por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 18 de julho de 2011

TUDO É MAIS SIMPLES DO QUE PARECE-José do Vale Pinheiro Feitosa



VERDADE E CIÊNCIA
Frente ao inevitável, a lição se conformava. Se o que estiver para acontecer fosse imponderável, a lição era de fé. As rochas tão sólidas e indestrutíveis contam a história de poderosas transformações. As águas tão incertas e tempestuosas: brotam a agricultura, abundam a pescaria e saciam os rebanhos.
Ao contrário do que muitos imaginam ainda hoje, a ciência nunca foi a voz da verdade. A verdade última das coisas. Isso é um atributo das religiões. Elas não precisam provar o que dizem, foram anunciadas pelas entidades superiores de sua crença. Só para as religiões, ideologias, ferramentas ou outros instrumentos para os quais se pretendam usos permanentes é possível anunciar a verdade última. Não para a ciência.
O discurso da ciência é no condicional É como um futuro condicional que não existe na língua portuguesa. Se isso e aquilo acontecer, é bem provável que o enunciado seja assim. Essa é a linguagem da ciência. Sempre poderá existir uma observação futura em que a verdade de hoje se colocará em questão.
Mas se o domínio de si e do mundo dependia das verdades de si mesmo e deste mundo, o que aconteceu para que a ciência, que não busca verdades definitivas, promovesse tantos impactos reais sobre a humanidade? A verdade congela a realidade de um mundo em transformação. Durante algum tempo determinada verdade é até válida para a sociedade, mas logo a seguir começa a desmilingüir-se. A condicionante para que determinada coisa seja válida é a matriz que nos permitiu reequilibrar o enunciado das coisas inevitáveis, imponderáveis ou contraditórias.
REPUTAÇÕES: CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO
O conceito que gozamos entre os outros humanos passou por enormes transformações. Primeiramente com a queda dos sistemas monárquicos e hierarquizados, a reputação se democratizou. Antes a reputação das pessoas de modo geral atingia sua vila, sua rua, a família e a parentela. Enquanto a reputação de reis, imperadores, papas, cardeais e bispos tinha por base milhares ou milhões de pessoas.
Com o advento da sociedade de consumo, das grandes nações modernas, dos meios de comunicação a reputação atingiu artistas, políticos burgueses, operários, esportistas, empresários, gente em geral da cultura. Aí a equação da reputação também mudou de patamar, deixou de ser o conceito da própria pessoa e passou a ser o conceito de uma super pessoa.
Nisso os conhecimentos científicos da psicologia social passaram a ter grande importância. A reputação não sendo mais das próprias pessoas, passou a ser propriedade dos meios que usam a psicologia social para criar a própria. Nisso a chamada mídia tem grande importância. Ela cria e destrói reputações.
Independe da pessoa. Elas até continua como zumbis em vida, pois a reputação pública nos tempos atuais transforma as pessoas em sombras da reputação. Em sombra de um enredo que pretendia ser a própria pessoa, mas que está muito além delas mesmas e costuma ser reflexiva como purpurina.

por José do Vale Pinheiro Feitosa

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