por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O CÉU ESTRELADO DO MEU AVÔ - por Stela Siebra

                                                 
Era uma vez um avô poeta que louvava a Deus louvando a sacralidade da natureza. Era um avô sábio e simples, brincalhão e contemplativo.
Antigamente, não muito antigamente, a energia elétrica não havia chegado aos sertões do nordeste brasileiro, o que fazia com que as noites fossem escuras como breu nas fases de lua minguante e nova. Mas o manto estrelado do céu era um convite à contemplação do infinito, à leitura do mistério das constelações distantes, à viagem interior em busca do brilho divino dentro de nós.
A noite, seja clara de lua cheia, seja clara de estrelas, é tempo e espaço propício aos astrólogos, aos poetas, aos buscadores da Beleza Infinita de Deus.
Stela Siebra

Ouvindo Estrelas José Augusto Siebra

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

OS DITADORES - José do Vale Pinheiro Feitosa

Uma das coisas que mais incomodam a quem não é economista é a moeda. Ela é um instrumento de mensuração do esforço material humano. Se bem que se inclua em materiais coisas imateriais como a cultura, as marcas, e outras mais. Ao dar realidade ao valor que as coisas simbolicamente têm, a moeda é o meio para que elas circulem (ou mudem de dono) entre as pessoas. Também é a moeda o sinal para que algo novo se construa ou comece ao que chamam investir, financiar e outras mumunhas mais.

Mas economia mesmo é o trabalho humano. É produção, a distribuição e o seu consumo. E, portanto, é uma sentença a cada um. Ninguém consegue comer de uma vez só toda a comida de um restaurante, usar todos os sapatos de uma sapataria. A vem a estranheza.

Acaba de sair um relatório de uma ONG britânica chamada de Oxfam que revela que o patrimônio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale às posses de metade da população humana. Ou seja 85 pessoas contra 3,5 bilhões de pessoas. E toco a pensar em coisas como democracia.

A famosa frase de Churchill “Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”, assim fica negada. A democracia como um sistema que reduz a condução do mundo (a economia) a 85 pessoas é um desastre oligárquico.

É uma ditadura de poucos sobre bilhões de seres humanos. Eles tomam decisões como aqueles velhos filmes hollywoodiano que mostravam os clubes privês da oligarquia imperial inglesa: tomando chá, praticando jogos e decidindo a vida de milhões por todos os continentes. Afinal é assim que de fato funciona o mundo na mão de meia dúzia de famílias mais concentradas em abuso e poderes do a famigerada nobreza francesa à vésperas da revolução.


Um fato histórico como esse torna todos os economistas em meros serviçais de decisões ad hoc e ontologicamente erradas sobre o futuro da humanidade.  

O AMPLO PORTÃO DA CADEIA NO BRASIL - José do Vale Pinheiro Feitosa

A Justiça acusa de cometer o crime, prende e, ao fim, não consegue provar nada. É um escândalo.” – Julita Lemgruber – Coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes.

Em dezembro de 2012 o Brasil dobrou a sua população carcerária em relação ao início da década. Estavam aprisionados 548.003 brasileiros na mais variada condição de sofrimento e descaso. Agora pasmem: 40% desses prisioneiros estavam em caráter provisório. Ou seja a Justiça ainda não tinha concluído o processo enquanto o brasileira ficava vendo o sol quadrado por até muitos anos. Presos sem condenação.

Mas isso é a média nacional. No Piauí e no Maranhão o índice de presos provisórios chega a 60%. No Rio Grande do Sul no Presídio Central 60% são presos provisórios. Agora querem compreender os patamares do inferno? Tem gente presa há mais de dois anos por ter furtado um pedaço de queijo num supermercado. Um prisioneiro do Rio de Janeiro foi preso em dezembro de 2011 com acusação de tráfico de droga. É réu primário, teve a primeira audiência em maio de 2012 quando o Juiz mandou que a defensoria do Estado enviassem as últimas manifestações por escrito. Um ano após, em abril de 2013 é que o processo retornou.

São exemplos. Mas o pior dos mundos é que um estudo da Universidade Cândido Mendes, coordenado por Julita Lembruger, conclui que 39% do presos do Rio de Janeiro são provisórios e que uma análise de coorte do resultado de julgamento desses presos mostrou que apenas 37,5% deles foram condenados a regimes fechado ou semiaberto. Se isso representa o conjunto temos que apenas no rio de Janeiro, um quarto das pessoas que estão presas o são injustamente. À revelia da lei e com a prática do anacronismo, da leniência e do preconceito dos tribunais e juízes.

Mesmo com a nova Lei das Medidas Cautelares que se encontra em vigor desde de 2011 e que deu aos juízes alternativas à prisão como o comparecimento em juízo, fiança em sede policial e em juízo, monitoração eletrônica, proibição de se ausentar da comarca, etc., os juízes continuam repetindo as velhas prática: prisão provisória. O estudo da Cândido Mendes mostrou isso no Rio de Janeiro.

Não é por menos que o déficit de vagas no sistema prisional brasileiro é de 238 mil vagas. Mas não deixe de considerar que prisão é uma questão social e representa a vontade de classes dominantes. Por isso de vez em quando algum siderado social pede redução da maioridade penal e deseja prender todos aqueles que representam o fel que seus corações amargos não suportam.


Se o uso de bebidas alcoólicas não enseja prisão, imagine que fumar maconha pode tornar alguém num preso. No futuro será ridículo alguém ser castigado por fumar uns ramos de mato.  

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Uma noite de música como uma homenagem dos rolerzinhos aos shoppings centers - José do Vale Pinheiro Feitosa

Ofereço esta gravação a todos leitores deste blog. Ofereço aos meus amigos de jornadas que se resumiram aos seus textos e numa jamais vieram aos espaços dos comentários a eles. Socorro Moreira, José Nilton, Zé Flávio, Carlos Eduardo, Joaquim Pinheiro, Zé Almino, Stela e a todos que por esquecimento não citei.


OS ROLERZINHOS AOS SHOPPINGS CENTERS NA VISÃO DE UMA SOCIÓLOGA PAULISTA

Entrevista à socióloga Valquíria Padilha ao site Carta Maior

O que são os shoppings? – são espaços privados travestidos de públicos. Eles segregam, impedindo a entrada de quem não tem poder aquisitivo ou quem não se adequa ao ambiente do shopping, seja pelo modo de se vestir ou de se comportar. Eles funcionam como clubes privados, escolas privadas, hospitais privados: são bunkers onde as classes mais altas se possam sentir protegidas do mundo lá fora. São templos do consumo para poucos.

E os rolerzinhos? – Os shoppings são os símbolos do consumo: “compro, logo existo.”. Os jovens que sabem que eles não lhes pertencem, estão forçando acesso a esse espaço como a dizer: “quando a vem aqui a gente incomoda os burguesinhos que historicamente nos desprezam”. Uma longa história de invisibilidade vivida pelos pobres no Brasil está vindo à tona com essas “invasões” dos shoppings centers.

Esta é a luta de shopping “um direito de todos? – a crença generalizara de que pertencer ao shopping é alcançar a boa vida é a vitória da sociedade de consumo e um fracasso da humanidade. Todos foram cooptados pela crença alienada de que só é possível ser feliz assim. A ideologia consumista virou uma verdade absoluta. Consumir roupas de marca e equipamentos eletrônicos não vão conquistar liberdade ou emancipação. O desejo e a posse de mercadorias nos alienam a todos. Quando critico a segregação social dos shopping centers não desejo como solução que esses espaços sejam democratizados. Desejo que esses espaços sejam eliminados.

E o que a sociedade terá em troca? – que sejam substituídos por parques, espaços de cultura, bibliotecas, cinemas, teatros, circos, escolas, tudo aberto a todos igualmente. Uma sociedade emancipada e verdadeiramente rica precisa disso, e não de shopping centers. Qualquer solução na contramão da ordem vigente tem status de utopia, tamanha é a complexidade social. A publicidade é a espinha dorsal desse sistema. Ela é a maior descoberta e o maior trunfo da sociedade de consumo capitalista, manipulando desejos, criando necessidade, reduzindo sentimentos. E atinge a todos da mesma forma: ricos e pobres, quem vive na cidade e quem vive no campo. Na ordem do capital, não acredito em nenhuma resposta definitiva. Humanizar o capitalismo, ao menos seria possível, mas não concordo que apenas oferecer mais políticas públicas de lazer e cultura nas periferias seja a solução, pois continua aí a segregação dos espaços urbanos, a cidade continua dividida entre espaços para pobre e espaços para ricos. Isso não é solução, é paliativo.
 
E os juízes que concedeu aos shoppings o direito de selecionar o acesso? Os juízes que deram essas sentenças deveriam perder o direito de julgar se nosso país fosse sério e cumprisse a Constituição. É um absurdo autorizar o inautorizável. Um juiz não poderia permitir que um espaço aberto ao público pudesse segregar. Discriminação é ilegal. Racismo é crime inafiançável no Brasil. Esses juízes deveriam ser presos. Os donos desses shoppings também.





De Você Apenas Interessa A Grana - José do Vale Pinheiro Feitosa

Teve uma missa em que fui tirado do altar, no Convento das Clarissas, porque um padre famoso do Rio queria rezá-la. E fui ameaçado por esse padre, que dizia que faria reclamação ao bispo. Outro me proibiu de pisar na igreja dele. Fiz um casamento lá, e ele se incomodou pela vibração da alegria. Isso é uma perseguição que acontece pela disputa das ovelhas, sobretudo da ovelhas abastadas” – Ex-frade Jhonatha Gerber que acaba de desistir da batina e vai se tornar um psicólogo e assim ganhar a sua vida curando almas. Jornal O Globo Segunda-Feira 20 de Janeiro de 2014

Na maternidade um grande negócio para nascer, somados ao feitiço de serviços, berço, brinquedos e mamadeiras e produtos da Nestlé. Aí começa até o último sopro de vida a parafernália “científica” em razão de toda circulação da mercadoria. Some-se os interesses e todo tipo de serviço, de pequenos por for para atender à “legislação”, sem contar, para os pobres, as máfias organizadas.

Toda a vida neste mundo, assim como era o sofrer na terra da idade média, ainda com alguma paga mediada pelas igrejas no céu, se tornou a sopa amarga do progresso do materialismo financeiro. Considere o seu mais elevado momento de humanidade e exime o quanto ele se encontra na borda da mais ignóbil exploração do outro apenas para que tudo mais funcione e todos tenham direito a circular moedas para sobreviver.

O denominador comum dessa nova era de trevas, por incrível nascida do Iluminismo, é o interesse exclusivo pelo dinheiro que circula de mão em mão. O mão que te ama ou a que tua amas, é importante exatamente por isso: por te devolver em valor monetário tudo aquilo que do teu coração pensava ser humano.

Nenhum sonho, nenhuma discussão a valer consegue ultrapassar esse círculo de giz desenhado no chão ao qual ninguém ousa ultrapassar embora empecilho físico nenhum exista. A moeda, tua vida, teu sopro, é a circulação daquilo que mesmo não o necessites terás que trocar, absorver ou contribuir para a montanha de lixo.

Mas isso não diz tudo do humano e nem do planeta. Diz apenas da era, do momento da história, que criou esse arranjo tocado por lideranças, exércitos, crenças, fés, e instituições que existem para garantir a idade das trevas. Como antes, agora além do lamento, há a possibilidade de compreender.
O denominador comum é a compreensão desse era e em seguida a imaginação para superá-la mediante forte crítica. 

Uma crítica revolucionária e não reacionária como a de Jhonatha Gerber trocando o confessionário pelo divã.
    


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

"Os 100 anos de Maria de Araújo" - José Nilton Mariano Saraiva

Manchete de um dos cadernos do jornal O POVO (Fortaleza-CE), edição de 15.01.14, alude sobre o relançamento do livro “Milagre do Joaseiro”, de autoria do norte-americano Ralph Della Cava, cuja primeira edição data de 1977, evidentemente tratando sobre Cícero Romão Batista.

Que se saiba, não há nenhuma novidade, adendo ou atualização, donde se conclui que teremos o mesmo, do mesmo, do mesmo. Ou seja, o velho, surrado e batido discurso de sempre. Até porque o tema exauriu-se faz tempo, embora os adeptos de Cícero Romão Batista teimem em mantê-lo em evidencia, porquanto a Igreja ainda não lhe tirou o cáustico carimbo de “charlatão”, dificultando sua ascensão à condição de “santo” (mas o fará, mais cedo ou mais tarde, por injunções político-mercantis).

Bem que o eminente autor, aproveitando ser este o ano centenário da beata Maria de Araújo, poderia agregar dois novos capítulos, específicos e necessários: primeiro, discorrendo em profundidade a respeito da “causa mortis” da coitada da beata; depois, tratando do extraordinário enriquecimento (presumivelmente ilícito) de Cícero Romão Batista (no entanto, por motivos óbvios ele jamais o faria, porquanto se o fizesse praticamente estaria a matar a “galinha dos ovos de ouro”).

Com relação à beata Maria de Araújo, por exemplo, sabe-se, apenas e tão-somente que, negra, analfabeta e filha de pais pobres, desde cedo foi adotada por Cícero Romão Batista, que a abrigou em sua própria residência; que, fanática, dispensava ao seu protetor obediência cega, leal e irrestrita, capaz até de por ele sacrificar-se (o que acabou acontecendo); e, o mais importante, que padecia de séria e gravíssima enfermidade, a ponto de recorrentemente expelir sangue pela boca (às vistas do esperto padrinho) muito antes do tal “milagre da hóstia”.

Pertinente, pois, o questionamento: a pobre coitada da beata serviu de mero e vulgar (embora eficiente) “instrumento”, a fim de viabilizar o engodo conhecido por “milagre da hóstia”, definido pela própria Igreja Católica como charlatanismo puro ???  Afinal, todos os indícios apontam que, presumivelmente acometida de tuberculose, ainda assim teria sido usada (desumanamente) até o limite da sua condição físico-orgânica, por aquele em quem tanto confiava.

Lembremo-nos que, à época da farsa, às pressas foram diligentemente confeccionados os famosos “paninhos”, depositários do sangue da beata, para uso exaustivo como uma das “provas do milagre”, mas que, depois, providencial e misteriosamente, sumiram (ou queimados foram) como se houvesse o temor de, num futuro não tão distante, com o vasto instrumental técnico que certamente adviria, um exame mais detalhado pudesse diagnosticar “in totum” algo comprometedor, capaz, inclusive, de “demolir” de vez com o tal “milagre”.

Tanto é que, mesmo sabendo-a a principal protagonista do tal “milagre”, “post mortem” as autoridades eclesiásticas de Juazeiro tomaram imediatas providencias visando apagá-la de vez da memória popular, via destruição de todo e qualquer vestígio que lembrasse sua presença. Assim, sintomaticamente o seu túmulo foi criminosamente violado e, de forma conveniente (para beneficiar Cícero Romão Batista, especificamente) seus restos mortais sumiram, escafederam-se, daí que Maria de Araújo passou a ser conhecida como “a mulher sem túmulo”. Donde se pode conjecturar que tal reflexão - o seu criminoso uso como “inocente útil” – abriga, sim, consistência e fundamento.  

Já no tocante ao estupendo e extraordinário enriquecimento de Cícero Romão Batista, quando ingressou na carreira política depois de expulso da Igreja, as evidencias indicam que o “modus operandi” usado não se diferenciaria em nada dos usados atualmente pelos desonestos políticos brasileiros, já que amealhou um colossal patrimônio (terrenos, imóveis, fazenda, gado e por ai vai) em tempo relativamente curto e, mais importante, sem que tivesse qualquer fonte de renda (nenhuma mesmo) compatível. A(s) dúvida(s), então, seria(m): sobras de campanha??? dinheiro não contabilizado ??? remessa do exterior ??? caixa dois ??? doações ??? descoberta de uma botija ???

E se, à época, houvesse um magistrado destemido e despachado tal qual o Joaquim Barbosa (dos dias atuais), será que Cícero Romão Batista se livraria de uma pena exemplar ???

Como se vê, o octogenário norte-americano Ralph Della Cava perdeu uma excelente oportunidade de se “reciclar”, no relançamento do seu livro, nos brindando com o “complemento” da história real, ao invés de vir com a mesma versão de 37 anos atrás (ao salgado preço de R$ 65,00).

Assim, só nos resta torcer para que futuramente apareça um “historiador” com “H” maiúsculo, capaz de direcionar os holofotes para a “face oculta” de Cícero Romão Batista (mesmo que nessa oportunidade ele já haja sido, provavelmente, ungido ao patamar de santidade).

Agora, risível, desrespeitoso e beirando à cretinice, é que hoje, 17.01.14, no aniversário do centenário de nascimento de Maria Madalena do Espírito Santo de Araújo, as autoridades juazeirenses tenham resolvido encenar o enterro da própria (para tanto a mídia foi usada para convocar a população), evidentemente que objetivando criar mais um local de exploração dos atarantados romeiros. Dúvidas: o que colocarão dentro do caixão ??? O que mesmo será enterrado ???

São uns impiedosos e insensíveis.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

"Jogo de cena" - José Nilton Mariano Saraiva

Como o ano é de eleições para a Presidência da República, Governadores, Senado e Câmeras Federal e Estadual, convém que o distinto eleitor reflita: afinal, PROS, PDS, PMDB, PSDB, PPS, PT e PSB (além dos partidos nanicos) têm alguma coisa em comum, além do fato de serem volúveis agremiações políticas brasileira ??? Algum projeto ou algo que de alguma forma as irmanem ??? Guardam alguma similitude em termos de defesa de um ideário programático comum ??? Pugnam por regras ou princípios consentâneos e igualitários ???  Trilham a mesma estrada e comungam dos mesmos objetivos ???

Claro que não. Longe disso. Transamazonicamente longe.

Pois foi esta a trajetória sinuosa, oportunista, chinfrim e um tanto quanto fedorenta percorrida pelo papo-furado, espertalhão e arrogante Ciro Gomes até aqui (politicamente), nem que para tanto tenha tido que abater e deixar pelo caminho, insepultos, restos mortais de fiéis companheiros de jornadas outras. E ai de quem cobrar-lhe fidelidade e coerência programático-ideológica: sua conhecida e pornográfica metralhadora giratória é acionada em todas as direções, sem dó nem piedade, independentemente de quem esteja à frente. O negócio é marcar posição. Seguir o script surrado e batido, mas de uma eficiência a toda prova e que objetiva, em última instância, angariar alguma “boquinha” pra si e seus áulicos. Enfim, manter-se empregado e muito bem remunerado, já que no Brasil, lamentavelmente, a “política” virou um rentável “meio de vida” (e a família Ferreira Gomes é o exemplo vivo e maior disso).

Quem não lembra, por exemplo, que, quando Lula da Silva disparou na disputa da eleição presidencial, Ciro Gomes rotulou-o de “despreparado” e “incendiário” para, após a vitória do oponente, silenciar e lacrar o bico com “superbond”, a fim de acomodar-se cândida e placidamente em um dos seus ministérios ???  E - suprema ironia - a partir de então, era Deus no céu e Lula da Terra.

Ou alguém já esqueceu que, mais recentemente, ao ter sua candidatura à Presidência da República abortada e descartada pelo próprio Lula (que optou por Dilma Rousseff), o senhor Ciro Gomes (então um poço transbordante de mágoas), compareceu aos mais diversos meios de comunicação (Globo, Record, SBT, Band e por aí vai) e, em horário nobre, afirmou para toda a nação, de forma contundente e desabrida, que o candidato Serra (seu inimigo maior), pelo currículo e pela experiência, era a pessoa mais preparada para dirigir o Brasil do que Dilma Rousseff; em seguida, depois de uma conversa entre quatro paredes com o staff lulista, virou coordenador da campanha da então candidata, aqui no Ceará ???

Naquela ocasião, informamos, aqui mesmo, com todas as letras, vírgulas e acentos disponíveis (postagem “Cada homem tem seu preço ???”) que “...para renunciar à candidatura presidencial e agüentar calado todo o corrosivo desgaste que atualmente atravessa, por baixo do panos mui provavelmente terá sido firmado, lá atrás, um “acordo de cavalheiros”, que garante ao senhor Ciro Gomes um ministério qualquer num futuro governo Dilma Rousseff (onde ele poderá abrigar todos os áulicos que o cercam e traficar influência)”.

Pois é, hoje, depois de fazer beicinho, de “detonar” alguns dos atuais ministros, de mostrar-se magoado com o andamento do processo da escolha sucessória ministerial, de ter sido considerado por toda a mídia brasileira como “carta fora do baralho” no primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff, de viajar à Europa (Portugal) para “esfriar a cabeça e recarregar as baterias”, o senhor Ciro Gomes faz “charminho” e anuncia que “vai pensar” sobre se atende ou não o “honroso convite” da presidenta (que tentará a reeleição), para assumir um Ministério no seu governo. Já marcou até prazo para o anúncio: quando abril chegar.

Jogo de cena, perfumaria barata e de quinta categoria, enganação pura e simples. Ciro Gomes, apesar dos aparentes laivos de loucura e intempestividade, dos arroubos e estultices de praxe, dos desmentidos e vai-e-vem protocolares, já está escolhido ministro no atual governo Dilma Rousseff. E mais: deverá manter a posição num (quase certo) e previsível segundo mandato da presidenta.


Assim, enganou-se, gerou expectativa ou embarcou na canoa furada por ele oferecida, já que não é preciso se ser nenhum expert na política para se matar certas previsíveis charadas. 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Mas... até ontem (e de forma veemente) a Marina não cansou de “escrachar” com todos os "partidos políticos”, sob a justificativa de que (ela) seria “diferente” daqueles que os compõem, daí ter criado a sua personalíssima "rede sustentabilidade", objetivando não se “misturar” ???
Como, não mais que de repente, resolve se aliar a um “partido político” (misturando-se e não numa “rede”) que abriga espécimes tão sectárias quanto ultraconservadoras do xadrez político nacional, da estirpe de um Bornhausen (SC), Heráclito Fortes (PI) e Ronaldo Caiado (MT) dentre outros ???
No novo partido, baixará a cabeça, dirá amém e passivamente se deixará enquadrar, aceitando a posição de vice na chapa majoritária, embora nas pesquisas de intenção de voto seu índice seja quatro vezes superior ao do “messias”, Eduardo Campos ??? E se este, mesmo tendo a sua companhia, não “decolar”, terá coragem de “peitar” o neo-companheiro, exigindo a “cabeça-de-chapa”, por exigência dos seus pretensos partidários e eleitores ???
Alfim, seus próprios adeptos poderão questionar:
Cadê a tal ética ???
Cadê a coerência  ???
Cadê a sensatez ???
Cadê o respeito ???
Se as respostas não forem convincentes e consistentes, a tendência é que depois de todo o “auê”, de toda a “rasgação de seda”, de todo o “carnaval” que foi feito pela mídia, os eleitores descubram que Marina não tem nada de “diferente”, optando por um outro candidato.

Alguém duvida ???

sábado, 11 de janeiro de 2014

"Prostíbulo" global - José Nilton Mariano Saraiva

Alô, alô, galera. Atenção, muita atenção. Depois de propagado incessantemente em horário nobre e precedido de detalhadas análises “sócio-antropólogicas” por parte de “especialistas em relações humanas” (que, por incrível que pareça, tentam nos convencer da sua utilidade, porquanto retrataria “a vida como ela é”), a partir deste 14.01.2014, a Rede Globo mais uma vez “brindará” seus fiéis telespectadores com o seu “prostíbulo global”,  em pleno horário nobre, ao exibir o indecente, imoral e desprezível programa BBB (e que nem por isso deixa de ser um dos seus “campeões de audiência/bilheteria”). Serão meses de xaropadas, imoralidades e futilidades, ao vivo e a cores (e quem não tiver um mínimo de massa cinzenta na cachola, mas grana sobrando e nenhum compromisso com a seriedade, pode até passar o dia todo assistindo, desde que adquira o tal “pacote”).

A fórmula é velha e conhecida: numa tal “casa”, projetada com antecedência, são acomodados intelectuais de araque, gays, lésbicas, garanhões, homossexuais, malandros, prostitutas, marombados, mocinhas inocentes, anônimos aspirantes à fama e até vovós (pra dissimular), com ordens de infligir códigos, desrespeitar as leis, usar drogas, praticar sexo ao vivo e a cores e, enfim, exercitar a devassidão e o heterodoxo (se, por algum milagre, existir alguma mulher “virgem” entre eles e lá demorar, certamente de lá sairá “ex”, tal a pressão da “direção” para que tal se concretize).

Estimulados pelo pseudo-intelectual e apresentador Pedro Bial (quem te viu e quem te vê), e por um tal Boninho (um dos diretores graduados da emissora), os escolhidos não têm limites éticos, legais, morais ou alguma coisa que se pareça com respeito ou dignidade, já que tudo lhes é permitido, contanto que o “jogo” seja apimentado e “desperte” a curiosidade do público (independentemente do vazio do seu conteúdo).

Público, aliás, que é estimulado a “escolher” (pagando caro a ligação telefônica) os seus preferidos, expostos nos tais “paredões”, que por sua vez rendem milhões e milhões de reais à emissora e à operadora telefônica (para tanto, uma mega estrutura é montada e disponibilizada aos telespectadores), inclusive e principalmente para pais, mães, irmãos e demais familiares, que compulsoriamente se deixam envolver, em troca de uma futura viagem ao Rio de Janeiro (com mordomias inimagináveis), além de uma aparição relâmpago na telinha.

Enfim, o circo tá armado e nossas crianças e adolescentes sairão mais “cultas”, “sabidas” e “preparadas para a vida”, graças ao BBB (e ainda tem gente que não acredita na influência e tirania da televisão).

Agora, aqui pra nós, o que doe e maltrata é o apresentador global nos faltar com o respeito todos os dias, ao referir-se àquela cambada de vadios e malandros como... “os nossos heróis”.

Te manca, Pedro Bial. Tô fora !!!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Tim - Tim !



   


J. Flávio Vieira

                               Taça elevada aos céus, como um Santo Graal, Emiel , sorriso nos lábios, sem quaisquer laivos de apreensão turvando-lhe o espírito,  brindou  os encantos da vida, o pudim de leite que é o  mistério de existir. A sala estava repleta de  amigos, companheiros do Clube de Atletismo,  e parentes, afinal tratava-se de uma celebração.  Não tão diferente daquela , muitos anos atrás, que lhe abriu as portas e janelas de um mundo novo, que se lhe desabrochava num milagre de pétalas e cores. Apercebeu-se, rápido, das muitas cláusulas  daquela viagem de bilhete único, de destino perfeitamente previsível e da inescrutável estação onde um dia, inevitavelmente, teria de desembarcar de alforjes vazios. A vida fora-lhe ofertada em consignação.  O segredo de tudo não estava, na verdade, no ponto obscuro do desembarque forçado. A viagem consubstanciava-se  na travessia, na paisagem mutante que caleidoscopicamente passava pela janela , no contato aleatório com os outros passageiros. Aos 95 anos , sabia  , perfeitamente, que havia chupado a doce fruta  até o bago,   sugara o mais que pudera da polpa e da seiva, restava-lhe  o caroço pronto para uma nova semeadura. Bastava olhar para o longo trajeto percorrido: os rios transpostos, as árvores bolinadas, os mares  navegados, as montanhas galgadas, os obstáculos transpostos, os muitos amigos acolhidos; e banhava-lhe aquela certeza : mesmo sem alcançar a meta sabidamente sempre inalcançável, tudo valera a pena pela busca do inencontrável.  Emiel Pauwels passara os anos correndo, literalmente, e terminou por se tornar o mais velho atleta da Bélgica. Em 2013, já combalido, ainda havia ganho o título europeu de veterano no Campeonato de Atletismo, na modalidade : 60 metros Indoor. 
                        Aceitou, resignado, o diagnóstico  frio que o médico lhe passou alguns dias depois de pôr a medalha no peito:
                        --- É câncer no estômago, Sr. Emiel e em fase terminal ! Curta bem este verão, viu ?
                        Havia alguma coisa de sádico naquele prognóstico. O médico parecia dizer-lhe, indiretamente :
                        --  Tchau ! Já basta de mamar na previdência do país! Você está burlando todas as estatísticas de expectativa de vida, não tem vergonha, não ?
                         No primeiro momento, saltou-lhe aquele instinto de preservação: E se o sacana do médico estiver errado ? O exame não terá sido trocado ? Com o passar dos dias, no entanto, vendo-se fragilizado, as forças se esvaindo pelo ralo das horas, conformou-se: estava, por fim, prestes a cumprir a última cláusula do Contrato de Consignação: deveria desembarcar na próxima parada ! Podia, claro, sentir-se apeado da vida, obrigado a abandonar o trem em plena viagem, mas compreendeu, rapidamente, que aqueles não eram tempos de semear ou de colher, mas de ressemear. Fechava-se o ciclo da existência. Percebeu, no entanto, que talvez a dor e a angústia  do desembarque poderiam apagar ou nublar a bela memória da travessia. Alguns dias de fel , quem sabe, arrancariam o  enlevo de toda viagem. UTI, dores lancinantes, Respiração Artificial : a Morte a crédito.  Estava, graças a Deus , na Bélgica, onde a morte  e seu séquito não precisam ser necessariamente crônicos , a tortura final da existência humana. Foi assim que , decidido, encomendou a eutanásia e reuniu todos os amigos , colegas e parentes naquela celebração. Queria-os testemunhas, acólitos  e convidados ao ritual.
                                    E, enquanto , gota a gota, espalhava-se na veia,  lentamente ,  o combustível  que, como um relógio anti-horário,  marcava  a contagem regressiva da volta , Emiel pressentiu : já se prenunciavam as chamas primeiras que engoliriam , novamente, a Biblioteca de Alexandria. Ergueu alto o cálice de Champanhe , contemplou a paisagem à sua volta, como a gravar na retina a última foto ,  e fez o brinde derradeiro : Aos  cúmplices de viagem ! Ao  sagrado milagre da   impermanência !  Aos deuses do acaso e do imponderável !  Aos irmãos siameses  Vida e Morte !  Ao pó  razão, origem e fim de toda travessia !
                                               --- Tim-Tim !

Crato, 10/01/14

A "Velha Senhora" - José Nilton Mariano Saraiva

Aliando discrição, simplicidade e traços de nobreza, ao nascer ela já conseguira o que parecia impensável: a unanimidade sobre sua beleza e suas formas perfeitas, suas graciosas curvas e sua postura real, responsáveis por sua caracterização como uma “gracinha”, autêntica “jóia”, detentora de um charme indescritível, um verdadeiro presente dos deuses.
Embevecidos e orgulhosos, os cratenses sentíamos imensa satisfação em mostrá-la aos que aqui aportavam, em visitá-la periodicamente ou, simplesmente, em transitar à sua frente ou arredores, admirando-a e inflando o nosso ego com o que as pessoas dela comentavam; e, se distantes nos encontrávamos do torrão natal por algum motivo, não cansávamos de citá-la em conversas informais, ou mesmo recomendá-la aos que pretendiam visitar a cidade do Crato.
E assim sua fama cresceu, atravessou fronteira, espraiou-se rincões afora. O astral era tamanho e a curiosidade tanta, que todos nutriam o desejo interior de algum dia conhecê-la, mesmo que por um fugidio e único momento, para simplesmente comprovar tudo o que dela diziam. E, vindo, e vendo-a, saiam satisfeitos, radiantes, solidários, a difundi-la por outras plagas. Era, realmente, de uma beleza ímpar, diferente... avançada para os padrões da época.
Com o passar do tempo, entretanto, dada à inexorabilidade do ciclo normal da natureza, naturalmente a jovem cresceu, adolesceu, virou adulta, transmutou-se e viu processar-se o arrefecimento de ânimo, o rareamento das manifestações de simpatia; a chegada da rotina, enfim, acabou com o seu encanto e tornou-a “normal”; além do que, por falta de carinho, cuidados e incentivos, seu aspecto físico compreensivelmente decaiu a olhos vistos, enquanto outras beldades, turbinadas por energéticos e vitaminas que a ela passaram a ser negadas, apareceram ao longo do caminho, tomando-lhe o lugar e adeptos, deixando-a no ostracismo e na saudade.
Os que deveriam zelar e dela cuidar, simplesmente a abandonaram criminosamente, deixando-a por muito tempo ao relento, exposta ao sol, chuvas e trovoadas, enquanto seu habitat natural foi indiscriminadamente invadido e ocupado por companhias nada recomendáveis, sufocando-a sem dó nem piedade.
Hoje, sua imagem é de dá pena e dó e dela até temos vergonha: isolada, acanhada, decadente, sitiada, decrépita, evitada pelos antigos admiradores e também pelas novas gerações, abandonada pelo poder público, ela é o retrato mais que preciso, emblemático e pujante daquilo em que transformaram o Crato ao longo desses 40 anos: uma cidade semifantasma, sem perspectivas, sem futuro, sem nada, e a reboque de migalhas governamentais.

Quem te viu e quem te vê, Rodoviária do Crato !!!

"Ovigopólio" (Luis Fernando Veríssimo)

O DELEGADO E O LADRÃO - O ladrão foi flagrado roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia, onde se deu o seguinte papo com o Delegado:

Delegado - Que vida mansa, heim, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai ficar enjaulado!  
Ladrão - Não era para mim não. Era para vender.
Delegado - Pior, venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!  
Ladrão - Mas eu vendia mais caro.
Delegado - Mais caro? 
Ladrão – É, espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.
Delegado - Mas eram as mesmas galinhas, seu safado. 
Ladrão - Os ovos das minhas eu pintava.
Delegado - Que grande pilantra. Ainda bem que tu foi preso. Se o dono do galinheiro te pega... 
Ladrão - Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou, no caso, um “ovigopólio”.
Delegado - E o que você faz com o lucro do seu negócio? 
Ladrão - Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros do supremo... Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação escolar do governo e superfaturo os preços.

Nisso, deu-se a guinada: intrigado, o delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada e tal e depois perguntou:

Delegado – “Doutor”, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?
Ladrão - Trilionário, doutor, trilionário.. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.
Delegado - E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas? 
Ladrão - Às vezes. Sabe como é.
Delegado - Não sei não, excelência, me explique. 
Ladrão - É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.
Delegado - O que é isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.  
Ladrão - Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!
Delegado - Sim. Mas o “Doutor” é réu primário. E com esses antecedentes...


Luis Fernando Veríssimo.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O CÉU ESTRELADO DO MEU AVÔ - por Stela Siebra




Era uma vez um avô poeta que louvava a Deus louvando a sacralidade da natureza. Era um avô sábio e simples, brincalhão e contemplativo.
Antigamente, não muito antigamente, a energia elétrica não havia chegado aos sertões do nordeste brasileiro, o que fazia com que as noites fossem escuras como breu nas fases de lua minguante e nova. Mas o manto estrelado do céu era um convite à contemplação do infinito, à leitura do mistério das constelações distantes, à viagem interior em busca do brilho divino dentro de nós.
A noite, seja clara de lua cheia, seja clara de estrelas, é tempo e espaço propício aos astrólogos, aos poetas, aos buscadores da Beleza Infinita de Deus.
Stela Siebra