por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 13 de julho de 2011

NEWTON BASTOS - por Norma Hauer


Newton Bastos, cantor e compositor nasceu no bairro de São Cristóvão em 12 de julho de 1899 e viveu a maior parte de sua vida curtíssima (faleceu aos 32 anos, em 8 de setembro de 1931) no Estácio, onde se juntou a Ismael Silva, "bamba" do local.
Mas chegou a compor vários sambas, em uma época em que o samba não era bem visto pela sociedade hipócrita de então. O rádio, que passou a ser o grande divulgador da música popular, ainda não era recebido nas "casas de gente bem".
Quando Roquette Pinto, em1923, fundou a primeira emissora (Rádio Sociedade do Rio de Janeiro) era "para a cultura dos que vivem em nossa Terra, pelo progresso do Brasil".
Assim, música de gente do morro não era bem-vinda.
Em 1932, decreto do então Presidente "provisório" Getúlio Vargas (que ficou, "provisoriamente" 15 anos) permitiu que o rádio transmitisse propaganda.
A partir daí ele cresceu.
Mas Newton Bastos já havia falecido.
No final dos anos 20, Francisco Alves conheceu Ismael Silva, do Estácio e fez com ele um contrato estipulando que gravaria músicas de Ismael, se este lhe desse parceria.
Na época foi um bom negócio porque Chico Alves já era um nome famoso e suas gravações faziam sucesso.
Foi assim que NEWTON BASTOS e Ismael Silva compuseram o samba "Se Você Jurar", gravado por Mário Reis e Francisco Alves, constando do selo o nome de Chico também como compositor.
Em seguida gravaram, no mesmo sistema, "O Que será de Mim", composição somente de NEWTON BASTOS, mas que consta o nome dos três . Na mesma época Mário Reis gravou "O Destino Deus é quem dá".

Isso que Chico Alves fazia, tornando-se "comprositor" de músicas que não eram de sua autoria,era feito também por outros cantores. Entretanto, Carlos Galhardo nunca fez, apesar de "lançar" alguns compositores, como Ari Monteiro. Este, entretanto, ficou mais famoso como fazendo "caitituagem", do que compondo.

Mas voltemos a NEWTON BASTOS.
16:22 (5 horas atrás)
¢αямєη
Vivaldo,
Você sabe quem gravou uma música que tem esses versos: "quem já me fez uma vez/me fará outra vez. Qual o nome da música. Norma me disse que não sabia.
Outra, oisa "canto chorado" já procurei demais. Me lembro de uma gravação com Jair Rodrigues, mas nada acho no youtube.

Interessante foi uma música, também citada como dos três, em que o final da segunda estrofe tinha um verso assim:
"Se não eu acabo dando p'ra gritar na rua..
.Oh, eu quero uma mulher bem nua."

Chico apresentou esse samba na Rádio Sociedade e foi ouvido por Roquette`Pinto, que, por telefone, mandou que a emissora fosse retirada do ar e chamou Francisco Alves dizendo-lhe:"Seu Chico, o senhor quer uma mulher nua, eu também quero, só que o rádio não é lugar para isso".

Mas a música foi gravada com esse final.

Era criança quando meu pai adquiriu esse disco e o colocava em nossa vitrola.
Eu achava tão esquisito ele dizer que queria uma mulher bem nua, naquela época em que tudo era tabu.
O mais intrigante é que anos depois, após o falecimento de Chico Alves (em 27 de setembro de 1952), Mário Reis regravou o samba com a seguinte modificação:
"se não eu acabo dando p'ra gritar na rua :
Oh,eu quero só ficar na sua".

Mais tarde ainda, parece que nos anos 70, o próprio Ismael regravou o samba, misturando a 2ª e 3ª estrofes e terminou assim
"por falares tanto, a polícia quer saber...
Oh, que eu dou meu dinheiro todo a você."

Versos finais da última estrofe
.
Que é gozado, é.

No final dos anos 20 era cantado com a "mulher nua"; nos anos 70, de mais liberdade, o próprio co-autor "enterrou" a mulher nua, misturando os finais de duas estrofes.

Norma

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