por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Marina e a cédula de R$ 3,00 - José Nilton Mariano Saraiva

O eufemismo “falha processual na editoração” serviu de mote para que a candidata Marina Silva tentasse justificar modificações apressadas no seu programa de governo, recém-saído do forno. Só que, sabe-se agora,  a “verdade verdadeira” é que tal decisão foi resultado do “puxão de orelhas” que um dos seus influentes apoiadores, o pastor Silas Malafaia lhe aplicou, ao exigir, com prazo definido, que tratasse de retratar-se publicamente no tocante à questão da comunidade LGBTs, modificando o que fora divulgado: “Aguardo até segunda-feira uma posição de Marina. Se isso não acontecer, na terça será a mais dura fala que já dei até hoje sobre um presidenciável.” (Coluna Elio Gaspari – O Velho na novidade de Marina). E assim, às pressas, e sem se importar com a (falta de) coerência, tudo foi refeito “vapt-vupt”, de sexta-feira para o sábado, de modo a que os ânimos serenassem.

A reflexão é só para demonstrar que inexistem “coerência” e “firmeza” na tal “nova” política da candidata Marina Silva, porquanto os métodos não diferem um milímetro dos aplicados na “velha” e tradicional política do “é dando que se recebe”. Afinal, a simples perspectiva de perder os votos das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais (LGBTs), foi determinante para que logo logo à tona emergisse a “velha” política da conveniência e da oportunidade. Afinal, que “nova” política é essa que obriga a candidata a tentar, sem sucesso, equilibrar-se no fio de navalha, com receio de desagradar alguns (poucos) prováveis eleitores ???
E se alguém imagina que se trata de uma questão menor e sem importância, é bom que tire o cavalo da chuva, porque se houve tal “abertura” numa questão pontual, uma pergunta básica se impõe: como Marina Silva negociará com o “banco de reserva” do  Congresso, quando as grandes questões da República forem postas, porquanto já disse e repetiu “ad nauseam” que não aceitará  conversar com os "titulares", adeptos da “velha” política ???
Já na questão tida como a mais relevante, a economia, não é preciso se ser nenhum “expert” para constatar que uma possível vitória da ex-verde Marina Silva significará um imediato retorno ao modelo econômico vigente à época do governo FHC, com tudo de deletério que representou aquele sombrio período (os juros chegaram a 45%, lembram). É que o seu principal ideólogo-formulador é o economista Eduardo Giannetti, ligado historicamente ao PSDB, que tem repetido para quem quiser ouvir que o projeto econômico de Marina é basicamente o mesmo que o projeto de Aécio Neves,
Lá, dito está, com todas as letras, que haverá um radical corte de gastos na área social, que a política do salário mínimo não mais contemplará ganhos reais, que a exploração do pré-sal não terá a relevância que tem hoje, que a redução do papel do Estado na economia será implementada de pronto (e aí, como conseqüência, medidas recessivas, desemprego e recessão) e por aí vai.

Alfim, o que se pode aferir do exposto no programa da candidata Marina Silva, é que a “nova” política anunciada por ela é tão verdadeira quanto uma nota de três reais (R$ 3,00). Valerá a pena pagar pra ver ??? Não se trata de um risco tão desnecessário quanto inoportuno ???

Post Scriptum:

A propósito: merece um "picolé de xuxu" aquele que tenha ouvido da candidata Marina Silva “respostas objetivas” sobre o que lhe é perguntado, nos debates ou entrevistas nos telejornais. É um “enchimento de lingüiça” sem fim.  

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