por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de dezembro de 2020

MISSA DO GALO - Dr, Demóstenes Ribeiro (*)

   A minha alma canta e eu vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudade, faz um domingo lindo, o sol é magnífico e a festa, universal. Saio do Cosme Velho e chego ao centro. Paro em frente à Academia, relembro patronos e colegas. 

           Como aceitar o suicídio do Pompéia?  Ele escreveu o Ateneu, foi abolicionista e lutou pela república. Ainda era ainda moço e forte. Era Natal, um tiro no coração, o silêncio e o nunca mais. E o Gonçalves Dias? Tragado pelas ondas invejosas e não podendo dormir no chão amado, deixou a Canção do Exílio em todos nós.                                                      

           Um dia, Castro Alves me procurou, recomendado pelo Alencar. Deu-me imensa alegria conhecer o poeta e sentir a força do gênio que iria cantar a liberdade, enfrentando a injustiça e a escravidão. Aliás, 13 de maio de 1888, um domingo, foi o único delírio popular de que me lembro ter visto. 

           E agora é moda falar mal do Alencar, mas ele fez um retrato do Brasil como ninguém mais. Eu, quase um adolescente, o conheci de perto. Nesse tempo ele ainda ria. Depois, escrevi o prefácio de Iracema e me convenci de que nem tudo passa sobre a terra. José de Alencar é o meu patrono na ABL, estive no seu velório, e a banalidade da morte jamais apagará aquele sol. 

           Olho essa estátua, recordo as palavras de Nabuco na sessão inaugural da Academia e as do Ruy Barbosa quando parti desse chão. Gostei muito do discurso do Ruy, mas, ao contrário de Nabuco, não éramos íntimos, tínhamos temperamentos diferentes, faltou-nos a prática necessária à amizade. 

           Não encontro a Livraria Garnier e na Rua do Ouvidor a confusão é geral. Sigo adiante, me emociono com um bater de sinos, a igreja da Glória me faz menino outra vez, mas a praia do Flamengo mudou demais. Muito mar e muito tempo, mar revolto, afogamento do Escobar... No calçadão, muita gente andando com cachorros. Aqui, Quincas Borba retomaria fumos de fidalgo e correria feliz. 

           Marcela e Virgília, Sofia e Flora, Sancha e Fidélia... Elas não eram para um tipo ciumento e permita-me cantar minhas saudades. Em direção à Ipanema, uma garota me lembrou Capitu. Não tirei os olhos dos seus quatorze anos, meu coração agitado, tempo infinito e breve, até Carolina restituir-me o equilíbrio e a paz. 

           Saudades de mim mesmo...Certo dia, num bonde, o  adolescente Manoel Bandeira, recitou-me alguns versos dos Lusíadas que eu queria recordar. Rio de ontem e de sempre, lembranças e fantasias de um bruxo, ex-interno da Casa Verde, paciente do Simão Bacamarte. 

           Dizem que Memórias Póstumas de Brás Cubas é um dos livros prediletos do Woody Allen, mas até hoje eu não sei se Capitu traiu o Bentinho ou se era ele quem desejava ardentemente o Escobar. Consultarei a cartomante – cedo ou tarde, ela descobrirá. 

           Por fim, lembrei do Astrojildo Pereira. Eu já estava partindo, quando ele, com dezessete anos e meu grande admirador, ajoelhou-se ao lado do meu leito, beijou-me a mão e saiu sem se identificar. Tempos depois, seria um dos fundadores do Partido Comunista do Brasil. Euclides presenciou aquela cena e a descreveu numa crônica memorável. 

           O Natal mudou, a noite caiu de todo e se não me apresso, perco a Missa do Galo. Ah, quase me esqueço, Cony, mas o Mário de Alencar não era meu filho. Como diria Brás Cubas, não transmiti a ninguém o legado da nossa miséria.

 

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(*) DEMÓSTENES RIBEIRO – é médico-cardiologista, natural de Missão Velha, residente e no exercício da profissão em Fortaleza-CE

 

 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O "INIMIGO ÍNTIMO" - José Nilton Mariano Saraiva

 Filiado ao PT desde 2002, ao atual governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, devem ser atribuídos todos os “créditos” pela NÃO passagem para o segundo turno da candidata do seu partido (PT), Luizianne Lins, à prefeitura da cidade de Fortaleza, e daí, quem sabe, viabilizar-se no segundo turno como sucessora do atual prefeito.

Pois bem, Camilo Santana não só se omitiu covardemente ante seu dever partidário-institucional, como deixou-se usar pelo staff da campanha do principal concorrente, o “insosso” candidato dos Ferreira Gomes, coincidentemente seus padrinhos políticos à governança do Estado, lá atrás (aqui deu-se o tal “pagamento da fatura”).

Estranhamente, a cúpula do PT em nenhum momento cobrou do seu filiado (Camilo Santana) que se posicionasse formalmente sobre tão grave momento (afinal, era a possibilidade real de governar uma das maiores cidades do país), assim como literalmente chancelou toda a podridão assacada pelo candidato dos Ferreira Gomes à sua candidata, quando silente ficou ante as agressões e grosserias que lhe foram endereçadas.

Mas, assim como Camilo Santana “traiu” o PT, o próprio PT “traiu” não só a sua candidata (aqui, uma espécie de boi-de-piranha), mas também toda a sua militância e simpatizantes, ao correr para comemorar a vitória do adversário e sentar no colo dos Ferreira Gomes ao prestar-lhe, oficialmente, apoio irrestrito no segundo turno.

Fato é que, ao “igualar-se” aos Ferreira Gomes em termos de “traição” (lembram do ridículo e covarde papel do Ciro Gomes na eleição presidencial, que findou por eleger esse traste incompetente que está aí ???), o PT abdicou da prefeitura de Fortaleza por pelo menos 08 anos (já que quem está com a caneta dificilmente deixará de usá-la para reeleger-se).

Impõe-se perguntar: Camilo Santana (principal responsável pela derrota da candidata do PT ao negar-se em usar a estrutura governamental para ajudá-la) permanecerá como uma espécie de “inimigo íntimo” dos petistas, ou sua cúpula e militância aderirão in totum ao modus operandi de Camilo Santana ou, ainda, expulsarão Camilo Santana do partido ???

Particularmente, repetimos, vamos conscientemente ANULAR O VOTO por falta de opções (algo que nunca imaginamos fazer, dentro daquela máxima de que o voto á a principal arma do cidadão e que só o usamos de dois em dois anos).

Mas...

Ferreira Gomes ???  Nunca.

Bolsonaro ???  Jamais.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A DETERMINANTE PRESENÇA DA "AUSÊNCIA" - José Nilton Mariano Saraiva

Acordos políticos sempre contemplam o “longo prazo”, desde tempos imemoriais. Assim, quando, mesmo filiado ao PT, Camilo Santana foi lançado pelos Ferreira Gomes à governança do Estado, implícito estava que a “fatura” lhe seria cobrada bem mais à frente, e a um preço marombado (e ele tinha plena consciência disso).

Eleito e depois reeleito, passou todo o tempo privilegiando seus padrinhos (os Ferreira Gomes), em detrimento ao seu partido original (PT).

Eis que agora, compreensivelmente, na eleição para a prefeitura de Fortaleza o PT decidiu-se por uma candidatura própria, na pessoa de Luizianne Lins, fiel e aguerrida filiada, até mesmo para ocupar um espaço próprio (e a militância respondeu à altura).

Mas aí, com base naquele acordo firmado lá atrás, os Ferreira Gomes apresentaram a tal fatura ao governador do Estado, cobrando-lhe a determinante presença da “ausência” (física e midiática) no apoio à candidata do PT e, consequentemente, o apoio ao candidato do PDT.

E foi o que ocorreu. Em nenhum momento, no decorrer da campanha, o Governador do Estado manifestou qualquer apoio à candidata do partido (PT), enquanto que aparecia na mídia abraçado com os Ferreira Gomes e era citado na propaganda eleitoral do oponente  (PDT).

Agora, aqui pra nós, alguém tem alguma dúvida que se fosse apoiada pelo Governador do Estado (e sua poderosíssima máquina) a candidata do PT provavelmente estaria no segundo turno, no lugar do candidato dos Ferreira Gomes ???

Nesse interregno, covardemente a executiva do PT nunca cobrou do Governador do Estado que se manifestasse publicamente sobre qual o seu candidato, o que não era difícil adivinhar: afinal, o vice, na chapa do oponente, foi uma espécie de “doação” do Governador, (filiado ao PT, convém lembrar) ao PDT (dos Ferreira Gomes), representada pelo seu Chefe da Casa Civil.

Pra completar, depois que sua candidata “sobrou na curva”, após sofrer uma campanha difamatória violenta e virulenta por parte do seu oponente, eis que a executiva do PT se reúne e, literalmente, se joga no colo dos Ferreira Gomes, endossando assim tudo o que foi assacado contra ela, e formalizando o apoio do partido ao candidato deles (e aí a covardia será “premiada” com mais oito anos de chibata, pra ver se aprendem).

Afinal, o normal e natural seria que a executiva petista não formalizasse qualquer apoio ao candidato dos Ferreira Gomes, delegando aos seus adeptos e militância a tomada de decisão individual sobre em quem votar no segundo turno, até porque o capitão-candidato do Bozo não terá a mínima chance de vitória (só se uma onda de bestialidade irrefreável se apossar do nosso povo).

Alfim, não poderíamos deixar de manifestar nossa sentida e profunda decepção com a vereadora que sufragamos na eleição passada e nesta: Larissa Gaspar, que deixou de solidarizar-se ante à sujeirada compressora imposta a Luizianne Lins. Triste.

Quando ao senhor Camilo Santana, está com o futuro garantido: além da aposentadoria como governador, deverá ser lançado ao Senado Federal, em 2022, pelos Ferreira Gomes, no lugar do Tasso Jereissati (os Ferreira Gomes vão enterrar o arrogante galego, de vez).

Particularmente, por convicção nunca votamos e jamais o faremos, nos Ferreira Gomes e Jereissatis da vida. Assim, vamos fazer o que nunca pensamos ou admitimos: ANULAR O VOTO.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

OS "INTOCÁVEIS" - José Nilton Mariano Saraiva

O elogiável e digno de encômios no clã Bolsonaro é a preservação da tutela e unidade familiar, que se traduz (tim-tim-por-tim-tim), no modus operandi mafioso dos herdeiros (os numerais 01, 02 e 03) todos seguidores in totum dos “nobres” ensinamentos lhes repassados pelo pai.

Assim, o filho 01 (Flávio) tornou-se “expert” naquilo que o pai passou a vida toda praticando quando integrante do “baixo clero” da Câmara do Deputados, em Brasília: “rachando” despudoradamente o salário pago mensalmente aos funcionários do seu gabinete (dizem que em percentuais pornográficos - 70x30, 80x20 ou 90/10 ???).

Fato é que a coisa era de uma imoralidade tal, que o pai não se importou nem mesmo em “emprestar” ao filho-primogênito o seu velho “operador-preferencial” na seara bancária, Fabrício Queiroz, comandante de uma milícia no interior do Rio de Janeiro (amigo do “velho” há décadas, foi preso recentemente, mas, por influência do, agora, padrinho-presidente, imediatamente transferido para a prisão-domiciliar – por determinação do STF - onde continua a manejar os cordéis, sem ser importunado).

Já Carluxo (o filho 02), especialista em informática, convenceu o pai e seu grupo mafioso a armar um poderoso esquema de envio de milhões de mensagem mentirosas a respeito dos adversários, na campanha presidencial (fake news), que comprovadamente influiu em muito no resultado final do pleito; tanto, que foi saudado pelo eleito pai Presidente da República com a frase: “se não fosse ele eu não estaria aqui” (existe um processo sobre, mas será julgado algum dia ???).

O filho 03 (Eduardo) seguiu “pari-passu” o pai no tocante a externar sua opinião de forma desrespeitosa e sem nenhum pudor, contra qualquer um que não reze pela mesma cartilha, como quando afirmou que bastariam “um cabo e um soldado” para fechar o STF, em razão de uma banal manifestação contrária ao pai, naquela corte.

Em comum, entre os irmãos, um fato incontestável: tal qual o pai, todos estão “podres de rico” em razão de usarem à margem da lei a atividade política como um rendoso meio de vida (casas, aptos, lojas, lanchas, grana, muita grana, e por aí vai).

Tivéssemos um Poder Judiciário expedito e atuante, certamente que a essa altura a valentia dos “intocáveis” Bolsonaros (principalmente do pai) já teria sido abatida, com a prisão de qualquer um deles (motivos não faltam; faltam, sim, coragem e dignidade aos togados da nossa Câmara maior).

Ou alguém duvida que, se prenderem pelo menos um dos filhos, o pai-valentão vergar-se-á às trevas ???

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O "FANFARRÃO" INCONSEQUENTE - José Nilton Mariano Saraiva

Como metade do mundo e a outra banda sabem, “fanfarrão” é aquela figura medíocre e incompetente que, à falta de qualquer predicado, se dana a contar e recontar feitos e bravatas e a alardear coragem... sem ter um pingo dela (uma figura asquerosa, que deveria ser penalizada pela irresponsabilidade dos seus atos).

Já o “inconsequente” é aquele que é contrário à lógica, ao bom-senso, que revela falta de reflexão, de ponderação, de prudência, enfim, que é comprovadamente leviano.

A reflexão é só pra lembrar que o idiota que esta Presidente da República reúne, com louvor, tais “qualidades”, tanto que, dia a dia, envergonha o Brasil ante a comunidade internacional, quando resolve vomitar suas baboseiras.

A mais recente, deu-se agora quando resolveu, pela enésima vez, “brincar” com as quase 200 mil mortes provocadas pelo coronavírus por essas bandas, ao afirmar que o Brasil é “um país de maricas” (por ter medo da letalidade do vírus).

Aparelhando as instituições do país com gente da sua laia (que faz o que ele manda, sem pestanejar, inclusive os tais “generais” mercenários) literalmente “comemorou” a morte de um dos voluntários que houvera se submetido à vacina chinesa contra o vírus (em razão de informações falsas fornecidas por um seu capacho colocado na presidência da Anvisa) e em face da sua briga política com outra mediocridade, o governador de São Paulo, João Dória.

Foram desmoralizados (ele e a Anvisa) publicamente pelo presidente do Instituto Butantã (que produz a vacina aqui no Brasil) e pela própria Polícia Civil, que constataram ter o óbito ocorrido em razão de suicídio, e não por nenhuma reação adversa da vacina.

Alfim, uma última asneira: resolveu “declarar guerra” (de público) aos Estados Unidos, ao afirmar, numa reunião com empresários e políticos, que se o imbróglio com o novo presidente americano não fosse resolvido com muita saliva (diplomacia), a pólvora seria usada (será que ele sabe que a pólvora é originária da China ???).

Definitivamente, trata-se de um psicopata.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O DESPREZÍVEL "EXTERMINADOR" DO FUTURO DE UMA NAÇÃO - José Nilton Mariano Saraiva

 

O DESPREZÍVEL “EXTERMINADOR” DO FUTURO DE UMA NAÇÃO - José Nilton Mariano Saraiva

Ao assumir o governo, uma das primeiras atitudes do “estadista” Luiz Inácio Lula da Silva foi enviar à China o seu experiente e capacitado Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com a missão ingente de mostrar aos dirigentes daquele país que o Brasil possuía, sim, um portfólio de produtos capazes de suprir com sobras a carência dos orientais (petróleo, alimentos, grãos, carnes e por aí vai) e, para tanto, tinha interesse em estabelecer uma via de mão dupla, de interesses recíprocos, entre os dois países.

Bingo. Não deu outra. Desde então, essa que atualmente é uma das maiores potências econômicas e territoriais do mundo (área de 9,6 milhões de quilômetros quadrados e com um contingente populacional de aproximadamente 1,4 bilhão de pessoas) a China firmou-se como o maior importador de produtos brasileiros, com perspectivas robustas e crescentes de exponencial crescimento.

É que, situada numa área pedregosa (imprópria para a agricultura e a pecuária e, portanto, incapaz de alimentar seus habitantes, que representam um quinto da população mundial) bem como com uma produção deficitária de petróleo (alavancador potencial de plantas industriais de todo tipo, lá hoje encravadas), ainda assim os “carentes” orientais são, hoje, os parceiros preferenciais com que sonham governos de “todo o mundo”, independentemente de ideologias.

Aliás, de “todo o mundo”, vírgula, porquanto, ao assumir e sentar no trono, o idiota que está presidente do Brasil (partidário de primeira hora da jurássica e babaquara tese de que “comunistas comem criancinhas” e precisam ser evitados), resolveu romper com a China definitivamente, e sentar no colo dos mercenários yankees (norte-americanos) comandados por Tramp.

Nada conseguiu e agora, que Tramp foi despachado pra casa e seu substituto (Biden) incrivelmente não é reconhecido pelo governo brasileiro por meras questões ideológicas (e os gringos estão pouco ligando pra isso), certamente que ficará difícil para o Brasil conseguir continuar como partícipe ativo do comércio internacional (como o foi à época do ex-presidente Lula da Silva), porquanto todas as pontes foram sumariamente dinamitadas pelo atual e irresponsável inquilino do Palácio do Planalto.

Além do que (e pra complicar/piorar ainda mais a situação), França, Alemanha, Inglaterra e outros países do mundo se insurgem contra o descaso do governo brasileiro ante a leniência com os pavorosos crimes ambientais perpetrados atualmente por aqui, com reflexos em todo o globo (vide os “intermináveis e inapagáveis” incêndios na Amazônia e Pantanal), assim como questionam a inexistência de uma política de direitos humanos, nunca levada a sério pelo atual inquilino de Brasília (que tem como principal ídolo – não custa lembrar - o milico Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido por comandar com mão de ferro e sem nenhuma sensibilidade o maior antro de barbárie da época da ditadura militar, o temido DOPS).

Fato é que, sob a batuta de um exterminador em potencial (além de analfabeto em termos de relações internacionais), o país que tinha tudo (e mais alguma coisa) para ser em bem pouco tempo uma das maiores potências do mundo, caminha agora, a passos largos e inexoravelmente, para continuar figurando tão somente como o eterno “país do futuro”.

Conclusão: ou achamos um meio legal de interferir de pronto (que tal mandar prender um dos seus filhos numerais – Flávio – já condenado pela justiça ???), ou o “exterminador” de uma nação continuará agindo livremente e sem qualquer pudor.









domingo, 8 de novembro de 2020

O "VIÚVO" DO PLANALTO - José Nilton Mariano Saraiva

Num ambiente quase que predominantemente masculino, a cena de amor explícito deu-se em setembro do ano passado, quando Donald Trump e Jair Bolsonaro se encontraram em Nova York, durante uma assembleia da ONU.

Na oportunidade, numa sala repleta de autoridades de todos os quadrantes do mundo, para expressar seu profundo mas recolhido sentimento, o brasileiro, dirigindo-se ao gringo num inglês sofrível e macarrônico, soltou a pérola: “I love you, Trump” (eu te amo, Trump) ao que Trump friamente devolveu: “nice to see you again” (bom de ver de novo).

De lá pra cá, em mais de uma oportunidade Bolsonaro, tal qual um cordeirinho amestrado, tratou de lamber as botas e demonstrar sua subserviência e admiração por Trump onde quer que fosse (o velho “complexo de vira-lata” em todo o seu esplendor), chegando a afirmar publicamente que estaria presente, sim, à festa da sua reeleição no próximo ano (2020, que estamos a vivenciar).

É compreensível, pois, que hoje, enquanto as autoridades mundiais em obediência a um secular protocolo cerimoniosamente se apressam em cumprimentar Joe Biden por ter derrotado e mandado pra casa o pernóstico e arrogante Donald Tramp, Bolsonaro se negue peremptoriamente a fazê-lo.

Por uma razão simplória: choroso, ainda está a lamber as feridas e curtindo uma enrustida e sentida “viuvez”.

Coitadinho, não vai poder ir à festa.

domingo, 25 de outubro de 2020

A "FARSA" DOS TAIS "PEDIDOS DE VISTA" - José Nilton Mariano Saraiva

No ordenamento jurídico vigente em nosso país, o Supremo Tribunal Federal funcionaria como o desaguadouro, o ápice, a “solução final” para as pendengas complicadas porventura surgidas ao longo de processos judiciais de complexidade maior.

Em sendo assim, quando não mais restasse perspectiva de solução, quando o impasse se materializasse, quando à frente surgisse um “beco sem saída”, a “coisa” seria encaminhada ao Supremo para a decisão final, definitiva, inquestionável.

Afinal, sabiamente, e como metade do mundo e a outra banda sabem, desde os gregos e romanos os “supremos“ da vida são compostos por um número ímpar de integrantes (05, 07, 11 e por aí vai), de forma que numa decisão mais acirrada não haja possibilidade de empate (2x2, 3x3, 5x5), mas, sim, que haja um vencedor (3x2, 4x3, 6x5).

Na terra “brasilis”, entretanto, temos uma particularidade: o Supremo foi dividido em duas turmas de 05 integrantes, que julgam, independentemente, de acordo com o tipo de processo (e aí o placar final, quando acirrado, restringe-se, obrigatoriamente, a um 3x2, (com o “voto de minerva” do presidente da respectiva turma).

Há, entretanto, uma “anomalia” em nosso Supremo Tribunal Federal: a possibilidade de um dos seus integrantes (no plenário completo com 11 ou nas turmas com 05 integrantes) num julgamento acirrado, solicitar um “pedido de vistas”, sem prazo definido para sua devolução.

E aí, a “esculhambação” impera, a “zorra” faz moradia.

Um exemplo: no processo de suspeição do juiz Sergio Moro, de fundamental importância, porquanto determinante de uma possível inocência do ex-presidente Lula da Silva, já com dois votos definidos e faltando três para ser “lacrado”, o ministro Gilmar Mendes solicitou “pedido de vistas”.

Isso (atentem bem) foi em novembro de 2018 e, até hoje, dois anos depois, “necas” de devolver o processo para a decisão final (aliás, com Gilmar Mendes encontram-se processos com “pedido de vistas” de cinco anos).

O “mercantilismo” (grana, bufunfa, comissão, propina e por aí vai) seria a motivação para que um ministro do Supremo se “sente em cima” de um processo que já se acha maduro o suficiente para ser colhido e que poderá mudar o rumo da história brasileira ???

Aliás, por quais razões empresários com “bala na agulha” e/ou políticos de alto coturno sempre recorrem ao ministro Gilmar Mendes para se livrar de algum rolo monumental ??? (você já viu algum “pé rapado”, liso ou indigente, ter acesso ao citado ???).

Assim, no nosso entendimento a definitiva solução para evitar quaisquer questionamentos seria acabar de vez com essa história de “pedido de vistas” (uma farsa descomunal) e encaminhar os processos para julgamento no plenário da corte (seus 11 integrantes).      

sábado, 24 de outubro de 2020

"PÉROLA" - José Nilton Mariano Saraiva

 Qualquer brasileiro com um mínimo de conhecimento sabe (ou deveria saber) que o SUS (Sistema Único de Saúde), surgiu em 1988, quando foi promulgada a nova Constituição da República Federativa do Brasil.

E que, desde então, passou a oferecer a todo cidadão brasileiro (principalmente aos “periféricos” menos favorecidos) acesso integral e gratuito a serviços de saúde (que vão de simplórios atendimentos ambulatoriais a atendimentos de altíssima complexidade) sendo hoje considerado e reconhecido mundialmente como um dos melhores sistemas de saúde públicos de todo o mundo (beneficia 180 milhões de brasileiros e realiza cerca de 2,8 bilhões de atendimentos/ano).

Pois bem, dias atrás o general Eduardo Pazuello, que “está” Ministro da Saúde do governo do “traste”, surpreendeu metade do mundo e a outra banda ao admitir, sem nenhum constrangimento e com a cara mais lisa do mundo, que não conhecia o SUS e que só agora estava tendo conhecimento sobre.

O despreparo do ilustre general parece ser a tônica da cambada de generais que foram colocados em posições chaves do governo do “traste”, daí o tratamento pouco respeitoso para com os próprios, por parte do também despreparado Presidente da República, que se refletiu na desautorização/humilhação pública de uma decisão do Ministro da Saúde, dias atrás, no tocante à compra de vacinas contra a Covid 19.

E o pior é que, após a humilhação impingida, fez questão de visitar o subordinado no leito hospitalar (fora abatido pela Covid 19) quando tratou de lembrar-lhe, ante os holofotes da mídia, ser seu superior hierárquico e merecedor, pois, de obediência.

No que foi de pronto atendido, quando o patético general soltou essa pérola: Senhores, é simples assim; um manda e o outro obedece!”.

Um retrato emblemático e fiel de tudo isso está contido na página 1898 do Dicionário Houaiss, a saber:

MERCENÁRIO: que é assoldadado, que trabalha ou serve por um preço ou soldo ajustado; que age ou trabalha apenas por interesse financeiro, por dinheiro ou algo que represente vantagens materiais; interesseiro, venal; soldado ou oficial que, em troca de soldo, serve em um exército estrangeiro”.  

O triste nessa história toda é constatar que atualmente o governo está repleto de generais de pijama mercenários, que se sujeitam passivamente à incompetência de uma figura comprovadamente desequilibrada.

Onde vamos parar ???



quinta-feira, 22 de outubro de 2020

UM GENERAL PRA CHAMAR DE MEU - José Nilton Mariano Saraiva

 

Nossa vacina jamais será vermelha”.

Foi esta a estapafúrdia declaração do “traste” que está Presidente da República, depois de saber que o general Eduardo Pazuello (que “está” Ministro da Saúde) teria firmado com 24 governadores um protocolo de intenções onde se comprometeu a adquirir (já estão disponíveis) 46 milhões de doses da vacina Coronovac (de origem chinesa, mas desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan) a fim de tentar deter o avanço do letal Coronavírus.

Nem um pouco preocupado com a agressividade e letalidade do vírus, que já ceifou a vida de quase 160.000 brasileiros (até os dias atuais), tratou de DESAUTORIZAR (DESMORALIZANDO-OS PUBLICAMENTE), o general-ministro e a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária, garantindo que tal vacina não será adquirida pelo governo federal, porquanto originária de um país comunista (“a China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muito dizem, esse vírus teria nascido lá”).

Ao afirmar que o general-ministro se “precipitou” ao assinar o tal protocolo de intenções sem consultá-lo, mentiu despudoradamente, porquanto existem documentos que atestam ter sido avisado, sim, do que o Ministério da Saúde iria protagonizar.

Não satisfeito, claramente mostrou que queria, sim, “um general pra chamar de meu”, humilhando-o grotescamente, ao concluir: “Eu sou militar, o Pazuello também o é, e nós sabemos que QUANDO UM CHEFE DECIDE, O SUBORDINADO CUMPRE”.

E neste momento, numa prova de que nossas academias não mais formam militares como antigamente, ao ser inquirido a respeito, o abobalhado e desmoralizado general literalmente miou: “Senhores, é simples assim; um manda e o outro obedece!”.

Alfim, um resumo de todo esse imbróglio poderá ser encontrado à página 2326 do Dicionário Houaiss, onde se lê: “psicopatia é um distúrbio mental grave em que o enfermo apresenta comportamentos antissociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou remorso, incapacidade para amar e se relacionar com outras pessoas com laços afetivos profundos, egocentrismo extremo e incapacidade de aprender com a experiência”.

Alguém tem alguma dúvida sobre ???





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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

EXCENTRICIDADE - José Nilton Mariano Saraiva

 Ante o procedimento/modo/método heterodoxo (e pra lá de excêntrico) usado pelo líder do governo Bolsonaro no Senado, Chico Rodrigues (de Roraima), temos que rever, já,  certos conceitos, a saber:

Definição (ANTIGA) do Dicionário HOUAISS: 

ÂNUS: abertura exterior do tubo digestivo, na extremidade do reto, pela qual se expelem os excrementos; abertura cirúrgica da luz intestinal para a superfície externa do corpo, por meio da qual se faz a eliminação das fezes” (página 242). 


Definição (ATUAL) que o Dicionário HOUAISS terá que usar: 

ÂNUS: abertura exterior do tubo digestivo, na extremidade do reto, ANTIGAMENTE usada para expelir os excrementos e, hoje, utilizada para GUARDAR dinheiro proveniente da corrupção.

É mole ou quer mais ???

 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

ONDE O "PÉ-RAPADO" NÃO TEM VEZ - Jose Nilton Mariano Saraiva

 

ONDE O “PÉ-RAPADO” NÃO TEM VEZ – José Nilton Mariano Saraiva

Nessa “arenga” toda no Supremo Tribunal Federal, com seus integrantes literalmente se devorando publicamente por conta da estapafúrdia liberação (pelo ministro Marco Aurélio Mello) de um traficante de alta periculosidade (André do Rap, responsável pela remessa de toneladas de cocaína para o exterior), seria bom relembrar que aqui em Fortaleza, meses atrás, dignos, ilustres e respeitáveis desembargadores que davam plantão em finais de semana nos tribunais da vida, cobravam a “ninharia” de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) por cabeça, a fim de liberar traficantes de alta periculosidade.

E que uma só dessas “Excelências”, em um só plantão, em um único final de semana, conseguiu a proeza de liberar nada menos que 08 (oito) meliantes. Ou seja, embolsou, mole mole, nada menos que R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais). Descoberto, foi devidamente “castigado” (???) com a aposentadoria compulsória de cerca de R$ 30/40.000,00 e todos os penduricalhos a ela atinentes.

Ora, se por aqui um desembargador cobra “irrisórios” R$ 150.000,00 por cabeça, será que estaríamos a incorrer em devaneios se ousássemos conjecturar quanto custaria a liberação de um desses bandidos por parte de um ministro do Supremo Tribunal Federal ???

Afinal, e os fatos estão aí pra comprovar, não é qualquer “pé-rapado” que tem acesso ao Supremo Tribunal Federal, mas, sim, somente a “nata”, o “suprassumo” do crime organizado pode fazê-lo; e para tanto, “Suas Excelências” sempre encontram alguma “brecha” na lei (aliás, as “brechas” parecem ser deixadas de propósito).

Lembram do banqueiro Daniel Dantas, preso duas vezes em 48 horas, por ordem do juiz Fausto de Sanctis, de São Paulo, e mandado liberar pelo ministro Gilmar Mendes ??? Ou do chefe da família “Barata” (dono de frota de ônibus por esse Brasil todo), do Rio de Janeiro, que em três oportunidades também recorreu ao mesmo Gilmar Mendes (padrinho de casamento de uma das suas filhas) e hoje tá por aí livre, leve e solto ??? Ou do médico-tarado-estuprador (Roger Abdelmassih) lá de São Paulo, que também conseguir sair via Gilmar Mendes ???

Como não lembrar de Alberto Cacciola, banqueiro que, depois de receber informações privilegiadas e dar um cano monumental no mercado financeiro, além de ser libertado por ordem do mesmo Marco Aurélio Mello ainda recebeu a sugestão do próprio pra fugir do Brasil, já que tinha dupla nacionalidade (Brasil/Itália) ???

O que dizer então de Aécio Neves, sempre protegido por Gilmar Mendes e Carmen Lúcia, mesmo depois de um seu emissário ser flagrado recebendo uma “propinazinha” irrelevante de R$ 2.000.000,00 ??? E Michel Temer, comprovadamente enrolado até o pescoço em falcatruas no porto de Santos, cujo processo nunca foi pra frente ???

E o pior nisso tudo é a “suprema” hipocrisia do nosso Judiciário. Agora, por exemplo, depois da soltura do André do Rap, (já condenado a 26 anos de prisão) um batalhão de quase 600 policiais foi colocado nas ruas à sua procura, como se não soubessem que depois de cruzar o portão da prisão o distinto tenha imediatamente ido pegar seu “aviãozinho” particular e se mandado para o exterior.

Definitivamente, por essas bandas apenas o “pé-rapado” (liso, fodido, indigente) não tem vez.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

FIM DE CARREIRA INGLÓRIO - José Nilton Mariano Saraiva

 FIM DE CARREIRA INGLÓRIO – José Nilton Mariano Saraiva

E esse nosso Supremo Tribunal Federal não tem mesmo jeito: já há mais de dois anos que o processo de “suspeição” do então juiz Sérgio Moro, no tocante à comprovada parcialidade de uma decisão envolvendo o ex-presidente Lula da Silva se encontra para ser julgado pela segunda turma daquele colegiado (composta por cinco ministros).

Com o placar do julgamento já apontando 2 x 0 em favor do então juiz (votos já “manjados” dos suspeitos Edson Fachin e Carmen Lúcia) eis que, na fase crepuscular do ano de 2018, o ministro Gilmar Mendes pediu “vistas” e literalmente sumiu com o processo.

Tanto que, hoje, decorridos quase dois anos do tal pedido de vistas, inexplicavelmente o citado ministro continua sentado em cima do mesmo, impedindo que sua votação seja concluída.

É algo absolutamente inexplicável (e que pode muito bem nos levar a pensar na perspectiva de tenebrosas transações nos bastidores), porquanto o próprio Gilmar Mendes (lá atrás) já houvera categórica e contundentemente afirmado sua aversão ao modus operandi da “organização criminosa” sediada em Curitiba, comandada pelo ex-juiz, ao declarar (ipsis litteris):

É um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente. Homologamos delação. É altamente constrangedor e temos que dizer: nós falhamos. A República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura. Gente ordinária. Se achavam soberanos. Gente sem nenhuma maturidade. Corrupta na expressão do termo. VIOLARAM O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL”.

Ora, se violaram o Código de Processo Penal (conforme assegura Gilmar Mendes), ninguém mais competentemente apto e credenciado para anular todas as barbaridades cometidas por Sérgio Moro e sua quadrilha, que o Supremo Tribunal Federal; e aí, o processo de suspeição do ex-juiz seria a largada ou o ponta pé inicial para recolocar as coisas em seus devidos lugares, já que certamente apontaria para a anulação da penalidade imposta ao ex-presidente, lhe restituindo seu direito líquido e certo de concorrer em eleições posteriores (Presidência da República, em 2022).

Assim, era de se esperar que, tão logo o ministro-relator do processo, Celso de Melo, voltasse à ativa após licença para tratamento de saúde, tivéssemos pautada a conclusão do julgamento, porquanto na dependência de apenas 03 (três) votos e todos de ministros “garantistas” (seguidores da Constituição Federal): Gilmar Mendes, Celso de Melo e Ricardo Lewandowski, (teoricamente favoráveis à tese da suspeição, exatamente por serem “garantistas”).

Eis que, para surpresa de todos, covardemente Celso de Melo volta anunciando a antecipação da sua aposentadoria para meados deste mês (fugindo do julgamento) e, pior, colocando à frente do processo de suspeição do ex-juiz um outro processo (do qual também é relator), recentíssimo e que não dará em nada, porquanto envolvendo a possível interferência do corrupto Presidente da República na Polícia Federal (a essa altura já deve ter tido alguma “conversa informal” com os covardes integrantes daquela corte).

No frigir dos ovos (pelo menos por enquanto), por conivência e conveniência do próprio Supremo, as sentenças do ex-juiz Sérgio Moro continuarão a espraiar seus efeitos maléficos e duradouros sobre os que foram por ele julgados (porquanto eivadas de “parcialidade”) e, devido à frouxidão e covardia demonstradas, o badalado decano Celso de Melo terá um fim de carreira inglório (o que nos remete a uma passagem do livro do ex-ministro Saulo Ramos, quando, frente a frente, rotulou-o (Celso de Melo) de “um juiz de merda”).

No mais, só o silêncio sepulcral da nossa corrupta mídia sobre (poderia pelo menos questionar a razão pela qual Gilmar Mendes não libera o processo).

sábado, 3 de outubro de 2020

A "SUBSTITUTA" (CARNE E UNHA) - José Nilton Mariano Saraiva

 

Quando resolveu abandonar a magistratura e ingressar na política (já que houvera cumprido a missão que lhe fora outorgada de impedir por cima de pau e pedra a candidatura do ex-presidente Lula da Silva), o então juiz Sérgio Moro indicou para substituí-la no comando da Lava Jato a também juíza Gabriela Hardt, uma das reluzentes integrantes da tal força-tarefa e que, desde tempos imemoriais, tal qual uma fervorosa beata, sempre rezou pelo “catecismo morista” (tanto que ficou conhecida pela alcunha de “o Moro de saias”).

E não sem razão. Arrogante e prepotente, tal qual o padrinho, tinha também especial predileção por humilhar os que tivessem a infelicidade de por ela serem questionados, ao vivo, como aconteceu com o ex-presidente Lula da Silva, alvo de uma sua reprimenda ao tentar esclarecer uma determinada situação.

Eis que agora, em razão da Polícia Federal e do Ministério Público Federal não terem encontrado qualquer indício de irregularidades nas palestras proferidas pelo ex-presidente (como à época o juiz Moro anunciara existirem e usara de tal argumento para condená-lo e bloquear seus bens) a “Moro de saias” não teve outra alternativa que não “descredenciar” o amigo íntimo, ao reconhecer a inocência do ex-presidente, ao tempo em que agilizou a liberação dos correspondentes valores bloqueados.

Ipsis litteris: “A justificativa para manter-se o bloqueio da integralidade dos ativos financeiros de Luiz Inácio da Silva baseava-se na suspeita de prática de crimes envolvendo as palestras ministradas pelo ex-presidente. Todavia, a autoridade judicial concluiu não haver indícios nesse sentido, com o que concordou o Ministério Público Federal. Por tais motivos, o bloqueio integral de tais valores não mais se sustenta”.

A verdade é que, uma a uma, as decisões do ex-juiz estão sendo progressivamente anuladas, desmoralizando-o publicamente (e em breve poderemos vê-lo na cadeia), ao tempo em que se atesta e reafirma o que metade do mundo e a outra banda sabem: no Brasil, um golpe envolvendo a mídia, judiciário e políticos desqualificados provocou o afastamento de uma Presidenta da República democraticamente eleita.

Como pimenta nos olhos dos outros é refresco, o resultado é essa desgraça que atualmente atravessamos: uma família de milicianos no poder, assessorada por militares raivosos, com a ingente missão de desconstruir tudo o que foi pacientemente realizado.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

O "MILICO" GOZADOR - José Nilton Mariano Saraiva

 

"AS ROCHAS AQUECIDAS PELO SOL CONFUNDEM OS 

   SATÉLITES E PARECEM FOCOS DE INCÊNDIO”.


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Verifiquem que a frase acima está entre “aspas”. Portanto, foi proferida por alguém (mas não por quem está a postar esta).


O que se pode garantir é que não se trata de uma declaração de algum bêbado ou retardado mental; tampouco, de algum intelectual excêntrico, objetivando atrair os holofotes; ou, quem sabe, de algum marciano desgarrado, que esteja perdido por essas bandas.


A verdade (é vero, senhores, acreditem) é que a frase acima foi proferida pelo excelentíssimo senhor GENERAL DO EXÉRCITO BRASILEIRO, HAMILTON MOURÃO (hoje exercendo a função de vice-presidente da República).


Conclusão a que podemos chegar: nossas (outrora) exigentes e respeitáveis academias já não formam generais como antigamente.


Partindo desse pressuposto, talvez se possa “matar a charada” da razão do “analfa” que está presidente da república se achar cercado de uma plêiade de mercenários generais de pijama (não arranjariam emprego em outro lugar, onde houvesse um mínimo de exigência).

terça-feira, 29 de setembro de 2020

EDUCAR ??? PRA QUÊ ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Tempos atrás, na cidade do Crato-CE, o então gestor do município recebeu uma delegação de importantes empresários do setor educacional, proprietários de uma grande e conceituada Universidade no estado do Rio de Janeiro, interessados em implantar na cidade uma determinada faculdade (espécie de extensão da matriz carioca).

Para viabilizar tal mister, o único (e factível) pedido que fizeram foi que o município cedesse o terreno onde seriam edificadas as instalações físicas da dita cuja, que passaria a funcionar tão logo as obras fossem concluídas.

E então, sob o argumento (imbecil) de que a educação não era algo importante (ou não era algo prioritário), Sua Excelência municipal recusou de pronto a oferta e, assim, impediu que o município contasse com aquele importante alavancador desenvolvimentista.

A reflexão é só pra lembrar que no Brasil atual, sob o comando da dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, a educação parece também não ter importância ou prioridade nenhuma, tanto que retirarão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE (cujos recursos se destinam à educação básica), uma montanha de dinheiro, para alocarem na formação de um fundo destinado à implantação de um programa eleitoreiro.

Além do que, para complementar tal fundo, verbas destinadas ao pagamento dos “precatórios”, que o governo tem que saldar junto a quem tem direito, serão também desviadas, num atestado eloquente de que os menos desvalidos, que teriam direito de recebê-los, também não são prioridade.

Enquanto isso, na contramão do bom senso e razoabilidade, o banqueiro Paulo Guedes (que é quem manda mesmo no governo do Bozo) resolveu que o Banco do Brasil (sob o seu comando, como Ministro da Economia), cederá por 10,0% (DEZ POR CENTO) do valor de face, toda uma carteira de créditos “teoricamente” podres (ou de difícil recuperação) ao Banco BGT Pactual, de propriedade dos seus antigos sócios (dos 03 BILHÕES de reais do valor de face, os novos proprietários pagarão 300 MILHOES de reais).

E aqui não há como olvidar que foi no governo do “analfabeto” Lula da Silva que foram implantadas dezenas e dezenas de Universidades por esse Brasil afora, numa prova inconteste de que “estadistas” não aparecem todos os dias (há que se ter índole, coisa impossível em um miliciano desqualificado e num economistazinho de quinta categoria).


domingo, 27 de setembro de 2020

SUSPEIÇÃO SOB SUSPEITA - José Nilton Mariano Saraiva

 “SUSPEIÇÃO” SOB “SUSPEITA” - José Nilton Mariano Saraiva

O processo sobre a “suspeição” do ex-juiz Sérgio Moro no tocante às acusações que findaram por enclausurar (sem nenhuma prova) o ex-presidente Lula da Silva (impedindo-o de participar da eleição presidencial, onde despontava como favorito absoluto), teve início já há alguns meses, na segunda turma do Supremo Tribunal Federal (composta por cinco membros) e. até ser interrompido o placar apontava 2 x 0 em favor daquele juiz de piso, votos proferidos por Edson Fachin e Carmen Lúcia (em bom português, para os dois ministros o ex-juiz foi considerado imparcial em seu julgamento).
Faltando três votos para ser concluído, encontra-se atualmente nas mãos de um dos seus componentes, ministro Gilmar Mendes (que pediu vistas), no aguardo que seja retomado o julgamento.
Faltam votar os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, todos teoricamente favoráveis à tese da suspeição e, por extensão, capazes de reverter o quadro atual, o que implicaria na anulação das condenações (sem prova, repita-se), impostas por aquele ex-juiz ao ex-presidente.
É a ímpar oportunidade para que aquela corte superior se redima dos grosseiros erros que proferiu ao longo dos processos eivados de parcialidade comandados pelo ex-juiz, porquanto comprovado restou (com provas robustas) que o próprio agiu de forma tendenciosa e desonesta em relação ao ex-presidente (conforme admitiu, a posteriori, o próprio Gilmar Mendes, em entrevista à mídia).
No entanto, estranhamente até agora não há nenhuma sinalização que tal julgamento seja retomado, daí se suspeitar se a suspeição do ex-juiz algum dia será votada, ou se, maquiavelicamente, os integrantes do STF estão no aguardo que assumam novos ministros indicados pela atual Presidente da República, visando beneficiar o ex-juiz e em desfavor do ex-presidente.
Fato é que, se quisesse readquirir para o STF um mínimo de credibilidade perante a sociedade (perdida faz tempo devido a decisões esdrúxulas), a segunda turma do STF teria que dar seguimento ao julgamento, antes que o ministro Celso de Mello se aposente, no próximo mês de outubro.
Se não o fizer, restará uma forte suspeição, sim, de que o STF terá sido “parcial” na tentativa de beneficiar o famigerado ex-juiz que, comprovadamente, nunca agiu com “imparcialidade” quando do outro lado estava o ex-presidente Lula da Silva.