por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Sol que outrora brilhou - José do Vale Pinheiro Feitosa

Um jornalista, Sol W. Sanders, editor colaborador do World Tribune, soltou o verbo diante da venda do Washington Post para um empresário do meio digital. O discurso do jornalista ardeu como o Sol de pleno verão no sertão nordestino (para usar um trocadilho infame condenado por ele).

Ardeu de despeito e má vontade contra o corpo ainda jovem e crescendo da internet. Em síntese a morte do jornalismo em papel, feito pelos profissional da redação e dos filtros da notícia é o nascedouro de anátemas do tipo cacofonia da internet sem nenhum tipo de filtro.

“Qualquer pessoa, a qualquer hora, com qualquer falta de formação (ou talento) pode subir no seu próprio poleiro para esbravejar suas idiossincrasia.” Para Sol Sanders a realidade da malha de opiniões na internet é feita por “agregadores que coletam peças importantes de informação e opinião ou a baba constante de assuntos relevantes”. E segue explicitando qual seja esta baba: “Mentiras, exageros, preconceitos são, desde sempre o produto do dia.”

A visão conservadora deste Sol consumindo seus últimos litros de hélio é: “a verborragia, muitas vezes se transforma em muito modestas contribuições para a cultura popular. Além disso, torna-se ferramenta para tudo, desde a extorsão até o terrorismo muçulmano.

Sol Sanders, acusa o hábito das pessoas ouvirem mais músicas do que ler jornais e o Twitter de ser fonte de semianalfabetismos.  E termina em seu tom lastimoso de quem está prestes a perder o futuro: “não sabemos sequer se os jornais vão continuar oferecendo grandes benefícios para a nossa cultura, para a democracia e a governabilidade.

Enfim eis aqui o discurso da verticalidade na comunicação. A hierarquia que forma a narrativa e o discurso superior para dirigir as massas. Mas agora, outras estrelas brilham em intensidade cada vez maior: a horizontalidade de milhares de fontes, sem um poder de hierarquia que a filtre, que a interprete para as massas, não pode ser compreendida por quem se coloca no cimo ou na base da estrutura hierárquica da comunicação.


Agora vamos construir as sínteses na dispersão das ideias, das narrativas e dos discursos. Essa síntese é quase que própria de grupos e indivíduos, sempre em razão de sua história e de suas necessidades e contradições. Só na cabeça deste Sol Imperial o terrorismo muçulmano é apenas o terror, desprovido de lutas sociais, de exploração imperial e de crimes constantes de governos contra os povos oprimidos do Oriente.     

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