por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 21 de março de 2012

Jorge Goulart - Por Norma Hauer



Nosso querido Jorge Goulart partiu para sua última viagem depois de haver corrido o mundo, fazendo sucesso onde se apresentava. Uma pequena biografia em sua homenagem: Foi a 16 de janeiro de 1926 que nasceu, aqui no Rio de Janeiro, Jorge Neves Bastos, que se tornou conhecido como JORGE GOULART.
E por que Goulart? No início de sua carreira, havia um fortificante de grande aceitação naquela época, de nome Elixir de Inhame Goulart. Foi então aconselhado a adotar o nome artístico de Jorge Goulart. E com esse nome, tendo conhecido o compositor Ari Barroso, este gostou de sua voz e deu-lhe para gravar um samba seu em parceria com Fernando Lobo, de nome "Xangô”, ao mesmo tempo em que o levou para a Rádio Tupi. Isso se deu em 1945.

Gravou outras composições, mas ainda não era um nome conhecido do público, até que lançou, em 1950, para o carnaval de 1951, seu primeiro grande sucesso:"Balzaquiana". Naquela ocasião, estavam muito em moda "os brotinhos", a partir de gravação de Francisco Carlos da marchinha de Humberto Teixeira e Lauro Maia, "Meu Brotinho".

Então surgiu a "Balzaquiana"
"Não quero broto,
Não quero, não quero,
Não quero não.
Não sou garoto ,
Pra viver mais de ilusão.
Sete dias por semana,
Eu preciso ver minha Balzaquiana.

" O francês sabe escolher,

Por isso ele não quer Qualquer mulher.

“Papai” Balzac já dizia

Paris inteiro repetia Balzac atirou “na pinta”.

Mulher só depois dos trinta.

"Balzaquiana" chamou a atenção para a voz de Jorge Goulart, logo convidado por Lamartine Babo para gravar os hinos do América (time do coração de Lamartine) e do Madureira.

Goulart, conhecido, foi convidado para participar do filme "Rio, 40 Graus", quando "estourou" com o samba de Zé Ketti "Eu Sou o Samba". Isso em 1956.

A partir dai, fez parte de um dos maiores programas musicais da Rádio Nacional: "Um Milhão de Melodias", onde cantava com a orquestra da emissora, ficando conhecido em todo o Brasil.

Como música romântica, lançou uma grande composição de Braguinha, que se expraiou por toda parte: "Laura". Talvez seu maior sucesso no gênero romântico.

Lembrar Jorge Goulart, é também lembrar de "Couro de Gato", de Grande Otelo e Rubens Silva.. ."aquele gato que tanto zombava de mim. Aquele gato não é mais gato, hoje é tamborim"... Mas foi em 1964 que João Roberto Kelly deu para Jorge Goulart aquele que ainda hoje é um dos maiores sucessos dentro e fora do carnaval:"CABELEIRA DO ZEZÉ":

"Olha a cabeleira do Zezé,
Será que ele é?,
Será que ele é?..."

Depois de 1º de abril de 1964, foi afastado da Rádio Nacional, acusado de comunista (o que ele nunca negou) e saiu por esse mundo, levando a beleza de sua voz para terras estranhas, como as da então União Soviética e outros países da Europa (do leste e do oeste), sempre recebido com carinho, acompanhado de sua companheira Nora Nei, com quem, regressando ao Brasil, se casou.
Pouco tempo depois, foi acometido por um câncer, exatamente em seu bem mais precioso: suas cordas vocais. Antes de ser operado para a retirada do tumor, gravou várias músicas, copm elas enriquecendo seu repertório.

Superando o grande trauma que foi a perda das cordas vocais, hoje ele se apresenta fazendo "mímica", usando "play-back", o que o faz ser aplaudido em todos os lugares por onde passa, até mesmo nas apresentações carnavalescas no palco que todos os anos é erguido na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal. Anualmente, por ocasião de seu aniversário, ele é homenageado em algum teatro ou casa de “shoiw” carioca. Sempre aplaudido, apesar de usar “play back”.
Jorge Goulart é um grande exemplo de perseverança, que não se entregou quando perdeu seu mais precioso bem: sua voz.
A PARTIR DE HOJE É UMA GRANDE SAUDADE

Narrando acima um resumo biográfico de Antonio Maria, citei sua composição "Meninio Grande", gravada por Nora Ney.

Nora foi companmheira de Jorge Goulart e foi ela que solicitou a Antonioo Maria que compusesse uma canção para que ela homenegeasse Jorge Goulart.


Norma

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