por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 17 de dezembro de 2011

FOTO MOSTRA A CORAGEM DA MULHER

Minha amiga Edênia Marul, ex-coordenadora do Centro Cultural do BNB em juazeiro, atualmente morando em Salvador, mandou e-mail com uma foto da Presidente Dilma em 1970, como ré, respondendo por crime contra a Segurança Nacional, como as autoridades de então enquadravam os que eram contra o regime militar. A foto é sugestiva: a ré, combatente contra a ditadura, barbaramente torturada, hoje é presidente do Brasil, eleita com os votos de 56% dos brasileiros. Sucedeu Lula, outro perseguido da ditadura. Lula, por sua vez, substituiu Fernando Henrique Cardoso, aposentado compulsoriamente e exilado durante o governo militar. Depois da redemocratização (1984), a corrente política que apoiou e participou da ditadura militar elegeu um único Presidente, Fernando Collor de Melo, que governou pouco mais de 3 anos. Antes dele, considerando da redemocratização anterior (1945), chegaram ao poder pelo voto uma só vez, 1960, com Jânio Quadros cujo governo durou apenas 7 meses. Resumindo, nos últimos 66 anos, a facção mais à direita e reacionária, comandou legitimamente o governo menos de 4 anos. Mandaram outros 20 anos graças ao golpe militar. Não foi a toa que logo depois do assalto ao poder (em 1964) eliminaram eleições diretas. Um dado estatístico dá pista de como os governos dos generais eram distante da população brasileira que pretendiam representar: na eleição e 1989, a primeira escolha direta de presidente pós 64, os identificados como seguidores do regime de exceção obtiveram pouco mais de 15% dos votos (Maluf, 9%, Guilherme Afif, 5%, Aureliano Chaves 1%). Voltando à foto, há um detalhe bem significativo. Dilma, apesar da prisão e das torturas sofridas, apresenta-se com postura corajosa, cabeça erguida e olhar firme. Do outro lado da bancada, os oficiais representantes do Estado, na condição de juízes militares encarregados de julgá-la, estão de cabeça baixa e escondem os seus rostos com mão, certamente envergonhados do papel que lhes foi imposto.

Um comentário:

socorro moreira disse...

História muito bem contada.
Elegemos "a coragem".
Que o brasileiro não perca as esperanças nos seus pilares administrativos.
Esse texto é uma aula de história política.
Muita gente desconhece a verdade...
Parabéns, Joaquim!