por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 2 de novembro de 2013

O "berço" - José Nilton Mariano Saraiva

Inserta lá no meio dos versos de Joaquim Osório Duque Estrada, que alfim compõe o Hino Nacional Brasileiro, a frase aparentemente inocente e comodista - “deitado eternamente em berço esplêndido” - durante muito tempo serviu para que os pessimistas de plantão tratassem de afinar o discurso negativista, tentando ridicularizar e achincalhar o próprio país, porquanto retrataria com fidelidade uma espécie de “estado de espírito” omisso e acomodado dos seus dirigentes. Daí a perspectiva de um futuro desalentador e sombrio, profetizavam. Só que, ao longo dos anos, trabalhando com denodo e em silencio, nos bastidores, o Governo Federal paulatinamente conseguiu inserir o país no tabuleiro desenvolvimentista, via projetos bem estruturados, criteriosos e consistentes (inclusive apoiando de forma decisiva a iniciativa privada), daí o Brasil figurar, hoje, como um dos cinco emergentes que no futuro (que tá logo ali na esquina) se firmará, sim, como uma potência mundial. Pois bem, nessa bendita arrancada que já iniciamos rumo ao primeiro mundo, um dos insumos basilares que faz a “roda girar” é, sem sombra de dúvida o petróleo (apropriadamente cognominado “ouro negro”) em razão da miscelânea de utilidades que incorpora, daí sua conseqüente e necessária presença em tudo que represente alavancagem, progresso, desenvolvimento. Em qualquer idioma e rincão do planeta Terra. E então, “fiat lux”: por obra e graça do petróleo, no Brasil houve como que um despertar repentino, de sorte que o “deitado eternamente em berço esplêndido”, tão criticado e achincalhado pelos negativistas, se transfigura e nos apresenta uma outra conotação, um outro horizonte, uma outra faceta: sim, senhores, nosso país literalmente repousa, desde tempos imemoriais, num portentoso reservatório de petróleo, que poderá transformá-lo num dos maiores produtores-exportadores do produto, com tudo de bom que isso representa. É que a competente estatal brasileira Petrobrás, expertise na exploração em águas profundas, depois da descoberta de imensas reservas petrolíferas nas profundezas oceânicas do pré-sal (Bacia de Campos), agora anuncia um outro feito capaz de nos catapultar rumo ao primeiro mundo, verdadeiro passaporte para se adentrar no seleto grupo de países preferenciais: o recém-descoberto campo de Libra guarda algo em torno de impressionantes 15 bilhões de barris de petróleo (como se não bastasse, logo após a descoberta de Libra, aquela estatal e o governo de Sergipe anunciaram a descoberta de uma monumental nova reserva do mineral, no litoral de Sergipe-Alagoas, ainda maior em termos de área (2.418,77 Km²) do que a de Libra (cerca de 1.500 km ²). Claro que a extração de toda essa riqueza do fundo do oceano é por demais complicada e onerosa, mas não faltarão parceiros dispostos a alocarem os recursos necessários, via aceitação da “partilha” proposta pelo governo brasileiro (que ficará com 75% do que for extraído) daí a tendência a que nos tornemos um dos mais produtores-exportadores de petróleo. E inquestionáveis serão os reflexos na alavancagem desenvolvimentista e sustentável, propiciada. Fato é que, se vivíamos “deitado eternamente em berço esplendido” (mesmo tendo como colchão um mar de petróleo), agora o gigante não só despertou, mas levantou, e tende a ocupar lugar de destaque no conceito das nações. Evidentemente nossa geração não alcançará o apogeu disso tudo, mas, olhando em termos macros, nos conforta saber que nossos descendentes (filhos, netos) hão de usufruir das benesses de um país que o mundo há de respeitar. Alguém duvida ???

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