por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pois é, prá quê? (Sidney Miller)




Pois é, prá quê? (Sidney Miller)


O automóvel corre / A lembrança morre /O suor escorre / E molha a calçada
A verdade na rua / A verdade no povo / A mulher toda nua /Mas nada de novo
A revolta latente / Que ninguém vê /E nem sabe se sente/ Pois é, prá que?
O imposto, a conta / O bazar barato / O relógio aponta / O momento exato
Da morte incerta / A gravata enforca / O sapato aperta /O país exporta
E na minha porta / Ninguém quer ver / Uma sombra morta / Pois é, prá que?
Que rapaz é esse? / Que estranho canto / Seu rosto é santo / Seu canto é tudo
Saiu do nada / Da dor fingida / Desceu a estrada / Subiu na vida
A menina aflita / Ele não quer ver / A guitarra excita / Pois é, prá que?
A fome, a doença / O esporte, a gincana / A praia compensa / O trabalho a semana
O chopp, o cinema / O amor que atenua / Um tiro no peito / O sangue na rua
A fome, a doença / Não sei mais porque / Que noite, que lua / Meu bem, prá que?
O patrão sustenta / O café, o almoço
O jornal comenta / Um rapaz tão moço
O calor aumenta A família cresce
O cientista inventa / Uma flor que parece
A razão mais segura / Prá ninguém saber
De outra flor / Que tortura...
No fim do mundo / Tem um tesouro
Quem for primeiro / Carrega o ouro
A vida passa no meu cigarro / Quem tem mais pressa
Que arranje um carro / Prá andar ligeiro
Sem ter porque / Sem ter prá onde / Pois é, prá que?
Pois é, prá que? / Pois é!

(Colaboraçao de José do Vale Feitosa)


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