Apesar da imanência de alguns trolls, é agradável publicar
em blogs. Definitivamente este é um dos componentes da comunicação via internet
que mais me agrada. Por isso faço uma segunda postagem neste dia.
Para falar em Milton Santos de Almeida. O famoso cantor
Miltinho que faleceu hoje no Rio. Aos 86 anos de idade de pleno ritmo. No meu
horizonte, junto com Jackson do Pandeiro, está entre aqueles que melhor exploraram
o ritmo da MPB em suas interpretações.
Fez um disco memorável com Elza Soares e em disco solo
Miltinho infiltrou-se no tecido cultural do Crato ali pelos anos 65 a 68. Quando
se ia para os bailes, com nossos conjuntos, os seus crooners seguiam o estilo. E o perfume das meninas sambava com
Miltinho.
Em 1970 ou 1971 estava tirando uma segunda via do
certificado de Serviço Militar na Décima Região Militar em Fortaleza quando
aconteceu algo interessante. No final de semana o Miltinho fora a um programa
de televisão com muita audiência, era do Flávio Cavalcanti, e anunciara que
retirara o bigode como uma espécie de protesto contra as dificuldades
financeiras pelas quais passava.
Os tenentes e capitães ficaram danados da vida. Queriam o
sacrifício do cantor diante do regime que nos quartéis aprenderam a respeitar.
Mas a verdade é Miltinho era um homem da Zona Norte do Rio.
Morreu no Hospital do Amparo no Rio Comprido. Este hospital
pertence a uma ordem de freiras descendentes de alemães, a maioria originária
do sul do Brasil. Até quando por lá estive as freiras ainda tinham forte sotaque
ao falar, apesar de já serem da segunda ou terceira geração nascida no Brasil.
Seu velório será no Memorial do Carmo no complexo de
cemitérios do Caju. Em princípio e ao cabo, Miltinho foi um carioca da gema. Do
mais intenso que é ser carioca.
Um comentário:
Curto ainda todo o repertório de Miltinho!
Lembrança feliz!
Abraços
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