por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 23 de junho de 2021

"NEGACIONISMO" EM ALTA - José Nilton Mariano Saraiva

 “NEGACIONISMO” EM ALTA – José Nilton Mariano Saraiva


Faça o que eu FALO; não faça o que eu FAÇO.

Essa, a essência que se pode extrair da mensagem transmitida ao povo de Manaus pela pediatra cearense Mayra Pinheiro, uma das assessoras comissionadas do Ministério da Saúde, por ocasião do caos instaurado naquela cidade por conta do rastro fúnebre deixado pelo CORONAVÍRUS, que resultou nas dantescas cenas que assistimos, com pessoas morrendo sem poder respirar face à grave crise da falta de oxigênio naquela cidade, provocada pela doença.

Defensora abusada e intransigente de primeira hora de um tal “tratamento precoce” e do uso da cloroquina no trato do coronavírus (uma bandeira do Bozo, seu chefe, daí sua ascensão meteórica no governo federal), na ocasião a doutora foi transferida com todo o seu staff de Brasília para Manaus (sem data de retorno), com o objetivo precípuo de “evangelizar” sua população no tocante aos supostos benefícios propiciados pelo uso de uma droga comprovadamente ineficaz a tal mister, conforme diagnóstico da Organização Mundial da Saúde e cientistas de todo o mundo.

Para tanto, a doutora chegou a disponibilizar (no mês de janeiro/21), um certo “aplicativo” (TrateCov) desenvolvido por sua equipe no Ministério da Saúde (sob sua coordenação), cujo objetivo seria auxiliar médicos no diagnóstico da Covid 19 (mais tarde, quando do depoimento na CPI, covardemente tratou de tirar o braço da seringa, ao creditar tal aplicativo aos técnicos da sua equipe, como se não fosse a responsável pela sua liberação).

No entanto, tão logo lançado, tal programa foi duramente criticado por médicos e até por programadores que, ao analisarem o código do programa descobriram que bastava atingir uma certa pontuação, baseada em sintomas genéricos, para que o aplicativo recomendasse invariavelmente a utilização do coquetel cloroquina,
hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina, como solução. Ou seja, uma farsa grotesca, empulhação pura, mero jogo de cartas marcadas (ficou conhecido como o “kit-covid”).

A repercussão foi tão negativa que o Conselho Federal de Medicina não teve outra alternativa a não ser pedir a retirada imediata do TrateCov do ar. E assim foi feito, sem choro nem vela ou ranger de dentes, e sem maiores contestações.

Ironicamente, o “prego no caixão” do kit-covid a própria doutora Mayra Pinheiro tratou de fincar, sem nenhum constrangimento, ao disponibilizar o delicado braço para tomar a vacina e, não, utilizar-se do receituário (fajuta) que houvera prescrito para os pobres de Manaus.

Fato é que, o silêncio sepulcral da nossa corrupta mídia sobre tão surpreendente gesto, de certa forma esconde a mensagem íntima que a doutora Mayra Pinheiro convenientemente esqueceu de transmitir às pobres e desvalidas “cobaias” de Manaus: faça o que eu FALO; não faça o que eu FAÇO.

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