por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tá na hora do improviso...Acordem, gente da rima!

Aloísio, Nicodemos
Germano, Ângela, Bastinha...
Tá faltando uma rodada
do produto que é a rima

Pro mode falar de "Música"
Eu arrisco meus versinhos:

 
A verdade é que sou Música
De alma e de  coração...
Pois um amigo me disse:
"é a linguagem da emoção"!


Despedindo-me por hoje
 Deixo  a minha sugestão
 Que o mote  seja forte
 Como o vento e o tufão
 Que  seja da cor do céu
  Com nuances de outra cor
Que seja verde  mulato
Os olhos  daquele amor


(socorro moreira)


Sopa e Mel na Tigela do Tempo


Dona Escolástica até tinha o direito de implicar com a sonoridade do seu nome . Ele terminava por lhe imprimir um ar de austeridade monástica . Pronunciado , mesmo carinhosamente, já soava como uma ordem do general para o samango. Aquilo era epíteto pesado demais para uma pessoa só, devia ser carregado, não por ela, mas por toda uma escola filosófica, pensava consigo mesma. A opinião de Escolástica, no entanto, não era compartilhada por seus conhecidos. Havia um consenso entre todos os amigos : mais que um nome , aquilo tinha sido quase que uma premonição do velho Patápio Brandão Peixoto, o pai dela. Escolástica, desde nova, mostrara-se de uma determinação e um vigor impressionantes. Despachada, nunca levou desaforo para casa e jamais precisou de ajuda de quem quer que fosse para resolver suas questões. Menina, já detinha o título de terror da rua e os meninos tinham mais medo dela do que da palmatória dependurada no armador da sala. Cresceu com a mesma impulsividade da infância e levou para a adolescência e a vida adulta aquela independência invejável. Fez-se professora primária e os alunos temiam mais a mestra do que os pais.
Toda intrepidez já precoce de Escolástica fez com que os homens dela se afastassem, como o capeta de água benta. Quase não teve namorados e casou coroa, já engatilhando os últimos cartuchos da macaca. O marido , Serginaldo, era barbeiro e um barriga-branca convicto. Diante da esposa, era autorizado a pronunciar apenas algumas palavras básicas : Sim , senhora ! Já vou ! Apois tá certo ! Você é quem sabe ! O casal teve apenas um filho que , para manter a tradição, envergou o pomposo nome bíblico de Absalão. A escolha do nome do filho transparecia uma outra faceta da nossa professora: beata piedosa , fazia do debulhamento de terço e mergulho em pia de água benta seus esportes prediletos. As más línguas até comentavam que o motivo de Absalão ser filho único, vinha da necessidade de fornicação para fazer menino: Escolástica não podia aceitar um escandelo desse tamanho e deve ter ficado aguardando o Anjo Gabriel anunciador da segunda gravidez -- essa sim totalmente livre das impurezas do coito.
A regra da mão e a luva quebrou-se , totalmente, já na segunda geração do velho Patápio Peixoto. Absalão, rapidamente, fugiu à regra. Desde cedo apresentava uns trejeitos estranhos e, já adolescente, assumiu, totalmente sua sexualidade. Só duas pessoas não percebiam ou fingiam não perceber a sensibilidade aguçada e as roupas e adereços extravagantes do menino : os pais. Absalão, rápido, entendeu a barra que era, viver aquilo que a vida lhe escolheu, numa cidade pequena. Cedo, resolveu ir estudar na capital. Desde pequeno demonstrava grande sensibilidade musical e ainda pivete começou a tocar violão intuitivamente, arte que deve ter herdado dos Brandões.
Na capital, fez-se músico de formação e não demorou a ser conhecido em todo o estado por suas habilidades nas cordas da guitarra. Tinha uma grande legião de amigos mulheres, amigas homens e fãs das mais variadas orientações. Pessoas que não tinham qualquer receio em viver os sabores da vida conforme eles lhe haviam sido servidos à mesa. Com o nome na mídia, Absalão fez-se o orgulho da mãe que dava notícias da visibilidade do filho por onde passava. No fundo, aquilo era uma maneira, à Escolástica, de passar na cara a vitória do rebento, frente aos reiterados comentários maldosos e úmidos de preconceito dos vizinhos e amigos.
No fim do ano, Absalão ligou para a mãe informando que estava indo passar alguns dias com ela. E mais: ia levando a banda e um grupo de amigos. Quando o filho chegou, foi aquela alegria danada: como pinto em beneficiadora de arroz. À medida que o dia foi passando, no entanto a genitora de Absalão não tardou, pouco a pouco, a transformar-se em novamente em Escolástica. Torceu o nariz para os amigos do filho que usavam roupas esquisitas, mesmo sem perceber, com aquela cegueira de mãe, que os homens eram afeminados demais e as mulheres másculas usavam coturno. À noite, na hora de dormir, em casa pequena, uma Escolástica tradicional saltou de dentro da mãe do músico e ordenou:
--- Ei, pessoal ! Tudo bem que vocês estão aqui e nós estamos felizes com a visita, mas vou logo avisando: aqui não tem regras ! Não tem modernismo , não ! Nada de safadeza! As mulheres dormem num quarto e os homens no outro !
Mal percebera Escolástica que o mundo dera muitas voltas e que a sopa, derramando-se na tigela do tempo, caíra no mel. Enquanto se agasalhavam, par com par, os homens com homens e mulheres com mulheres, uma das meninas sussurrou para um Absalão já em plena lua de mel, no outro lado:
--- Absalão, Absalão ! Mas tua mãe é muito avançadinha, menino ! Benza-te Deus !

J. Flávio Vieira

O poeta

‎'O poeta, independentemente de educação, idade, sexo e preferências, permanece no seu coração como o herdeiro espiritual da humanidade dos primórdios. Explicações científicas sobre o mundo não o impressionam muito. Ele é um animista, um fetichista, que acredita nos poderes secretos adormecidos em todas as coisas, e está convencido de poder mexer com essas forças com a ajuda de um punhado de palav...ras bem escolhidas. O poeta pode até ter recebido um ou outro título com distinção e louvor, mas no momento em que se senta para escrever um poema, seu uniforme da escola racionalista começa a pinicar sob os braços. Ele se retorce, bufando, abre primeiro um botão, depois outro, até arrancar a roupa de uma vez, expondo-se diante de todo mundo como um selvagem que leva uma argola no nariz. Isso mesmo, um selvagem. Do que mais se pode chamar uma pessoa que fala em versos com os mortos e os não-nascidos, com as árvores, os pássaros, e até mesmo com abajures e pernas de mesa?' Da polonesa Wisława Szymborska, que partiu neste primeiro de fevereiro

ADEUS A WISLAWA SZYMBORSKA


 Há tempos eu queria fazer um poema a Wislawa Szymborska.
Agora ela morreu.
... Wislawa Szymborska morreu e eu não fiz o meu poema.
Fiquei sem graça.
Com cara de tacho.


Não sei por que não escrevi.
Certamente porque não ficaria à altura dela.
Mas eu tinha o poema todo na cabeça.
Eu iria falar de um gato.
Seria um gato comum, sem nenhuma particularidade especial.
Um dia ele subiria na mesa,
Se espreguiçaria como os gatos fazem,
Dormiria numa almofada, num canto da sala,
E Wislawa Szymborska diria: Isto é a poesia.


Não era preciso nada de extraordinário.
Ninguém veria que o gato tinha um olho verde e outro azul,
Que era branco com o rabo xadrez (ou rajado).
Era apenas um gato.


Hoje penso em Wislawa Szymborska subindo uma escada.
Falta pouco para chegar ao topo.
Falta tão pouco
Que, de repente, Wislawa Szymborska está no topo da escada.
Cheguei, diz.
E agora?
A morte é como um poema: você não sabe como,
Mas sabe que precisa escrever.
Depois de escrito, não é surpresa nenhuma.
A vida continua.
Com suas pedras no meio do caminho,
Alguma borboleta – a leveza da borboleta,
Algum gato – que pisa leve, muito leve,
Gente que reclama,
Gente que segue em frente.
A poesia não é um prato de sopa.
Se fosse, seria um prato de sopa de pedras.
Adeus, Wislawa Szymborska.


1-2-2012 - J. C. M. Brandão

Ai quem me dera – Tom Jobim / Marino Pinto

Ai quem me dera ser poeta
Pra cantar em seu louvor
Belas canções, lindos poemas,
Doces frases de amor
Infelizmente, como eu
Não aprendi o A-B-C
Eu faço sambas de ouvido pra você

Depois de muitas frases lapidares, eu percebi
Que as rimas que eu preciso,
Essas rimas esqueci
E que o verbo amar não se conjuga sem você
Eu faço sambas de ouvido pra você


um repente...- por socorro moreira




Eu já vivi por aí
já andei por muita estrada
do mar até o sertão
cruzei com gente encantada
cansei de arrumar a mala
voltei pro sertão do Crato.


Sou sertaneja, e me orgulho
embora eu goste do mar
mas o mar verde da flora
vejo do lado de cá
avisto a minha chapada
e tento me acomodar.




sertão tem a sua gloria
coisas boas de provar
cheiro de mato
açude,
a chuva que cai do ar
molha mangueira e caju
pois o sertão é um mar !


Mar de luar bonito
de gente singela, calejada
que passa o dia na roça
mas de noitinha ela dorme
com a cabeça no lugar.


Me despeço nesse verso
do povo do Cariri
quem quiser nos visitar
pode chegar e roer
um caroço de pequi !


PEDRO CAETANO- por Norma Hauer




Estou aqui para relembrar um grande compositor, que nasceu no dia primeiro de fevereiro de 1911.

Trata-se de PEDRO CAETANO , nascido no interior de São Paulo, em uma fazenda na cidade de Bananal, de uma família de 12 filhos

.
Ainda criança, perdeu seus 4 irmãos(homens) sendo criado ao lado de suas 7 irmãs. Estas, chegando à adolescência pediram aos pais que saíssem do interior e

procurassem uma cidade maior.



Assim sua família veio para Niterói, aqui no Rio de Janeiro.

Tendo aprendido as primeiras letras com sua mãe (professora) já aos 12 anos largou os estudos e foi trabalhar em uma loja de calçados e, nas horas de folga, brincava de cantar e fazer músicas, descobrindo sua verdadeira vocação: compor, embora se mantivesse no comércio de calçados, até o fim de sua vida. Essa loja funcionou em um sobrado da Rua Sete de Setembro, recebendo o nome de Casa Pedro.


Descobrindo sua principal vocação, passou a freqüentar as proximidades do Largo do Marananã onde travou conhecimento com um primo de Sílvio Caldas, que lhe facilitou o ingresso no meio dos bambas da música de então. Isso em 1934.
Sílvio não fez fé em seu primeiro samba ("Juramento Falso"). Como já havia uma música com esse nome (gravada por Orlando Silva) Pedro Caetano o mudou para "Foi Uma Pedra que Rolou", cantada, mas não gravada.
De qualquer forma,estavam abertas as portas que levaram Pedro Caetano ao sucesso.Sua música o fez conhecer Claudionor Cruz,que se tornou seu parceiro em inúmeras composições.
Em 1935 um samba de nome "Tocador de Violão" foi sua primeira gravação. Não aconteceu, mas Pedro, ao lado de Claudionor, não esmoreceu e, na voz de Orlando Silva conheceu seu primeiro sucesso:a valsa "Caprichos do Destino". Estourou!
A partir daí, foram muitos seus parceiros e as músicas foram desfilando.
Compôs , dentre outras, Nova Ilusão", "Sandália de Prata", "Botões de Laranjeira", "Duas Vidas", "Eu Brinco", "Disse Me Disse", "Onde Estão Os Tamborins?", "É Com Esse Que Eu Vou" - esta foi sucesso em uma novela das oito na Rede Globo e recentemente deu nome a uma peça teatral.
Com "Disse Me Disse", gravação original de Carlos Galhardo, aconteceu algo que o deixou muito aborrecido. Visitando Madri, uma cantora portuguesa cantou esse samba como se fosse de sua autoria e, algum tempo depois, vindo ao Brasil, atuou na Rádio Tupi, voltando a cantá-la.
Pedro apresentou-se como autor e a tal cantora simplesmente sumiu.
A morte de Pedro Caetano, no dia 27 de julho de 1991, foi trágica: atravessando, à noite, a Avenida Marechal Rondon, foi atropelado, ficando seu corpo durante três dias no IML, como indigente. Estava sem documentos.
Foi reconhecido por um amigo, que providenciou seu sepultamento.
E assim, mais um grande nome de nossa música partiu para a viagem sem volta.

Norma

Maravilhoso!


Gene Kelly



Eugene "Gene" Curran Kelly (Pittsburgh, 23 de agosto de 1912 — Beverly Hills, 2 de fevereiro de 1996) foi um dançarino, ator, cantor, diretor, produtor e coreógrafo norte-americano.

Iniciou bem cedo sua carreira na Broadway, com uma aparição no espetáculo "Leave It To Me", de Cole Porter, fazendo o papel de um esquimó, ao lado de Mary Martin.

Stan Getz



Stan Getz, de seu nome Stanley Gayetsky (Filadélfia, 2 de fevereiro de 1927 — Malibu, Califórnia, 6 de junho de 1991) foi um saxofonista norte-americano de jazz. Fez parcerias com João Gilberto e Antonio Carlos Jobim, tornando-se um dos principais responsáveis em difundir o movimento musical brasileiro conhecido como bossa nova pelo mundo.

Festa de Iemanjá



No ano de 1923 houve uma diminuição no pescado da vila de pescadores do Rio Vermelho. Tentando buscar ajuda na Mãe D'Água, Iemanjá, saíram a dois de fevereiro para ofertar presentes à deusa. Ano após ano os pescadores repetiram essa cerimônia. A princípio era feita em conjunto com a Paróquia do Rio Vermelho, devido ao sincretismo entre a rainha do mar e Nossa Senhora da Conceição. Nos anos 60 houve uma reação da Igreja Católica contra o culto pagão, fazendo com que a festa perdesse, oficialmente, a devoção à santa católica. A Igreja de Santana, localizada no mesmo local da festa, sempre mantem as portas fechadas no dia 2 de fevereiro. Hoje em dia as homenagens a essa orixá começam de madrugada, com devotos do candomblé, da umbanda e do catolicismo colocam as ofertas e bilhetes com pedidos em balaios que serão atirados ao mar. Esses balaios são levados por cerca de 300 embarcações, com o saveiro levando a oferenda dos pescadores sempre a frente do cortejo. Essa festa é comemorada somente por catolicos.As pessoas comemoram do mesmo jeito,mas tem gente que nunca ouviu falar da lenda da Iemanjá.


wikipédia

A tênue fibra do desejo- por José Flávio


Deve ter sido aquela vocação evangelizadora tão própria das mulheres. Sabia que o noivo gostava de uma farra, apreciava um carteado e aquela conversa interminável com os amigos. Imaginou, no entanto, que com a força do amor alinharia aquela árvore torta. Terminaria por domesticar aquele animal selvagem com a ração diária, com os agrados de fêmea, com a hipnose cotidiana. Imaginou que o lar com seus pesados atributos : filhos, contas e o magnetismo da TV apreenderiam aquele ave inconstante, sem que ao menos ela percebesse as tariscas da gaiola. O tempo, no entanto, acabou por mostrar a D. Gertrudes que não existe coisa mais difícil de moldar neste mundo que a delicada fibra óptica do desejo. Ludugero mostrou-se sempre um pai carinhoso e um marido exemplar. Trabalhava duro numa pequena panificadora que adquirira. Ofício árduo de despertar madrugadino , onde diariamente rivalizava com o alvorescente canto dos galos e com a sangria dos primeiros raios do sol.Entre uma bolacha e um pão de ló, entre um passa-raiva e um manzape, ia Ludugero tocando a vida. Os arraigados hábitos antigos, no entanto, permaneceram indeléveis, imunes às pregações de D. Gertrudes. Nas sextas e sábados saía para um barzinho com os amigos e viravam a noite num carteado interminável regado a cerveja , a reminiscências e fofocas. A última válvula de escape de Ludugero, uma espécie de prozac natural que usava para escapar da doideira do dia a dia. Gertrudes, no entanto não se conformava: vivia a implicar com a vida noturna do marido. Fazia-o insidiosamente, uma vez que entendia : os antecedentes criminais do marido precediam ao matrimônio. Ludugero já por mais de uma vez lhe havia jogado na cara: --Meu bem, você sabia que eu gostava de um joguinho, por que diabos casou comigo, não procurou um cardeal , um monge, um santo... ? Havia , no entanto, uma outra razão para a implicância da mulher: ela temia que, varando as noites entre uma birita e outra, em meio aos ases, aos valetes, terminaria por aparecer algumas damas ou uma rainha de paus. Por trás de tudo, sobrenadava o ciúme e a desconfiança de D. Gertrudes.
A água mole bateu na pedra dura, mas não a furou. Todo final de semana , para o crescente desespero da esposa, Ludugero escapava lépido para o jogo. Um dia, por fim, encheu-se até a tampa da caçarola da paciência D. Gertrudes. Antes de ver o marido vestir-se, numa sexta-feira, para as funções lúdico-etílicas do final de semana, articulou o plano meticulosamente preparado durante o mês. Deixou os filhos na casa da sogra e arrumou-se toda, com um vestido tubinho preto. Quando o marido pensou em despedir-se, como de costume, ela saltou de lá e o surpreendeu:
--- Amor, hoje eu vou com você. Estou doidinha para ver um jogo de cartas!
Gertrudes disse isto, sem tirar os olhos do semblante do marido, esperando o protesto, a popa. Ludugero, no entanto, para sua surpresa, não se alterou, apenas lembrou que o programa podia ser chato e cansativo para ela, mas que ficava feliz, não tinha nenhum problema.
Como era de se esperar, a programação não podia ser mais pesada. A esposa sentou a um canto, numa cadeira desconfortável, no Bar do Giba. A conversa varou a noite, regada a cerveja e baralho. Futebol, política, fofocas . À medida que as horas se iam escorrendo, para o terror de Gertrudes, os circunstantes iam ficando mais animados, falando mais alto , discutindo com muito mais fervor. Lá pras cinco horas da manhã a esposa compreendeu que eles tinham ainda fogo na caldeira para mais uns dois dias. Estava já escornada, cansada, com todos os músculos doendo. Chamou então Ludugero e o suplicou:
--- Pelo amor de Deus, me leve para casa que eu já não agüento mais, estou morta de cansada e já não consigo nem ficar em pé...
Ludugero, então, solícito, pediu um tempinho aos amigos , tomou a mulher pelo braço e a levou para o aconchego do lar. Não sem antes lembrar:
--- Ta vendo, mulher, você vem uma veizinha e fica assim parecendo que caiu de um avião. Isto é para você ter uma idéia do meu sofrimento que passo por este suplício todo fim de semana...

J. Flávio Vieira

A poesia de João Nicodemos


Vício

Sua fraqueza
É mais forte
Que você ?

" esqueça o silêncio das plantinhas na varanda ..."
As minhas são conversadeiras,
espiadeiras
pegam carona no vento
pra falar o que não vejo,
e até explicar o que sinto
e nem percebo !
.
Socorro Moreira




Boca no copo

Água na fonte

Amor corrente

Flor de laranja

Madrugada chuvosa

Quarta solitária

Liberdade na tela

Escritos no ar

Portal da saudade !


 por socorro moreira

Por Socorro Moreira



As meninas do meu tempo usavam

saias plissadas e mini-saias.

Faziam touca no cabelo,

e revelavam ao "diário" os seus segredos.

Cursavam o normal, e viviam no essencial.

Morriam de todas as curiosidades.

Esperavam o namorado no portão .

Choravam  tristezas, no travesseiro.

Escancaravam as janelas do coração...

O tempo de amar chegou

O tempo de casar passou

O tempo de viver ainda corre,

num ritual de buscas,

entre o amor e a saudade.


Por Socorro Moreira

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012




Versos Madrugados- Socorro Moreira


Abro aquela janela tantas vezes

E as laranjas olham pra mim agradecidas ...

Não as desejo !
.

Olho a minha calçada

Imóvel e receptiva

Descansa ,

no silêncio da madrugada.


Acordo de sonhos do passado

" ...and i love her..."

- Teus olhos azul-piscina

E a gente dançava Elvis !


Faço do-in nas minhas pernas

Sinto as fisgadas do tempo

Sinto a falta das lágrimas

Minha dor é seca,

cheia de calos.

Espero o amanhecer

aqui por esses lados

Preciso da rotina,

que me escapa ...

Mais uma vez acendo,

apago a luz ...

E viajo nas minhas serenatas.


por socorro moreira



Amor antigo
querendo ganhar cores
querendo viver
a matura tranquilidade
de um amor legítimo !

Amor antigo, recauchutado,
mudo, desesperado ...
Disperso no desejo novo
Lacrimoso na tristeza doce
de saber que o amor não foi.

Esteve no estio romântico das horas
Nas madrugadas vazias ,
quando buscou o esquecimento
No clarão das estrelas que se acendiam
No dia ensolarado da consciência tardia...
Amor bandido, antigo, e ainda vivo !

socorro moreira




JouJoux e Balangandãs
Marchinhas de Carnaval

.
Joujoux, joujoux? Que é meu balagandã?
Aqui estou eu Aí estás tu
Minha joujoux Meu balagandã
Nós dois Depois
O sol do amor que manhãs
De braços dados Dois namorados
Já sei Joujoux Balagandãs

Seja em Paris Ou nos Brasis
Mesmo distantes Somos constantes
Tudo nos une Que coisa rara
No amor nada nos separa

Por Socorro Moreira



Nos embebedamos no branco da paz.

No meu juízo,

risos, vinhos e rios,

se harmonizam.

Hoje nos declaramos passarinhos ...

É assim o amor mais lindo:

livre, (e)ternamente !

O que dói é a posse.

Se ela inexiste ,

os encontros

amiudados ou não,

são gritos de carnaval !













Por Marcos Barreto de Melo

ACABA FESTA





eu ontem fui convidado

pra festa de casamento

da filha de Chico Bento

com o Zeca de Conrado



festa boa e animada

de tudo na mesa tinha

pato, peru e galinha

sarapatel e buchada



numa quadra de latada

a sanfoninha chorava

e a moçada animada

ao som do fole dançava



foi quando chegou Mororó

e mandou parar o rojão

com o tacho cheio de goró

vazando pelo ladrão



falou bem alto e zangado

e o povo ouviu assustado

quando ele disse, hoje eu mato

furo, sangro e tiro o fato



chamo o doutor de safado

xingo a mãe do delegado

dou tapa até em soldado

mas, não vou ficar parado



eu deixo o noivo amarrado

pra brincar mais sossegado

e com a mulher dele abraçado

vou dançar esse xaxado

grudado sem farrapar

até o dia clarear

Marcos Barreto de Melo


Glenn Miller


Alton Glenn Miller (Clarinda, 1 de Março de 1904 — 15 de Dezembro de 1944) foi um músico de jazz estadunidense e bandleader na era do swing. Ele foi um dos artistas de mais vendas entre 1939 e 1942, liderando uma das mais famosas big bands.

COSTA CONCORDIA

 


                                                                Foto Gregorio Borgia - AP

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                
Vada a bordo, cazzo!

(Não preciso de nenhuma palavra mais
Para o meu poema.)
 
                       J. C. M. Brandão
 
 
 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

REGULAMENTO MONITORIA PARA PROJETO NO TERREIRO DOS BRINCANTES










O Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC da Universidade Regional do Cariri – URCA e o Coletivo Camaradas, no uso de suas atribuições legais, torna público o presente Edital de abertura de inscrições, visando a seleção de 10 monitores para apoio nas atividades do projeto “No Terreiro dos Brincantes” por um período 12 meses contando com o mês da presente publicação.






OBJETIVOS DO PROJETO:






1. Realizar vivências e registros audiovisuais/fotográficos das atividades nos terreiros dos brincantes da cultura popular da região do Cariri e produção de documentários;
2. Realizar “rodas de conversas” entre pesquisadores, estudantes, artistas e brincantes (in loco) e nas IES;
3. Criação de página virtual (site) para divulgação do Projeto e des pesquisas científica sobre as temáticas: Cultura, Grupo da Tradição Popular, Identidade, Patrimônio Imaterial e Religiosidade e temas correlacionados.






Para candidatar-se a monitor o aluno deve:





1. Estar regularmente matriculado em curso numa faculdade/universidade da região do Cariri ;
2. Ter afinidade e preferencialmente ter trabalhos na área;
3. Ter disponibilidade para as atividades do projeto;
4. Assinar termo de compromisso se selecionado;
5. Apresentar, no ato da inscrição comprovante de matrícula atualizado;
6. Preencher ficha de inscrição.

CERTIFICAÇÃO

O aluno monitor que cumprir as atividades e horários estabelecidos, fará jus a certificado, Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho - IEC com carga horária definida conforme a participação no Projeto.






LOCAL, DATA E HORÁRIO DE INSCRIÇÃO

As inscrições serão feitas na Secretaria da Cultura, Esporte e Juventude do Crato, no período de 08 a 10 de fevereiro, das 8:00 ás 11h30.





CRITÉRIOS DE SELEÇÃO





1. Currículo
2. Entrevista

RESULTADO DA SELEÇÃO - CURRÍCULOS





Dia 10/02 – a partir das 17h00 no blog do Coletivo Camaradas – http://www.coletivocamaradas.blogspot.com/






ENTREVISTA






Dia 13/02 – às 14h00, no Auditório do Centro do Cultural do Araripe – REFSA Crato.

PRIMEIRA REUNIÃO COM OS SELECIONADOS:

Dia: 24 de fevereiro de 2012
Horário: 14 horas
Local: Auditório do Centro Cultural do Araripe – REFSA Crato .

Crato, 30 de janeiro de 2012


Prof. Dr. Roberto José Siebra Maia
Diretor do Instituto Ecológico e
Cultural Martins Filho – IEC/URCA

Prof. Alexandre Lucas Silva
Coordenador do Projeto
“No Terreiro dos Brincantes” e
do Coletivo Camaradas

Danielle Esmeraldo
Secretária Municipal da Cultura,
Esporte e Juventude do Crato/CE

Torta-de-maracuja-e-chocolate - Colaboração de Edmar Cordeiro


ingredientes
massa

3 ovos - claras em neve
3/4 xícara (chá) de suco concentrado de maracujá
3 colheres (sopa) margarina ou manteiga
1/2 xícara (chá) de leite
2 xícaras (chá) de açúcar
2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de maizena
1 colher (chá) de fermento em pó

calda

1/2 lata de leite condensado
2 colheres de sopa de creme de leite
1/2 xícara de suco concentrado de maracujá

recheio

1 lata de leite condensado
1/2 caixa de creme de leite
1/2 xícara de suco concentrado de maracujá

cobertura

1 lata de leite condensado
1/2 caixa de creme de leite
2 colheres (sopa) de cacau em pó
2 colheres (sopa) de achocolatado
2 colheres (sopa) de suco concentrado de maracujá

modo de preparo
massa o procedimento para a massa é como para um bolo comum.
gemas, açúcar e margarina batidas na batedeira até obter um creme esbranquiçado.
acrescenta-se a esse creme o leite, o suco, a farinha de trigo e a maizena aos poucos alternando os ingredientes.
incorporar a essa massa o fermento e as claras em neve mexendo com bastante cuidado, levemente.
levar para assar em forno pre-aquecido até que enfiando o palito o mesmo saia limpo.
calda misturar todos os ingredientes numa vasilha e reservar.
recheio levar os ingredientes ao fogo mexendo sempre até soltar do fundo da panela.
cobertura mesmo procedimento do recheio
Montagem do bolo
cortar o bolo ao meio no sentido de comprimento para que posso ser recheado colocar uma das parte numa bandeja e molhar essa parte com metade da calda que foi preparada espalhar o recheio sobre essa metade colocar a outra metade por cima e molhar com o restante da calda cobrir com o a cobertura preparada de chocolate levar à geladeira por uma 2 horas;
agora é só servir!!




Acho que, ao fecharmos nossos olhos aqui, nós os abrimos em casa, no
mundo extrafísico. Aqui é um lugar aonde a gente vem passear, e
voltamos para a festa maravilhosa quando nos vamos da matéria. 

Luís Eduardo

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Saudades - No dia da Saudade - Por José de Arimatéa dos Santos


José de Arimatéa dos Santos


Lembrança do que já passou. Momentos vividos e revividos intensamente que faz guiar a vida. Saudades do tempo de criança e das brincadeiras da época. Momentos do descompromisso e da vida tão gigante na rua, praça ou no campo.
E quando retornamos a esses lugares onde vivenciamos a infância, vemos o quanto muitas vezes era pequenino no espaço, mas tão grande no coração e mente.
A saudade é um sentimento tão importante para o ser humano devido as lembranças que ficam armazenadas em nosso cérebro.
Sei que há lembranças dos parentes e amigos presentes e dos ausentes que já foram para outra dimensão, porém as ótimas lembranças felizes do ontem e do hoje estão sempre presentes.
E assim caminhamos para o futuro. Certos que a solidariedade e o amor podem fazer um mundo de mais paz e de mais felicidade.

Uma música inesquecível!



 Tradução
Isso é amor

Em Nápoles, onde o amor é soberano
Quando um garoto encontra uma garota, isso é o que eles dizem:
Quando a Lua chega aos seus olhos, é grande como uma pizza
Isso é amor

Quando o mundo brilha como se você tivesse bebido vinho demais
Isso é amor
Sinos vão tocar "ting-a-ling-a-ling, ting-a-ling-a-ling"

E você vai cantar a "Vita Bella"
O seu coração vai bater "Tippi Tippi-tay, Tippi Tippi-tay"
Como uma alegre tarantella!
Quando as estrelas fazem você babar como quando vê uma massa
Isso é amor

Quando você dança na rua como se tivesse uma nuvem nos pés,
É porque você está apaixonado!
Quando você vive num sonho mas sabe que não está sonhando
Senhor, licença, mas veja, lá na velha Nápoles
Isso é amor




http://www.vagalume.com.br/frank-sinatra/thats-amore-traducao.html#ixzz1kz1osu6f

Por José Antonio Pinheiro Machado (Anonymus Gourmet)


Cuidados para escolher um restaurante

Qual o item mais importante a considerar num restaurante: “cozinha”? “serviço”? “ambiente”? ¾ me perguntam numa enquête, logo para mim, um radical da cautela, cuja prudência foi educada pela adversidade.

“Constância.” — respondo. Constância é a virtude que espero na hora do jantar. Justifico argumentando que há restaurantes que vivem em estado de insurreição permanente: a cada semana mudam os cozinheiros, mudam os garçons, mudam até os temperos. Para freqüentar esses lugares é preciso, acima de tudo, amar a aventura. Na mesa, busco certezas. Deixo o inesperado para depois das refeições. Prefiro a aventura no cinema, na TV em horas tardias ou em alguns contos de terror de H.P. Lovecraft. Recuso-me a fazer do jantar uma jornada de ação e mistério.

Sempre tive a impressão de que certos restaurantes nunca dantes frequentados se parecem a abismos sombrios e insondáveis, habitados por garçons de humor incerto e cozinheiros de talento duvidoso, onde se deve estar preparado para tudo. Inclusive para cenas assombrosas de monstros marinhos emergindo fumegantes do prato de sopa.

Mas reconheço que existem espíritos desbravadores que adoram sair à procura das surpresas de uma mesa desconhecida. É aquela incontrolável curiosidade por novidades que leva alguns a espiar pelos buracos das fechaduras e a outros, como Cristóvão Colombo, a descobrir a América. Considerando que, hoje em dia, os segredos a serem espiados pelas fechaduras estão com as portas escancaradas, e que não há continentes a desvendar, quem sabe uma expedição para descobrir um novo restaurante? Emoção e adrenalina no prato do dia. A ânsia indomável dos velhos navegadores convertida no desejo fremente de enfrentar rins inescrutáveis, picadinhos sem biografia, molhos sabe-se lá do quê, feitos sabe-se lá quando, ¾ mas também, quem sabe, damas inesperadas a espreitar de mesas vizinhas.

Uma regra de ouro para esses desbravadores gastronômicos: respeitar com rigor os horários do restaurante a ser tentado. Especialmente à noite. Chegar muito tarde é um desafio à má vontade dos garçons e ao esmero das cozinheiras. Eles e elas são pessoas que têm, depois do expediente, aflições como as de qualquer ser humano: desde um prosaico último ônibus que não pode ser perdido, até tormentosas paixões nas sombras da madrugada.

Por: José Antonio Pinheiro Machado

Receita do Anonymus Gourmet


Tentação de laranja


Para o pão-de-ló

2 ovos + 4 gemas

2 xícaras de farinha de trigo

1 xícara e meia de açúcar

Um copo de suco de laranja natural

1 colher (chá) de fermento para bolo



Para a cobertura

2 copos de suco de laranja

2 colheres (sopa) de maisena

6 claras

12 colheres (sopa) de açúcar

1- Comece fazendo um pão-de-ló. Na batedeira, bata os ovos e as gemas com o açúcar até formar uma gemada. Aos poucos, vá acrescentando o suco de laranja e a farinha de trigo. Com os ingredientes bem batidos, fora da batedeira, misture o fermento. Mexa bem.

2- Coloque a massa em uma forma untada e enfarinhada e leve ao forno preaquecido (180°) por, em média, 20 minutos.

3- Enquando o pão-de-ló assa, faça um creme de laranja. Dissolva a maisena em uma xícara do suco de laranja e leve para uma panela junto com o restante do suco. No fogo, mexendo sempre, deixe o creme engrossar.

4- Na batedeira, faça uma merengada batendo as 6 claras com as 12 colheres de açúcar até ficar bem consistente.

5- Cubra o pão-de-ló com o creme de laranja e, por cima, coloque a merengada. Leve para o forno por mais 10 minutos. Retire do forno e cubra com raspinhas de casca de laranja.

Sugestão copiada no Programa "Anonymus Gourmet"


por socorro moreira


Chove
Cidade vulnerável
Assim como a vida
Em mim, em ti...
Dispenso as bulas
Que nos ameaçam

Fé, Esperança e Caridade!
E que a música seja o silêncio
Que a oração cale em meu coração
Esta zoada do mundo
Desaconchega-me
Quero um céu iluminado ou dourado
Sem a tormenta das tempestades
E o calor que queima
O papel das saudades

(socorro moreira )

Da minha janela ... - por Socorro Moreira




Quintais urbanos
provincianos
Casas antigas,
gravando vidas.
Nem procuro saudades...
Elas estão cristalizadas
até nos telhados.
Daqui a pouco , anoitece ...
E eu nem ganhei o dia !


Socorro Moreira

Sou embaçada de muitas saudades
Iluminada de verdades
Angustiada de conflitos
Serenada de tudo
Que acredito.

Tantos investimentos amorosos
Perdidos, irrecuperáveis...
Tantos sonhos apagados
Esquecidos
Num sono interminável !

De repente
Mais uma luz se acende
E eu me vejo ainda viva
Querendo encher tua ausência
De um mosaico colorido.

De tardezinha ... - por Socorro Moreira

Adicionar legenda


tardezinha ...

um dia entristecido, finda !

da minha janela

espreito

alguma coisa no céu ...

um sinal, uma luz,

uma cor.

entro nesse pedaço de vida

em pensamento

e um poema não dito

uma declaração de amor sem mira,

ficam emoldurados,

na fotografia.

Cartas de Amor - por Socorro Moreira


"O que nos separa é o amor que nos une".
Envelopes rasgados
Papel manchado de batom
Censura, rasura
uma aqui, outra ali...
Uma explicação,  uma jura...
Tristeza e saudade, nas entrelinhas
Contagem regressiva do tempo
Faltam apenas dois dezembros...
Quem sabe, se Deus permitir!?
Cartas guardadas, perfumadas,
devolvidas ou queimadas
findam em nada!
Cartas de amor...
Surpresa,
suspense, letra tremida,
um poema de J.G. de Araújo...

Cartas de amor
Soltas no mundo
Nas mãos do carteiro, buscam o seu destino!