por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 16 de abril de 2011

O Olhar do Sol - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Por voltas das 6:30 horas com a janela aberta para o Corcovado percebo que o meu olhar é o olhar do sol. Como dizem os cantadores cegos com suas rabecas acompanhando o canto: a luz dos meus olhos. A floresta, em sua encosta virada para a Lagoa Rodrigo de Freitas, se destaca em trama, predominantemente vertical, dos troncos de suas árvores. Iluminam com tal intensidade que se sobressaem sobre todo aquele mar de folhagem.

Quando no zênite deste horário de verão, por volta das 13:30 horas, o meu olhar mudou. As copas das árvores tomaram a encosta do morro numa variação de verdes com uma suavidade de relevo. Quase todas as árvores estão do mesmo tamanho e o machado lanhante não abriu clareiras que rebaixam a vegetação ao tamanho da relva.

Por volta das 17:OO já tenho outro olhar. Como uma terceira visão, que não é a última, pois afinal virão os olhares matizados de reflexos urbanos na fase de lua nova e os da lua cheia igualmente concorrente das luzes da cidade. Neste terceiro olhar todos os troncos estão à sombra da minha percepção. As copas para o meu lado escureceram o verde, cada uma delas teima em ser o limite da minha visão, mas não consegue, pois a encosta se prolonga a oeste esticando o olhar.

E tomando por base os nossos olhares, o meu e o do sol, ao extrair sentenças da verdade terei falado do momento que o sol me deu. Seja a encosta de troncos de árvores, copas iluminadas, verde limitante ou o plano azul escuro inclinado a sul.

Como assistindo ao noticiário das sete horas na televisão e um milionário que mudou a constituição da cidade conquistou o terceiro mandato para prefeito de Nova York. Como esta notícia é banal e se passa despercebida, afinal são as excentricidades milionárias.

Mas causam furor se certas hipóteses de terceiro mandato vierem à tona e outras já realizadas neste olhar que o sol das ideologias oferece aos seus quadros. Como se o tom da matéria jornalista já fosse a própria iluminação solar. Um abrandamento quando as intenções ocorrem em “campo amigo”.

Afinal existem poderes acumulados e controle de fundos de dinheiro para que a sociedade aceite o mesmo mandatário por seis ou nove anos. Como existe um espírito conservador de que o Estado se faz por si mesmo independente do quadro político sobre ele. Neste caso naquelas sociedades em que a oposição se lixou no próprio embate.

Por José do Vale Feitosa

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