por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 18 de março de 2012

Colaboração de Eurípedes Reis



O Laço e o Abraço

Mário Quintana

Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola,
vira, revira, circula e pronto:
está dado o laço.

É assim que é o abraço:
coração com coração,
tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço:
um abraço no presente,
no cabelo,
no vestido,
em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta,
o que é que acontece?
Vai escorregando...
Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente,
o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso,
Não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento.
Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho,
Mas pode se desfazer a qualquer hora,
Deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz:
laço afetivo, laço de amizade.
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó,
Já deixou de ser um laço!

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