por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eleições do Crato ( V ) - José Nilton Mariano Saraiva



A avalanche de votos (quase 60,00%) que jorrou das urnas para um candidato a prefeito praticamente desconhecido pelos eleitores até meses antes das eleições do Crato, em detrimento dos atribuídos à candidatura oficial - ungida, mantida, sustentada e propagandeada pela máquina municipal - é o atestado comprobatório e inconteste de que o povo resolveu dá um não ao continuísmo, à mesmice e à pasmaceira reinante, porquanto profundamente decepcionado com o degradante estado hiroximesco-nagasakiano em que se encontra a cidade.
Mas, não só no aspecto físico a cidade hoje se assemelha às japonesas Hiroxima-Nagasaki, dilaceradas por bombas atômicas na II Guerra Mundial; a questão é muito mais profunda e estrutural, a se refletir principalmente na falta do que fazer, ou de perspectivas no médio prazo, para uma juventude sequiosa por participar do processo de evolução da urbe.
Pois, ao contrário do que deveria acontecer - a atração de empreendimentos, de qualquer porte, privado ou público, capazes de gerar emprego e renda, necessários para “mover a roda”- nos últimos anos o que se assistiu no Crato foi o poder público mostrar-se absolutamente incapaz de, pelo menos, manter ou segurar o que já existia (vide o Sesi, Sebrae e outros, que já não mais existem), enquanto literalmente escorreu por entre os nossos dedos, por falta do imprescindível “componente político”, o Campus da UFC, o Hospital Regional, a TV Verdes Mares, a Ceasa e por aí vai; até a estrutura do “elefante branco” conhecido por Centro de Convenções (que se um dia for concluído empregará não mais que uma ou duas dezenas de pessoas), lá jaz à margem da estrada, silenciosa e inoperante, como a querer  comprovar didaticamente no que dá o isolar-se politicamente do poder superior, ou o criar arestas ao invés de construir pontes.
Que a lição seja absorvida pelo novo inquilino do paço municipal.

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