por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Hollywood" X "Oleúde" - José Nilton Mariano Saraiva

Ainda sobre as “homenagens” (algumas um tanto quanto “fora do prumo”) prestadas por pais-torcedores aos seus ídolos (principalmente do futebol, do cinema e da música popular), materializadas no batismo do filho com o nome de um deles, vale lembrar uma “sui generis”.
Como sabemos, durante muito tempo o cinema americano não tinha concorrente em termos de convincentes, belos a preparados atores/atrizes (e vamos acabar com essa frescura de que “homem que é homem não acha homem bonito”), qualidade técnica, recursos especiais, direção, produção e o escambau (hoje, outros países já conseguem produzir filmes com a mesma qualidade na direção, na produção e com “artistas” reconhecidamente convincentes na arte de representar). Mas, que foram os americanos que dominaram por muito tempo a “sétima arte”, isso ninguém há de contestar.
E aí quem se destacou foi o pequeno distrito de “Hollywood”, na cidade de Los Angeles, que serviu de abrigo aos grandes estúdios cinematográficos de então, que por sua vez detinham em seus “casts” o supra-sumo ou o filé-mignon na tarefa de representar; assim, os categorizados profissionais do cinema normalmente se vinculavam a um desses estúdios. Portanto, chegar a “Hollywood” (a “meca do cinema”) era o sonho, o ápice, o fim de linha de qualquer “artista” que pretendesse ser reconhecido como tal.
Pois foi para homenagear “Hollywood” ( “ninho” dos grandes atores do cinema) que os humildes e iletrados pais do nosso personagem resolveram dar-lhe o nome daquele pequeno distrito americano. E assim, quando veio ao mundo, o rebento querido recebeu um nome fora dos padrões tão usuais à época aqui no Brasil (José, Raimundo, João, Joaquim, Sebastião, Manoel e por aí vai); além de que, o “nobre” e pomposo nome o diferenciaria dos demais meninos e “mascararia’ a pobreza em que a família vivia atolada até o pescoço.
Só que, em razão da pouca vivência com as letras e do também despreparo do anotador-cartorário de plantão, a homenagem acabou saindo um tanto quanto esdrúxula, esquisita, estapafúrdia até: e assim veio ao mundo o nosso glorioso “Oleúde José Ribeiro”.
Depois de crescido, o agora tonificado e vigoroso negro “Hollywood/Oleúde” virou jogador de futebol e, atualmente, com o alcunha/apelido de “Capitão” tornou-se um suplício e tormento para os atacantes do time contrário, porquanto adotou o estilo-xerifão: “do pescoço pra baixo é tudo canela”.
Além do mais, ele é um “capitão” e, portanto, merece respeito. E tome porrada, a torto e a direito, pra cima e pra baixo.  

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