por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 26 de abril de 2011

Por Lupeu Lacerda




Um só riso. Sorriso de luz, e solidão no sol. Amar, enlouquecer, adoecer. Estourando bombas de um são João imaginário. Desesperados esperando, esperados. Os mortos são calmos, estão calmos. O condenado é o vivo. A paisagem que assusta. O morador intergaláctico. O olho é nunca, o olho é jamais. Um bandolim que rasga a noite silenciosa, como um vinte e um no dado. A catedral em um pesadelo, uma manchete de jornal banhada em sangue árabe, mouro, cearense. O piano dói no coração amassado. Cidades que nunca vi enquadradas, em quadros antigos sem valor. O cinema mudo, a luz não acenderá sozinha. E não há mais medos ou dedos nos interruptores. Você é o quase nada que amarga na boca, como um ácido de tamarindo. Eu como os passos passados pra vomitar o presente. Um Noel ensandecido que odeia chaminés. Na tarde silenciosa o mel do mar é um canto miúdo de um passarinho. Meus dedos são peixes. O rio corre. Eu olho sempre o mesmo rio. Durmo, acordo, e uma mecha de cabelo salta do baú e cai na minha memória estragada. Domingo é sempre dolorido, como uma ferida no joelho. Uma flor me faz falta, na janela do mundo. Um copo de boa bebida que me cure o coração machucado. Rir. Um tanto de risos.

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