por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 28 de agosto de 2011

Agosto- Por LIana Melo



AGOSTO

A gosto, de quem?



O que sou quando a dor resolve passear de pés descalços em meu peito?

O que resta de mim quando o meu rosto é apenas sombra do teu no espelho do tempo?

O que cabe ainda aqui dentro além dessa saudade, inflando sem parar, ao mesmo tempo me fazendo parecer de chumbo?

O que esperam meus olhos tão rasos diante desse poço de lágrimas?

O que vem conferir à carne a fortaleza que a alma já não guarda?



Sou farrapo de gente estendido no chão da tristeza...

Sem respostas

Pensei encontrar em tuas gavetas a Fé; tantas caixas, tantas latinhas...mas todas vazias do que eu desejava

Tinhas que ter deixado de herança o que tinhas de sobra!

Não que ela me trouxesse coragem para ir, mas para suportar a dor de ficar...

Ainda parece um sonho na noite ruim do tempo

Ainda sangra e berra em silêncio o meu peito apertado

Naquele fim de tarde nascia em mim uma saudade

O sol se pondo atrás da Serra e ela,prometendo desabar, densa e triste,

em cada amanhecer dos meus dias...

No oasis Cariri sua Ausência parecia uma Miragem

Foi quando percebi em meu peito o Deserto.....

Liana Melo

3 comentários:

socorro moreira disse...

Lindo,lindo,lindo !!!

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Prezada Liana

Essa dor dura uma eternidade! Um abraço.

Aloísio disse...

Liana,

Um grande texto, externando uma grande dor.
Há perdas que carregamos por toda nossa vida.
Força.

Grande abraço
Aloísio