por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de março de 2011

Um amor para a moldura da janela para o impreciso- José do Vale Feitosa



Lembro do abismo que dissipa,
no momento ainda sólido,
do varonil amplexo sucessório,
e tu com os olhos de luz,
sobre a escuridão da morte.
quando o sangue do luar poluído,
lancetava todas as realizações materiais,
e nos átomos da alma esfarinhada,
tudo era nada e isto apenas o que era,
nem uma metáfora por remédio.
lembro que se os limites fossem ultrapassados,
todo o medo se tornaria substância inerte,
nenhuma vitória se queixaria do esforço dado,
o acúmulo capital apenas líquido pantanoso,
e tu me abraçaria como pela primeira vez.
quando a exuberância da nova experiência,
deslembra o tédio das repetições,
e da cratera o fluxo piroclástico nega tudo,
do mais simples fonema de espanto,
ao mais completo discurso sobre a humanidade.
lembro quando teus abraços deram permanência,
e pelos beijos fluíram jatos de futuro,
deixando formas físicas nos espaços,
versos de amor no substrato da subjetividade,
e hoje tênue como sempre é a vida.
quando imprecisa é a linha do tempo,
sujeita a trovoadas de interpretações lembradas,
assim como irregular é o espaço,
para estes troncos e membros frágeis,
e mesmo assim sabemos da eternidade

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