por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 14 de maio de 2021

"...DAS CHAGAS" - José Nilton Mariano Saraiva

 “... DAS CHAGAS” – José Nilton Mariano Saraiva

Entre meados da década de 50 e o decorrer da década de 60, quando o comunismo era “comunismo puro sangue” e não o “comunismo capitalista” dos dias atuais, URSS e EUA, seus dois principais representantes, quase que iniciaram um confronto nuclear, objetivando mostrar ao mundo quem era quem e, consequentemente, qual dos regimes era mais forte. Foi a chamada “guerra fria”.

A coisa era tão acirrada que a discussão acabou indo literalmente parar no espaço. É que a corrida/exploração espacial dava seus primeiros passos, com russos e americanos querendo mostrar ao mundo quem era detentor da mais avançada tecnologia, capaz até de colocar um homem para orbitar a Terra ou até – quem sabe - explorar outros planetas.

Assim, em 12 de abril de 1961, uma curta frase – “A TERRA É AZUL” - assombrou o mundo, já que proferida do espaço sideral pelo cosmonauta russo Yuri Alekseievitch Gagarin, naquele momento passageiro solitário da nave Vostok 1, que orbitou o planeta Terra por "longevos" 108 minutos.

Assim, Yuri Gagarin, com 1,57m de altura e 69 kg, foi o primeiro homem a observar de uma ótica privilegiada o nosso planeta, a 315 km de altura e, naturalmente, mostrou-se extasiado com aquela visão maravilhosa. Daí a importância do seu voo histórico (e a sua diminuta estatura e peso foram importante para o sucesso da missão).

No entanto, ao contrário do que se imaginava (que a auto-estima dos gringos fosse lá pra baixo) o fato de a URSS partir momentaneamente à frente serviu foi de estímulo para que os americanos caprichassem ainda mais no uso de sofisticada tecnologia, até porque, como dito antes, se achava em jogo a própria questão ideológica: comunismo ou o capitalismo.

E foi de olho nessa dualidade – avanço tecnológico/ideologia política – que o então jovem presidente americano, John Kennedy (recém eleito), numa reunião conjunta do Congresso, em 25 de maio de 1961, lançou o desafio de, antes da década terminar... "enviar homens à Lua e retorná-los a salvo".

Assim, ano seguinte, em discurso na Universidade Rice, garantiu: "Nós decidimos ir a Lua. Nós decidimos ir a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis".

Finalmente, em 20 de julho de 1969 (sem que o presidente Kennedy pudesse participar da festa, já que assassinado em Dallas, em 1963), o americano Neil Alden Armstrong entrou para a história ao ser o primeiro homem a pisar no solo então virgem da Lua.

Compreensivelmente, na volta e já em terra firme, Neil Armstrong recebeu muitas e muitas homenagens no mundo todo (assim como em seu tempo Yuri Gagarin houvera recebido); inclusive aqui em Fortaleza, no nosso Ceará, quando um pai batizou o primogênito de Yuri Armstrong.

Pena que, na complementaridade da junção dos dois nomes famosos (o do soviético – Yuri - e o do americano - Armstrong) o sobrenome brasileiro não ajudasse nem um pouco: Yuri Armstrong... DAS CHAGAS.

Definitivamente, aqueles dois heróis não mereciam tal aberração.

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