por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 10 de junho de 2012

Poemas de Amor- Mário Quintana


“Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu…
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.”

Mário Quintana

Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.

Mário Quintana

Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.
Mário Quintana


Quiseste expor teu coração a nu.
E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio.
Ah, pobre amigo, nunca saibas tu
Como é ridículo o amor… alheio!

Mário Quintana


DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora – que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mário Quintana


Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo. Os homens não querem alcançar essas boas porque têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de conseguir. Assim, as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, eles estão errados. Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.

Mario Quintana


CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos…

Mário Quintana


Nunca diga “te amo” se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

Mário Quintana



Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano

A nossa identidade antropológica - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Os historiadores não são isentos de sua própria história. Nem o matemático ou o físico. E a própria história além de eventos vividos é também a narrativa (explicativa) das gerações que antecederam tais eventos. Por tal, como exemplo, o cearense acha que é um unidade narrativa, com seus mitos fundadores (mesmo que literário em Iracema) e toda a “odisséia” até os dias atuais. Todos acham assim?

Os Estados Nacionais, que se formaram de fragmentos díspares e contraditórios num passado não tão remoto assim têm a sua narrativa feita por mitos fundadores e pensam sua formação como uma unidade étnica e de origem comum. Isso já foi derrubado há muito tempo, mesmo um país que exagerou no tema como a Alemanha ariana, se descobre tão fluido em sua origem quase que igual a estes das Américas com etnias de todos os continentes.

Estamos o tempo todo tentando descobrir uma “identidade” como povo e a cada vez caímos no denominador comum da humanidade. Isso não foi sempre assim, uma religião poderia criar um senso de identidade, um território também, ou uma atividade produtiva ou cultural, mas tudo foi se transformando numa unidade planetária, ainda inconclusa, mas cada vez mais evidente nas comunicações e nas percepções de produtos e até mesmo do meio físico como o clima.

Esta questão da dissolução do antigo modo de enxergar fratias, procurar a ordem monárquica, o eixo divino, a linearidade da formação dos povos pode bem ser vista na análise do povo Judeu. Façamos um esforço de analisá-lo na perspectiva sionista que é a visão que melhor identifica a sua linearidade bíblica e que se manteve intacta por mais de dois mil anos. Qual a visão histórica dos judeus sob o ponto de vista do sionismo?

Segundo esta visão o povo judeu existe desde a entrega da Torá no monte Sinai e hoje são os descendentes diretos e exclusivos. Saíram do Egito com Moisés para a Terra Prometida, edificaram o reino de Davi e Salomão, que originou a Judéia e Israel. O judeu manteve-se o mesmo apesar dos dois exílios que experimentaram: depois da destruição do Primeiro Templo, no século VI a.C., e após o fim do Segundo Templo, em 70 d.C. Esta última diáspora durou 2 mil anos e eles se dispersaram pelo Iêmen, Marrocos, Espanha, Alemanha, Polônia e ao mais remoto da Rússia. No entanto eles preservaram os laços de sangue e mantiveram sua unicidade.

Enquanto isso a Palestina era a mesma Terra Prometida à espera do seu povo original. Ela pertencia aos judeus, e “não àquela minoria desprovida de história que chegou lá por acaso”. “Por isso, as guerras realizadas a partir de 1948 pelo povo errante para recuperar a posse de sua terra foram justas. A oposição da população local é que era criminosa”. (1)

Acontece que esta narrativa do povo judeu é um mito religioso, de uma religião que foi poderosa em muitos continentes antes mesmo do cristianismo ou do islamismo. Religiões que tinha a linearidade étnica como formulação divina, mas não como prática biológica, antropológica e até mesmo social. Como todas as religiões modernas tenderam para o denominador comum da humanidade, em muitos continentes, em muitos povos e muitas realidades sociais diferentes.

Os judeus modernos pertencem a origens sanguíneas diferentes, mesmo com práticas de consangüinidade em casamentos, seria impossível se manter a etnicidade semita em tão largo espaço do planeta e em tanto tempo. Os judeus da Europa central são europeus centrais, os ibéricos vieram com berberes e outros povos e assim por diante. Quando tentamos localizar as nossas origens familiares estamos falando de antepassados numa escala geométrica.

A verdade é que a humanidade que nos une cada vez mais será a nossa identidade, que continuará fluindo para outras formas de cultuar a identidade. Não sejamos infelizes por isso, mas ao contrário, muito mais ciente qual seja o nosso mundo.

(1) – trecho retirado do artigo “Como surgiu o povo Judeu” de Shlomo Sand, historiador da Universidade de Telavive.

Parabéns!



Rua da Pedra Lavrada, número 60.
Num dia como hoje, chorava pela primeira vez, Zélia Moreira.
Dona Salvina cortou o cordão umbilical. Ficou o cordão dos afetos que ela engrossa e estica todos os dias, na sustentabilidade inquebrantável da sua vida afetiva. É assim a vida... Esperar a cada ano, a realização de um novo sonho. Tinha os olhos maiores do que a barriga. Uma gula anatômica de enxergar a beleza do mundo com o seu olhar de artista.
Feliz aniversário, querida!

sábado, 9 de junho de 2012

Entre as raízes e o olho do pé de macaúba - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Foi uma tarde destas dos tempos sem medição quando nos encaramos. Pedro Belém e este que vos narra. Entre nossos olhares corria um vão maior que muitos séculos. Na aparência nossas idades não tinham mais de 50 anos de diferença, mas nossas almas se distanciavam de modo descomunal: entre as raízes e o olho de um pé de macaúba. Pode não parecer muito, mas tente vencer esta distância subindo pelo tronco da fera espinhosa.

Pedro Belém não tinha imagens para recordar-lhe o que a mente resguardara. Nem fotos ou desenhos. Os mortos do seu tempo passado apenas estavam vivos na sua memória. E ele tinha somente os significados e significantes do seu discurso para dizer-nos como eram e o que eram para ele.

Não havia uma música de fundo a determinar-lhe a saudade e nem uma nota lânguida que acendesse alguma centelha de um momento qualquer de sua vida acontecida. A música era recordada como festa, como evento, seja nos terreiros ou embaixo das latadas nas danças de volteio.

Por certo que nos olhos de Pedro Belém ressurgiam as imagens das paisagens que se reconheciam como algo de então, mas para isso havia uma distância para as pernas já ocupadas pelo trabalho diário. Quando coincidia, Pedro parava com seu olhar amoroso, cuidadoso daqueles momentos ali vividos e a paisagem, ou pé de bogari, ou a ribeira do rio se tornavam o momento eterno daquele homem da distância secular.

O gosto de Pedro bem lhe dizia do conforto do sabor conhecido. Daquela papa de Carimã das noites de inverno, quando se encostava no ombro da mãe para se aquecer em tudo que a proteção tem de calor para embainhar o corte do frio. Nunca mais, na sua solidão de solteirão, bebera uma gemada quente justamente quando a fraqueza do resfriado mais aberta deixava as portas das terminações a partir de onde mais nada havia.

Pedro Belém contava com bem pouco das lembranças dos sentidos para ditar-lhes os acontecidos que lhe dão espírito de povo. Só e quando a natureza espontaneamente ou por uma coincidência de suas obrigações lhes punha à mostra destes eventos sensitivos que tão bem ligam o presente e o passado. Em compensação, Pedro só contava com ele mesmo para dizer quem era, quem foi e pretendia ser.

Muito diferente do que é lá no olho da macaúba. Com seus momentos marcantes, um filme para lembrar aquele instante, um perfume artificial para despertar amores e lembranças sensoriais, uma música para despertar as lembranças de alguém, uma imagem em movimento para capturar uma síntese de pensamento. Pedro Belém e eu nos encaramos com um vão de séculos, não dos séculos um a um, cada cem anos que passou, mas uma espécie de aberração secular, que em pouco menos da metade deu um salto como se virasse a página inteira para outra era.

E os espinhos não me deixam descer até as raízes da macaúba.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

De vento a favor


Pois é, amigos, diante da eleição que mais e mais se aproxima, o Crato e os ânimos vão mais e mais se inflamando. Como sempre, divide-se a cidade entre situação-oposição e as classes mais privilegiadas rápido tomam partido, enquanto, de longe, o povaréu observa cuidadosamente. Pobre sabe que estrategicamente não é bom declarar-se por um ou outro lado, com a sabedoria que os anos lhe foram conferindo percebe que , a maior parte das vezes, a escolha é entre a onça e o lobo e , de qualquer maneira, no final da fábula acabará devorado.   Assim, mede distância e palavras, toma cuidados especiais, no sentido de levar alguma vantagem no único momento que poderá auferir alguma: a pré-eleição. Nos andares de cima, se ensaiam as primeiras quedas de braço , mesmo assim ainda incipientes: os candidatos municipais ainda não sabem, claramente, a quem foram vendidos pelos líderes estaduais.
                                   Mas, aqui entre nós, munícipes, importa-nos a exata célula em que vivemos e produzimos: a nossa querida Cidade do Crato. E somos nós e mais ninguém que sabemos exatamente o que queremos, que políticas públicas  poderão melhorar nossa vida, nosso bem-estar, nossa felicidade. Como cratense convicto e apaixonado, vou trazer minha singular opinião sobre o que espero do futuro Prefeito da minha cidade .  Sei que cada conterrâneo tem uma visão pessoal que respeito e admito e que certamente se soma à minha,  em busca de melhores dias para a Cidade de Frei Carlos.
                                   A primeira questão diz respeito diretamente ao rumo que imagino devemos tomar. Sem um porto a atingir, diz o provérbio, nenhum vento nos será favorável. Qual a vocação da nossa Cidade? Sempre se rotulou historicamente o Crato como : “A Cidade da Cultura”. Pois bem, corramos atrás do prejuízo. O novo Prefeito terá que buscar este caminho desesperadamente. Incentivar as Artes   e aí possuímos ainda um grande manancial a se reconstruir: Biblioteca Municipal que mereça este nome; Uma Bienal do Livro; Vitalização do Centro Cultural Araripe hoje entregue ao Crack;  Finalização do Cine Teatro Moderno, como Cine e como Teatro e não apenas mero auditório, com programação anual regular; Levar à Escola nossa Cultura e nossa História;  Construção de um Memorial da Confederação do Equador, movimento histórico importantíssimo, onde a cidade teve participação decisiva e hoje esquecido quase que inteiramente; Revitalização da Fundação J. de Figueiredo Filho que nunca funcionou além de mero cabide de empregos; Revigoramento do nosso Festival da Canção; busca à criação de um Centro Cultural Banco do Brasil ou Caixa Econômica; interface próxima e contínua com o SESC, URCA,ICC,SCAC, Secretarias de Cultura; Incentivo `a criação de jornais, publicação de livros, prensagem de CD´s, ao Mercado regional de Artes Plásticas e ao desenvolvimento de um pólo cinematográfico caririense. Nossos artistas precisam ser colocados como atores principais nessa mudança comportamental e não como reles figurantes. Isto apenas para lembrar de relance algumas das nossas imensas possibilidades.
                                   Um outro ponto importante , a nosso ver, é a capitalização das nossas reservas ecológicas. Temos inúmeras fontes perenes, uma imensa Chapada a nos contemplar, com seu verde , suas bacias fossilíferas  e nós mesmos não possuímos qualquer educação ambiental mínima que seja. A Ecologia é uma das palavras de toque do futuro e nós sequer nos apercebemos disso. Temos todas as possibilidades de desenvolver um Turismo Ecológico sustentável, com trilhas, Bikes, Rapel , e outros tantos esportes hoje desenvolvidos sem nenhuma ajuda por esportistas abnegados.  
                                   Uma outra questão preocupante é o total descaso que historicamente o município tem para com a URCA.  A Universidade mudou completamente a Cidade do Crato com o cosmopolitismo de seus alunos e professores e os novos ângulos de se perceber o mundo e a vida ao nosso redor. O Crato tem o dever cívico de assumir a Universidade como filha, reconhecendo sua importância e incentivando de perto todas suas ações.
                                   Nossos críticos dizem que o Crato , como um Museu, teima em viver de passado. Pois bem, temos um passado glorioso sim: capitalizemo-lo !  Um município com um lastro deste tamanho tem um alicerce invejável para edificar seu futuro. Os outros mais jovens sofrem eternamente de um Complexo de Peter Pan.
                                   Pessoalmente não acredito em receitas copiadas, já aplicadas em outras cidades, com resultados aparentemente fabulosos. Juazeiro cresceu à sombra do Turismo Religioso: ótimo, mas essa não é nossa realidade. Economicamente , hoje, a vizinha cidade tem uma pujança impensável. Sem problemas, estamos aqui pertinho, as cidades do CRAJUBAR  estão praticamente conturbadas. Junto com o desenvolvimento vem a borra do progresso: a Violência, o engarrafamento,  a superpopulação, a poluição, a explosão dos preços imobiliários. Pois bem, construamos uma Cidade em que o bem-estar da população seja a pedra de toque. Temos um Pólo Econômico-Industrial no Juazeiro, Um Pólo Médico-Hospitalar em Barbalha, reconstruamos nosso Pólo Ecológico-Cultural.  No final, todos nos beneficiaremos . Penso que o grande lance da Região Metropolitana do Cariri é justamente esse: por conta  das parcelas serem tão diferentes é que o resultado da soma será tão vultoso.
                                   Espero que sejamos sensatos e reflexivos na escolha do candidato. Que cada um coloque na balança os pesos com que aferirão os nomes antes de ir à urna. Vender voto costuma sair caríssimo: seja por chinela, por telha, por emprego ou por licitação; não importa o preço. Escolham segundo sua consciência e assumamos que somos o agente transformador ou não da nossa cidade; só não vale depois dizer que o Crato é uma cidade sem sorte e que os políticos que nós próprios elegemos só querem meter a mão  se dar bem.

J. Flávio Vieira

Uma chuva de arroz: O casamento de Ana Estela e Vicente.

Tinha que ser em junho!... Olha pro céu meu amor/veja como ele está lindo/olha praquele balão multicor que lá no céu vai sumindo!...Que momento, que alegria ,que festa Netinho e Aninha! Junho é o mês mais alegre no Brasil, acho .È de São João, retrata descontração, simplicidade ,e a inocência de um povo incansável em sua luta diária. Do Brasil , porque nordestino, cujos filhos arredios a fronteiras, amam a essa pátria como devem amar os filhos à sua mãe: por inteiro ! E ,por amarmos tanto ao Brasil, sentimo-nos irmãos de tinta-sangue e, também , de coração por todos que por aqui aportam, nesse refúgio de Deus. Meu filho Netinho é uma das expressões do nosso chão, de onde brota ora como Lampião, ora que nem um boneco de Olinda, ou ressurge-nos como o maior de todos, “um Tiradentes”! De sobra, enche nossos mundos com sua alegria, como quem possuísse sozinho sopro para tanto. Casa-se com um anjo que perdeu as asas, porém nunca o vínculo com a beleza , a bondade , a inteligência , a serenidade e a fidelidade de onde veio, nossa querida Ana Estela. Caros amigos, por favor atentem para o fato de que ninguém sustenta uma relação , um consórcio amoroso sozinho. Não somos Atlas com o mundo às costas. É muito peso! Se somos mesmo a cara-metade do outro, que dividamos tudo, seja na alegria, na tristeza, na saúde ou na doença. Pessoa nenhuma é de fácil convivência,e compreender tamanha complexidade , ainda não nos foi permitido. Minimizar as diferenças e saber que as vontades, as picuinhas e as pequenas manias não são defeitos dos outros, mas coisas nossas também, já será um bom começo.,... Um dia referiu-se a mim meu grande amigo Huygens Garcia, que agora pluralizo: “ô filhos que não os tive , e que por isso mesmo não me deram trabalho”, herdem de mim, também, parte deste coração que tanto os ama, aconselha, e exorta-os a ouvir e praticar as mensagens daquele que deu sentido e redirecionou o amor, Jesus. Nos tempos do hoje ,quando parte dos filósofos modernos ,os desconstrutivistas, sobretudo, anunciam a morte de Deus, que nossos planos e esperanças devam, doravante, imanar de nós mesmos( órfãos ficamos!)que nossos destinos foram entregues ao homem( a divinização do homem), é de um terror sem paralelo ou precedência! Viver e sonhar são relações que só ocorrem entre o homem e o Criador, longe da ilusão de nós mesmos, do devaneio que emerge das nossas profundezas. Claro, Deus continuará, Ele È. Sempre Foi. Vicente e Ana Estela, que o arroz em chuva sobre suas cabeças, hoje ,jamais saia de suas memórias. Continuem bons e generosos, ajudando às Eleanor Rigby da vida, antes mesmo que elas se curvem de tanto penar,catando as migalhas, sobras dos nossos excessos e da nossa indiferença para com o próximo. O legado será o de mãos buliçosas de hoje, a afagar os cabelos ,o rosto e mãos um do outro ,no futuro. O balão multicor são vocês dois ,rumo à felicidade em família. Beijos e nossas bênçãos. João Marni ,Fatima e família. Crato,09-06.2012

Decompondo/roubando o estado –  por José Almino Pinheiro


No livro “Decompondo/roubando o estado”, publicado pela Euromedia Group, k.s. - Universum em 2012, da professora tcheca Dra. Vladimíra Dvorakova, catedrática da cadeira de Politologia da Faculdade de Relações Exteriores, em Praga, encontrei o seguinte:

Nossa democracia é semelhante à famosa “Aldeia de Potemkim” aparentemente parece normal, mas é apenas realidade virtual, uma caricatura de democracia; temos a Constituição, mas cada um a interpreta como quer, simplesmente ninguém a lê nem se guia por ela, temos partidos políticos, mas estes não cumprem os preceitos básicos de um partido político, temos as coalizões, mas seus comportamentos não são possíveis de análise pela teoria das coalizões, temos representantes no Parlamento, mas esses não sabem o que estão votando, temos procuradores combatendo a corrupção, mas a maioria dos casos não são investigados, temos representantes do estado e juízes, mas os tribunais não conseguem decidir quais deles pertencem à máfia da justiça e quais não pertencem. E agora?
Grigori Alexandrovich Potemkin (1739–1791) príncipe russo, foi marechal, ministro e amante da Imperatriz Catarina II, a Grande. O Príncipe Potemkin, preocupado com o que a Imperatriz Catarina II e seus reais convidados da Europa ocidental iriam ver nas margens do rio Dnieper quando navegassem a bordo do iate real, resolveu “maquiar” as casas, praças etc., no percurso da viagem para esconder a miséria e a pobreza da população.  A Czarina e seus convidados iriam avistar de longe, de seu luxuoso barco, as aldeias limpas, as casas perfeitamente pintadas, praças arrumadas e pessoas sorrindo e acenando para o cortejo real. Com a farsa, o Príncipe Potemkim, que além das obrigações de cama com a imperatriz era também responsável pela ordem interna e progresso do império, queria mostrar aos ilustres convidados como o reinado da Czarina era justo, cheio de glória e bem sucedido. 
De forma que a idéia de “Aldeia de Potemkin” significa falsidade. É a arte do faz de conta.

(A informação sobre o Príncipe Potemkin e suas aldeias foram extraídas da Wikipedia).




quinta-feira, 7 de junho de 2012

Apenas singular - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Quando nasci,
Buscava eternizar-me,

Sobrevoar a poeira do tempo,
Desdobrar-me em circunstâncias,

Transpor a finitude,
Expor-me aos experimentos do espaço,

Extrair-me do cotidiano,
Antecipar-me ao futuro,
Sobretudo esgueirar-me ao passado.

E vim entre tais promessas,
Sujeitando-me ao esmeril do tempo,
Teimando em perenidade.

Qual nada me descobri mais.

Nem finito e nem eterno,
Apenas singular.

Colaboração de Eurípedes Reis- recebido por e-mail


É um assunto encantador. Quero compartilhar com você

Como você sabe, eu trabalho nas Casas André Luiz. Temos muitas funcionárias. Uma delas ficou grávida e, ao fazer o pré-natal recebeu a noticia que a criança que está esperando é deficiente.



Ela procurou uma das médicas da Instituição e disse: "Felizmente estou trabalhando nas Casas André Luiz. É como se Deus me estivesse preparando para a missão que eu terei."



A nossa médica mandou-lhe o texto abaixo, que transcrevo:

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Sempre me pedem para eu descrever a experiência que tive de ser mãe de uma criança deficiente – para tentar ajudar aquelas pessoas que vivenciam essa experiência original, para que possam compreender como se sentiriam, conto a seguinte história:



É como esta imagem:

Quando você tem a notícia que está grávida, é como planejar uma fabulosa viagem de férias à Itália . Você compra um guia de viagem e faz planos maravilhosos. O Coliseu, o David de Michelangelo, as gôndolas em Veneza, a região da Toscana, a Capela Sistina. Você aprende algumas palavras e frases acessíveis em italiano. É tudo muito emocionante! Após meses esperando, ansiosamente, o dia da viagem à Itália chega finalmente. Você faz suas malas e vai. Algumas horas depois, o avião aterrissa. O comissário de bordo entra e diz :Bem-vindos à Holanda!



"Holanda ! Você disse Holanda? O que significa bem-vindo à Holanda ? Eu comprei uma passagem para a Itália! Eu só posso imaginar que eu estou na Itália.Toda a minha vida eu sonhei em ir para a Itália!"



“Mas é que houve uma mudança no curso do voo. Chegamos na Holanda e aqui é seu destino".



A coisa mais importante é que não te levaram para um lugar horrível, repugnante, sujo e cheio de doenças.É apenas um lugar diferente.

Assim você deve ir comprar um novo guia de viagem. Você deve aprender palavras e frases de uma língua inteiramente nova . Você vai encontrar-se com novos grupos de pessoas diferentes que você nunca pensou em encontrar. É apenas um lugar distinto.

O progresso é mais lento do que na Itália, a vida é menos ofuscante do que na Itália. Mas depois você olha em torno, trava a respiração e começa a observar que a Holanda tem moinhos de vento, a Holanda tem tulipas, a Holanda tem até mesmo Rembrandt. Mas todo mundo que você conhece está ocupado indo e vindo da Itália e se vangloria sobre o tempo maravilhoso que eles tiveram lá. E para o resto de sua vida, você dirá, "sim é onde eu sonhei ir. O lugar que eu tinha sonhado em ir"

E a dor daquela vontade nunca passa, você sente sempre, porque a perda desse sonho é uma perda muito significativa. Mas se você passar a sua vida inteira lamentando pelo fato de que você não foi à Itália, você nunca estará livre para apreciar as coisas muito especiais e encantadoras da Holanda!!!



(Escrito por Emília Kingsley)



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Algum tempo depois, a funcionária enviou para a nossa médica o convite para o Chá de Bebê. No convite estava desenhado tulipas, moinhos de vento e a frase "Bem-Vindo a Holanda". Achei lindo.

Eirípedes Reis

As "oropa" é bem ali - José Nilton Mariano Saraiva


Já afirmamos aqui, mais de uma vez, que no nosso entendimento a política é, hoje, uma atividade pra lá de rentável, um meio de vida difícil de ser igualado. Aliás, tem muito nêgo que abdicou de exercer a profissão para a qual batalhou 4, 5, 6 anos numa faculdade e com a qual o pai tanto sonhou, pra dedicar-se “full time” à atividade política. Partindo de tal pressuposto não é difícil constatar que o empregão de “político” que se espraia pela família Ferreira Gomes (Ciro, Cid, Ivo, Patrícia e por aí vai) tem como mentor (ou padrinho) o irmão mais velho e chefe do clã, Ciro Gomes (que, paradoxalmente, hoje se acha desempregado, mas porque o povo assim o quis). Todos os familiares, pois, lhe devem obediência e gratidão.

Mas como na política impera a hipocrisia (em estado latente), eis que Ciro Gomes, de passagem por sua aristocrática Sobral, soltou a seguinte pérola (da boca pra fora), em relação às eleições de Fortaleza: “Sou LIDERADO do governador Cid Gomes com muito prazer, mas, se depender de mim, não haverá acordo para apoiar o nome que comanda a educação da cidade, que se encontra em penúltimo lugar no Ceará”.
 
Com ironia e sarcasmo, tratou de transferir alguns das suas “qualidades” (arrogância e prepotência) para a atual inimiga pública número um, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, ao disparar: “O povo de Fortaleza está sendo tratado como bicho. Fortaleza está em uma encruzilhada e nós temos a obrigação moral de buscar uma alternativa. A prefeita, em sua arrogância e a prepotência, se tornando um coronel de saia, parece que quer realmente eleger um poste sem luz” (aqui pra nós, como referido senhor se acha no direito de falar em “moralidade”, se conseguiu do irmão Governador ser nomeado “consultor” do PSB, percebendo uma razoável remuneração mensal ???).

Fato é que, mui provavelmente em obediência ao irmão mais velho, o Cid Gomes (Governador do Estado) teria cruzado o Atlântico rumo a Portugal com a missão de tentar sensibilizar o sempre “ausente” ex-Deputado Federal, Moroni Torgan (ouro espertalhão, que só aparece por aqui em tempo de eleição, e que durante o exercício do mandato nunca fez nada pelo Estado) para se engajar na campanha do PSB (provavelmente como vice de um dos queridinhos dos Ferreira Gomes: Ferrúcio Feitoza ou Camilo Santana).
Afinal, as “oropa” é bem ali.

por socorro moreira



Fora do espaço, afloram alegrias
Sereno da noite, orvalhando a flor
Encontros iluminados,no espelho da casa.

Meninos , o pouco é tanto ...!
Reposição de estoque
Duplicata de emoção
Recibos da devoção.

E os mares ?
Guardando sereias
Alojando a caixa-preta
Ou o báu de Pandora ?

Incertezas sustentam sonhos
Nesta adição de sementes
A regra é a floração.

O inferno é o limbo
A tristeza é a inconsciência
O pranto nos cofres da alma
E a arte nos átimos da noite.

Meninos,
Prendam a calda do porvir
O mel desse pêssego
Está na madrugada
É preciso retê-lo !

quarta-feira, 6 de junho de 2012



Luz e Sombra

O choro esgota a tristeza
Brota na lembrança
das águas passadas !

O outro
colhe a poesia na boca;
Os outros, a colhem,
na tecla da nossa alma.
Ela nasce tímida, desamparada...
Por simbiose, encontra fertilidade!

O tom de voz é inesquecível
Doce, rouco ou irritado

E o riso?
É a nódoa da saudade...
Cantilena que se gasta
pelas vezes já tocadas!

socorro moreira


Azul,
Nem céu ou perturbado,
Firmamento e assustado.
Na origem,
Uma linda pedra chamada,
Lápis-Lazuli.
Nem isso,
É que as nódoas da roupa,
Se vão com o anil.
E esta tosse obstrutiva,
Cianose por batom,
Cianamida com força germicida.
Adversário,
Nas lutas amazónicas,
Desfilados bois rubros de sucesso.
Meus sonhos são azuis,
Um japonês hibridou uma rosa azul,
O eleve azul,
E este azul é só meu,
E critico entre o verde e o violeta,
Fui eu quem descobriu esse azul.
Feito Colombo,
As Américas,
O gringo no samba,
Um brasileiro no Louvre,
Um papa na África.
Este azul é só meu,
Esteta de galhos da ibiraci,
Deste cinza no lombo do boi.

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AZUL
José do Vale Feitosa
Acabei de assistir "Sem Censura". Presenças de Roberto Menescal, Verônica Sabino, Wanda Sá e Leny de Andrade. Devia ter sido pelo resto da noite, da semana...!
- Mas há quem goste de Paula Fernandes... ( não é o meu caso)!
Menescal falou sobre o preconceito musical. A arapuca caiu em mim. Vou abrir a cabeça, mas não me prometo gostar de música sertaneja, pagode e forró eletrônico. Help!






Geração que só se avista bem depois - Emerson Monteiro


Dias que lembram os que tombaram heróicos nas estradas e viraram meras cruzes de fumaça e vapor barato, a refazer de saudades um passado que nem existiu de forma total. Andou nas trilhas dos dissabores, festivais, ou das matas escondidas em noites abandonadas ao furor do destino. Vêm os nomes dos autores disso, desse quase nada, dessa ambulância gritando palavrões nos becos abandonados... Dores reais em forma de canções, violões salpicando ausências e amores, calabouços e aplausos, anonimato de bêbados, drogados nos isolamentos. Um quê de saudade invadiria o panorama, quando hoje morreu também Nélson Jacobina. Lá, outros muitos, os que não resistiram às doses duplas das escandinávias solidões da imensidade, imensuráveis, toscas e pós. Às luzes das ribaltas angustiadas na ressaca dos lenços acenados às pressas dos vagões de carga estremecidos e metálicos. As pontes explodidas e os guetos escuros das trombetas de um só e mesmo apocalipse de amarguras mórbidas, indivíduos e saudades ululantes dos nossos compositores geniais e seus palcos em festa, sempre e sempre, ainda que por dentro corações esfacelados, turmas unidas para não sangrar ainda mais, quais porcos espinhos reunidos em volta das fogueiras de bares madrugadeiros. Essa tonta geração de dormir nas praias afastadas, a fim de não destoar o coro dos contentes. Movimento de barcos à deriva, tambores de tribos exterminadas em blocos de concreto de réquiens alegres. Assim, falar desses marinheiros mareados, trombos nas veias dos sistemas oficiais, saltimbancos e andarilhos das estrelas, que marcaram seu tempo nosso tempo, viajantes da imaginação pura, naqueles turnos melancólicos de transformação duvidosa, no futuro próximo dagora. Horas de luta e abandono, motores da esperança do que mudaria com reservas e deixaria um travo de inautenticidade no céu das bocas de quem viveria o êxodo de fases nucleares e zumbidos de naves cruzando ares das doces felicidades senhoras das bestas, preço por demais exorbitante em homens e armas, sonhos e mistérios. Só bem depois, agora, portanto, mergulhariam nas vagas dos caracóis dos cabelos e das irreverências praticadas consigo no passado das notas tristes e muralhas intransponíveis. Haverá, por isso, e doravante, uma história disposta a quem quiser contar e ouvir, sorrir e falar das boas construções dos mágicos azuis da persistência no Tudo disfarçados, em tributo a esses guerreiros, por isso e muitos mais.

EM BUSCA DA JUSTIÇA - Aldir Blanc


      Não sou historiador nem sociólogo. Não consultei nenhum livro para escrever o texto abaixo. Minha memória esta se movendo como estilhaços do amado caleidoscópio que perdi, menino, em Vila Isabel. Viva a Comissão da Verdade para que nunca mais coloquem uma grávida nua sobre um tijolo, atingida por jatos d’água, com ameaça: “Se cair vai ser pior”; para que senhoras que fazem seu honrado trabalho não sejam despedaçadas por cartas bombas; para que um covarde que bote a boca de um homem torturado no escapamento de uma viatura militar não passe por homem de bem onde mora; para que orangotangos que se tornaram políticos asquerosos não babem sua raiva na internet: “Nosso erro foi torturar demais e matar de menos”; para que presos em pânico não sofram ataques de jacarés açulados por antropóides; para que nunca mais teatros e livrarias sejam vandalizados e queimados; para que um estudante de psiquiatria não seja obrigado a passar por sentinelas de baioneta calada para ouvir um coronel médico dizer que “histeria é preguiça”; para que os brasileiros possam homenagear um autêntico herói nacional, João Cândido, com um monumento, sem que surjam energúmenos prometendo “voltar a explodir tudo se isso apontar para o Colégio Naval”; para que a nossa Força Aérea, que nos deu tanto orgulho na Itália, com seus valentes pilotos de caça, não atire pessoas, como se fossem sacos de lixo, no mar; para que um pai, ao se recusar a cumprir a ordem de manter o caixão lacrado, não se depare com o corpo destruído do filho, jogado lá dentro feito um animal; para que militares honrados não sintam “constrangimento” na busca de Justiça; para que cavalos ( aqueles de quatro patas, montados por outros) não pisoteiem um garoto com a camisa pegando fogo por estilhaço de bomba, na Lapa; para que torturadores não recebam como “prêmio” cargos em embaixada no exterior; para que uma estudante não desmaie num consultório médico ao falar sobre as queimaduras do pai, feitas com tocha de acetileno; para que esquartejadores não substituam Tiradentes por Silvério dos Reis; para que inúmeros Pilatos ainda trambicando naquela casa de tolerância do Planalto vejam que suas mãos continuam cheias de sangue e excremento; para que nunca mais na vida de um jovem idealista -o queixo firme , olhos faiscantes de revolta, com a expressão da minha Suburbana no 3X4 que guardo na carteira - seja ceifada por encapuzados. Uma delas, quem sabe?, pode chegar a Presidência da Republica e enquadrar a récua de canalhas.



ALDIR BLANC

O "LIVRÃO" - José Nilton Mariano Saraiva


“Antígona julgava que não haveria suplício maior do que aquele: ver os dois irmãos matarem um ao outro. Mas enganava-se. Um garrote de dor estrangulou seu peito já ferido ao ouvir do novo soberano, Creonte, que apenas um deles, Etéocles, seria enterrado com honras, enquanto Polinice deveria ficar onde caiu, para servir de banquete aos abutres. Desafiando a ordem real, quebrou as unhas e rasgou a pele dos dedos cavando a terra com as próprias mãos. Depois de sepultar o corpo, suspirou. A alma daquele que amara não seria obrigada a vagar impenitente durante um século às margens do Rio dos Mortos”. (Antígona, personagem de Sófocles, mestre da tragédia grega).

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A citação acima é só uma pequena amostra da sua portentuosidade. Nas suas exatas 500 (quinhentas) páginas, 30 centímetros de comprimento, 23 de largura, 04 de espessura e pesando 1.750 kg, não restam resquícios de dúvida: “Direito à Memória e a Verdade”, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, é um “LIVRÃO”, na mais completa acepção do termo. Impresso em 2007, com tiragem inicial de 3.560 exemplares, foi reimpresso em 2008, com 5.000 exemplares, perfazendo, pois, 8.560 exemplares. Trata-se, pois, de uma obra tanto rara quanto histórica e que poucos têm o privilégio de ter em seu acervo. Recebemos esse presentão do conterrâneo, residente em Brasília, Elmano Rodrigues Pinheiro, (que sequer conhecemos pessoalmente), mas atendeu ao apelo que lhe dirigimos e nos dignou com um exemplar.

Trata-se, em verdade, de parte da história do Brasil passada a limpo.  Uma análise profunda das arbitrariedades e abusos ocorridos no tempo do “regime militar brasileiro” (de 1964 a 1985), abordando o seu Contexto Histórico, as Ditaduras no Cone Sul, as Fases do Regime Militar no Brasil, a Resistência, a Distensão, a Anistia e o Fim do Regime Militar. Como “recheio”, a biografia/história detalhadíssima de 477 (quatrocentos e setenta e sete) brasileiros que se insurgiram e participaram ativamente daquele período negro da história brasileira, dentre os quais: Frei Betto, Carlos Lamarca, Iara Iavelberg, Vladimir Herzog, Marilena Villas Boas, José Genuíno, Carlos Marighella, Rubens Paiva, Bergson Gurjão e por aí vai.

Ao final (a partir da pagina 463), como suculenta sobremesa, a historiografia pormenorizada das principais “organizações de esquerda do Brasil”, que tiveram papel decisivo na história do país (PCB, PCdoB, AP, ACN, MR-8, VPR  dentre tantas outras). 

Definitivamente, o “LIVRÃO” não é superlativo apenas por suas dimensões e peso, mas, sim, pelo conteúdo ímpar expresso em seu bojo.

Ao fazer tal registro, não poderia deixar de externar de público (já o fizemos por e-mail, à época do recebimento) agradecimentos sinceros ao Elmano Rodrigues Pinheiro pelo “presentaço” e por nos ter dado a oportunidade de conhecer mais de perto tão relevante período da nossa história recente. Definitivamente, somos um privilegiado.