por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pode guardar as panelas - José do Vale Pinheiro Feitosa

“Pode guardar as panelas que hoje o dinheiro não deu”. São todos negros, quase negros, um branco, enegrecido e tantos mulatos nem brancos e nem negro, quase índio, quase branco, quase negro.

A pior frase que uma família poderia ouvir do pai provedor: eu sei que dói no coração, falar do jeito que falei, dizer que o pior aconteceu. Assim como estes economistas boçais analisando a crise mundial. Como os abutres querendo carne antes que os corpos faleçam.

E vem alguém e diz, como se uma decisão médica indicando um benzetacil para uma amigdalite: a China acordou e vai tomar as providências, pois encomendas não existem para suas empresas exportadoras.

Só que amanhecerá com levas de operários, sem nem cantar um samba, indo para suas casas esperar uma vaga. Uma vaga pior do que o vácuo quântico: nem partículas existem circulando, se criando do nada e se anulando na antimatéria.

Uma vaga memória que tem de comer, agasalhar-se no frio, pagar as contas que garantem sua permanência enquanto pagá-las. O pior aconteceu pode guardar as panelas que hoje o dinheiro não deu.


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