por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 20 de março de 2015

Em busca de nós mesmos - José do Vale Pinheiro Feitosa

Abaixo você poderá assistir a um vídeo em baixa resolução cuja história é contatada num texto. Ao assistir no blog que tive dificuldades pois o programa lê trechos e não todo o vídeo. Mas na verdade o vídeo todo tem mais de 13 minutos. Quem conseguir vai acompanhar toda a história.

Como o texto fica em letras muito pequenas, dificultando a leitura e se o vídeo for posto em tela cheia a qualidade da imagem não é boa, publico abaixo o texto completo do vídeo para quem desejar ler por completo.

EM BUSCA DE NÓS MESMOS
Primeira Foto
Quatro universos se abraçam.
Dois corpos fundindo seus limites,
e o espaço transformando-se sempre;
em dois: o que o passou e o que se passa.

Primeira filmagem (5530)

Este vidro empoeirado para se ver o presente
na contraluz da reversão ao tempo fugidio,
no qual andares soterram o planisfério da lembrança,
estranhando estas ruas de rastros já deixados. 

Terceira filmagem (trechos mudos e falados da 4255 e 4202)

Este espaço seguro que sobe e desce
entre a memória e a voz,
ora desce como uma saudade de tantas notas perdidas,
ora sobe como alegria de saber-se narrativa
de ações vividas.
Em tudo este sobe e desce são como as ladeiras
de Araraquara e Cantagalo.

Sequência de fotos do interior do apartamento, do prédio e o filme 4751

Um ninho construído nos galhos
de uma enorme planta.
Embora resfriado das munições de traçados mortais,
há no derredor uma força transformadora
descomunal.
Apesar dos silvos, trovejadas e relâmpagos,
garrancho a garrancho fez-se
um ninho à posteridade.

Onde alegrias suaves como plumas,
deitavam os amigos, parentes, o pai,
a mãe e....

Filme 4028 – trecho da Kabedesh

Assim como a dança do trancelim
que mistura fitas coloridas,
no mastro onde se trançava, um lar e Kabedesh,
a eritreia com voz feminina de arrastar as ruas,
e acalmar os sóis na companhia de Anneta,
Margarita e o pessoal das embaixadas.


Filme fotos deles curtindo o jardim, recebendo os amigos e o filme 4255 e 5118

Este norte gregário que exercita
a comunhão entre tantos,
é estimulante porque evidencia outras formas
de agir e pensar,
enquanto deposita tantas porções distintas
sobre a mesma base,
de uma enorme injera vinda
deste teff fermentado em água.

Um clube assim como um trancelim,
 uma injera diante da fome.
Onde se festeja cada movimento
da inspiração destes ares das terras altas,
como as águias da Etiópia em rasante
sobre os abismos,
pois aos abismos nos acostumamos,
quanto mais a uma piscina vazia.

O último filme (5614)

O Leão de Judá foi abatido
em sua própria jaula.
Um tempo que emperra
desdenta a engrenagem que move o regime,
e tudo de acelera,
se destrói,
se constrói no lugar,
onde os da primeira jornada não estarão.

Mesmo assim,
soterrados pelo sedimento do tempo,
retorna feito uma pedra,
cuja natureza surpreende
as inteligências dos que se julgam únicos proprietários
do presente diante da estante de Lucy.

Mas não retornarão como um imperador,
agora parte do todo.
E vêm trazendo em seus colos
os filhotes das horas agora badaladas.

Leõezinhos que crescem com o mesmo sentido caçador.
Caçar o tempo nas savanas da África.

A África que fertilizou as Américas.

Assim como nós

Um comentário:

socorro moreira disse...

Maravilhoso!
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