por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Gaita

O amor não é fome
nem sede eterna.

Não é no outro
que se busca
a fonte.

É um estado
que começa
no fogo

(o coração queima
faz cinza do passado)

Embora ainda vazia
uma concha guarda
o encanto do mar.

Um ai sem nome.
Um suspiro perdido.

Não há saudade.
Lembranças.
Memória.

O amor não foge
quando se abriga
dentro do silêncio

(um trote de vento
sobre areia da praia)

Toda fábula
(destino, acaso)

são os devassos
que cantam a tristeza
no fúnebre brilho dos olhos.

Prepare-se para o amor:
enlouqueça.

E não dependa
do próximo.

Do olhar do outro.
Do humor do outro.

Enlouqueça sobretudo
aquele que se espanta.

Um comentário:

socorro moreira disse...

Meu poeta,
Quanta graça nos teus versos
Poesia que mata a minha fome de vida.
Bem-vindo à casa do bem comum!
Adote essa nuvem azul como porto de paz.

Abraços