por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 21 de julho de 2013

Onde fica o centro do terrorismo mundial - José do Vale Pinheiro Feitosa

Esta semana, alegando profunda depressão, renunciou à candidatura para a presidência da República do Chile o candidato direitista Pablo Longeira. O agora ex-candidato, que já fora deputado e senador, começou sua liderança embaixo do guarda chuvas da ditadura chilena tendo sido escolhido por Pinochet para ser Presidente da União dos Estudantes da Universidad Catolica. Longueira, em 1986, liderou um quebra quebra sobre os carros que transportavam o ex-Senador e já faelecido Edward Kennedy que fora ao Chile falar em Direitos Humanos.

O radicalismo da direita chilena não foi maior e nem menor do que no resto da América Latina. A direita latino americano foi um substrato sobre o qual os EUA agiram em torno dos interesses próprios de suas empresas e corporações. De modo que o radicalismo da direita por esta região foi um lago de mágoa preenchido pelos interesses exclusivos dos EUA e quase nada dos povos da região.

O pensador ocidental Noam Chomsky falando sobre o móvel da política externa dos EUA em seu livro “O que tio Sam Realmente Quer?” é claro sobre a motivação: o exclusivo interesse das empresas americanas. Análises realizadas pelo economista Edward Herman encontraram uma correlação em todo mundo entre a tortura e a “ajuda norte-americana”.  A conclusão é que a tortura e a ajuda “estão correlacionadas com a melhoria da condições de operações das empresas”. 

Pelos cálculos realizados por Chomsky e outros pensadores, os EUA estão diretamente envolvidos, só na América Central, ao assassinato de 200 mil pessoas além de terem dizimado todos os movimentos populares que lutavam por democracia e reforma social. E antes que alguém pense em Stalin, não falo em Hitler pois este está no espectro político de quem logo assim argumenta e claro os EUA e a direita latino-americana, transcrevo a conclusão do texto de Chosky: essas façanhas qualificam os Estados Unidos como fonte de “inspiração pra o triunfo da democracia em nosso tempo”, nas admiráveis palavras da revista liberal New Rapublic. Tom Wolfe conta-nos que a década de 1980 foi “um dos grandes momentos de ouro da humanidade”. Como diria Stalin: “Estamos deslumbrados com tanto sucesso.”

Não deixam de ser reveladoras as fotos das intervenções americanas na América Latina. Examinenos estas duas fotos que seguem e sintamos o que dizem. A primeira é o encontro do Marechal Castelo Branco em sua face de hospedeiro satisfeito e um sorridente Lincoln Gordon, embaixador americano o homem que operou o Golpe de Estado a favor dos EUA. E a segunda esta ameaçadora foto de Pinochet tendo às suas costas homens com as fardas da Forças Armadas chilenas.

Castelo Branco e Lincoln Gordon

Pinochet: o ódio se instala

Onde esse texto quer chegar? Ele faz parte de uma série que postei sobre o Chile. Ele é uma sequência sobre Pablo Neruda, a quem voltaremos sobre sua vida e obra. Mas a questão básica é que Neruda morreu logo após o golpe de Pinochet. Ele já estava doente com um câncer de próstata. Provavelmente morreria em consequência, mas o que choca a todos é a possibilidade de sua morte ter sido executada sobre as ordens do esquema golpista do Chile e com a participação da CIA. Após a morte de Allende, Neruda era o último símbolo da luta popular no país. Para consolidar rapidamente o poder golpista, eles teriam eliminado intencionalmente Neruda para não deixar nenhuma resistência às forças mortíferas que se instalaram no Chile.

E antes de ouvir o velho argumento de que apesar da ditadura o liberalismo melhorou a vida do chileno, é preciso que se diga o seguinte: a) o Chile viverá algumas gerações com ódios recíprocos em razão da violência; b) em que melhorou a vida de alguns na fase de ouro das exportações de commodities, c) hoje o Chile é um país meramente exportador de matéria prima. E alguns setores chilenos que se acham privilegiados ainda devem gozar os turistas brasileiros se vangloriando dos baixos preços dos automóveis chilenos que lá pagam menos da metade que aqui.


Mas tem uma realidade cruel: o Chile tem que importar o combustível que move sua frota e não gera nenhum emprego no setor. Toda a sua frota é fabricada e geram empregos em outros países. Este modelo é furado: só leva dinheiro do povo chileno que o ganha vendendo matéria prima. A cada dia se aproxima mais o abismo deste tipo de realidade neste mundo que se queira ou não continua sendo industrial.    

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