por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 15 de dezembro de 2012

Tiros em Newtowm Atingem o Alvo do Teu Futuro - José do Vale Pinheiro Feitosa


Logo que a notícia de mais um atirador massacrando estudantes nos Estados Unidos da América veio para a mídia internacional, emissoras de televisão brasileiras passaram a fazer transmissão direta com aquele país. A Globo News entrevistou um brasileiro que mora na vizinha cidade do massacre e ele traçou um perfil do morador daquele distrito de Connecticut. O perfil da cidadezinha Newtown onde o massacre ocorreu: é uma cidade pacata, ocupada por pessoas de alta classe média que trabalha em Nova York. Gente muito educada. As crianças são educadíssimas, muito respeitosas e preparadas.

E foi esse perfil que gerou um jovem que matou a mãe, matou 20 crianças entre 5 e 10 anos e mais outros adultos. Temos três coisas a considerar: a) como esta patologia bio-psicossocial surge; b) qual a causa desse massacre tomar as dimensões que toma; c) como isso funciona na psicologia social humana, especialmente no EUA.

Apesar dos estudos que analisam padrões do surgimento desses assassinos que geralmente vão ao ato do suicídio a verdade é que do ponto de vista do seu controle, incluindo detecção precoce, tratamento e ajuste à sociedade, ainda deixa muito a desejar. Pelo menos é o que notícias como essa levam à conclusão.

Mas isso tem um viés central: muito da percepção vem da tragédia pela extensão dos massacres. E não estamos apenas falando em controle de indivíduos com esses padrões. Não estamos porque uma causa central da extensão do problema é a arma de fogo. Basta comparar com casos ocorridos na China que parecem semelhantes em comportamento patológico, mas a extensão é mínima quando a arma do ataque no máximo é uma faca.

O EUA tem praticamente uma arma para cada cidadão. Isso é uma sociedade que possui uma máquina de morte para cada um e por consequência, todos estão armados contra todos. É uma ilusão que iremos proteger a vida quando as lanças apontam para o peito de todos. Vamos é produzir mais mortes do que se não existisse todo esse arsenal.

A evidência é tanta que comparando estados que têm algum controle no porte de arma, existem menos assassinatos por tais armas do que aqueles que tão têm controle nenhum. E a situação americana se eleva ao padrão político: o filme “Tiros em Columbine” do diretor Michael Moore expõe claramente o lobby das armas nos EUA e de modo patético para minha geração, expôs o papel negativo do ator de cinema Charlton Heston.      

E como tudo funciona na psicologia social da humanidade e em especial dos americanos? Antes, basta não esquecer o episódio de Realengo aqui no Rio de Janeiro quando um jovem de 24 anos matou onze estudantes. O que fica de efeito é o terror em estado bruto. Enquanto os carros bombas e os assassinatos seletivos geram ação política e revolta para um discurso político, esse que aconteceu ontem leva ao terror sem ação. Ele essencialmente transforma o ser humano em bicho do ser humano.

O mais dramático é revelar a compulsão de final dos tempos: jovens matando crianças na primeira infância. Quando as crianças são aniquiladas não existe mais futuro. É equivalente à sensação de fim de mundo. É desesperançador. E tudo toma ares de impotência quando um dos políticos mais importantes da atual civilização, Barack Obama chora frente à rede mundial de comunicação demonstrando sua total fragilidade humana.

Mas é engano. A fragilidade é a contradição com os lucros da indústria de armas de fogo. Se for impossível detectar todos aqueles com compulsão de morte, é possível lhes tirar o poder de massacrar em grande número. Ou não é por isso que basicamente apoiamos o controle das bombas atômicas?

Um comentário:

socorro moreira disse...

Tem solução?
A impotência está tbém nas grandes potências.
Orar?
Viver, enquanto seu lobo não vem?
A expansão do sentimento amoroso é proteção!
Tomara que janeiro ainda custe...
Que só passe como um vento as energias negativas, limpando o astral do Planeta.
Meu coração vive em suspenso...Ora chora, ora sorri...De mansinho, mas assustado...sempre!