por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
domingo, 1 de março de 2015
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
O "ANIVERSÁRO" - José Nilton Mariano Saraiva
Há exatos quatro meses (26.10.14), a “tucanalhada” sofria sua oitava derrota consecutiva (em 12
anos) na disputa para a Presidência da República, porquanto a maior parte da
população brasileira negou-se peremptoriamente a sufragar em segundo turno (e
em oito eleições), seus insossos e despreparados candidatos (Serra, Alkmin e
Aécio Neves).
Esperava-se, compreensivelmente,
que de tanto levar “peia”, levando-os quase à “depenação” absoluta, que os tucanos,
depois de tanto apanhar, enfim tivessem aprendido a lição e respeitassem o
resultado das urnas, portando-se dignamente ante o fato consumado. Mera ilusão,
puro devaneio.
Comandados pelo “sociólogo-gagá”
(FHC) e secundado pelo “playboy do Leblon” (Aécio Neves), a “tucanalhada” fez
foi partir pra atitudes radicais e inimagináveis, na tentativa de criar uma
espécie de “terceiro turno”, cujo clímax deu-se agora, com a idiotice extrema de
tentar insuflar a população para que desfralde a bandeira do “impeachment”, num
atentado eloquente à democracia.
Como qualquer motivo constituir-se-ia
desculpa para a tomada de tão estapafúrdia medida, o “gancho” encontrado foi atribuir
uma falsa paternidade ao “esquema” (descoberto na Petrobras por uma instituição
do governo) e aliar-se à parte podre da mídia tupiniquim, a fim de repercutir com
estardalhaço os “malfeitos” perpetrados por uma quadrilha que atuava “com
apetite desvairado” naquela estatal.
Só que, na pressa, por
descuido, e ignorando que a mentira tem pernas curtas, “esqueceram” que os
ladrões tinham ramificações eminentemente tucanas, porquanto introduzidos na Petrobrás
desde o “primeiro-reinado-mandato” de FHC (conforme restou comprovado após declaração
de um dos componentes) e cujo objetivo maior era sangrar de morte a Petrobras a
fim de entregá-la de mão beijada aos “gringos” (nem que para isso fosse necessário
mudar o próprio nome para Petrobax).
Descoberta a “maracutaia”
e obstadas as operações-bandidas (graças à excelência dos órgãos governamentais
envolvidos na apuração), a Petrobras salvar-se-á, porque é uma das maiores
empresas do mundo em termos de tecnologia e “know-how” na exploração do
petróleo, porque tem milhares de funcionários que “vestem a camisa” e dela se
orgulham, porque possui reservas inimagináveis de um produto que metade do mundo
e mais uma banda almeja e necessita, porque a maioria dos brasileiros dela
sente orgulho e, principalmente, porque o governo já avisou que dela não
pretende se livrar (pondo-a à venda, como certamente fariam os tucanos).
Será,
sim, saneada e fortalecida em seus controles, e continuará contribuindo de
forma decisiva para alavancar o Brasil ao seleto grupo de nações do primeiro
mundo. Independentemente do mau humor e do “entreguismo” da “tucanalhada”, que
insiste, persiste e não desiste para que os brasileiros enxerguem a Petrobrás apenas e tão somente a partir de 2003, ignorando os portentosos roubos do passado.
Se são tão "puros", estão com receio de quê ???
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Os Muros da Cidade Alta
J. FLÁVIO VIEIRA
Findo o período momino, o Governador
da Bahia, Rui Costa , debruçando-se sobre os crescentes índices de
violência no Carnaval, chegou a uma conclusão polêmica : a separação dos
foliões que pagam dos que não pagam, por cordas, nos trios elétricos, é o
principal motor das cenas de agressividade. “Quanto menos cordas, menos
violência teremos no Carnaval”, fechou o governador em entrevista.
O
Carnaval, desde seus primórdios, teve sua força no potencial anárquico que carregava
consigo. De repente, o mundo virava de ponta cabeça : homens se vestiam de
mulher; escravos esguichavam água nos amos; amores ganhavam a eternidade de quatro dias; maridos escapavam à sorrelfa a
despeito da vigilância das esposas. Charangas, blocos de sujos ganhavam a rua
e cada um se travestia , de repente, dos seus desejos
mais íntimos, banhados numa certa cortina de anonimato. A irreverência da
festança caiu no gosto dos brasileiros e o Carnaval foi tomando um vulto
inesperado, principalmente em alguns polos que se foram tornando mais
tradicionais : Rio de Janeiro, Salvador e Recife.
O Mercado, o deus dos dias atuais, rapidamente
percebeu que existia ali uma enorme possibilidade de lucro. Só que numa festa
tão anárquica era preciso colocar regras fixas para poder cobrar o ingresso. Aí
vieram os cordões de isolamento, os camarotes exclusivos, o desfile fechado dos
blocos na Sapucaí, a venda de fantasias e adereços, os bailes mominos em clubes. O Rio de Janeiro terminou por
acabar com seu invejável e vultoso carnaval de rua, resumiu-o a um mero
espetáculo de arquibancada. As Marchinhas picantes e bem humoradas de outrora
foram substituídas pela monotonia de Sambas-Enredos repetitivos e chatos. Só nos
últimos anos, o Rio vem tentando correr
atrás do prejuízo com “A Banda de Ipanema”, o “Monobloco” e outros tantos que
tais.
Salvador, que
começou com o sonho de Dodô-Armandinho-Osmar, industrializou seu Carnaval, com seus
trio-elétricos fechados por cordão de isolamento e os foliões todos com seus
abadás uniformizados e seus camarotes todos caríssimos. O povão ,se quiser
brincar, fica de “pipoca” do lado de fora, sujeito aos safanões e aos
descuidistas . Talvez muitos dos trombadinhas
contratados pelos mesmos blocos para forçar os pipoqueiros a comprarem
seu ingresso nos próximos carnavais. A Axé Music, monocórdica, depois de trinta
anos espatifando tímpanos, perdeu fôlego e percebe-se, claramente, que já não
traz o fervor e a alegria dos velhos tempos. O formato do Carnaval de Salvador parece
estar em pleno declínio.
Restou
Recife que mantém a tradição do Carnaval de Rua, com seu frevo que carrega uma
bagagem lúdica de mais de um século e sua dança esfuziante e malabarística. Não
há cordões de isolamento nos blocos, as fantasias são simples e perfeitamente
criativas e não existe apartheid. Todos estão juntos na avenida. Há 25 anos
acompanho o Carnaval de Olinda e Recife e conto nos dedos as brigas que
presenciei. O “Galo da Madrugada” que arrasta mais de um milhão de foliões de
todas as classes sociais dá , anualmente, um exemplo de como é possível juntar
tantos , mesmo sob o poder do álcool, alegres, irmanados e tolerantes.
A
citação de Rui Costa, assim, me parece perfeita. Vivemos em uma sociedade de
castas, apesar de propalarmos a beleza da nossa miscigenação. Os bacanas não
querem se misturar com o povaréu. Infelizmente, um dia esses conjuntos têm
alguma intersecção. Não dá para morrer de fome quieto no morro, vendo o vizinho logo abaixo comendo
caviar. O Cordão de Isolamento faz com que essas diferenças surjam claras e
translúcidas : dentro da corda os cidadãos, fora da corda, a corja.
A
frase de Gil, com todo respeito que tenho ao meu compositor brasileiro
preferido, me parece muito infeliz. Primeiramente, passa essa separação como
uma coisa natural. Os ricos nos camarotes e a pobreza na rua. E mais ,
transparece uma tendência de imutabilidade: sempre foi assim, meu povo, nunca
vai mudar! Por outro lado, Gil esquece que não foi bem isso que aconteceu no
Carnaval de Salvador. A Elite já não se conforma em ficar no camarote, ela
invadiu a avenida, impermeabilizando-se pelas cordas do blocos e não permite mais ao povão brincar: “Xô,
carniça ! O Carnaval, agora, é privilégio dos bacanas!” Gil que um dia já morou na Cidade Baixa, deveria
lembrar-se como é difícil a vida para quem quer ir à Cidade Alta e não lhe dão acesso ao Elevador Lacerda.
Felizmente,
essas fórmulas industriais de Carnaval parecem estar se exaurindo. Organizar
uma festa anárquica por natureza é, simplesmente, arrancar-lhe a essência. Depois,
os festins da Elite são contidos, cheio de regras, seguranças e arrebites
extracurriculares. Um dia ruirão todas os camarotes, os trios sairão dos
caminhões e virão para rua, as cordas se esfacelarão e todos serão exatamente
iguais: partilhando a alegria, a dança e
o milagre da vida.
Crato, 24/02/15
PETROBRAS
DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O
BRASIL
Há
quase um ano o País acompanha uma operação policial contra evasão de divisas
que detectou evidências de outros crimes, pelos quais são investigadas pessoas
que participaram da gestão da Petrobrás e de empresas fornecedoras. A ação
institucional contra a corrupção tem firme apoio da sociedade, na expectativa
de esclarecimento cabal dos fatos e rigorosa punição dos culpados.
É
urgente denunciar, no entanto, que esta ação tem servido a uma campanha visando
à desmoralização da Petrobrás, com reflexos diretos sobre o setor de Óleo e
Gás, responsável por investimentos e geração de empregos em todo o País;
campanha que já prejudicou a empresa e o setor em escala muito superior à dos
desvios investigados.
A
Petrobrás tem sido alvo de um bombardeio de notícias sem adequada verificação,
muitas vezes falsas, com impacto sobre seus negócios, sua credibilidade e sua
cotação em bolsa. É um ataque sistemático que, ao invés de esclarecer, lança
indiscriminadamente a suspeita sobre a empresa, seus contratos e seus 86 mil
trabalhadores dedicados e honestos.
Assistimos
à repetição do pré-julgamento midiático que dispensa a prova, suprime o
contraditório, tortura a jurisprudência e busca constranger os tribunais. Esse
método essencialmente antidemocrático ameaça, hoje, a Petrobrás e suas
fornecedoras, penalizadas na prática, enquanto empresas produtivas, por desvios
atribuídos a pessoas físicas.
Ao
mesmo tempo, o devido processo legal vem dando lugar ao tráfico seletivo de
denúncias, ofensivo à consciência jurídica brasileira, num ambiente de
obscuridade processual que propicia a coação e até o comércio de testemunhos
com recompensa financeira. Na aparente busca por eficácia, empregam-se métodos
que podem – isto, sim – levar à nulidade processual e ao triunfo da impunidade.
E
tudo isso ocorre em meio a tremendas oscilações no mercado global de energia,
num contexto geopolítico que afeta as economias emergentes, o Brasil, o Pré-Sal
e a nossa Petrobrás.
Não
vamos abrir mão de esclarecer todas as denúncias, de exigir o julgamento e a
punição dos responsáveis; mas não temos o direito de ser ingênuos nessa hora: há
poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrás, ávidos por se
apossar da empresa, de seu mercado, suas encomendas e das imensas jazidas de
petróleo e gás do Brasil.
Historicamente,
tais interesses encontram porta-vozes influentes na mídia e nas instituições. A
Petrobrás já nasceu sob o ataque de “inimigos externos e predadores internos”,
como destacou a presidenta Dilma Rousseff. Contra a criação da empresa, em
1953, chegaram a afirmar que não havia petróleo no Brasil. São os mesmos que sabotaram
a Petrobrás para tentar privatizá-la, no governo do PSDB, e que combateram a
legislação do Pré-Sal.
Os
objetivos desses setores são bem claros:
-
Imobilizar a Petrobrás e depreciar a empresa para facilitar sua captura por
interesses privados, nacionais e estrangeiros;
-
Fragilizar o setor brasileiro de Óleo e Gás e a política de conteúdo local;
favorecendo fornecedores estrangeiros;
-
Revogar a nova Lei do Petróleo, o sistema de partilha e a soberania brasileira
sobre as imensas jazidas do Pré-Sal.
Para
alcançar seu intento, os predadores apresentam a Petrobrás como uma empresa
arruinada, o que está longe da verdade, e escondem do público os êxitos
operacionais. Por isso é essencial divulgar o que de fato aconteceu na
Petrobrás em 2014:
- A
produção de petróleo e gás alcançou a marca histórica de 2,670 milhões de
barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior);
- O
Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de petróleo/dia;
- A
produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de metros cúbicos/dia;
- A
capacidade de processamento de óleo aumentou em 500 mil barris/dia, com a
operação de quatro novas unidades;
- A
produção de etanol pela Petrobrás Biocombustíveis cresceu 17%, para 1,3
bilhão de litros.
E,
para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a Petrobrás tornou-se a
maior produtora mundial de petróleo entre as empresas de capital aberto,
superando a ExxonMobil (Esso).
O
crescente sucesso operacional da Petrobrás traduz a realidade de uma empresa
capaz de enfrentar e superar seus problemas, e que continua sendo motivo de
orgulho dos brasileiros.
Os
inimigos da Petrobrás também omitem o fato que está na raiz da atual
vulnerabilidade da empresa à especulação de mercado: a venda, a preço vil, de
108 milhões de ações da estatal na Bolsa de Nova Iorque, em agosto de 2000,
pelo governo do PSDB.
Aquela
operação de lesa-pátria reduziu de 62% para 32% a participação da União no
capital social da Petrobrás e submeteu a empresa aos interesses de investidores
estrangeiros sem compromisso com os objetivos nacionais. Mais grave ainda:
abriu mão da soberania nacional sobre nossa empresa estratégica, que ficou
subordinada a agências reguladoras estrangeiras.
Os
últimos 12 anos foram de recuperação e fortalecimento da empresa. O País voltou
a investir em pesquisa e a construir gasodutos e refinarias. Alcançamos a
autossuficiência, descobrimos e exploramos o Pré-Sal, recuperamos para 49% o
controle público sobre o capital social da Petrobrás.
O
valor de mercado da Petrobrás, que era de 15 bilhões de dólares em 2002,
é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar dos ataques especulativos. É a maior
empresa da América Latina.
A
participação do setor de Óleo e Gás no PIB do País, que era de apenas 2% em
2000, hoje é de 13%. A indústria naval brasileira, que havia sido sucateada,
emprega hoje 80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores da Petrobrás, o setor
de Óleo e Gás emprega mais de 1 milhão de pessoas no Brasil.
É
nos laboratórios da Petrobrás que se produz nosso mais avançado conhecimento
científico e tecnológico. Os royalties do petróleo e o Fundo Social do Pré-Sal
proporcionam aumento significativo do investimento em Educação e Saúde. Este
é o papel insubstituível de uma empresa estratégica para o País.
Por
tudo isso, o esclarecimento dos fatos interessa, mais do que a ninguém, aos
trabalhadores da Petrobrás e à população brasileira, especialmente à parcela
que vem conquistando uma vida mais digna.
Os
que sempre tentaram alienar o maior patrimônio nacional não têm autoridade
política, administrativa, ética ou moral para falar em nome da Petrobrás.
Cabe
ao governo rechaçar com firmeza as investidas políticas e midiáticas desses
setores, para preservar uma empresa e um setor que tanto contribuíram para a
atração de investimentos e a geração de empregos nos últimos anos.
A
direção da Petrobrás não pode, nesse grave momento, vacilar diante de pressões
indevidas, sujeitar-se à lógica dos interesses privados nem agir como refém de
uma auditoria que representa objetivos conflitantes com os da empresa e do
País.
A
investigação, o julgamento e a punição de corruptos e corruptores, doa a quem
doer, não pode significar a paralisia da Petrobrás e do setor mais dinâmico da
economia brasileira.
É o
povo brasileiro, mais uma vez, que defenderá a empresa construída por gerações,
que tem a alma do Brasil e simboliza nossa capacidade de construir um projeto
autônomo de Nação.
Pela
investigação transparente dos fatos, no Estado de Direito, sem dar trégua à
impunidade;
Pela
garantia do acesso aos dados e esclarecimentos da Petrobrás nos meios de
comunicação, isentos de manipulações;
Pela
garantia do sistema de partilha, do Fundo Social e do papel estratégico da
Petrobrás na exploração do Pré-Sal;
Pela
preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da Engenharia brasileira.
Defender
a Petrobrás é defender o Brasil – nosso passado de lutas, nosso presente e
nosso futuro.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
"DECISÃO POLÍTICA" - José Nilton Mariano Saraiva
E acabou restando
vergonhosa e infrutífera a tentativa de alguns maus brasileiros de, em se
aproveitando dos problemas surgidos na Petrobras, entregar para a banca
internacional aquela que é uma das principais empresas do mundo, porquanto
detentora das fabulosas reservas petrolíferas do pre-sal.
É que a presidenta
Dilma Rousseff, contrariando o tão poderoso “mercado” e a parte podre da mídia
tupiniquim, optou por colocar no comando daquela estatal um técnico da sua
irrestrita confiança, com especialidade em finanças e não em petróleo, a fim de
conseguir não só estancar a corrupção praticada por bandidos de alta
periculosidade que por lá agiam impunemente desde o governo FHC, bem como
também continuar explorando em sua plenitude o nosso “passaporte para o futuro”
(o pre-sal).
Claro que, em virtude do
rombo descomunal praticado pelos marginais-engravatados comprovadamente vinculados
à “tucanalhada” (Pedro Barusco, Paulo Roberto & Cia) o estrago foi significativo,
e somente descoberto em razão da “decisão política” da Presidenta Dilma
Rousseff de “ir fundo” nas investigações (atitude pra lá de comprobatória de
quem não tem o que temer).
Cabe agora à justiça (principalmente
ao Supremo Tribunal Federal) agir com rigor em relação aos marginais que se
locupletaram, impondo-lhes penas compatíveis com os crimes perpetrados,
independentemente da posição e filiação partidária.
Quanto à Petrobras, agora
livre dos ladrões-engravatados e contando mais que nunca com o apoio do povo brasileiro e do seu
excelente corpo técnico e funcional, certamente recuperar-se-á do baque muito em
breve e, mais importante, sem perder sua identidade, já que livre de ser
entregue aos “gringos”, como a “tucanalhada” apostava e faria, se por acaso
assumisse o poder o despreparado “Aébrio Never”.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
José Carlos Brandão disse...
Amor é loucura?
Então quero ser louco!
Mais louco quero ser
quanto amor pode me dar.
Quero um amor de mulher
para me extasiar.
Amor sempre é pouco,
meu coração no peito
nunca está satisfeito.
Amor é loucura?
Desse mal ninguém me cura!
Então quero ser louco!
Mais louco quero ser
quanto amor pode me dar.
Quero um amor de mulher
para me extasiar.
Amor sempre é pouco,
meu coração no peito
nunca está satisfeito.
Amor é loucura?
Desse mal ninguém me cura!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Antonio César-Amigo querido!
Perdemos muita gente querida, nos últimos meses. Meu coração a cada dia fica mais triste. E pensar que essa cadeia de perdas é contínua...! Porque a morte faz parte da vida. Quando iremos encara-la com naturalidade?
O tempo transforma a tristeza em saudade!
O tempo transforma a tristeza em saudade!
Renasceu hoje, num plano superior, onde não existe a dor. Espaço de luz! Tua presença enchia de alegria o coração dos amigos.Guardo para mim a lembrança do teu sorriso. Te conheci criança. Ficamos amigos, na tua juventude...E este afeto é para sempre!
Dia 17 de fevereiro de 2015 foi mais um dia de luto para mim e para muitos.
Deus nos fortaleça para que possamos salvar a nossa alegria interior, e continuar louvando a vida como um bem maior, mas passageiro.
Meus sentimentos se irmanam aos de Dona Almina, Joaquim, José, Maria Edite, Bida, Maria Amélia e a todos desta família por quem tenho afeto e respeito especial
socorro moreira
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
As Histórias Vividas- Por Aurélia Milfont
Quando eu era criança
gostava de dormir no quarto de Mãe São.
Cama enorme com lençóis branquinhos e cheirosos, lavados por Maria Pretinha-
no rio das piabas.
Lembro-me das palavras da minha avó.
-Leve o seu lençol, e eu levava enrolado debaixo do braço.
E bem antes do galo cantar,
no quintal da D.Maria Romão.
Lá estava vovó rezando o ofício
de Nossa Senhora(...Deus nos salve relógio,
que anda atrasado...).
Mas o nosso relógio não atrasava.
Pontualmente o galo cantava
alto e em bom tom.
Era a hora do levantar.
Eu ficava deitada só mais um pouquinho
escutando os versos assobiados,
na cumeeira da casa.
Então eu ouvia a voz do Sr.Vicente,
o padeiro.
-Olha o pão!
-Olha o pão D.Conceição!
Minha avó abria a porta
e de mão lavadas,
recebia o pão nosso de cada dia,
ainda quentinho.
Era sempre assim, o pão era cortado
e ela fazia a chamada dos presentes:
Aurélia, Alísio,Arcy,\Emílio, Fernando...
Eu, menina gulosa, sentava-me à mesa
e esperava impaciente
que o café cheiroso e esfumaçante
fosse servido da velha chaleira de ferro.
Com os olhos compridos, pidão,
namorava as tapiocas feitas por Ninãn.
-Vó, vou guardar o pão,
quero a tapioca
-Quem guarda com fome,
o gato vem e come.
Dizia sorrindo
Eita vida boa!
Tranquila, sem pressa.
Eita tempo bom!
* Maria Aurélia Milfont Benício é filha do Maestro Hidelgardo Benício, e esteve no carnaval da saudade 2015, representando o pai, na homenagem prestada pelo CTC.
Tive o prazer de conviver com ela e Clóvis( seu esposo), neste final de semana festivo.
Revelou-se grande poetisa popular, quando na sua primeira postagem, no Azul Sonhado, atingiu o maior número de nossos leitores. Espero que tenhamos oportunidade de postar mais alguns dos seus inúmeros versos brancos e cordéis.
Hoje considero Aurélia minha amiga de infância, pelas afinidades, inclusive de sangue. Somos trinetas do Cel.Maiinha.
Socorro Moreira
Fotos de Samuel Gregório- Carnaval da saudade 2015
Fabiana e Zé Flávio: sucesso nas fantasias!
A nossa geração está reduzida em presenças, a cada ano. Mas a festa continua muito bem participada e apreciada.
Animada por duas bandas, relevamos a performance de Hugo Linard, Leninha Linard e o grande Peixoto( nosso eterno cantor).
E é como disse Mauricinho( um dos homenageados): Não vamos viver do passado. Vivamos o Carnaval 2015!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Selfie
J. Flávio Vieira
Todo verão, amigos, --não se enganem não !—lá se vem uma moda
nova. Tivemos uma infinidade delas que se alternaram na mesma regularidade das
estações. Já vieram: o Walkman, o
Celular, a máquina digital, o smartphone que, de alguma maneira, terminou por
fundir muitas outras funções. Com ele, chegou uma das mungangas mais incríveis
desses tempos : os selfies. O cabra bate selfie com o defunto no
cemitério; ensanguentado no acidente que
acabou de sofrer; com a namorada na cama depois do venha-ver. E, mais que tudo!
Manda imediatamente para as redes sociais, pois já não existe vida possível
fora da virtualidade. Sem se mostrar para os outros, não é possível sobreviver.
Cada uma dessas invenções trazem,
consigo, a ideia de ascensão social. Não ter no verão uma dessas estrovengas ,
remete, imediatamente, o sujeito para a
base da pirâmide e , de lá, não dá para ver o sol e nem se deleitar com a
sombra. Claro que, em pouco, as feiras populares, fervilhantes vão se
apropriando dessas modas , com produtos alternativos, para que o povaréu não
fique na pior e possa também, de esguelha, bicorar um pouco desse paraíso de
consumo. Quando a classe privilegiada descobre que o filho da empregada já
possui a última novidade, a moda , imediatamente, é sustada e se inventa outra.
O ciclo, como um moto-contínuo, se vai repetindo.
A moca desse verão, por incrível que possa
parecer, é o tal do “Pau de Selfie”. Talvez o leitor já tenha visto este
penduricalho por aí. O sujeito usa um suporte para agarrar o Smartphone , dando
uma certa distância, e facilitando o enquadramento, ao abrir mais o ângulo da
selfie a ser tirada. As praias, os pontos turísticos se encheram destes “paus”,
nestas férias, dava para se fazer uma apresentação de “Maneiro-pau”, se Mestre
Cirilo topasse a brincadeira. Imaginem a dificuldade de carregar um trambolho
desses, nas viagens, junto com uma infinidade de outras quinquilharias. Na
Chapada Diamantina, um dos mais bonitos espetáculos , o pôr-do-sol visto do
Morro do Pai-Inácio. Lá se postam inúmeros turistas , cada qual com o seu
pau-de-selfie ( felizes, impávidos e orgulhosos com o novo aparelho), filmando
o espetáculo e privando-se, assim, de assistir a ele. Vale mais o registro e,
principalmente, a possibilidade de mostrar aos outros o vídeo, depois. A beleza
do crepúsculo não interessa, degustá-lo, calmamente, nem pensar ! Nada de beber
o Champanhe ! Vamos é mostrar aos amigos o rótulo do Moet-Chandon ! Freud
diria, quem sabe, observando o brilho incandescente nos olhos dos
pausistas, que o pau-de-selfie, é um
símbolo fálico, imprimindo aos seus proprietários um poder viril avassalador e
inusitado.
Dizem
os pausistas, justificando a aquisição, que a importância do pau-de-selfie seria se bater a foto sem
precisar incomodar ninguém. Se se refletir um pouco, veremos que a própria
Selfie vai além do simples narcisismo. Há , por trás do retrato tirada por mim
mesmo, uma certa dose de individualismo: eu sou eu e não preciso de ninguém! O
pau de Selfie é, apenas, um aperfeiçoamento dessa arrumação. Houve um tempo, em
que, nas viagens, as pessoas , solicitamente, pediam para os companheiros
baterem suas fotos e retribuíam o favor, tirando a de outras pessoas e outros
casais. Quantas amizades não começaram nestes simples contatos? Quantas
paqueras não se encetaram, motivadas pelas fotografias que se iam alternando ? Se
se reparar bem, esse individualismo tem sido um dos sintomas mais fortes dos
tempos em que vivemos. As pessoas fogem dos relacionamentos como o satanás da água benta. Amizades já não se
fazem entre companheiros de trabalhos ou colegas de classe, até, porque, já não
são colegas, mas concorrentes. As pessoas preferem, cada vez mais, os encontros
ocasionais às relações mais sólidas. Casais já não querem filhos sob o pretexto
que dá muito trabalho, atrapalha a vida pessoal e , economicamente, é um investimento
muito desfavorável.
As cidades, assim, parecem ter uma população
muito grande, mas , na verdade, têm encolhido dia após dia, vêm se tornando
desertas, simplesmente porque cada um dos seus habitantes deixou de viver na
megalópole e passou a habitar no seu próprio mundo. Os habitantes de São Paulo
cabem numa selfie. Claro que existe uma
praça gigantesca onde periodicamente muitos se encontram : as Redes Sociais.
Essa encontro asséptico, no entanto, evita o toque, o olho-no-olho, o beijo, o
abraço e, talvez, por isso mesmo, tenha se tornado tão importante e desejado.
Dá a falsa impressão de que não estamos sós no mundo, que temos mais de dois
mil amigos que nos curtem e que, assim,
a solidão não nos baterá à porta.
O
problema é que as grandes questões do planeta precisam cada vez mais do
diálogo, da dissolução de diferenças seculares entre os homens, da conversa, da
compreensão e da visão holística. Nosso barco está à deriva e cada um dos
tripulantes mete a cabeça no buraco, como avestruz, acreditando que o iceberg
que está logo à frente não lhe diz respeito. Antes do impacto final estarão
todos no convés , com seus pau-de-selfie para registrar o fabuloso naufrágio do
Titanic.
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Uma aura permanente sobre a Índia - José do Vale Pinheiro Feitosa
Eram muitas as Índias. Com múltiplas influências culturais.
Ao sul e ao norte. A leste e oeste. Afinal aquele grande enclave no território
asiático é um subcontinente. Que ao chocar-se com a Ásia, elevou o Himalaia,
que formou gelo, as montanhas sofreram erosão e fizeram uma grande e fértil
planície, ainda mais beneficiada pelos rios que descem das montanhas.
O Brahmaputra e o Ganges, são a vida do que é hoje a Índia.
Que é uma criação nacional do colonialismo Inglês. Poucos sabemos que a enorme
cidade de Calcutá foi fundada pelos ingleses ali onde já havia alguma
aglomeração, canais de rios navegáveis e atividade econômica agropecuária bem
desenvolvida.
As instituições ocidentais, de natureza do Estado Nacional,
terminaram dando cabo das antigas organizações políticas da Índia, fazendo dela
um todo. Multicultural. Múltiplas línguas. Múltiplas crenças, inclusive e com
muito peso o islamismo.
Agora onde se vá pela Índia há uma aura permanente, pois
ainda recente, do Mahatma Gandhi. Que foi o fundador do moderno Estado Nacional
indiano. Que não foi um só, surgido por algum dom especial. Ele é parte de um
movimento de renascimento do hinduísmo, fazendo frente ao futuro ocidentalizado
do povo indiano. Criando uma ponte entre aquele passado milenar e o presente
ubíquo.
Assim como Florença foi do Renascimento Europeu, Calcutá foi
do Renascimento Indiano ou Bengali. Figuras como Gandhi, o escritor Bankim
Chandra Chatterjee, Rabindranath Tagore, o multicientista Jagadish Chandra Bose,
o grande físico da mecânica quântica Satyendra Nath Bose (a partícula Bose é em
sua homenagem), Upendranath Brahmachari, Meghnad Saha, o músico Ravi Shankar.
No tumulto incrível das ruas de Delhi, um parque se
aproxima. Um lindo, imenso e silencioso parque. Se estende às margens do rio
Yamuna, aquele mesmo que espelha a belíssima construção do Taj Mahal na cidade
de Agra. É um parque da memória das grandes figuras da modernidade indiana.
Especialmente do Mahatma Gandhi. E não junte o local ao
corpo sepultado. Nem mesmo as cinzas. Que como cinzas se dispersam no espaço.
Mas o local onde foi cremado o Mahatma Gandhi e daí em diante muitas outras
figuras do mundo indiano.
Assim Ravi Shankar, o rei do Sitar, compôs um poema musical,
quase um cantochão para a aura permanente de Gandhi.
E por New Delhi se deparar com o monumento feito à flor
nacional da Índia: o Lótus. Assim esta construção, de um belíssimo formato e
ousada arquitetura ao som de uma música de Rabindranath Tagore.
Era um momento de garoa. Uma garoa fina. Como uma tênue
lembrança. Daquelas violentas moções que afogam aqueles que não têm respiração
aquática.
Era uma garoa fina no Templo do Lótus.
O Lótus fechado em botão: infinitas possibilidades.
A flor do Lótus aberta: a criação do universo.
Shasrapatram, o lótus de mil pétalas; Shatapatram o lótus de
cem pétalas, Amborohan o lótus que brota da água e kamalan o lótus que decora a água.
A água lodosa onde nasce o lótus é o apego e os desejos
carnais, a flor de lótus, imaculada, em busca da luz, é elevação espiritual.
A raiz na
lama,
O caule na
água,
A flor no
sol.
Representação
de oito pétalas é a orientação no espaço, harmonia cósmica.
Representação
de mil pétalas é esclarecimento, perfeição, totalidade.
Lótus azul –
sabedoria
Lótus
vermelho – amor, compaixão
Lótus branco
– pureza mental
Lótus rosa –
esclarecimento, Buda.
Os ideais
dos atributos feminino: elegância, beleza, perfeição, pureza e graça.
LÓTUS – a
única flor que se poder oferecer aos deuses ainda em botão.
A Índia é um corpo milenar navegando rapidamente as águas tormentosas da globalização.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
NEPAL - José do Vale Pinheiro Feitosa
O Nepal. Uma cunha entre dois continentes: a China e a
Índia. Por isso mesmo se desenvolveu como a rota entre um e outro. Um comércio
que lhes deu vantagens e criou uma civilização.
Que era o cadinho de muitos povos, especialmente as macros culturas indo-gangética e chinesa, entre elas o budismo tibetano. Além do
mais é pelo e no Nepal que nascem os grandes rios que descem pela planície indiana. É ao
mesmo tempo fonte e dispersor das águas que fizeram a fartura indiana.
É uma faixa de terras de pequenas e médias montanhas que se
antecipam às elevações do Himalaia. Insuperável como cadeia de montanhas. Os
Andes e o Alpes lhes prestam vassalagem em termos de altura.
Olhem esta imagem do Himalaia e do interior do Nepal ao som de uma música Dimphu.
As partes mais altas do Himalaia se encontram no Nepal. Por
isso a palavra Nepal parece originar-se de Nepaly que em sânscrito significaria
“ao pé das montanhas. Assim é que os povos com maior desenvolvimento em escalar e
sobreviver nas grandes altitudes são originários da tribo dos Sherpas.
As tribos mais antigas do Nepal, os Kirat já estavam lá há
mais de 2.500 anos. Depois vieram migrações do sul: indo-arianos, dravidianos,
gente do sul da índia e do Sri Lanka. Do norte vieram tibetanos e chineses.
Rota de comércio e múltipla formação étnica, deram ao Nepal
uma música muito rica. Com instrumentos próprios e bons músicos. Além da
associação constante com a dança. Os principais gênero são os Dohori (que se
caracteriza por danças e vozes masculinas alternadas por vozes femininas num
longo diálogo), tem a Deuda e Aadhunik geet.
Mas existem muitas músicas étnicas por via dos grupos que
para lá migraram. A Dohori, por exemplo é da etnia Kirat. Além destes gêneros
existem músicas devocionais originárias da índia e da pérsia muçulmana, além da
música moderna que se desenvolveu em torno do cinema.
Enquanto imagens dos quarteirões tradicionais que ficavam em
volta dos palácios (tais quarteirões chamados Durbar) vão passando, ouviremos um belíssima
canção Dohori:
Andar pelo interior do Nepal é circular por subidas e
descidas, curvas contínuas, atravessando vales de rios do degelo do Himalaia. Viajar pelo Nepal é encontrar casas no fundo dos vales e plantadas nas encostas.
É olhar para as encostas e vê-las cortadas em curva de nível para o plantio do
arroz.
Vejam estas imagens da Colina de Suayambhu que tem um peso muito especial na mitologia da formação de Katmandu. Uma mitologia de origem indiana com seus deuses que criaram a colina, e como um deles demorou para cortar os cabelos, nasceram os macacos que são relíquias e vivem soltos na colina.
Aliás é sempre importante não esquecer que Buda nasceu no norte da Índia, já próximo do Nepal e que sua formação religiosa é Hindu. Devem estar acompanhando as imagens com outra música Dohori.
Nestas imagens chega-se até a fronteira do Nepal com a
China, ali onde um dia foi o território independente do Tibete. Os veículos são
parados constantemente nas estradas e sua carga examinada. Há intenso comércio
na fronteira. Caminhões se acumulam para entrar na China.
As mulheres fazem o comércio formiguinha (igual àquele entre
o Brasil e o Paraguai) através da ponte que separa Kodari da vizinha cidade
chinesa de Zagmuzhen.
O ser humano é muito igual. O mundo é de um relevo variado e surpreendente. Quando somamos nossos corações aos outros povos, o mundo também é surpreendentemente belo, igual e diferente.
À ESPERA DE UM TEMPORAL - José do Vale Pinheiro Feitosa
Considerando o horário de verão: são 18 horas e 32 minutos
no Rio de Janeiro. A cidade entocou-se dentro de casa (digo apartamento,
abrigo, hotel etc.). Desde as 14 horas que os trabalhadores foram liberados
para retornarem aos seus domicílios em segurança.
Digo. Liberado, às vezes, para enfrentar a insegurança de
suas moradias. Neste momento há um tempo fechado. Sem qualquer sinal de
trovões, relâmpagos e outros componentes do anúncio que se tornou espera.
Espera que chegue um temporal. Inundando tudo. Derrubando
barreira. Travando o fluxo da cidade. Formando correntezas. Alagados.
Transbordando lagoas, levadas, riachos e rios.
Na espera um silêncio de automóveis. Seria a hora do rush. As
ruas principais ainda têm volume, mas muito esvaziadas. Assim como o tempo que
se antecipa a jogos da seleção brasileira no período da tarde quando todo mundo
era liberado mais cedo.
A espera do previsto. Lá pelos lados da Pedra da Gávea e
Morro dos Dois Irmãos, as nuvens se avolumam. Quando porções anuviadas intensamente
plúmbeas começarem a se desgarrar do volume principal, chegou a hora desta
gente bronzeada encontrar-se com o vaticínio.
Mas se a previsão furar? Não vier temporal? Apenas aquelas
tempestades corriqueiras de verão? O que se há de dizer do serviço de meteorologia?
Infelizmente diante de tantas mensurações, de tantos modelos matemáticos, como
se justificar ao distinto público tamanho efeito adventício.
Eis que à ciência da previsão, segura e precisa, teria chegado
ao estágio em que as imprevisões agora previstas, por outro lado passaram a
sofre os males da omissão. O imprevisto, o não acontecido do que fora previsto.
E retornamos à dúvida da imprevisão.
Mas não nos enganemos. Nós que vivemos nesta terra. A espera
continua até muito depois do que pensamos. Vejamos o anoitecer e seus mistérios
não contabilizados. Ali onde o contabilizado também perde ou ganha valor.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
ATÉ ISSO ??? – José Nilton Mariano Saraiva
Até prova em contrário (e tal prova não existe), a sede da
Universidade Regional do Cariri (URCA) se localiza na cidade do Crato-CE, onde
além dos diversos cursos ministrados se acha estabelecida a sua Reitoria.
Dentre as diversas faculdades vinculadas à URCA, a Faculdade
de Direito tem se destacado sobremaneira, o que pode ser constatado quando da
realização do Exame Anual da OAB, quando os alunos oriundos daquela salamanca têm
obtido significado numero de aprovação.
O que não dá pra entender é que, quando da divulgação pela
imprensa nacional da relação dos alunos aprovados no tal Exame Anual da OAB, no
espaço dedicado ao Estado do Ceará os alunos da Faculdade de Direito do Crato
sejam listados como aprovados e oriundos de Juazeiro do Norte, sem que se
mencione nem de leve tenham eles cursado e sido aprovados na Faculdade de Direito da cidade do Crato.
Qual a razão para esse “desvio de finalidade” ou autentico
“estelionato educacional” ??? Por qual razão descredenciar quem realmente faz
(a cidade do Crato), em beneplácito de quem não tem nenhum crédito na questão
(Juazeiro do Norte) ??? Não seria o caso das autoridades cratenses (políticos,
associações de classe, clubes de serviços e tal) se dirigirem formalmente à OAB, “exigindo”
explicações ??? Como continuar aceitando
tal tipo de humilhação ??? Qual a razão de tanta passividade e subserviência
???
You´ll Never Know - José do Vale Pinheiro Feitosa
Comece
assim, no tempo e no espaço. No tempo de muitas páginas no calendário. No
espaço remoto onde a maior das vozes era aquela que ecoava, como se nas nuvens,
pelas cornetas de um serviço de alto falantes.
Os
anos agora, são outros, com outra cultura, novos valores, conexões numa malha
inteiramente nova. O prazer, o vício da moda, o desprezo e estranhamento do
passado. Mesmo naquele tempo de muitos calendários o preconceito com o que não
era da “classe”, social, de idade, de “tribo”, de turma, estava presente. Entre
esclarecidos revolucionários, alienados das bandinhas de guitarra ou senhores e
senhoras de roupas cheirosas.
Apenas
por ser daquele espaço remoto, ser brega, se enternecer com música brega,
pensar em alguém pela música brega, era uma ponte entre o tempo e o espaço. Uma
ponte anacrônica, pois o tempo do povo brasileiro sempre foi mais lento do que
o da classe média e da elite.
Os
nomes daquelas melodias de Waldick Soriano, Orlando Dias, Lindomar Castilho,
Carlos Alberto, José Augusto, Agnaldo Timóteo (este mais palatável à classe
média), Núbia Lafayette, Rosemary, Silvinho, Wando, Antonio Marcos é uma lista
muito mais longa que estas páginas. As melodias vinham de versões, de
compositores dos bares e cabarés da periferia das cidades.
E
foi assim que uma música, brega de extravasar pelo sangradouro, fez sucesso,
inclusive nos programas de auditório da televisão. Era um sucesso de Antonio
Marcos. Escutem só:
Eu vou ter sempre você - Antonio Marcos - com uma montagem do youtube bem ao estilo.
Todo
o arranjo e letra são de descer um copo após o outro na mesa do bar. De sob o
poste apagado, encostado nele, na escuridão da rua, lembrar que ela nunca
saberá o quanto a fumaça do cigarro evola-se por ela, enquanto o estoque de
tabaco se queima em brasa.
Ela
sentada na janela secreta daquele quarto noturno, com o radinho de pilha no
colo, ouvirá a canção que desfia sua alma e lança os fios flutuantes por sobre
as flores do jardim. Fios que flutuam alto e distante a até enovelar-se na
forma dela no coração daquele amor.
Algo
mais brega? Esta intensidade ameaçada pela perda. Pela incompreensão. Por
alguém que jamais saberá? É isso mesmo, não é?
Errado.
Os
gringos, que têm a batuta na mão de fazer o “dictatus” do que é e não é in. Hão
de dizer que não. Acontece que toda a melopeia de Antonio Marcos ganhou um
Oscar de melhor canção de 1943 pelo filme “Hello Frisco, Hello”. Certo que era
o tempo da guerra. Que a perda, a distância e a separação eram quase que a
regra. Mas ganhou o Oscar, viu gente bem sabida!
E
sim. Tem mais. Os compositores são grandes nomes da música americana
sofisticada, gente que fez música para orquestras do tipo Glenn Miller, gente
que compôs coisas do tipo Chatanooga Choo Choo ou que compôs para Frank
Sinatra, Dean Martin, Nat King Cole, Barbra Streisand e por aí vai. Falo dos
compositores, especialmente para o cinema, Harry Warren e Mack Gordon.
Agora
escutem a gravação do filme com Alice Faye em Hello, Frisco, Hello:
You´ll Never Know - Alice Faye - cena do filme Hello Frisco, Hello.
Agora
uma tradução mais na base da letra americana, diferente daquela que Antonio
Marcos fez:
Querida,
eu sou tão triste sem você
Penso
em você nos longos dias da vida
Quando
me perguntar se eu estou sozinho
Então,
eu só tenho isso a dizer:
Você
nunca saberá o quanto sinto tua falta
Você
nunca saberá o quanto me importo
Mesmo
se tentasse, não poderia esconder meu amor por ti
Você
deve lembrar, eu não disse assim
Um
milhão ou mais vezes?
Você
foi embora e meu coração foi contigo
Eu
falo o teu nome em todas as minhas orações
Se
há alguma outra maneira de provar que eu te amo
Eu
juro que eu não sei como
Você
nunca saberá se agora ainda não sabe.
Você
nunca saberá o quanto eu sinto tua falta
Você
nunca saberá o quanto eu me importo
Você
disse adeus; no céu as estrelas se recusam a brilhar
Vai
por mim: não é divertido estar sozinho
Com
luar e memórias,
Não
que os nascidos dos anos 90 para cá não estranhem qualquer canção dos idos dos
anos 30, 40 e 50. Aliás esta meninada por falta de algo maior na melodia (não
nos intérpretes pois eles têm os deles de agora) não deixam de ouvir e se
admirar dos Beatles. A velhice dos anos 60 continua sendo o mais revolucionário
que conhecem.
Apenas para que sejamos mais informados sobre a carreira desta canção: ela foi gravada entre outros por Frank Sinatra (no seu primeiro disco solo), foi gravada por Barbra Streisand (quando tinha apenas 13 anos e sua primeira gravação), foi gravada por Harry James e Rosemary Clooney, por Shirley Bassey, Dorys Day, Sandi Patty, Jim Reeves, Trini Lopez (já coroão), por Al Hirt (aquele trompetista do filme Candelabro Italiano) e muitas outras pessoas. Inclusive uma surpreendente Ralna English. A versão de Ralna é bem ao estilo e sem contar seus olhos castanhos esverdeados enfeitiçando os acordes com aquele rosto bem talhado.
You´ll Never Know - Ralna English
Mas
voltando a então. Naquele tempo tudo era brega, mas suspeito que era
porque pertencia ao nicho popular e ninguém sabia que era um grande sucesso do
cinema. Claro que para a geração Rock and Roll, geração Bossa Nova e até mesmo do MPB mais experimental, toda a geração de grandes compositores e intérpretes já estava ultrapassa. Eram novos tempo. Mas aquela divisão de classe, no mesmo velho estilo, era apenas isso: divisão de classe.
E
para finalizar, que tal Waldick Soriano dizendo que gostaria de ser compositor
da canção:
Eu vou ter sempre você - Waldick Soriano
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