por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O tempo é invenção e não consumo - por José do Vale Pinheiro Feitosa


A circunferência transporta,
E o quadrado fixa.
Como teu ânimo de viajante,
Ou a placidez domiciliar.

Hoje de mãos numa ampulheta,
Contas o estoque do teu tempo.
Teu olhar perplexo ao sol poente,
Esqueceste as nascentes das manhãs.

Entre vaguear e encerrar,
Habita tua religiosidade política.
Que consome teu tempo em trabalho,
Mercadoria para a força capital.

Quão longe se encontra de ti mesmo,
Tua alma se escravizou em mercadoria.
És fonte não renovável do lucro,
Um balde vazio desprezado na lixeira.

Olha que tudo em ti são fantasias,
Lantejoulas do grande desfile produtivo.
Esquece teu pesar de escravo,
Rompa os grilhões sutis das idéias.

Abra os olhos para o próximo segundo,
Que não existe a não ser que o faças.
O tempo não é mercadoria estocada,
É o inevitável do movimento vida.

Rompa teus corpos geométricos,
Trace no ar os arabescos do encéfalo.
Respire os tijolos do tempo,
Abduza os velhos roteiros do trabalho.

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