por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 10 de maio de 2012

MENINO CAÇADOR - Marcos Barreto de Melo


Vou falar de peito aberto
Da maldade que já fiz
Porque fui menino esperto
E também muito traquino
A minha melhor brincadeira
Foi caçar de baladeira 

Matei tanto passarinho
Que nem me lembro da conta
Alguns até foi no ninho
Na chegada pra dormida
Outros matei no riacho
Quando vinham pra bebida 

Com a minha baladeira
Matei rolinha e campina
Quase fiz uma chacina
Pois também a lavadeira
Que serviu Nosso Senhor
Morreu de atiradeira 

Até mesmo a sabiá
Tida como a majestade
Sofreu a perseguição
Pois lhe matei sem piedade
Por troféu ou vaidade
Sem ter fome ou precisão

Hoje ando arrependido
Desse tempo de horror
Por ter morto o passarinho
Que cantava inocente
Descuidado, alegremente
Atraindo o caçador

2 comentários:

Aloísio disse...

Marcos,

Parabéns. Grande poesia!
Você é imbatível quando deixa aflorar suas reminiscências.

Grande abraço

Aloísio

Marcos Barreto de Melo disse...

Caro Aloísio,

Você sempre gentil em seus comentários. Obrigado.

Abraço,

Marcos