por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Agora... vai !!! - José Nilton Mariano Saraiva
Foi o vitalino e religioso “Branxu”, um dos grandes filósofos gregos, que já vaticinara, séculos atrás: eleições para cargos executivos deveriam realizar-se invariavelmente todos os anos, a bem das respectivas comunidades.
Explica-se: em ano de eleição, o ocupante da função de prefeito, mesmo que da mais indigente prefeitura (do interior mais recôndito) há de achar um jeito de desenterrar alguma botija, descobrir algum tesouro pirata escondido no quintal e, enfim, meter com vontade as duas mãos na bufunfa, a fim de realizar alguma obra que deleite a abirobada platéia.
E como 2012 é o ano em que se realizarão eleições pras prefeituras municipais dos quase 6.000 municípios brasileiros, dúvidas não tenham que vai “rolar a festa” (aliás, a festa já começou), quer através do pagamento de contas de energia dos descamisados residentes numa determinada comunidade, quer via doação de alguma dentadura postiça, ou de uma consulta ao oculista preferido (por parte dos candidatos a vereador) e - por que não ??? - da derrubada do que já está feito, pra construir o novo de novo (mesmo que a preço superfaturado), por parte do candidato ao executivo.
Na sonolenta e quase parada cidade do Crato, por exemplo, onde na maior parte do tempo impera uma modorrenta rotina, o marasmo, a acomodação, a falta de iniciativa, a impotência e o descaso, o clima já é outro desde o começo do ano.
É que, como o prefeito da cidade e o governador do Estado de há muito não rezam pelo mesmo catecismo (enquanto a cidade é uma decrepitude total e se afunda dia a dia), deverão protagonizar o famoso “duelo de titãs” (e o pobre que se exploda), na tentativa de viabilizar a candidatura do preferido de cada um.
Para tanto, atuando em duas frentes distintas, o governo do Estado parece ter incorporado o espírito de um denodado corredor de “Fórmula 1”, tomando as seguintes providências: 1) acelerou (e bote aceleração nisso) a construção da tal
“escola profissionalizante” (erigida na rua Teodorico Teles,e que estava parada há mais de ano), de sorte que agora os operários se revesam em 3 turnos: manhã, tarde e noite e num ritmo alucinante; 2) já concluiu o tal calçadão da rua João Pessoa, aproveitando para “dinamitar” o que havia sido “reformado” na Praça Siqueira Campos há menos de dois anos (teria pedido licença ao nobre Deputado que a reformou ???) e, agora, máquinas, tratores, retroescavadeiras e o descambau também varam a noite pra levar o tal calçadão até o antigo “parque municipal” (cuja praça, recentemente também reformada, será posta a pique).
O poder municipal não deixa por menos: quem não lembra que dois anos atrás, às vésperas das festas do Natal e Fim de Ano, a Prefeitura do Crato demitiu, sem dó nem piedade, choro ou vela, quase trezentos pais de família, sob o argumento de que necessitava “enxugar a folha” (diminuir as despesas) e que todos ficassem tranqüilos porque os serviços não sofreriam solução de continuidade (donde se conclui que todo esse contingente estaria “sobrando”).
Pois agora (parece coisa surreal, mas não é), a Prefeitura descobriu que há exatas trezentas vagas ociosas em seus quadros e que necessita preenche-las e com urgência; daí o Edital apressado pra realização de um concurso (no final do ano), a realização das provas, vapt-vupt (em janeiro), de forma que o resultado final e a convocação dos aprovados seja homologado 90 dias antes das eleições, como prevê a legislação eleitoral (só não nos foi dito como o futuro ocupante do trono – quer da situação ou da oposição – arranjará verba pra pagar mais 300 funcionários, já que não houve nenhuma fonte de renda nova).
E aí, o grande “Branxu” tinha ou não razão em seu (apocalíptico) vaticínio ???
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Onda de frio na Europa - Emerson Monteiro

O clima da Terra mudou a olhos vistos. Fenômenos já surpreendem populações inteiras nos mais diversos lugares, no entanto, com explicações plausíveis para tamanhas transformações nos acontecimentos, verdadeiras ameaças à sobrevivência e bem estar das espécies. Em 2010, por exemplo, houve mais terremotos na face do Planeta do que em todos os anos anteriores, causando apreensão e prejuízos, abrindo espaço às preocupações humanas com relação ao que sujeita ocorrer nas próximas décadas.
Em dias recentes deste princípio de ano (2012), a Europa atravessa grave crise climática diante das excessivas temperaturas verificadas, ocasionando, pelo menos, duas centenas de mortes em países de baixas temperaturas. Além das vidas em perigo, devido o abastecimento de gás natural e outras energias sofrerem drástica redução entre os mercados, gerando ainda mais deficiência nos instrumentos de reversão do quadro verificado.
Fortes indícios dos males de uma selvageria predatória longe de controle apontam, pois, à irregularidade racional de uso dos meios existentes para viver. Regiões reconhecidas pelo regime de chuvas regulares e fartas agora defrontam estiagens e secas de causa dó, fora mesmo das previsões, motivo de perdas sucessivas nas safras.
As razões das consequências, no entanto, crescem nas principais causas, dentre essas o desperdício dos recursos naturais a pontos jamais imaginados, pela ganância agressiva e perversa, em detrimento da Humanidade como um todo. Fome agressiva do domínio gratuito de bens preciosos a tudo justifica, febre doentia de esbanjamento e supérfluos que parece ilimitada, sobretudo das nações ricas, fora dos escrúpulos necessários à sustentação, imposição da própria miséria ética desse tempo do salve-se quem puder.
E nisso claudica o sistema da produção mundial, aberto à livre competição dos acúmulos desmedidos. O interesse dos grupos de poder predomina sob a justiça coletiva, peso comprometedor que e a quase ninguém sensibiliza para respostas proporcionais ao problema.
Milênios de desmatamento, guerras, testes nucleares, exploração incontrolada e poluição em massa só de longe cobram o preço impagável de tudo o que o amadorismo apocalíptico ora transforma em alertas extremos da Natureza mãe, em gritos de atenção surdos e valiosos.
Tratado Social - por José do Vale Feitosa
Tratado social
Rio, 1979
Venho da data perdida,
o arroio seco da prisão,
qual ferida cindida,
inunda meu coração.
Nem prisão ou perdão.
Atitudes de Salomão.
Sou cara ou coroa;
trocado e guardado,
dinheiro, direito escrito,
órfão qual papel no vento.
Em povo ou socialização.
atitudes de subversão.
Minhas obrigações traídas.
Os tratados sociais da aldeia,
tal qual carnes moídas,
se perdem nesta cadeia.
Nem acordo ou tratados.
Povos mal acabados.
Venho da data perdida.
O governo fechado e palaciano,
Debulha o meu feijão.
Feminino , singular - por Socorro Moreira
A paixão me fez, me faz chorar
O amor me faz, me fez feliz !
As desgraças são inevitáveis
As alegrias são contraídas.
Os amigos nos acompanham
e nos deixam acompanhados de nós mesmos
Os amantes nos desacompanham
Os maridos nos trocam por qualquer "barato",
quando não são amigos !
Não entendo de inveja feminina
Batom vermelho
deixa qualquer mulher sedutora
Independente da idade, peso...
O que faz a diferença é o cheiro ,
o brilho do olhar, a leveza da palavra,
a verdade do sorriso,
e o pulsar dos sentimentos !
Posso morrer amanhã,
mas quero viver todo dia
das auroras , dos poentes,
e dos sonhos que assaltam
as minhas madrugadas.
Quero a adrenalina
do imaginar ,
sem a dor do arriscar...
Quero todas as doses de alegria,
em pessoas,
que me deixam embriagada de vida.
Quero os meus amigos, no acaso,
e nesse ocaso do dia !
Pode ser em pingos, em fatias,
em raios de luz, em flash da lembrança,
ou vestidos de qualquer pano...
O que vale é a presença constante !
socorro moreira
Não digam que isso passa - por Lya Luft
Não digam que isso passa,
não digam que a vida continua,
e que o tempo ajuda,
que afinal tenho filhos e amigos
e um trabalho a fazer.
Não me consolem dizendo que ele morreu cedo
Mas morreu bem ( que não quereria uma morte como essa?)
Não me digam que tenho livros a escrever
e viagens a realizar.
Não digam nada.
Vejo bem que o sol continua nascendo
nesta cidade de Porto Alegre
onde vim lamber minha ferida escancarada.
Mas não me consolem:
da minha dor, sei eu.
Dúvida - por Rosa Guerrera
Homenagem a César Pinheiro - por Júlio Pinto de Sousa
Homenagem a César Pinheiro
Pelos caminhos da vida,
um certo dia encontrei um cidadão
de olhos grandes e de bom coração.
Honesto a vida inteira
Cesar Pinheiro, Cesar Pinheiro
foi no Crato que ele nasceu
era um cidadão verdadeiro.
era simples
em toda aquela região
bom filho,bom esposo, bom pai
e bom irmão.
Só vivia fazendo o bem
tinha muito amor no coração
Recebia todos com atenção
Fazendo caridade a qualquer cidadão
Cesar Pinheiro era Pai ou Irmão
não sei comparar, queria lhe fazer alusão
e agradecer,obrigado Cesar Pinheiro,
pelo que fez pro compadre Julião.
Joaquim,Jose, Antonio,Maria Edith,
Maria Amélia e Maria Benigna,belos irmãos
Compadre Cesar, são seus filhos
Que vivem na maior união.
Compadre Cesar, a sua cadeira
esta no mesmo lugar
quando vou chegando meu coração começa a soluçar.
Sustando as lagrimas
nos olhos, não posso soltar
só pra não ver
Comadre Almina chorar.
Júlio Pinto de Sousa (Julião)
22.09.2003
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Para Corujinha Baiana
Samba da Pergunta
Composição: Pingarrilho / Marcos Vasconcelos
.
Ela agora mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja
Pode ser um astronauta
Ou ainda um passarinho
Ou virou um pé de vento
Pipa de papel de seda
Ou, quem sabe
Um balãozinho
Pode estar num asteróide
Pode ser a Estrela Dalva
Que daqui se olha
Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu..
Expectativas
Início de tudo - Por José de Arimatéa dos Santos
HERVÊ CORDOVIL- Norma Hauer
Norma
ALDO CABRAL - CENTENÁRIO- Norma Hauer
Foi aqui no Rio de Janeiro que veio ao mundo, no dia 3 de fevereiro de 1912, Antônio Guimarães Cabral.
E quem foi ele? Nada mais que ALDO CABRAL, jornalista, produtor de rádio, de teatro e, principalmente compositor
Fez dupla com Benedito Lacerda e compõs uma série de sambas, valsas, canções...
Conheceu seu primeiro sucesso com a valsa "Boneca", gravação de Sílvio Caldas.
Esta valsa teve uma história, contada por Carlos Galhardo: Aldo Cabral prometeu a Galhardo que ele a gravaria, mas Benedito a entregou a Sílvio Caldas.
Que fez Aldo Cabral ? Propôs a Ataúlfo Alves que ambos fariam uma valsa para Galhardo gravar.
Eu?, uma valsa? Perguntou Ataúlfo.
- E porque não?...
Assim, ambos compuseram a valsa belíssima gravada por Carlos Galhardo na Odeon: " A Você". E fizeram sucesso.
Em você tudo é encantamwento
Em você tudo é deslumbramento
Você traduz
Sonhos de luz
Anjo divino
Mais uma dádiva no céu
Do meu destino..."
Anos mais tarde, em um LP Galhardo gravou a valsa "Boneca".
A dupla Aldo Cabral e Benedito Lacerda conheceu vários sucessos, como "Amigo Leal" e sua resposta "Amigo Infiel"; "Espelho do Destino"; "Voz do Dever" (todos gravados por Orlando Silva); Chico Alves gravou da dupla "Carnaval de Minha Visa", a música para a quarta feira de cinzas:
.
"Quarta feira de cinzas amanhece,
Na cidade há um silêncio que parece,
Que o próprio mundo se descarrilou...
É a máscara que a vida jogou fora,
mostrando que a alegria foi-se embora
No som do carnaval que já passou..."
O maior sucesso de Isaurinha Garcia foi da autoria de Aldo Cabral e Cícero Nunes:
"Mensagem"
"Quando o carteiro chegou
E meu nome chamou,
Com uma carta na mão
Ante surpresa tão rude
Não sei como pude
Chegar ao portão...”
Muito mais Aldo Cabral compôs e quase tudo foi sucesso.
Como todos os compositores de sua época, Aldo Cabral afastou-se depois que surgiu a bossa nova. Era um ritmo diferente e não adiantava mais lutar.
Aldo Cabral faleceu em 5 de junho de 1994, aos 82 anos.
Norma Hauer
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Versos amorosos - por Domingos Barroso
Se não há amor
entre dois pares
de olhos
nem adianta o flerte,
a pantomima de sempre.
Perceber quando
o amor encanta
é simples:
o coração fala,
os ouvidos da alma
escutam e gracejam.
Se os cílios não tremem
nem as faces coram
seu moço,
dê o fora.
Eu não fugi,
perdi um olho
de saudade.
Sabe, seu moço
por isso sou caolho.