por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 3 de maio de 2011


“ A saudade é como aquela andorinha solitária que atravessando as plagas do passado ,
faz pousada se aninhando vez por outra no coração da gente ! "

(Rosa Guerrera)

Curtinhas - por José do Vale Pinheiro Feitosa




Curtinhas
Rio de Janeiro, 1988

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De quem é a culpa?
Do chão escorregadio?
Ou do piso liso do sapato?
Da natureza quebradiça dos ossos?
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Mal chegastes!
E estais saindo....
Afinal, o que é isto?
Uma cheguida.
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Um burguês, inchando de ter,
Teve tudo e tudo lhe teve.
Esqueceu que a morte é apenas ZZZZIIIIPPPT.
E é certa que vem.
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Januária e Joana juntas na janela, jamais.
Brigaram, brigona, brava.
Assuntos assim, sempre serão sucesso,
Pois choram a ubiqüidade ultrapassada.
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Só existe uma alternativa
Para o vazio estabelecido,
Pela inexorável despedida.
Preencher o vazio.
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Não sei se:
O rabo está na cabeça,
Ou vice-versa.
O chão no céu,
Ou o céu no chão.
A água é fogo,
Ou o fogo é água.
O gás é líquido,
Ou o sólido é pensamento

(José do Vale Feitosa) 


SHOW DA BANDA CACO DE VIDRO ( cover do Pink Floyd)


A Sertão Pop Produções traz para o Cariri, em parceria com o SESC de Juazeiro do Norte, a banda Caco de Vidro, a sensacional cover do Pink Floyd de Fortaleza. É um momento único de ver esse maravilhoso grupo de forma inédita na nossa região.
O Evento acontecerá no TERRAÇUS - Bar e Petiscaria, que fica localizado no triângulo do Grangeiro, no dia 7 de maio, sábado, a partis das 21h. Não perca essa oporunidade de ver a banda Caco de Vidro, a melhor banda cover do Pink Floyd do nordeste. Esperamos você por lá.

Zivaldo Maia - Por Socorro Moreira




Zivaldo foi a múscia , no pé do ouvido, quando morei , em todas as vezes, na cidade de Fortaleza ( 1977 a 198o e 1995 a 2000).

Considerada por ele, uma parenta por afinidade ,gozava o privilégio de assisti-lo em suas apresentações, fossem nos bares, teatros, casa de amigos, e na minha casa.

De uma destreza incomparável , consegue acompanhar qualquer canção, qualquer voz, tornando-as belas. Aplaude com o olhar , e ri quando a coisa fica feia. Zivaldo se acompanha , divinamente bem ! E ainda : acompanha com maestria todos os grandes nomes da música popular brasileira , que a oportunidade disponibiliza ( e não são poucos). Possue hoje um respeitável e belo trabalho autoral , alguns já gravados. Esse ano , fez um show no Crato, Juazeiro e Barbalha. Numa dessas noites, terminamos nos reunindo na casa do Dr. Zé Flávio , e mais amigos. Foi bonito e prazeroso ouvir , na ocasião, Abidoral Jamacaru tocando pra Zivaldo , e vice-versa.

Qualquer dia vou a Fortaleza só pra ouvir Zivaldo tocar. Não basta pra mim ter os seus CDs. Ao vivo, a emoção aflora inteira, como um poema de Domingos.


Trechos de uma entrevista concedida por Zivaldo à jornalista Ethel de Paula e publicada no jornal "O Povo":

"No Sítio São José, em Jaguaruana, lugarejo-natal, as noites eram de violadas. Zivaldo Maia cresceu embalado pelo violão de dois irmãos e dos primos, porque o pai já havia aposentado os oito baixos. Antes de dormir, ouvia, ao longe, as serenatas, consolo de quem sequer possuía rádio de pilha. O dom acordou cedo, quando nem bem completara cinco anos de idade, o que surpreendeu os de casa. ''Sentia quando meus familiares erravam na harmonia e no dia seguinte, toco de gente, criticava'', recorda o hoje virtuose. Compositor, arranjador e intérprete, o mestre aperfeiçoou-se ouvindo. ''Vim para Fortaleza com mais de 30 anos e passei a observar violonistas referenciais como Nonato Luís e Pedro Ventura, criando novos acordes baseado no que escutava. Nunca pude viver apenas de música. Em compensação, tive encontros memoráveis e posso me considerar realizado por ter ouvido elogios do maior violonista de todos os tempos: Raphael Rabello''... "Na memória, Zivaldo guarda com particular afeto o feliz encontro com Lua, durante uma de suas passagens por Fortaleza, à beira-mar. ''Quem me apresentou a ele foi Padre Gotardo, autor do hino composto para o Papa João Paulo II. À mesa, toquei ''Violando'', de minha autoria, que inclusive já foi gravada por Nonato Luís e Sebastião Tapajós. Ele gostou tanto que no mesmo instante pediu para ir em minha casa. Queria compor junto. Nessa tarde, fizemos a primeira parte de uma música, ele solfejando e eu ao violão. Não chegamos a terminá-la, mas o fato é que tenho esse material inédito entre minhas gravações caseiras'', revela."

Violonista com técnica apurada que mistura o erudito e o popular, Zivaldo gravou seu primeiro CD em 1996 "Zivaldo Puro e Simples" , onde registrou suas canções ao violão. Sua composição mais gravada é "Violando", a mesma que ele mostrou ao Rei do Baião. Ela foi registrada por Sebastião Tapajós e João Cortez no CD "Brasilidade" e por Nonato Luiz em dois CDs, "O Choro da Madeira" de 99 e "Ceará" de 2001.
Em 1999, Zivaldo decidiu gravar um novo disco, desta vez cantando também. E o resultado é o registro de canções que falam de um tempo que deixou saudade em quem viveu e em quem não viveu também, mas gostaria de ter estado lá. O CD nos remete a uma Fortaleza tranquila, com os seresteiros embaixo das janelas e moças românticas espiando pelas frestas. Para conseguir esse clima, Zivaldo recorreu a parceiros como Jair Amorim, Oímpio Rocha, Alano Freitas, Fausto Nilo, Ana Cléria, Hildeberto Torres e Totonho Laprovítera que colocou letra na famosa "Violando". Há também um pout-pourri de sambas que vão de Ataulfo Alves e Noel Rosa à Luiz Assumpção. O CD traz duas participações especiais: Fausto Nilo cantando a parceria dele com Zivaldo e Ayla Maria , interpretando "Violando".

Músicos que participam do disco: Adelson Viana (piano/acordeon), Tarcísio Sardinha (violão/cavaquinho), Aroldo Araújo (baixo), Carlinhos Ferreira (clarinete), Luizinho Duarte (bateria/percussão), Aluísio (pandeiro), Aguiar (trombone), Zé Carlos (trompete) e Carlinhos Patriolino (bandolim).

Um poema de um querido poeta : Dr. José Newton Alves de Sousa




Uma nuvem... um saveiro...


Uma única nuvem no céu,
Um só saveiro no mar.

Um saveiro, assim branquinho,
é nuvem por sobre o mar.

Uma nuvem, assim distante,
é saveiro a navegar.

Não poderei esquecer
a tarde peninsular:

Uma só nuvem no céu,
um só saveiro no mar.

(José Newton Alves de Sousa. Poemar. Salvador, Contemp, 1982.
Um livro dedicado "Aos que sonham, aos que lutam, aos que amam").

Cristiano Câmara - musicólogo cearense - Por Socorro Moreira


Conheci Cristiano, quando juntos trabalhamos, na Ag. Centro Fortaleza do Banco do Brasil.
Mal nos apresentamos ele confessou-me: "sabe o que a gente aprende aqui , nesse tamborete ? A de dizer sim, e sim senhor !"
Nos tornamos amigos de cara. Fiquei completamente fascinada pelo conhecimento musical daquela figura. Logo , logo, passei a frequentar a casa daquele casal especial :Cristiano e Dorvina.
Hoje , na pesquisa, achei esse maravilhoso vídeo que espelha fielmente a vida e o cotidiano desses dois amigos.
Saudades imensas ! Devo-lhes eterna gratidão pelo carinho com que sempre fui recebida, e pelas informações que me passaram , em cada encontro.
A casa de Cristiano , onde figura uma placa, na entrada principal , "Aqui o assunto é Arte" é um lugar  encantado!



Por João Nicodemos


Voz que embalou, e ainda embala os nossos sonhos : Francisco Peixoto - Por Socorro Moreira



Graças a Deus ele não fuma, nem toma gelado. A voz , cada vez mais bonita ...!
Ele cantava, enquanto a gente dançava , nos braços que nos escolhiam.
Tecnicamente mais apurado, conserva na memória, a música de todos os tempos. Parece que a representação romântica ( seresta,jovem guarda, bossa nova, ...) ficou guardada na garganta de Francisco Peixoto.
Esse moço amigo e talentoso , caminha nas ruas do Crato , assim como eu. Quando a gente se encontra , relembra canções, romances, fatos... Todos publicáveis ! Vivemos a pluralidade dos tempos dourados : sonho , alegria, inocência.
Peixoto , cante pra gente !

Chuva - por Domingos Barroso




O poema é igual a um filho pequeno
precisa sempre ser olhado
de madrugada.

E ao me debruçar vigilante
sobre os engasgos e refluxos
do tenro ser

também releio cada poema
escrito no dia anterior
atento se ainda respira.

Como há filhos pequenos
que causam medo
por tanto silêncio
enquanto dormem

há poemas que turvam as palavras
ou destrincham a ideia
com maestria
e crueldade.

Sou um pai atencioso:
embalo o recém-nascido,
com a outra mão reescrevo versos.

Sei que qualquer noite
foge da minha alma o poema
logo cresce a criança

então talvez seja a hora
de também partir.
Ou dormir agora.

Bing Crosby



Bing Crosby (Tacoma, Washington, 3 de maio de 1903 — Madrid, Espanha, 14 de outubro de 1977) foi um cantor e ator norte-americano. Considerado um dos maiores cantores populares do século XX, morreu vítima de um ataque cardíaco enquanto jogava golfe.

CCBNB CARIRI - 5 ANOS

Na diversidade musical que temos em nossa região, não podemos deixar de lançar algum nativo caririense na cena musical pelo Brasil a fora. Com a riqueza musical que o Brasil apresenta é difícil até mesmo ser musico, com tantas pessoas boas que temos.

O Centro Cultural BNB Cariri completou seus cinco anos de existência neste ultimo mês de abril e fez uma programação invejável a muitos centros culturais.


Se nossa região aproveitasse seus potenciais para valorizar seus artistas iria transformar em um outro tipo de atração, além da religiosa. Seus artistas são completos.

Estive nesta semana passada durante 3 dias consecutivos assistindo algumas programações no CCBNB. Na quinta-feira estive assistindo o Geraldo Junior; na sexta-feira, o “quarteto fantástico” Abdoral, João do Crato, Salatiel e Zabumbeiros Cariris e encerrando no sábado o maravilhoso trio Cleivan Paiva, Dihelson Mendonça e Ibbertson Nobre.

Quinta-feira 28 de abril – Geraldo Junior

Para começar com classe esses meus últimos dias, Geraldo Junior, o qual já conheço faz um bom tempo e confesso admiração pela força de vontade, talento, inteligência e potencial artístico, além de já ter o respeito pela conquista no cenário musical. O show começa com grande força, poder e muita interatividade. O publico passa a vibrar, cantar e aplaudir, incessantemente o talentoso Geraldo Junior.

Acompanhado de uma banda expetacular, Geraldo Junior ainda pode contar com a participação de dois ex-integrantes de sua antiga banda Dr. Raiz, o qual fez parte por longos anos, Dudé Casado e Ramon que subiram o palco e fizeram a festa.

Sexta-feira 29 de Abril – Abidoral Jamacaru, João do Crato, Salatiel e Zabumbeiros Cariris

Em tempos de vacas magras, o CCBNB apostou em grandes artistas para sua programação de aniversario e com esse projeto que não teve titulo, mas veio recheado de muito talento, os grandes artistas, poetas, músicos caririenses neste meu segundo dia, Abidoral, João, Salatiel e Zabumbeiros, abrilhantaram com saborosas musicas e performances, duas horas intermináveis de êxtase.


“Lá de Dentro” é uma musica que foi gravado em 1986 no LP Avalon do ícone da musica caririense, um menestrel, um compositor completo, Abidoral Jamacaru (eu, particularmente, sou fã dessa obra e desse obreiro). Esta musica iniciou nossa noite com o vocal dos nossos artistas e já me surpreendeu. Me fez notar que não estava na expectativa de nada, que seria comum como outros shows. Uma miríade de pensamentos me revirou ao avesso e me levou ao tempo que ouvi pela primeira vez aquela musica. Sou fã do talento de Abidoral, e para mim, “Lá de Dentro” é a melhor de todas suas obras.


No palco o grande Abidoral faz sua participação solo, trazendo para a primeira parte, a participação de João do Crato, que como sempre, um verdadeiro show man. Em seguida, mantém um dialogo gostoso e suave, com uma linguagem simples e singela com o publico presente. Daí por diante vai se misturando as apresentações destes artistas brilhantes. João do Crato, com suas performances no palco, tirou suspiros, assobios e causou muitas invejas a quem assistia. Amélia, com seu carisma, sua dança e sua voz, fazia acontecer um show especial, sempre acompanhada pelos Zabumbeiros. Luiz Carlos Salatiel, por si, merece mais uma postagem. Teatral, sua entrada no palco, sua estada no palco... Sua despedida. Teatro puro. Seu canto, sua voz. O cara é forte.


Tivemos as participações especiais, mais que especiais: João Neto (baixo), Ibbertison Nobre (teclado e sanfona), Luciano Brayner (voz).


O espetáculo durou 2 horas de puro deleite. Encenação impressionante do que é bom e saudável. Do que é nosso e pouco aproveitado.

Sábado 30 de abril – Cleivan Paiva, Dihelson Mendonça e Ibbertson Nobre

Um portentoso, Cleivan Paiva. Indiscutível. Um virtuoso, Dihelson Mendonça. Um multiinstrumentista, Ibbertison Nobre. Essa noite já, só com esses nomes, marcaria na historia do CCBNB e do Cariri, um encontro de gênios musicais. E com certeza não vai ser diferente.

Estive ansioso desde que soube a programação do CCBNB para assistir a esse encontro. Marquei presença na entrada do CCBNB antes das 13h00 para dar certeza que pegaria meu ingresso. Lá estive durante quase meia hora até ter em mãos o meu bendito ingresso.

As 20h00, como pontualidade britânica, Leo Dantas anuncia o espetáculo. Já sentado à frente do palco, na primeira fila, estava eu, câmera na mão, ouvidos limpos e muita atenção.

Entra no palco Cleivan Paiva. Ibbertison aparece lenta e timidamente, seguindo até seu teclado. As cordas suaves de Cleivan começam a emitir paz aquele pequeno, mas fiel, publico. Dihelson também entrou em cena, leve, com sua outra arma em punho: uma Canon.


Cleivan deixa seus dedos deslizarem suavemente naquelas delicadas cordas e logo Ibbertison segura com competência e criatividade. Ora ouvia-se um jazz, uma bossa, um samba. Ora ouvia-se o canto dos anjos. Era mágico ouvir aquela dupla. Especial.

Após um tempo, Dihelson apresenta-se, senta em seu banco diante de seu teclado e o virtuoso pianista acrescenta aquela sala, outra esfera de êxtase, outro circulo do paraíso. As vezes as notas, pareciam um culto incognoscível mitigando os pesos das almas presentes.


CARPE DIEM

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Memória fotográfica - Emerson Monteiro

Escrever como quem copia
As mais estranhas visões
No tamanho dez por quinze
Como as bordas brancas
De uma paisagem qualquer,
De lugares e momentos,
Para, em seguida, escondê-la
Nos trapos escuros da ausência
Com as janelas fechadas da vida.
E esperar espantos no futuro,
Quando vierem tempos novos,
Melhores e mais livres que estes
Que eu agora quero contar.

O CASULO DA VIDA

Ninho de graveteiro
                            



 


O CASULO DA VIDA

As pálpebras caem,
e as palavras, inúteis. 
Os canários já não cantam,
e caem.    
A pedra brilha ao sol,
como uma lápide.
Os teus passos se calam,
no jardim da ausência.

Como decifrar o casulo da vida?
As asas aprendem o desígnio de não voar. 
No entanto, sabemos quem somos.
Sabemos Deus.
Nada nos falta, apesar da humana fraqueza.

A areia tem a forma dos nossos pés.
A justa medida.
O mar nos chama,
e nos ministra lições
de partida: partir é viver.
Não queremos, ainda, o esquecimento.
Nem depois, no espelho de Deus.

Os barcos sofrem na praia, apodrecem,
mas guardam a memória das viagens, do infinito.
Um pouco de terra e escuro, nosso domínio:
que morra e nasça a semente da eternidade.



 

Professor à moda antiga – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Vida de professor, hoje em dia, não é nada fácil! Já vai longe o tempo em que o professor era respeitado pelos seus alunos, com o mesmo nível de consideração e devoção reservado aos próprios pais. Época em que alunos eram verdadeiros discípulos e o professor, antes de tudo um mestre a dividir o saber com seus pupilos. Hoje não; o pobre do professor além dos baixos salários, carga horária estafante, ainda enfrenta um bando de jovens desinteressados, alunos de cara feia, mal-educados desde o berço, alguns deles drogados, quando não armados até os dentes.

Às vezes, eu imagino o que seria dos pequenos estudantes do Século XXI, se porventura voltassem as normas disciplinares que existiam na época em que a minha mãe estudava nas escolas primárias do Crato. Aí pelos idos de 1910, há um século, portanto, todo dia de sábado havia a sabatina. Nada mais era do que uma argüição oral que o professor, de palmatória em punho, fazia aos alunos sobre todo o conteúdo ministrado durante a semana. Aquele que não soubesse responder, outro aluno era solicitado a passar um quinau, isto é fazer a correção daquilo que o colega não soubera. Se por ventura acertasse a resposta, era autorizado pelo mestre a aplicar certo número de “bolos” na palma da mão do coleguinha relapso. Se errasse, os dois recebiam do próprio professor a merecida sova.

Mas tal sistema disciplinar não era nem de longe, comparado ao que existia na Alemanha de 1785. Famosa pela rigidez de comportamento de seu povo, àquela época, o professor alemão ministrava suas aulas com um comprido e espesso cipó encostado a um canto da parede. Se algum aluno não soubesse a lição ou se comportasse de maneira inadequada era solicitado a retirar a camisa, ajoelhar-se e receber algumas lapadas nas costas.

Certo dia, um professor da cidade de Brunswick, não desejando surrar seus alunos de apenas oito anos, impôs a eles um terrível castigo, em troca de umas boas e merecidas cipoadas. Eles somente seriam liberados da sala de aula, após somarem os cem primeiros números naturais, isto é: um mais dois, mais três, mais quatro, até chegar a cem. Seria uma operação demorada para qualquer adulto, imagine para crianças já sentindo as agruras da fome a lhe roer o diminuto estômago. Menos de cinco minutos depois dessa ordem, um garotinho franzino, levantou-se e disse ao professor: “o resultado é 5050”. “Como você descobriu isso, meu filho?” Aquela criança lhe mostrou uma pequena fórmula que havia descoberto, antes de muitos matemáticos famosos daquela época: a soma dos termos de uma Progressão Aritmética.

Reza a lenda que o professor tirou a camisa, pegou o vergalhão, entregou àquele pequeno aluno, ajoelhou-se e disse para a classe: “Hoje eu estou diante de um gênio! Meu filho tome esta vara e bata nas minhas costas! Bata quantas vezes você quiser!” Não há registro histórico se aquele aluno surrou seu professor, para alegria dos seus coleguinhas. Mas ganhou do diretor da escola, uma bolsa de estudos que lhe possibilitou doutorar-se em Matemática, anos mais tarde.

Ah sim, antes que eu me esqueça! Qual era o nome daquele pequeno gênio? João Frederico Carl Gauss, um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Responsável entre tantos feitos, pelo desenvolvimento da “Teoria dos Números”, da demonstração do “Teorema Fundamental da Álgebra”, e da famosa “Curva de Gauss”, para correções de dados estatísticos.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

"Prova provada" - José Nilton Mariano Saraiva

Com convicção, à época, em mais de uma oportunidade afirmamos aqui (e nunca é demais repetir, insistir e persistir), que a criação da tal Região Metropolitana do Cariri não passava de um teatro mambembe, de uma farsa grotesca, de um engodo sem precedentes, porquanto, lá atrás, já houvera sido decidido que Juazeiro do Norte, ao sul, e Sobral, ao norte, seriam os municípios que recepcionariam os principais investimentos do Governo do Estado do Ceará; às pobres e decadentes cidades adjacentes seriam encaminhadas as sobras, os refugos e as migalhas do que sobrar, porquanto meros satélites a vagar na órbita das duas “metrópoles”.
Pois é, não deu outra, pra decepção daqueles que levaram na ironia. Querem um só exemplo, a “prova provada”, a materialização do afirmado ??? Vamos lá: autocraticamente, vapt-vupt, em tempo recorde, sem maiores explicações, delongas ou justificativas, o poder público estadual escolheu a área, adquiriu o terreno, disponibilizou uma grana respeitável, ergueu, equipou e inaugurou um portentoso Hospital, que “batizou” de Regional do Cariri, em ... Juazeiro do Norte (como também já está ultimando a unidade de Sobral).
Como, no entanto, os serviços das duas unidades acima referenciadas (que estão sendo entregues à população) não atingem os municípios localizados na “região central” do Estado (inviabilizando o atendimento às populações respectivas), esse mesmo Governo deverá construir um novo “Hospital Regional” que contemple os diversos municípios que a compõem (a Região Central e o Inhamuns), dentro de uma tal política de interiorização da saúde. Só que aqui, diferentemente do ocorrido lá, a autocracia será deixada de lado e a escolha será um tanto quanto diferente, porquanto mais honesta e democrática: dentre os 20 municípios que formam aquela região (com uma população estimada em 612 mil pessoas), os quatro mais populosos e importantes economicamente (Quixadá, Quixeramobim, Canindé e Boa Viagem, de acordo com o IBGE) foram antecipadamente escolhidos pra se habilitarem a recepcionar a nova unidade de saúde, cuja definição e escolha da localização definitiva deverá ser feita através de uma eleição com os prefeitos e presidentes das Câmaras Municipais dos 20 municípios, na condição de votantes. Assim mesmo, “sem cantar a pedra antes do tempo”. Democraticamente.
A pergunta que se impõe, então, é: por qual razão, na Região do Cariri, não se adotou o mesmo critério, o mesmo modo operandi, a mesma sistemática, qual seja, uma pré-seleção das suas principais cidades (Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Brejo Santo) com a conseqüente e democrática escolha de uma delas, através de votação dos prefeitos e presidentes das Câmaras Municipais dos mais de 30 municípios que a compõem ???
Elementar, meu caro Watson !!!
Falta-nos (ao Crato, especificamente) o “componente político”, poder de barganha, prestígio, competência, parcerias e, principalmente, um mínimo de relacionamento da autoridade municipal com quem tem a caneta à mão (em termos de Estado e União).
Será tão difícil assim, pra quem tem um mínimo de discernimento, enxergar o “óbvio ululante” ???

Osama Bin Laden


Confirmação

Pouco depois da divulgação da notícia, a morte do terrorista foi confirmada oficialmente pelo Presidente Barack Obama em um pronunciamento pela televisão aos norte-americanos.

Durante o pronunciamento, Obama disse:
“ Hoje, sob minha administração, os Estados Unidos lançaram uma operação dirigida contra esse composto, em Abbottabad, Paquistão. Um pequeno grupo de norte-americanos realizou a operação com uma capacidade e coragem extraordinárias. Nenhum americano se feriu ou foi prejudicado. Eles tomaram cuidado em evitar vítimas civis. Após um tiroteio, mataram Osama Bin Laden e mantiveram seu corpo sob custódia. ”

A fala do Presidente norte-americano foi de extrema importância para o país. Antes do pronunciamento de Obama, houve muitos rumores, e também incertezas. O discurso do presidente dos Estados Unidos também confirmou que Bin Laden morrera no tiroteio contra um grupo de militares norte-americanos e não por ação de outros militares,[embora estes tenham sido ajudados por outras organizações e o próprio governo paquistanês tenha apontado o local onde encontrar Bin Laden.

wikipédia

Uma crônica para o Abriu Por:Manoel Severo


Nossos antigos e novos preconceituosos , literalmente de pernas pro'ar...


Quando uma a pausa na apresentação "Game Off Skate" nos trouxe a inusitada e maravilhosa apresentação do cordel e da poesia popular, fiquei incrivelmente espantado e verdadeiramente encantado! Todas as tribos ali mesmo no anfiteatro do Centro Cultural do Araripe, festejando a verdadeira festa da juventude, meninas e meninos de todas as idades , cores e pensamentos, celebravam a vida, seus sonhos, a esperança. A união perfeita entre todas as manifestações da alma juvenil, a poesia da origem convivendo harmoniosamente com a poesia das ruas, foi uma experiência dificil de esquecer.

Por esse motivo não poderia deixar de trazer aos amigos o meu verdadeiro sentimento com relação a este evento que me toca profundamente que é o "Abriu para Juventude". Uma iniciativa de uma felicidade ímpar; em sua terceira edição, possibilita e provoca um conjunto de percepções e interações poucas vezes vistas, entre o que sente e pensa, o jovem de nossa cidade.

Logo na primeira noite, no Teatro Salviano Arraes Maia, tivemos um debate extremamente qualificado envolvendo a temática principal do evento: "Corpo e Consciência". Por mais de duas horas tivemos representantes de várias juventudes, como também do poder público e da sociedade civil; e aqui destaco, José Flávio, Alexandre Lucas, Diego Cidrim, Cláudio Reis, André Saraiva e Júlio Cesar Filho; pensando e dialogando, sobre este grande desafio que é ser jovem, ter voz, ter vez, corpo e consciencia. Uma das coisas que me chamou a atenção, pois não é comum para homens públicos; foi a presença do prefeito do Crato, Samuel Araripe, durante todo o evento; ouvindo de forma humilde e contribuindo com o debate de forma segura e lúcida, enriquecendo sobre maneira o momento; acabou saindo com o "fechar das luzes".






A presença do Presidente Nacional da CUFA, Preto Zezé e o lançamento do espetacular documentário "Fortaleza Noiada" trouxe um ingrediente forte na direção dos rumos da luta contra as drogas; o Crack preponderantemente já é a maior mazela da sociedade moderna e atua fortemente a partir do universo jovem, apesar de não escolher idade, sexo e condição social. Preto Zezé, do alto de sua experiência de anos lidando com movimentos comuntários e de periferia; trazendo para a vida aqueles já sem esperança; provocou que só haveria luz no fim do túnel se houvesse uma grande união e cruzada de todos para resgatar e proteger nossos jovens desse flagelo.

A dança, a música, a festa, o encontro, a celebração, o corpo e a consciencia; foram presenças marcantes durante as duas noites restantes do Abriu para Juventude. O Centro Cultural do Araripe era o caldeirão central de todo o sentimento, muitas vezes reprimido por boa parte daqueles jovens, e ali, era como coração de mãe: Sempre cabia mais um... e havia espaço para todos, a harmonia era a tônica, a pluralidade a ordem.






Por entre os insides e rimas do Rap e do Break, sob a sinfonia do xaxado e do coco, me parei pensado: "Caramba esse meninos e meninas estão muito a frente de todos nós!" E realmente esse era meu sentimento, como imaginar a convivência inteligente e criativa, com qualidade, entre a cultura Hip Hop e a cultura Popular, nossa, nordestina? Entre o talento e beleza do skate e a magia do cordel? Entre o esporte radical e a arte da contemplação... E foi isso exatamente o que vimos durante os tres dias de Abriu para a Juventude. Luiz Gonzaga, Marinêz, Anicetos e Reizados, cantados e dançados nas ruas, pelas ruas, trazendo uma verdadeira apoteose de sentimentos que nascia do mais sincero sentimento do que podemos chamar de cultura nossa de cada dia.

Uma cena ficou em minha memória: O olhar de um desses anônimos meninos de nosso Crato. Em determinado momento, um garotinho, talvez não tivesse mais que 12 anos, segurando um outro menor pela mão, esse talvez tivesse uns 9 a 10 anos; estavam bem ali, no centro do "caldeirão" das Rffsa, e seus olhos com um brilho sem fim, como querendo sair de órbita, não sabiam por onde começar, diante de tanta festa, luz, cor e harmonia, de um lado um palco com as bandas originalmente feita por jovens, do outro lado todas as emoções do Motocross, do outro a magia do Skate, do outro as batidas fortes e envolventes da música eletrônica e do alto do paredão da escalada, parecia que o Deus da praça, o nosso Cristo Redendor, parecendo uma imagem santa de Grafite, abençoava a todos. Parabens Crato, mas sobretude, parabens juventudes, vocês foram responsáveis por tudo isso.

Obrigado WB por pegar "emprestado" seu olhar a partir de suas fotos.

Manoel Severo


Sempre é Carnaval!






NÃO DIGA ADEUS AINDA

Se um grande amor alguém
Conhece um dia
E sofre a dor ferina
Da separação
No coração não tem mais alegria
O carnaval termina
É só desilusão.

O carnaval é luz, é cor, magia,
Evolução, folia,
Brilho, inspiração
Se longe o amor acena em despedida
No adeus da partida
Tudo é solidão.

Trago no peito sete flechas nuas
São saudades tuas
A me acompanhar
Um lindo anel que trago de lembrança
Doce aliança
A nos separar.

Ó flor da minha vida
Ó luz do meu olhar
É festa na avenida
É noite de luar
Não diga adeus ainda
O bloco vai passar.

( ARLEQUIM - letra: Ronaldo Brito e Francisco Assis Lima música: Antonio José Madureira )

Astrologia e Preconceito - por Fernando Fernandes



Encaremos a dura realidade: astrólogos ainda são vítimas de diversos preconceitos. Neste artigo vamos explorar os mais comuns, mostrando a diferença entre a realidade e as fantasias e estereótipos criados em torno de nossa mal compreendida atividade.
"Praticar Astrologia é uma forma de ganhar dinheiro fácil"
Quadro Il Ciarlatano (O Charlatão), de Giovanni Domenico Tiepolo (1754).

Um dos preconceitos mais comuns é o que associa a opção pela prática profissional da Astrologia ao sonho de fazer dinheiro fácil. Não há matéria publicada na grande imprensa que não aproveite para insinuar, aqui ou ali, que Astrologia é um ótimo negócio, capaz de trazer elevados rendimentos a quem se decidir a explorar o "filão".

Vamos aos fatos: consultas astrológicas normalmente são mais longas do que consultas médicas ou sessões de psicoterapia, o que faz com que o valor/hora seja proporcionalmente mais modesto. Os clientes não retornam com a mesma freqüência verificada em outras especialidades terapêuticas, já que própria a natureza do atendimento raramente predispõe a mais do que duas ou três consultas anuais. Muitos clientes fazem seu mapa apenas uma vez na vida, obrigando o astrólogo a um permanente trabalho de renovação de público. Em resumo: Astrologia não é um bom negócio para quem deseja ganhar dinheiro fácil - e quem tem apenas este objetivo não consegue sobreviver profissionalmente durante muito tempo.
"É impossível viver de Astrologia"

Trata-se de outro preconceito muito difundido, e de sentido oposto ao primeiro. Sempre que alguém anuncia ao mundo sua disposição de dedicar-se ao atendimento em tempo integral, aparece imediatamente um pai, um cônjuge ou um amigo preocupado para dizer coisas como: "Você enlouqueceu? Astrologia não sustenta ninguém! Astrologia não é profissão, é bico! Você não vai resistir três meses!" Ou ainda: "O quê? Você vai trocar os quatro (ou cinco, ou seis) anos de faculdade de ... (e vem o nome de um curso convencional) por uma vida incerta numa profissão que nem existe? Onde você está com a cabeça?"

A boa notícia é que existem muito mais astrólogos exercendo a profissão em bases regulares do que as aves agourentas poderiam imaginar. São relativamente raros os casos de astrólogos competentes que desistem de praticar o atendimento ou o magistério por falta de clientes ou alunos. Muitos estão no mercado de trabalho há mais de vinte ou trinta anos. A falsa impressão de que há muitos desistentes vem do fato de que muitos principiantes experimentam a atividade de consultoria durante um ou dois anos e depois optam por outros caminhos. Ou seja: o elevado grau de desistência ocorre nos dois ou três primeiros anos de prática, exatamente como em qualquer outra ocupação. Para confirmar, basta consultar qualquer turma de Direito ou de Psicologia formada em 1996 - dez anos atrás - e perguntar quantos estão efetivamente exercendo a profissão. Os resultados não serão diferentes daqueles obtidos com estudantes de Astrologia.

Outro erro é considerar que, do ponto de vista formal, a Astrologia é uma "profissão que não existe". Astrólogos têm a opção de trabalhar como autônomos, pagando os impostos devidos (ISS e contribuição previdenciária, por exemplo) e fazendo jus aos mesmos direitos de qualquer trabalhador. A Astrologia é reconhecida como ocupação pelo Ministério do Trabalho e seu status é semelhante ao de outras ocupações que, mesmo não regulamentadas, são valorizadas no mundo real.

Ocorre que, vivendo num país que sofre com o peso da burocracia e da altíssima carga tributária, a maioria dos astrólogos acaba fazendo opção semelhante à de nada menos que 60% da força de trabalho nacional: atuar na informalidade, como estratégia para reduzir custos e simplificar processos. Neste ponto, astrólogos não são diferentes de webdesigners, mestres de obras, técnicos em refrigeração ou tradutores especializados. A informalidade é um problema estrutural do país, e não uma característica específica da ocupação de astrólogo.
"Quem procura astrólogos são pessoas incautas e de boa fé."

Críticos ferozes - normalmente combatendo em nome da Ciência e contra o "obscurantismo" - costumam apresentar os astrólogos como exploradores da credulidade pública. Haveria nisso algum fundo de verdade? A clientela seria realmente formada por pessoas ingênuas e incapazes de avaliar um bom profissional? Os fatos mostram que não. O típico cliente costuma ter boa formação escolar, excelente nível cultural e prévio conhecimento das alternativas terapêuticas existentes, desde as mais acadêmicas até as de linha holística. Tal cliente normalmente chega ao astrólogo por indicação pessoal e tem um elevado grau de exigência. Um percentual surpreendente dos que procuram atendimento já se submeteu a psicoterapias convencionais e conhece bem o jargão das várias modalidades de relacionamento terapeuta-paciente.

Há, contudo, um fundo de verdade no preconceito. Ocorre que muitos "videntes" voltados para uma clientela menos instruída e pouco exigente também se apresentam como "astrólogos", o que pode confundir o consulente desavisado. Falamos, é claro, daqueles que distribuem filipetas na rua, com apelos do tipo "trago seu homem de volta em três dias". Mas é fácil observar que tal forma de atendimento raramente está focada na Astrologia, que entra apenas como uma espécie de molho para dar mais tempero à salada - e que salada!
"Astrólogos são pessoas intelectualmente despreparadas."

Quanto ao preparo teórico-cultural do praticante de Astrologia, há que fazer uma distinção: como o exercício profissional é livre, qualquer pessoa pode oferecer seus serviços no mercado, do que resulta um quadro bastante heterogêneo. Mas se considerarmos apenas os profissionais que são reconhecidos pelos colegas e associações de classe, a situação é bem diferente. Com poucas exceções, a maioria têm curso superior nas mais diversas áreas. Muitos são pós-graduados. Nos últimos quinze anos tem aumentado substancialmente o número de dissertações de mestrado versando sobre Astrologia, o que confirma a existência de uma nova geração de pesquisadores disposta a abrir espaços dentro das universidades e enfrentar - ou ao menos contornar - o preconceito e a irritação do meio acadêmico contra os que ousam assumir a Astrologia publicamente.

A maioria dos astrólogos prepara-se durante mais tempo para exercer sua atividade do que um profissional de áreas mais convencionais. Poucos são os que não investem quantias consideráveis em livros e congressos e que não são capazes de ler pelo menos em mais uma língua além do português.
"É impossível saber se um astrólogo é realmente preparado."

Como não? Eis quatro cuidados básicos que qualquer pessoa pode ter na busca de um bom profissional:

1. busque artigos em publicações especializadas e na internet - Bons astrólogos escrevem de forma clara, coerente, utilizando uma metodologia transparente e verificável. Textos confusos, eivados de erros ou excessivamente dogmáticos não são um bom cartão de visitas. Suspeite de astrólogos que nunca escreveram nada, seja em publicações especializadas, seja pelo menos numa lista de discussão na internet. Isso pode ser um sintoma de preguiça, de despreparo intelectual ou de insegurança.
2. Procure saber sobre a reputação de seu astrólogo junto a outros astrólogos - o respeito e o reconhecimento dos colegas costuma ser, em qualquer profissão, um indicador seguro de que você está diante de um bom profissional (ou, no mínimo, de um relações públicas de primeira!).
3. Verifique a opinião de seus amigos que já fizeram consultas antes de você.
4. Use o bom senso. Fuja de quem se diz astrólogo fazendo promessas mirabolantes e alardeando poderes especiais.

"Astrologia é uma forma de ocultismo."

Definitivamente não. Ocultismo é um termo vago, de escopo bastante amplo, que costuma englobar diversos movimentos e correntes de pensamento voltados para aspectos simbólicos ou cifrados das religiões e da magia. Freqüentemente o ocultismo está relacionado ao estudo da paranormalidade e dos fenômenos "psi". Outra abordagem diz respeito aos estudos de rituais de iniciação, cabala e temas conexos. Em princípio, Astrologia e Ocultismo são dois campos de conhecimento absolutamente distintos, com objetos diversos. Isso não impede, é claro, que uma parcela dos estudiosos da Astrologia tenha também interesse ou envolvimento direto com Ocultismo, praticando uma abordagem interdisciplinar. Assim, existem linhas específicas de especialização intituladas Astrologia Esotérica, Astrologia Cabalística etc. Isso não significa, entretanto, que todos os astrólogos sejam também ocultistas ou que todo ocultista tenha conhecimentos astrológicos.
"Astrólogos são pessoas com uma capacidade psíquica especial."

Quando o médico analisa um exame de raio-X e diz que um paciente está com pneumonia, ninguém acha que ele tenha precisado de habilidades psíquicas para chegar a essa conclusão. Por outro lado, há gente que, quando ouve uma afirmação certeira de um astrólogo, sente-se possuída de um certo terror supersticioso, enquanto pergunta: "O que mais você está vendo no meu mapa?" Por mais irritante que seja para os astrólogos, uma boa percentagem do público leigo ainda acredita que a interpretação do mapa é fruto de algum dom psíquico, e não do uso sistemático de uma técnica de leitura. Outra vez, é o estereótipo do paranormal, que não corresponde à realidade.

Por quê, então, insiste-se tanto no mito do astrólogo-sensitivo, que "capta os fluidos" do que está por vir com suas poderosas antenas? Porque esta visão distorcida interessa aos críticos apressados, que assim têm uma boa desculpa para sequer se dar ao trabalho de estudar as bases teóricas e os métodos de investigação do conhecimento que pretendem combater. E interessa também aos espertos que, através de supostos poderes paranormais, enganam com mais facilidade os desavisados. Quem não se lembra de Walter Mercado?

Alguns astrólogos podem ser também paranormais, é claro. Mas não é uma condição sine qua non. Uma coisa não depende da outra, e é perfeitamente possível fazer Astrologia de primeira qualidade com base exclusivamente na lógica e no bom senso.
Conclusão

Alguns críticos mal-intencionados querem fazer crer que toda a Astrologia se restringe aos tipos exóticos que se exibem de turbante em shopping centers e nas famigeradas "feiras esotéricas". O quadro, freqüentemente reiterado nos meios de comunicação e no ambiente acadêmico, é do astrólogo como um esperto que, por despreparo para exercer outra atividade mais nobre, opta por ganhar dinheiro fácil atendendo clientes ingênuos e endinheirados. Nada mais errado e nada mais injusto.

A realidade choca-se frontalmente com os preconceitos existentes. Para percebê-lo, basta conhecer um pouco a comunidade de profissionais de qualquer grande cidade brasileira. Constelar escolheu uma dessas cidades - Recife - para traçar um retrato realista das verdadeiras condições em que a Astrologia é exercida neste país. Lá, as características locais determinaram o surgimento de toda uma geração de astrólogos de vida dupla, como você verá no artigo seguinte.


Fernando Fernandes.


Esse texto acima, escrita pelo jornalista e astrólogo Fernando Fernandes, está na revista eletrônica de Astrologia: www.constelar.com.br
um sítio seríssimo e dirigido por competentes astrólogos.
 

Stela Siebra

Stela Siebra Brito -



Stela Siebra Brito - Cearense de nascimento e recifense de coração, Stela tem formação em Comunicação e fez carreira no BANDEPE (Banco de Pernambuco S.A.). Atualmente trabalha em oficinas de letras e de contação de histórias. Stela é uma verdadeira enciclopédia no que se refere à cultura popular nordestina. Com ela é possível aprender sobre a origem das cirandas, das cantigas de roda, do frevo e do maracatu. Com memória privilegiada e energia inesgotável, é capaz de cantar peças da música local ou recitar poetas pernambucanos durante horas seguidas.

Para Rosa Guerrera


A música e outros sinais - Emerson Monteiro


Quem passa, as pessoas; são elas quem passa no silêncio dessas paragens entranhas da consciência e no terno movimento, a refletir as horas e o seguir do correr inevitável das coisas. Espécie de saudade descomunal acompanha o deslizar da sombra que desce pela infinita ladeira dos instantes em sucessão.
As luzes que circulam em volta dessas poças d´água espalhadas pelo vento encantam canções que insistem tocar as células do esquecimento preguiçoso dentro da alma da gente. Aves, no céu alto, deslizam indiferentes em meio das mesmas marcas de nuvens rápidas que encobrem o céu acinzentado das cerrações nas manhãs, que vestem de fantasmas os dias que se foram através da fatalidade. Tetos de névoa tênue, véus de paisagens desaparecidas, ausentam-se, quando rondaram aqui tão perto, livres, porém, do controle dos nossos sonhos e braços de dominá-los.
Contar quanto andou nesses caminhos interiores ao som das pulsações demoraria igualmente a quantidade do que desfilou nas telas do presente, pois reviver é viver. Algo de constante aos olhos da repetição. Por isso, a diferença significa o tanto proporcional das saudades depositadas nos lixões e museus. Impressões permanecem do intervalo das paredes e das histórias, período exato de servir aos demais seres humanos, pratos da realização dos desejos. Paz, satisfação de viver. Em processo equivalente, uns desprezam as oportunidades para favorecer o esforço de outros que precisam. Reunir as forças suficientes de facilitar a jornada dos que arrastam fardos pesados, próximos, hoje, ontem, amanhã, disposição e trabalho em nome de quem necessita.
Ter medo de abandonar o percorrer dessas horas impacientes que jamais esperam pode pedir a vontade do serviço ao semelhante, única atitude que vence o morrer que o tempo tritura todo momento.
Romanos narravam lenda que falava de Cronos, o deus do tempo. Ele paria e devorava seus próprios filhos. Continua dominando os passos nas histórias das outras civilizações, ente misterioso que lhe toca adiantar os frutos que servem de alimento. Todos sem exceção calcam o cenário aos próprios pés. A música das esferas domina os sentidos, na audição. As cenas em ação, na visão. A mesa, no paladar. O perfume do estrume e das flores, no olfato. E no tocar dos objetos, o tato. E nós, atores principais do processo vida.
Alternativas de juntar num bloco este momento cabem no papel de instrumento de salvação criaturas, quebrar o cristal da inutilidade de olhar indiferente o rio correr sem responder ao que pergunta a música invisível do tempo no seio dos corações.

Crato, nos anos 60- acervo de Nilo Sérgio Monteiro