por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Agora... vai !!! - José Nilton Mariano Saraiva

Sócrates, Platão, Aristóteles, Ptolomeu, Heráclito ??? Que nada !!!
Foi o vitalino e religioso “Branxu”, um dos grandes filósofos gregos, que já vaticinara, séculos atrás: eleições para cargos executivos deveriam realizar-se invariavelmente todos os anos, a bem das respectivas comunidades.
Explica-se: em ano de eleição, o ocupante da função de prefeito, mesmo que da mais indigente prefeitura (do interior mais recôndito) há de achar um jeito de desenterrar alguma botija, descobrir algum tesouro pirata escondido no quintal e, enfim, meter com vontade as duas mãos na bufunfa, a fim de realizar alguma obra que deleite a abirobada platéia.
E como 2012 é o ano em que se realizarão eleições pras prefeituras municipais dos quase 6.000 municípios brasileiros, dúvidas não tenham que vai “rolar a festa” (aliás, a festa já começou), quer através do pagamento de contas de energia dos descamisados residentes numa determinada comunidade, quer via doação de alguma dentadura postiça, ou de uma consulta ao oculista preferido (por parte dos candidatos a vereador) e - por que não ??? - da derrubada do que já está feito, pra construir o novo de novo (mesmo que a preço superfaturado), por parte do candidato ao executivo.
Na sonolenta e quase parada cidade do Crato, por exemplo, onde na maior parte do tempo impera uma modorrenta rotina, o marasmo, a acomodação, a falta de iniciativa, a impotência e o descaso, o clima já é outro desde o começo do ano.
É que, como o prefeito da cidade e o governador do Estado de há muito não rezam pelo mesmo catecismo (enquanto a cidade é uma decrepitude total e se afunda dia a dia), deverão protagonizar o famoso “duelo de titãs” (e o pobre que se exploda), na tentativa de viabilizar a candidatura do preferido de cada um.
Para tanto, atuando em duas frentes distintas, o governo do Estado parece ter incorporado o espírito de um denodado corredor de “Fórmula 1”, tomando as seguintes providências: 1) acelerou (e bote aceleração nisso) a construção da tal
“escola profissionalizante” (erigida na rua Teodorico Teles,e que estava parada há mais de ano), de sorte que agora os operários se revesam em 3 turnos: manhã, tarde e noite e num ritmo alucinante; 2) já concluiu o tal calçadão da rua João Pessoa, aproveitando para “dinamitar” o que havia sido “reformado” na Praça Siqueira Campos há menos de dois anos (teria pedido licença ao nobre Deputado que a reformou ???) e, agora, máquinas, tratores, retroescavadeiras e o descambau também varam a noite pra levar o tal calçadão até o antigo “parque municipal” (cuja praça, recentemente também reformada, será posta a pique).
O poder municipal não deixa por menos: quem não lembra que dois anos atrás, às vésperas das festas do Natal e Fim de Ano, a Prefeitura do Crato demitiu, sem dó nem piedade, choro ou vela, quase trezentos pais de família, sob o argumento de que necessitava “enxugar a folha” (diminuir as despesas) e que todos ficassem tranqüilos porque os serviços não sofreriam solução de continuidade (donde se conclui que todo esse contingente estaria “sobrando”).
Pois agora (parece coisa surreal, mas não é), a Prefeitura descobriu que há exatas trezentas vagas ociosas em seus quadros e que necessita preenche-las e com urgência; daí o Edital apressado pra realização de um concurso (no final do ano), a realização das provas, vapt-vupt (em janeiro), de forma que o resultado final e a convocação dos aprovados seja homologado 90 dias antes das eleições, como prevê a legislação eleitoral (só não nos foi dito como o futuro ocupante do trono – quer da situação ou da oposição – arranjará verba pra pagar mais 300 funcionários, já que não houve nenhuma fonte de renda nova).
E aí, o grande “Branxu” tinha ou não razão em seu (apocalíptico) vaticínio ???

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