coletiva”). É ou não total falta de escrúpulo ???

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Post Scriptum:

Quando a política penetra no recinto dos Tribunais, a Justiça se retira por alguma porta” (François Pierre Guillaume Guizot – 1787-1874).

Países cujas Constituições permitem que os políticos tenham foro privilegiado e que os próprios políticos nomeiem os juízes dessa mesma Corte, são pocilgas, hospícios legalizados em forma de nações” (José Márcio Castro Alves).

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