por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 22 de janeiro de 2011

NAQUELA TARDE - Marcos Barreto de Melo

Naquela tarde cinzenta
Enquanto pensava nela
Vi chegar em minha casa
Um carro bem reluzente
E do batente da janela
Vi que estava cheio de gente

Meu coração adolescente
Quase saiu do meu peito
Quando vi descer do carro
Aquela flor em botão
Morena cor de canela
A minha grande paixão

Foi tão grande a alegria
Que nem posso descrever
Mas, uma força suprema
Sem saber que mal fazia
Contrariou o meu querer
Fez com que me ausentasse
Do meu amor me afastasse
Deixando o que eu mais queria

Saí doido, na carreira
Tinha logo que voltar
Menino que é só poeira
Coração a soluçar
Corri mais que ventania
Pedindo ao tempo, mais tempo
Pois tudo que eu queria
Era ainda lhe encontrar

Mas, o tempo, traiçoeiro
Desta vez não me ajudou
E quando estava voltando
Da sombra do Oitizeiro
Pude ainda ver de longe
Virando a curva da estrada
Seus lindos cabelos negros
Se perderem na poeira
E um carro feio e sem cor
Carregando o meu amor

Marcos Barreto de Melo

2 comentários:

socorro moreira disse...

O amor é flor que brota em qualquer idade, no coração indefeso.
O coração que se defende do amor é pedra.

Adorei Marcos.

Abraços

Aloísio disse...

Marcos,

Beleza de poesia! poeta.
É sempre bom ler teus textos.

Abraços
Aloísio