por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 22 de abril de 2012




Consistente e insistente
Persiste minha agonia
Processo da dúvida
Que se afasta todo o dia
.
Dias de silêncio
Coração em guerra,
Passa frio...
Come o que sobrou do ontem
Engorda de esperança
Para morrer de alegria!


Risos, gargalhadas
Numa sintonia errada
Sinalizando caminhos

Quando eu crescer
Quero ser gueixa ou ameixa...
Um doce, que se derreta.
Na boca do teu carinho!

Nem tudo pode
No tempo
Desenhar o seu destino
Fica faltando um arabesco
O nome de um brinquedo
Um cofrinho ou um potinho...
Nem tudo dói, quando falta ...
Mas a dor de uma saudade
Machuca e deixa roxinho
O canto de qualquer braço!

Se não fosse a poesia
Que me transporta a um oásis
Eu morreria de tédio!

Oásis que mata a sede
Mostra a beleza do céu
O poder do sol,
A magia da lua
E verdeja o sono
No vento de uma palmeira,
Enquanto você não chega!

Vem...
De capa e espada
Como um personagem de fadas
Ou um cavaleiro antigo
Vem,
Meu bem...
A espera é ansiosa, cansada.
Aflita e medrosa
Vem, que a vida é curta
E não quero encurtar a vida
Sem provar a tua volta!

Pensamento te libera
Suave e alegremente
Tal qual soltamos um pássaro
Da gaiola ou do viveiro!

Solta de ti,
Ainda seguro teu cheiro
No fio do teu cabelo
Que não se aparta de mim

Brusca, abrupta
Inconseqüente demência
Qualquer coisa justifica
O impulso do desejo

Mas o vazio que fica
Na dor de qualquer partida
É fruta que não almejo
Na fome do meio-dia!

Mas o que resta de pendência
Também pode ser zerado
Na conta do nosso tempo
Tudo já foi perdoado!

Fim do dia
Mais um Domingo que finda
Sem passeio no campo
Sem a tua companhia
Meu canto é no travesseiro
Que arrumo noite e dia
Fica difícil aturar
A falta que não existe
Mas a morte
Tem seu dia!


Nestas horas lentas
Em que o dia se escoa
Como um rio na planície...
Vivo um abraço imaginário
Esperando a noite chegar.
Quem te acorda
Da corda e do som?
Uma angústia, uma ausência
Gole amargo é fel do não!

Abre a janela
A luz te invade
Como em labirintos
A deixar passar o vento.
Que se sente, sem se ver...

Sono que se vai
O lado vazio e silencioso da cama
Arrumo o lençol que fala...

Exposta ao tempo,
Que a cor vem tomar...
Exposta ao vento,
Que seu calor vem esfriar...
Mesmo assim quero ativo
Na primeira
Na Segunda
Pessoal e sempre interno!

Chão acaba
Falta o ar.
Respirar para aturar.
Respirar para esperar
Presente com tinta
Futuro sem papel
Passado amarrado
Pipas voam alto do além para cá...
Conquista espaço,
Na janela do quarto
Vejo um pedaço do céu!


por Socorro

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