por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 2 de agosto de 2011

ARLINDO MARQUES JÚNIOR E ROBERTO ROBERTI- por Norma Hauer


No dia 1 de agosto de 1913 ele nasceu aqui no Rio de Janeiro, recebendo o nome de ARLINDO MARQUES JÚNIOR.
Estudou no Colégio Pedro II, ingressou no Curso de Direito, desistiu e passou a trabalhar no jornalismo.
Como jornalista, trabalhou em vários jornais da imprensa carioca, entre eles, "Última Hora", " O Radical" e "A Gazeta". Escreveu várias "revistas" para Derci Gonçalves, Alda Garrido e Walter Pinto.
Foi um dos fundadores da Sbacem, cuja primeira diretoria integrou e da qual se desligou, anos depois, para ingressar na UBC.
Estreou como compositor com a valsa "Nossa padroeira", parceria com Zequinha de Abreu, gravada na Columbia por Zezé Lara.
Em 1932, Murilo Caldas (irmão de Sílvio Caldas) gravou na Columbia sua marcha "Sobe no bonde". No mesmo ano, fez a letra para a valsa "Amando sobre o mar", de Zequinha de Abreu.

Formou com ROBERTO ROBERTI ( nascido 8 dias depois) em 9 de agosto de 1913) uma das mais famosas parcerias de sambas e marchas carnavalescas.

Em 1935, lançou com Roberti a marcha "Foi numa noite assim" e o samba "Queixas de Colombina" gravados por Carmen Miranda em sua estréia na Odeon

. No ano seguinte, teve mais duas de suas parcerias com Roberto Roberti gravadas: as marchas "Colombina moderna", por Almirante e "Você é crente", por Mário Reis, ambas na Odeon. Ainda em 1936, mais quatro composições com o mesmo parceiro foram gravadas por Carmen Miranda: as marchas "Nova descoberta" e "Não fui eu" e os sambas "Deixa esse povo falar" e "Capelinha do coração".

Mas seu primeiro grande sucesso, deu-se na voz de Orlando Silva: o samba “Abre a Janela”.

ABRE A JANELA

Abre a janela, formosa mulher
E vem dizer adeus a quem te adora.
Apesar de te amar como sempre amei
Na hora da orgia eu vou-me embora.

Em 1938 a marcha "Ali Babá", fez grande sucesso na voz de Odete Amaral e, no ano seguinte, novo êxito com "O homem sem mulher não vale nada", gravado por Orlando Silva.

No mesmo ano, compôs com Gadé a valsa "Estrada do passado", gravação
de Dircinha Batista e Castro Barbosa na Columbia e, com Roberto Roberti, o samba "Música maestro" .Esta também “estourou” no carnaval de 1938, com Dircinha Batista.

"Encontrei minha amada”, gravada por Orlando Silva no mesmo ano, foi uma resposta a “O Homem Sem Mulher Não Vale Nada”.

Procurei, tanto, tanto,
Mas encontrei minha amada
É por isso que eu canto:
O homem sem mulher não vale nada”

Com "Se a Orgia se Acabar", também da dupla, ocorreu algo referente ao antigo DIP.
Orlando gravou esse samba exatamente com esse nome, onde aparece a palavra "orgia". Pois bem, após essa gravação, que marcou sucesso, o famigerado DIP resolveu que a palavra "orgia" era imoral, por representar vadiagem. Tal palavra foi proibida. Que fizeram os compositores: mudaram o nome para "Fui Traído" e Carlos Galhardo a gravou, no qual a frase final da 1ª estrofe foi transformada de:

"mas eu choro se a orgia se acabar" para
"mas vou chorar se o samba se acabar."

"Grande" DIP, importar-se com mesquinharias. Mas naquele tempo era assim.

Arlindo Marques Júnior faleceu em 4 de junho de 1968, sem completar 55 anos, enquanto seu parceiro Roberto Roberti viveu 89 anos.

Norma

Nenhum comentário: