por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 30 de junho de 2015

"CAVALO PARAGUAIO" - José Nilton Mariano Saraiva

Teoricamente, os brasileiros se acostumaram a tratar pejorativamente os paraguaios, em razão, principalmente, da existência de uma zona franca de livre comércio numa cidadezinha paraguaia (Cidad Del Este) vizinha à nossa Foz do Iguaçu, onde os produtos comercializados são de procedência duvidosa (falsificados), daí o preço pra lá de convidativo.                                                                                     
Mais tarde e por via oblíqua, e já na base da gozação, nas competições de “turfe” realizadas no Rio de Janeiro, quando o animal teoricamente tido como favorito fracassava, de pronto recebia a alcunha de “cavalo paraguaio”, a fim de expressar o NÃO SER verdadeiro, ou o SER de qualidade duvidosa, falso.

Posteriormente, citada expressão difundiu-se por outros segmentos do cotidiano tupiniquim, dentre os quais o futebol. Assim, quando um determinado time inicia uma competição com todo o gás e, paulatinamente, começa a “descer a ladeira” rumo à rabeira, convencionou-se tratar-se de um “cavalo paraguaio”.
                                                               
A reflexão procura mostrar que a nossa seleção de futebol não mais que de repente resolveu incorporar o “espírito da coisa”. Tornamo-nos, sim senhores, um “cavalo paraguaio”, apesar de alguns experts relutarem em admitir. Tanto é verdade que, no decorrer da recente partida de futebol em que a seleção paraguaia “genérica” (a nossa) findou por ser merecidamente desclassificada pela seleção paraguaia “original” (a deles), o locutor global passou o tempo todo conjecturando sobre a próxima fase da competição (Copa América), quando nos defrontaríamos com a já classificada seleção argentina; ou seja, aquele jogo com o Paraguai já estava ganho com facilidade e, portanto, não deveríamos alimentar maiores preocupações, guardando-as para o confronto com os “hermanos” portenhos, aí, sim, um jogo de arrebentar, um jogo de alto nível e, enfim, onde existia a real chance ou possibilidade de chegarmos à final da tradicional competição.                                                                                      

Além do que, passando, como passaríamos, pelos paraguaios, os dois jogos seguintes (semifinal e final) serviriam para que a punição merecidamente imposta ao jogador Neimar cai-cai fosse “paga” e, assim, nas eliminatórias para a próxima Copa do Mundo o jogador pudesse atuar desde o princípio. Deu no que deu. 

Perdemos (sem jogar nada) e nem da Copa das Confederações, a ser realizada na Rússia, participaremos (coisa nunca antes acontecida, desde os seus primórdios). Além do que, dúvidas começam a surgir sobre se teremos condições de ultrapassar as eliminatórias a fim de participar da próxima Copa do Mundo de 2018, também na Rússia.                                                                                                     

É que os adversários já não se assustam com o futebol brasileiro, que se metamorfoseou num sofrível, banal e simplório “cavalo paraguaio”. É o preço que vamos ter que pagar em razão da mídia esportiva endeusar jogadores da estirpe de um Neimar cai-cai que, milionário em razão do futebol, não está nem aí para o que possa ocorrer com a seleção brasileira. 

Alguém tem dúvida ???


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