por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Por quê ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Meses atrás, no transcurso e após a horripilante e pavorosa tragédia que se abateu sobre a decantada cidade do Rio de Janeiro (sem favor nenhum, uma das mais belas e sofisticadas metrópoles do mundo), pela insistência e recorrência um detalhe chamou a atenção de todos nós: quando algum sobrevivente ou membro de alguma família envolvida na tragédia provocada pelo excesso de chuvas tinha a oportunidade de manifestar-se ante as câmeras televisivas, não perdia a chance de louvar a Deus, de garantir ter sido a “mão de Deus” responsável por retirá-lo do meio da enxurrada, de reafirmar que somente a “intervenção divina” explicaria sua sobrevivência e, enfim, que por sua benevolência e magnanimidade “Ele” seria merecedor de todos os créditos e honrarias por ali se encontrar, vivo.
Mas...
Como explicar, então, às famílias enlutadas, o destino fatídico e cruel de quase mil pessoas, dentre as quais dezenas de crianças inocentes e idosos ainda saudáveis, PAVOROSAMENTE SOTERRADAS (vivas) pelos deslizamentos, ou levadas de roldão, ribanceira abaixo, sem qualquer chance de reação, pela força descomunal das águas das chuvas (vindas do céu) ??? Como justificar, de forma consistente e convincente, que a “mão de Deus” não haja guiado essas dezenas de centenas de pessoas, em meio à violência do turbilhão, a uma ilha qualquer, a um porto seguro, salvador e de águas plácidas e cristalinas ??? Como explicar que a benevolência e magnanimidade do “homem lá de cima” (como o rotulou um dos sofridos sobreviventes) hajam contemplado alguns, enquanto, desafortunada e desgraçadamente, famílias inteiras (pais, mães, filhos, parentes outros e simples conhecidos) desciam de roldão na enxurrada, evidentemente que aterrorizados, sem vislumbrar qualquer perspectiva de salvação ??? Que Deus é este que, ao tempo em que concede a “graça e salvação” a alguns, despreza ou esquece de tantos outros fervorosos adeptos ??? Ou será que a “graça e salvação” estariam no desaparecer prematuro, no ir-se mais cedo desse mundo conturbado e violento e, portanto, os que prematuramente pereceram seriam, em verdade, uns privilegiados, ou “escolhidos” de Deus ??? Quais os critérios determinantes para se esclarecer quem deve ou não deve ser salvo pela “intervenção divina”, numa tragédia de tamanha proporção e força ???
Se a chuva é uma “benção dos céus” ou uma “dádiva divina” ou um "um presente de Deus", existirá um “Deus” magnânimo e benevolente e um outro cruel e maldoso, capaz de fazê-la provocar tamanha catástrofe ???
POR QUÊ ???

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