por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 15 de novembro de 2011

As marcas famosas começaram a ser atacadas? José do Vale Pinheiro Feitosa

Quando a crítica ao capitalismo se apresenta logo baixa uma névoa espiritual, contaminada por preconceitos e usuras de todos os tipos, inclusive os talheres em que as pessoas comem que seriam “desprivatizados” em nome do coletivo. Esta névoa tem por objeto não deixar que os problemas sejam visualizados em toda a sua extensão.

Uma das “estratégias” de acumulação, além da mais valia sobre o trabalho, aconteceu quando algumas oportunidades de acumulação se esgotaram e era necessário acentuar o fetiche da mercadoria. Foram as marcas que deram a solução. Você compra a mesma bolsa num camelô e numa loja de grife e o valor são disparatados.

A marca é a nova forma de acumulação assim como a propriedade intelectual (copyright) já vinha se consolidando até se tornar um “protetorado” da Organização Mundial do Comércio. As marcas são puro fetiche, é algo inexplicável, irracional mesmo: expressam uma “qualidade” imponderável.

Pois não é que este símbolo será pela primeira vez atingido. O capitalismo é mesmo uma cultura de acumular contradições. O caso é o cigarro e suas marcas que vendem pelo apelo do marketing que criou o feitiço que lhe faz preferir esta ou aquela marca diante de imagens, símbolos e sugestões em filmetes, cartazes e merchandising na expressão cultural.

Acontece que o hábito de fumar cigarro não é uma questão individual, é uma questão coletiva que implica nas despesas públicas. Que encurta vidas e deixam crônicos que necessitam tratamentos caríssimos. As marcas de cigarros lucram bilhões com as imagens de consumo que criaram e a sociedade paga as conseqüências para a saúde pública.

Não tinha graça mesmo. É qualificar definitivamente uma suposta burrice da humanidade. O que aconteceu? A Austrália está aprovando uma lei que proibirá a exposição de marcas de cigarros nos maços que agora teriam imagens ampliadas dos problemas de saúde pública, letras graúdas de advertência e as marcas no mesmo padrão para todas elas e apenas em corpo pequeno.

Esta é a primeira experiência de um ataque ao fim das marcas. Eis uma inesperada notícia no já combalido mundo da acumulação que agora vive às turras com populações inteiras por enormes problemas nos sistemas financeiros, especialmente dos EUA e Europa.

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